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Benjamin Netanyahu estava furioso. “Vou apanhar esses sacanas do Hamas, nem que seja a última coisa que faça”, gritou o primeiro-ministro na sala de reuniões. Era dia 31 de julho de 1997. Na véspera, dois terroristas do Hamas tinham-se feito explodir num mercado em Jerusalém, matando 15 pessoas. Agora, o primeiro-ministro israelita exigia ao líder da Mossad e aos restantes responsáveis das secretas do país que planeassem uma resposta à altura. “Quero as cabeças deles. Quero-os mortos. Não quero saber como é que o fazem, só quero que o façam. E quero que seja o mais rápido possível.”
O relato foi feito por alguns dos presentes naquela reunião a Gordon Thomas, que o replicou no seu livro Os Espiões de Gedeão (ed. Prefácio). Os serviços da Mossad, responsáveis pela recolha de informações no estrangeiro, apressaram-se a apresentar um plano: orquestrar o assassinato de Khalid Mashal, um dos principais líderes do Hamas, na Jordânia. Não através de uma bomba ou de um disparo, mas com recurso a uma substância letal.
“Aquilo que desenvolvemos muito rapidamente foi uma espécie de veneno que, assim que fosse pulverizado na pele de alguém, fazia a pessoa sentir-se tonta, adormecer e acabar por nunca acordar”, recordou Mishka Ben-David, o responsável dessa operação, ao podcast I Spy da Foreign Policy.
Ben-David — que, depois de sair da Mossad, acabaria por se tornar autor de vários thrillers inspirados na sua vida como espião — contou mais detalhes do plano nesse podcast: “Duas pessoas vão a andar atrás da vítima, ou melhor, do alvo. Um leva o pequeno pulverizador e o outro uma lata de Coca-cola, que abre no momento em que o amigo está a pulverizar o alvo. Quando a pessoa se virasse, veria uma Coca-cola a espirrar da lata, acharia que o som era disso, e continuaria normalmente.”
A história parece rebuscada, mas é bem real. É apenas um dos milhares de planos para assassinatos seletivos que a Mossad organizou ao longo de décadas. O jornalista israelita Ronen Bergman dedicou sete anos da sua vida a estudar o tema e ajudou a enquadrar a filosofia da agência: “Desde a Segunda Guerra Mundial, Israel assassinou mais pessoas do que qualquer outro país do mundo ocidental. Em inúmeras ocasiões, os seus líderes pesaram qual seria a melhor forma de defender a sua segurança nacional e, entre todas as opções, decidiram levar a cabo operações clandestinas, tendo como método de eleição o assassinato. Isso, consideravam, iria resolver os problemas difíceis que o Estado enfrentava e, por vezes, mudar o rumo da História”, escreveu na sua obra Ergue-te e Mata Primeiro (ed. Temas e Debates).
Bergman estima que, ao todo, a Mossad, os outros serviços secretos israelitas e o exército do país tenham levado a cabo pelo menos 2.300 assassinatos deste tipo. “Em muitos casos, os líderes de Israel decidiram mesmo que, para matar o alvo escolhido, é moral e legítimo pôr em risco as vidas de civis inocentes que possam vir a encontrar-se na linha de tiro. Causar danos a estas pessoas, creem, é um mal necessário”, afirma o jornalista, atualmente correspondente do New York Times em Israel.
E, quando muitos julgavam que este tipo de operações era coisa do passado, eis que o Líbano anuncia a morte do número dois do Hamas no seu território — que parece ter todos os traços habituais de um dos serviços da Mossad. O andar do edifício onde Saleh al-Arouri se encontrava, em Beirute, foi atacado por seis mísseis teleguiados. Um responsável libanês disse ao jornal israelita Jerusalem Post que estes foram disparados por um avião israelita. Em público, Telavive não assumiu responsabilidade pelo ataque, mas também não o negou.
Em conversa com o Observador, o investigador israelita Ahron Bregman, da King’s College, é taxativo: “É claro que os israelitas são suspeitos”, começa por dizer ao telefone, a partir de Hastings, no Reino Unido. “Bem, acho que podemos mesmo dizê-lo: é um trabalho típico da Mossad.”
Saleh al-Arouri. O primeiro alvo da NILI foi morto em Beirute
Até porque o primeiro-ministro israelita já o tinha prometido: “Vamos atacar os chefes do Hamas, onde quer que eles estejam”, disse Benjamin Netanyahu numa conferência de imprensa em novembro. E se alguns, como Mohammad Deif, estão na Faixa de Gaza, outros, como Saleh al-Arouri, estão em países estrangeiros. O que implica, obviamente, o envolvimento da Mossad.
No início de dezembro, os media israelitas começaram a noticiar que o Shin Bet (as secretas internas) e a Mossad estão precisamente a criar uma unidade específica para apanhar líderes do Hamas como Yahya Sinwar e Khalid Mashal. Mashal é precisamente o homem que foi pulverizado na Jordânia, na operação que contámos no início deste texto, mas acabou por sobreviver — uma história que explicaremos mais em detalhe adiante.
Antes disso, é preciso explicar que unidade especial é esta. Chamaram-lhe NILI, um acrónimo em hebraico da frase bíblica “Netzah Yisrael Lo Yeshaker”, que pode ser traduzida por “Aquele que é a Glória de Israel não mente”. O nome tem particular significado por ser o mesmo que de uma rede de espionagem judaica que apoiou o Reino Unido na luta contra o Império Otomano na Palestina durante a I Guerra Mundial.
Para Ahron Bregman, o objetivo da criação da NILI é claro: “Acumular pequenas vitórias”, diz, numa altura em que a guerra na Faixa de Gaza parece não estar a correr tão bem a Israel. “Assassinar líderes do Hamas é uma pequena vitória que pode servir para aumentar o moral em Israel e dizer aos israelitas ‘Vejam, estamos a conseguir qualquer coisa.’”
A primeira parece ser o assassinato de Al-Arouri que, para Bregman, parece ter sido o resultado de uma operação conjunta entre a Mossad — que terá recolhido a informação sobre o paradeiro e rotinas do operativo do Hamas — e o Exército.
Segundo o jornal Haaretz, na reunião em que a unidade foi anunciada, o diretor da Agência de Segurança de Israel, Ronen Bar, disse o seguinte: “O governo estabeleceu um objetivo para nós. Para o traduzir em linguagem coloquial, é eliminar o Hamas e estamos determinados em fazê-lo. Esta é a nossa Munique.”
1972, Munique. Tudo começou com a “Ira de Deus”
A expressão “a nossa Munique” é nada mais nada menos do que uma referência à operação conduzida pela Mossad após o ataque terrorista da organização Setembro Negro nos Jogos Olímpicos de Munique de 1972, em que 11 atletas e treinadores israelitas morreram. Na sequência do massacre, a primeira-ministra Golda Meir deixou uma promessa no parlamento: “Em qualquer lugar onde esteja a ser feito um plano, onde estejam a preparar o assassinato de judeus e de israelitas, é onde os vamos atacar.”
Aquilo que se seguiu foi a Operação “Ira de Deus”. Meir criou a chamada Comissão X, composta por políticos e agentes dos serviços de informação, que decidiu assassinar todos os membros da Setembro Negro envolvidos no massacre de Munique. A Mossad encabeçou o projeto, muito diferente da maioria das operações que tinha realizado até ali, como o rapto do nazi Adolf Eichmann na Argentina — que foi levado para Israel para ser julgado. Agora, tratava-se de assassinar diretamente os responsáveis. “Foi uma mudança na forma de funcionar da Mossad, uma transição de organização focada na recolha de informações para uma que executava operações no exterior”, resumiu ao site Israel Defense o historiador Michael Bar-Zohar.
O primeiro assassinato foi o de Wael Zwaiter, morto a tiro na entrada do prédio onde vivia em Roma. Seguiram-se homicídios em França, no Chipre, no Líbano e na Grécia. A Mossad especializou-se no método dos assassinatos seletivos e a lenda à sua volta — alimentada na ficção por obras como o filme Munique, de Steven Spielberg — cresceu.
Oficialmente, a agência nunca confirma esta política, mas não há dúvidas de que ela existe. Meir Amit, diretor da Mossad na década de 1960, estabeleceu as regras orientadoras: “Não haverá assassinatos de líderes políticos, independentemente de quão radicais eles forem. Deve lidar-se com eles de forma política. Não haverá assassinatos da família de um terrorista, a não ser que eles estejam diretamente implicados em terrorismo. Cada execução deve ser sancionada pelo primeiro-ministro incumbente. Qualquer execução é, assim, patrocinada pelo Estado, a sanção judicial suprema do Direito. O executante é igual a um carrasco nomeado pelo Estado ou qualquer outro que leve a cabo uma execução legal.”
Cada ordem de assassinato dada por um primeiro-ministro à Mossad tem o nome de código “Página Vermelha”. E, como lembra a Der Spiegel, não tem de ser executada de imediato, cabendo à Mossad decidir qual o melhor momento para a executar. Mantém-se válida até ser expressamente cancelada pelo líder do governo.
A Mossad está dividida em vários departamentos. Aquele que supervisiona os assassinatos seletivos é a Cesareia, responsável por todas as operações secretas. A unidade que executa as operações é a Kidon (“Baioneta” em hebraico). A Cesareia funciona quase como uma agência à parte, explica Ronen Bergman: os seus agentes, diz o jornalista, “quase não interagem com os outros operativos e mantêm-se longe da sede da Mossad, no norte de Telavive, treinando antes num local separado aonde mais ninguém da agência tem acesso”. Em tempos, um dos antigos agentes da unidade disse ao jornalista: “Se a Mossad é o templo da comunidade das secretas de Israel, então a Cesareia é o Santo dos Santos [o tabernáculo que contém a Arca da Aliança]”.
Lillehammer e Amã, os falhanços da Mossad
Apesar dessa especialização, os erros acontecem. E a Operação “Ira de Deus” incluiu um dos maiores descalabros da história da Mossad, na pequena cidade norueguesa de Lillehammer, onde ninguém era assassinado há 40 anos.
Em 1973, a equipa da Mossad no local seguia um suspeito, que pensava ser o chamado “Príncipe Vermelho” — Ali Hassan Salameh, um dos principais líderes da Setembro Negro e estratega do ataque em Munique. Às 22h30 daquela noite de verão, em julho, os agentes seguiram o suspeito com uma mulher, grávida, à saída de um cinema. Um deles disparou sobre o homem, matando-o. Só que a vítima não era Salameh: era Ahmed Bouchiki, um empregado de mesa marroquino que não tinha qualquer relação com a Setembro Negro.
Seis membros da unidade da Mossad foram detidos e acabaram por confessar o que se tinha passado, expondo toda a Operação “Ira de Deus” e os métodos da Mossad. Apesar de os principais responsáveis da agência terem apresentado a demissão, Golda Meir não a aceitou. E, anos depois, o chefe da Mossad à altura, Zvi Zamir, dizia não ter arrependimentos: “Nenhum de nós tinha capacidade para só tomar decisões certas. A identificação errada de um alvo não é um falhanço, é um erro”, afirmou.
O caso, porém, foi “um desastre”, diz Ahron Bregman. “De tal forma que muitas das operações que estavam planeadas para a Europa foram canceladas, porque os detidos na Noruega revelaram todas as informações que tinham.”
Mas Lillehammer não foi o único embaraço público da Mossad. E é aqui que entra Khalid Mashal, o homem que foi pulverizado com um veneno nas ruas de Amã, na Jordânia.
“Os telefonemas que os homens da Baioneta detidos fizeram destinaram-se obviamente aos seus colegas de equipa da Mossad. Um deles, uma operacional, dirigiu-se de imediato ao InterContinental para informar Ben-David, que estava sentado, de fato de banho, à beira da magnífica piscina, no vasto pátio do hotel, lendo À espera no Centeio, de Salinger: ‘Pelo seu rosto, apercebi-me de que havia algo muito errado’, disse. ‘Trocámos algumas palavras e compreendi que ocorrera um grave incidente’”.
Foi assim que Ben-David recordou ao jornalista Ronen Bergman o momento em que percebeu que aquela operação tinha corrido mal. É que no momento em que o agente pulverizou a substância sobre Mashal, a filha deste apareceu a correr em direção ao pai e o agente que estava a abrir a lata de Coca-cola afastou-se do alvo. Quando o membro do Hamas se virou, percebeu de onde vinha o som e começou a correr. Os dois agentes foram detidos. E, quando Mashal perdeu os sentidos e foi levado para o hospital, rapidamente as autoridades da Jordânia perceberam que algo de estranho se passava.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ligou de imediato ao chefe de Estado da Jordânia, o Rei Hussein, com quem desejava manter as boas relações afirmadas no tratado de paz recentemente assinado pelos dois países “Temos um problema”, disse-lhe.
Hussein ficou furioso com a ideia de agentes da Mossad estarem a levar a cabo uma tentativa de assassinato no seu país. Envolveu o Presidente norte-americano, Bill Clinton. Este pressionou Netanyahu a aceder aos desejos de Hussein: entregar de imediato o antídoto que salvaria a vida de Khalid Mashal. E mais: para garantir que os seus agentes seriam libertados e poderiam regressar a Israel, teve também de concordar com a libertação de 20 prisioneiros do Hamas, incluindo o líder espiritual, o xeque Ahmed Yassin, que foi recebido em Gaza como um herói.
“Foi uma humilhação terrível para Netanyahu. Ser obrigado a salvar a pessoa que se tentou matar e, a somar-se a isso, ser obrigado a libertar alguém que se tornou líder do Hamas em Gaza. Foi um falhanço terrível”, nota Ahron Bregman. “Por isso, acho que agora há um elemento pessoal aqui que faz com que ele queira matar Mashal.” O problema para Netanyahu é que, apesar de toda a experiência da “Baioneta”, não é assim tão fácil.
A eficácia dos assassinatos seletivos: pura “vingança” ou “matar o condutor”?
Benjamin Netanyahu não tem a experiência neste tipo de operações de que alguns antecessores gozavam.
O primeiro-ministro Menachem Begin fez parte da organização paramilitar Irgun ainda durante o mandato britânico da Palestina. Yitzhak Shamir foi agente da Mossad, onde participou em operações para matar cientistas alemães que estavam a ajudar o Egipto a construir rockets. Como comando militar, Ehud Barak fez parte de uma das operações “Ira de Deus”, vestindo-se de mulher para se aproximar de militantes palestinianos em Beirute e assassinando-os.
Apesar disso, o professor Bergman diz que o atual primeiro-ministro não deve ser subestimado. “Netanyahu pode não ter um grande passado na área da segurança, mas é primeiro-ministro há muitos, muitos anos”, avisa, apontando para o total de 16 anos no cargo, em diferentes mandatos. “Era ele quem mandava quando foram feitas as operações para matar cientistas iranianos. Isto não é uma estreia para ele.”
As mortes de cientistas a que Bregman se refere foi uma série de operações conduzidas pela Mossad desde 2007, em que vários cientistas que trabalhavam em projetos nucleares no país foram assassinados pela Cesareia em solo iraniano. Uma operação que a Mossad considera ter surtido efeito: “A Mossad estava a dizer-lhes: ‘Fiquem nas vossas salas de aula. Façam o vosso trabalho académico. Publiquem investigações. Aproveitem a vida universitária. Mas não ajudem o Irão a tornar-se [num Estado] nuclear’”, resumiu o jornalista Dan Raviv no livro Mossad: Espiões Contra o Armagedão (ed. Marcador).
Nem todos, porém, consideram que este tipo de operações é assim tão eficaz. Yossi Melman, jornalista do Haaretz especializado nas secretas, diz que os espiões do país estão “apaixonados” pelos os assassinatos seletivos por razões emocionais: “Sentem-se envergonhados, humilhados e querem redimir-se”, disse ao The Guardian.
O investigador Ahron Bregman assina por baixo. “Os israelitas não admitem isto, mas há aqui um elemento de vingança”, diz ao Observador. “Foi assim com Munique e é o mesmo agora com o 7 de outubro. Mas, a longo prazo, isto não muda o rumo das coisas. Há sempre um sucessor — e às vezes melhor do que aquele que foi assassinado”, frisa, dando o exemplo de Abbas al-Musawi, líder do Hezbollah morto por Israel em 1992, que foi substituído por um líder “muito melhor”, o atual Hassan Nasrallah.
É uma tática que apenas funciona a curto prazo, defende. “Matar um líder é um sucesso tático. Mas não vai alterar o rumo do conflito israelo-palestiniano. Não vai.” Alguns creem que a estratégia é mantida apenas por um sentimento de húbris: “Adoro Israel e os israelitas, mas o problema deles é que desqualificam sempre toda a gente — os árabes, os iranianos, o Hamas. São sempre os mais espertos e acham que conseguem enganar toda a gente”, confessou um antigo líder dos serviços de informações da Alemanha a Ronen Bergman.
A Mossad, porém, mantém-se firme na convicção de que a estratégia resulta. “É verdade que todos podem ser substituídos, mas existe uma diferença entre um substituto com coragem e uma personagem sem energia”, disse o antigo chefe da agência, Meir Dagan, a Bergman. “Por vezes é mais eficaz matar o condutor, mais nada.”
Uma operação que pode durar 20 anos
A atual operação da NILI para eliminar os líderes do Hamas enfrenta ainda mais um obstáculo: a localização dos alvos.
“Há líderes como Yahya Sinwar e Mohammed Deif que estão na Faixa da Gaza. Portanto, se tiverem informações sobre eles e os conseguirem assassinar, é tudo relativamente fácil, porque não haverá uma crise diplomática com o país onde eles se encontram. Mas para matar alguém como Ismail Haniya, que está no Qatar, é muito mais complicado”, afirma Ahron Bregman. Com o país do Golfo a moderar atualmente um possível acordo de libertação dos reféns, essa iniciativa cairia por terra de imediato. E quem sabe que outro tipo de relações poderia ser posta em causa.
Mesmo que os membros do Hamas saiam do Qatar e viajem para outros países, a questão volta a colocar-se. Qualquer assassinato em locais como o Bahrain, a Arábia Saudita ou o Egipto colocaria as relações relativamente estáveis que mantêm atualmente com Israel em xeque. A Turquia, por exemplo, já avisou que não tolerará qualquer operação desse tipo no seu território. “Perseguir o Hamas a uma escala global e tentar remover sistematicamente todos os seus líderes deste mundo é um desejo de obter vingança, não é um objetivo estratégico”, alertou o antigo diretor da Mossad, Efraim Halevy, num artigo do Wall Street Journal.
Bergman concorda. Diz que, por essa razão, a campanha da NILI que se avizinha poderá demorar muitos anos, à medida que a Mossad espera pacientemente que os alvos possam ser abatidos nos locais mais convenientes: “A Operação ‘Ira de Deus’ demorou 20 anos. Esta também vai demorar muito.”
Nada que pareça demover a Mossad, como resumiu o antigo agente Avner Avraham. “É uma estratégia útil? É. É eficaz? É”, afirmou. “Depois de Munique, um dos alvos foi morto ao fim de 20 anos. Israel tem uma memória muito longa.”