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Steve Lacy atuou pela primeira vez em Portugal a 15 de julho, no Super Bock Super Rock
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Steve Lacy atuou pela primeira vez em Portugal a 15 de julho, no Super Bock Super Rock

ANDRÉ DIAS NOBRE / OBSERVADOR

Steve Lacy atuou pela primeira vez em Portugal a 15 de julho, no Super Bock Super Rock

ANDRÉ DIAS NOBRE / OBSERVADOR

A classe de Steve Lacy e um DJ Kaytranada a salvar vidas: assim se dançou "até para o ano" no SBSR

O artista norte-americano estreou-se em Portugal com alguns percalços. L'Imperátrice trouxe l'amour a Sesimbra e Kaytranada pôs o povo a dançar. Festival regressa a 18, 19 e 20 de julho de 2024.

[aqui pode ler as reportagens do primeiro e do segundo dia do Super Bock Super Rock]

O melhor lugar do mundo é aqui e agora, canta Gilberto Gil. Ou, como diriam os Ezra Collective, este sábado no Meco, “Super Bock is where I’m meant to be”. A mensagem, projetada no palco, fez-se acompanhar do Leão de África, a força de todo um continente reunido em Londres e na sonoridade deste quinteto liderado pelo baterista e produtor Femi Koleoso.

No borbulhar da nova cena do jazz londrino — no qual cabem nomes como The Comet is Coming, Kokoroko ou Nubya Garcia — os Ezra Collective assumem um papel fundamental, ao terem sido um dos grandes impulsionadores deste movimento que engole todos os géneros, reinventando a própria conceção do jazz.

No seu estilo cabe o afrobeat, o hip-hop, o reggae, os sons afro-cubanos; Fela Kuti e Tony Allen, Sun Ra e Sampa The Great, Jorja Smith e Emeli Sandé, todo o prazer de criar música sem limites e de a poder partilhar com o mundo. “A nossa música é sobre felicidade”, diz Femi, de microfone na mão, pedindo ao público para se expressar livremente. “Quando a vida se torna difícil, lembrem-se que ninguém nos pode roubar a felicidade”.

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O público bebeu destas palavras, deixando-as pousar no corpo como gota de orvalho numa pétala de flor, para se entregar total a um concerto feito em crescendo. Nos últimos temas, já TJ Koleoso (baixo), Dylan Jones (trompete) e James Mollison (saxofone) andavam pelo meio da plateia, abrindo rodas de improviso, círculos pagãos de celebração, sob o a bênção do astro rei sol. Pediram ao público para dançar como se estivesse numa pista de dança, uns com os outros, e o recinto transformou-se num salão de baile; pediram que nos baixássemos para saltar à contagem de 10 e todos assim o fizeram, engolindo pó com gosto.

Os Ezra Collective, com sorriso de orelha a orelha, saíram do palco em ovação, um prémio justíssimo para uma atuação que devia constar nos manuais de “como abrir um palco principal de um festival de verão”. Depois deles, todos éramos um pouco mais felizes. O nome mais esperado do último dia era o de Steve Lacy (lá chegaremos), mas festa como esta foi difícil de voltar a encontrar até ao fim do festival.

O cardápio de final de tarde resumiu-se a duas opções: um concerto intimista de Tomás Wallenstein no Palco LG by Rádio SBSR.fm, ou uma pratada de rock dos islandeses Kaleo no palco principal. Os que escolheram a banda levaram com guitarras, blues, folk, e a simpatia de Jökull Júlíusson, vocalista e guitarrista cujos longos cabelos loiros esvoaçavam ao sabor do vento que se fazia sentir na Herdade do Cabeço da Flauta. Desde que passaram pelo NOS Alive em 2018 e, no ano passado, em nome próprio, na Sala Tejo, em Lisboa, os Kaleo têm crescido em popularidade, e isso explica a multidão que os ouviu durante cerca de uma hora até ao êxito “Way Down We Go”, do disco A/B (2016), até hoje a mais memorável das suas canções.

O fim da tarde do terceiro dia ficou marcado por uma pratada de rock dos islandeses Kaleo no palco principal

ANDRÉ DIAS NOBRE / OBSERVADOR

Era uma competição feroz para Wallenstein que, vestido de robe e sentado ao piano, cantava do outro lado do recinto. Ainda assim, o vocalista dos Capitão Fausto reuniu um público atento — de dimensão mais expressiva do que até então nesse palco, horas antes, conseguiu Surma ou, depois, Irma. Desfilou as canções de Vida Antiga (2023), disco a solo em que reúne uma coleção de canções ao piano de cantautores que o influenciaram, como José Afonso, José Mário Branco, B Fachada, Luís Severo ou os brasileiros Erasmo Carlos, Tim Bernardes e Cartola. O cantor já disse que o álbum, produto da pandemia, não é um presságio de uma carreira a solo nem augura reticências sobre o futuro dos Capitão Fausto. É apenas a imortalização de um momento no tempo. Aproveite-mo-lo.

“Isto é um festival, não é uma ópera”

Minutos depois, falávamos com Luís Montez, responsável pela promotora Música no Coração, sobre a força da música real, aquela que se apalpa com as mãos e com a alma e não se esconde debaixo de uma camada grossa de maquilhagem. Como a que Nile Rodgers nos deu no segundo dia, um dos concertos preferidos do diretor do Super Rock Super Bock.

Voltar à Herdade do Cabeço da Flauta, quatro anos depois da última edição aqui realizada, foi descansar sobre o sentimento de “missão cumprida”: “Ganhámos outra vez a confiança do público e das autoridades para que para o ano possamos voltar ao Meco”, diz Montez. Isso acontecerá nos dias 18, 19 e 20 de julho de 2024, neste mesmo sítio “onde fomos felizes”.

A felicidade (outra vez ela), sendo um conceito abstrato, é sempre subjetiva e talvez haja coisas a melhorar, nomeadamente nos acessos ao recinto. “Já melhorámos muito no estacionamento, mas temos que nos conseguir entender com a GNR por causa das saídas, o que não é fácil. É uma luta que temos de travar.”

O resto, diz-nos, são “pormenores”. Mas serão mesmo? Quando o som de um concerto entra por outro adentro, devido ao posicionamento muito próximo dos palcos, será isso um pormenor? “Isto é um festival, não é uma ópera”, atira Luís Montez, para quem a cacofonia parece não ser um incómodo. “Se for preciso atrasar um bocado, também se atrasa, não é por aí.”

Foi exatamente isso que aconteceu no primeiro dia, com The Offspring e Róisín Murphy, programados para o mesmo horário. A ex-vocalista dos Moloko viu a sua atuação começar uma hora depois do que estava previsto, porque “o rock da Califórnia entrava um pouco pela tenda [Somersby]”, justifica o diretor do SBSR, queixando-se igualmente do “nosso aeroporto, que está um bocado complicado”. Nestes voos cruzados de complicações, quem sofre as consequências é o público.

Sobre esse, Luís Montez diz que os números ficaram um pouco aquém dos 75 mil expectáveis: ao todo, passaram pelo Super Bock Super Rock 55 mil pessoas. Os motivos, segundo o diretor do festival, são vários: a greve dos comboios, iniciada na sexta-feira, a abertura da venda dos bilhetes para Taylor Swift, na quarta-feira, que espelha a “muita concorrência” que existe no mercado, e a memória ainda fresca do que se passou na edição passada (com o SBSR a ter que se mudar, de um dia para o outro, para o Parque das Nações) e que deu insegurança a muitos potenciais interessados.

“Ter muita gente também é ter filas para tudo, assim é mais tranquilo, desfruta-se bem da música”, diz, desvalorizando os números. A música que se seguiria era a de Kaytranada, DJ e produtor que esteve no Meco em 2019, na sua estreia de Portugal. “Este concerto ao pôr-do-sol vai ser espetacular.”

Kaytranada passou a sua lista invejável de colaborações durante o pôr do sol do último dia do Super Bock Super Rock

ANDRÉ DIAS NOBRE / OBSERVADOR

Efetivamente, a música de Louis Kevin Celestin ouve-se com o prazer com que se bebe um mojito de final de dia, na praia. Cheira a férias com amigos, a house, a soul, a churrasco à beira da piscina, onde se acaba a dançar noite fora, sem preocupações. Durante uma hora, Kaytranada atravessou os seus maiores êxitos, desde o aclamado disco de estreia 99,9% (2016) até ao mais recente projeto com o rapper Aminé, Kaytraminé (2023).

Fê-lo num formato de DJ set, onde o forte aparato de luzes e o vídeo foram elementos chave na experiência ao vivo. Às vezes parecia que estavam a sair chamas das suas mãos, outras a sua silhueta multiplicava-se num vórtice que conferia profundidade ao palco, transformado num caleidoscópio de cor.

Para delírio do público, ouviu-se “Cuff It”, remix do tema de Beyoncé, que no dia anterior tinha sido interpretado por Nile Rodgers. Não foi o único remix do alinhamento: “All Night”, de Chance the Rapper, “Kiss of Life”, de Sade ou “If”, original de Janet Jackson misturado em 2012 por Kaytranada, foram outras das faixas que mais animaram o público que, por esta altura, lotava um recinto que estava tudo menos tranquilo.

Luís Montez bem nos avisara: “Hoje vai estar cheio por causa dos convidados” e eles, quais damas da noite, floresceram mal o sol se escondeu por detrás dos pinheiros da Herdade. “Nos dias de semana, eles tendem a não vir. Hoje está cheio, porque vêm todos.” A fila para o Espaço Super Bock (vulgo, zona VIP), parecia as filas para os centros de vacinação da COVID-19, durante o pico da pandemia, uma imagem tão insólita que nos fez questionar para quem é que estava pensado este festival: para o público pagante ou para quem tem uma pulseira exclusiva no braço e, entre outras mordomias, goza de zonas reservadas junto aos palcos principais, vedadas por grades? Se isto é um festival e não uma ópera, então para quê as cadeiras de orquestra?

Íamos embrulhados nestas reflexões, levando com alguns encontrões de grupos de pessoas para quem o conceito de bolha higiénica parecia inexistente, até que “10%”, tema do álbum Bubba (2019), vencedor de um Grammy, nos resgatou novamente para Kaytranada (ufa!). Por esta altura, o concerto estava perto do fim, mas ainda tivemos direito ao remix de “Out of Time”, de The Weeknd, “4EVA”, single do tal projeto Kaytraminé e “Intimidated”, batida house que conta com a voz de H.E.R. “Thank you Portugal”, despediu-se o produtor mais que desejado do momento (os nomes aqui mencionados são uma gota no oceano de colaborações de Kaytranada). Louis saiu do Super Bock Super Rock prometendo regressar em breve, quiçá para ver mais um pôr do sol, lindo como ele só.

“Duas palavras: Steve Lacy”

A concentração de corpos por metro quadrado diminuiu com o avançar da noite e quando Steve Lacy subiu ao palco principal já se respirava melhor no recinto.

Surgiu entre as nuvens que pairavam nos ecrãs, impecavelmente vestido com uma gabardine preta e óculos escuros. “I tried my best to be worth all your while”, escutámo-lo na inaugural “Helmet” e logo esquecendo os 10 minutos de atraso do concerto, o primeiro de Steve Lacy em Portugal.

“Tanto pode acontecer num ano, não é?”, mencionou depois de sinalizar a efeméride de ter sido nesta mesma data, há precisamente um ano, que lançou o seu segundo álbum a solo, Gemini Rights (2022), que acabaria distinguido com o Grammy para Best Progressive R&B Album. De facto, nos últimos 12 meses, o guitarrista da banda de R&B The Internet, que já trabalhou com artistas como Kendrick Lamar (Damn.), Solange (When I Get Home) e Vampire Weekend (Father of the Bride), alcançou um reconhecimento global, muito à conta do single “Bad Habits”, que galgou os tops mundiais e o algoritmo no TikTok.

“A canção é enorme, mas a minha vida não se alterou dramaticamente”, disse há uns meses em entrevista ao jornal The Guardian. “A minha mãe pensa que vivo uma vida louca, a consumir drogas todas as noites e a embebedar-me, mas eu estou em casa a jogar ‘Mortal Kombat’, a fazer bolachas e a beber leite”.

Guitarrista dos The Internet, Steve Lacy adiantou novidades sobre o futuro do grupo de R&B

ANDRÉ DIAS NOBRE / OBSERVADOR

O jovem de 25 anos não trouxe bolachas, pelo contrário, parecia amargurado com alguma questão técnica (não raras vezes um elemento da sua equipa entrava no palco, mesmo a meio de músicas). Isso pode justificar a voz por vezes mais debilitada, ao que não ajuda ter um coro presente praticamente inaudível. Em todo o caso, e porque ao terceiro dia já nos é permitido fazer balanços, terá sido dos melhores concertos a acontecer na Herdade Cabeço da Flauta (como teria sido em condições controladas fora do ambiente de festival?).

Com influências de Prince ou de Thundercat, durante pouco mais de uma hora Steve Lacy mostrou ao público português o seu inegável virtuosismo na guitarra e recordou o passado (que também é presente e futuro) com a banda The Internet. “Estamos a trabalhar em coisas novas. Não estamos separados “, frisou.

Com um belíssimo desdobramento da sua imagem entre ecrãs, com simplicidade e funcionalidade (parece um detalhe, mas para quem é mais baixo, não é), Lacy não cantou apenas “Give you The World”, deu-nos todo o mundo onde cabe “Buttons”, “Mercury”, ”Lay Me Down”, “Ryd” ou “C U Girl”, “uma das primeiras músicas que escrevi”, lembrou, do disco C U Girl (2015).

Para o final do concerto deixou a apaixonada “Infrunami” (“É obrigatório um beijinho e um abraço”, escutámos no recinto), “Static” e, por fim, “Bad Habit” e “Dark Red”. Para a história de momentos insólitos ficou um “Parabéns a você” que o público fez questão de cantar quando o artista voltou a mencionar a efeméride relacionada com a data de lançamento de Gemini Rights (2022). “Não sei o que é isso. Coisas portuguesas… gosto”, disse.

Pedro Adão e Silva, ministro da Cultura, que se encontrava presente, voltou por segundos ao ex-papel de comentador e resumiu o concerto de sábado à noite: “Duas palavras: Steve Lacy”.

No lado oposto estava Chico da Tina. “Houve aqui uma confusão”, apontou Fredo da Tina, o melhor amigo e presença recorrente em todas as atuações, stories e devaneios do trapstar do Minho. “Ele nem devia estar neste palco, devia estar naquele, mais à frente”. Ele tem sauce e é o Rei para um montão de fãs desvairados, quais miúdos regressados da viagem de finalista a Lloret de Mar, que obedecem cegamente a cada pedido do seu mestre.

Se é para dizer olá à pessoa ao lado, eles dizem; se é para abrir uma roda gigante para o mosh pit, eles abrem; se é para repetir o refrão de “TINA DANCE” até à exaustão (tema do novo álbum Tina Dance Mixtape (Sabor 2020)), eles repetem; se é para atirar bolas e insufláveis gigantes ao ar, eles atiram. Palavra de Chico da Tina é Lei. Mais um concerto, mais um sucesso.

Chico da Tina, trapstar do Minho, levou insufláveis e uma trupe gigantesca para o Meco.

ANDRÉ DIAS NOBRE / OBSERVADOR

L’Impératrice: à grande e à francesa

No verão passado, em Paredes de Coura, escrevemos: “L’Impératrice é concerto obrigatório, em qualquer cartaz, em qualquer lugar”, depois da prestação arrebatadora do sexteto francês. No Meco, não fizeram diferente, correspondendo à expectativa dos fãs e convertendo ao mesmo estatuto os curiosos que passaram pelo palco Pull & Bear para o after de Steve Lacy ou Chico da Tina.

“Vamos fazer a pista de dança mais estranha do mundo”, pediu Flore Benguigui, vocalista e a mais sorridente frontwoman que alguém podia pedir. “Vamos ser estranhos juntos”. O público dançou, muito e em francês. Se Amália cantava “Não namores os franceses/ Menina, Lisboa”, nada disse sobre quem anda por Sesimbra. “Peur de Filles”, “Anomalie Blue”, “Agitation Tropicales” foram alguns dos temas escolhidos num alinhamento que bebeu sobretudo dos álbuns Matahari (2018) e Tako Tsubo (2021).

Flore Benguigui, dos L'Impératrice, pediu ao público que alinhasse na “pista de dança mais estranha do mundo”

ANDRÉ DIAS NOBRE / OBSERVADOR

Com corações luminosos ao peito, os parisienses de voz afinada e secção rítmica sem defeitos, trouxeram o disco necessário para roubar os corações que restavam. “Adoramo-vos Portugal”, disse Benguigui em perfeito português. Quem terminou o Super Bock Super Rock por aqui, saiu enamorado.

Mas havia mais. À 1h da manhã “Lights Off” anunciou Parov Stelar, ainda a plateia estava a meio gás. Não demorou muito para que o cenário mudasse: foi só escutar o êxito “Booty Swing” para ver pernas e mais pernas a correr para o palco principal. Os trunfos são para serem jogados nas primeiras mãos, já dizem os mandamentos básicos da sueca, e Parov não hesitou em pôr a teoria em prática. Sem pedir licença, enviou-nos para os loucos anos 20, com Sebastian Grimus a mandar estilo no saxofone, de dorso inclinado sobre um fundo vermelho (uma imagem que já se tornou recorrente em todas as atuações).

Do swing dos anos 20 saltámos para um clube caribenho estilo Coco Bongo, com “Cuba Livre”. Não nos surpreenderíamos se Jim Carrey aparecesse naquele momento em palco, fazendo o famoso número de “A Máscara” (1994). Não apareceu ele nem Cameron Diaz, mas o público, aos pares, fazia questão de exibir os seus passos de dança, qual concurso de talentos de televisão.

Swing, caribe, techno-pop, house e musical de Hollywood: Parov Stelar fez questão de deixar todos de barriga cheia na última atuação do palco principal

ANDRÉ DIAS NOBRE / OBSERVADOR

É curioso ver Parov como cabeça de cartaz num festival dos novos anos 20. No mesmo dia em que Kaytranada nos deu uma interpretação possível dos novos caminhos da música de dança, Stelar ficou preso a uma época que já passou e a melodias que provavelmente estariam nas opções de ringtone dos nossos Nokia 3310.

Isso não significa que o concerto que deu no Super Bock Super Rock tenha sido mau, longe disso: enquanto peça de entretenimento, não há nada que possamos apontar a ele e à sua banda, que se passeou pela disco de “Voodoo Sonic” com o mesmo à vontade com que brincou de Kusturica em “Gringo”.

Tudo naquela estética podia ser replicado num musical de Hollywood, estilo Moulin Rouge e o sucesso de bilheteira estaria garantido, como estava garantida a satisfação do público. Ainda tivemos tempo de revisitar o ano de 1998 com “The Mambo Rap” a dar-nos um cheirinho de techno-pop a la E-17, antes da despedida com “Toy Boy” e uma das dedicatórias mais insólitas que alguma vez ouvimos: “Ó Portugal, a vossa comida é maravilhosa! Queremos dedicar esta música à vossa…comida”. Assim foi Parov Stelar, uma barrigada de remixes datados, que ainda assim sabem saciar alguns estômagos.

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