As autoridades de saúde dos EUA anunciaram na sexta-feira o envio de mais pessoal e recursos para a Nigéria, que declarou emergência nacional o combate ao vírus Ébola.

“Estamos a começar a organizar o nosso ‘staff’ em lagos”, disse o porta-voz do Centro para o Controlo de Doenças (CDC) dos EUA, Tom Skinner, à agência noticiosa AFP.

“Estamos muito preocupados com Lagos e o potencial de contágio, uma vez que Lagos, em bom rigor, a própria Nigéria, nunca viu o Ébola”, acrescentou.

A Nigéria tornou-se o quarto país da África Ocidental envolvido no maior surto deste vírus, quando um cidadão, com dupla nacionalidade, da Nigéria e dos EUA, que estava infetado, viajou por avião para Lagos no dia 20 de julho, morrendo cinco dias depois.

Oito pessoas que estiveram em contacto com ele foram diagnosticadas com Ébola, duas das quais vieram a morrer.

O vírus já causou a morte a 932 pessoas na Serra Leoa, Guiné-Conakry, Libéria e Nigéria, desde março, e infetou mais de 1.700, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Os peritos consideram que o Ébola está fora de controlo na África Ocidental, com a OMS, na sexta-feira, a considerar a epidemia uma emergência internacional de saúde e a apelar à ajuda global.

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Skinner afirmou que o pessoal do CDC está em todos os países infetados e que já há vários norte-americanos na Nigéria.

“Estamos a ajudar o pessoal em Lagos a montar um centro de operações de emergência similar ao que temos aqui [EUA] e a ajudar a organizar a resposta do país à epidemia”, acrescentou.

A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, pediu à comunidade internacional que ajude os países afetados a combater a epidemia de Ébola, a pior em quatro décadas.

Em conferência de imprensa, Chan afirmou que os países da África Ocidental mais atingidos pela epidemia – Libéria, Serra Leoa, Guiné-Conacri e Nigéria – “não têm meios para responderem sozinhos” à doença e pediu “à comunidade internacional que forneça o apoio necessário”.

A Direção Geral de Saúde (DGS) Portugal criou um “dispositivo de coordenação” que está em alerta e “mobilizará e ativará recursos que sejam adequados a cada situação” de infeção pelo vírus do Ébola que venha a ser identificada.

Num comunicado publicado no seu “site”, a DGS garante que “não se verificou nenhum caso de doença por vírus Ébola em Portugal, importado ou autóctone”.

Em Portugal, os hospitais de referência definidos para atender estes casos são o Curry Cabral e o Dona Estefânia, em Lisboa, e o São João, no Porto.

Desde março, a epidemia já matou 961 pessoas e infetou mais de 1.700.

O vírus do Ébola transmite-se por contacto direto com o sangue, líquidos ou tecidos de pessoas ou animais infetados.