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AFP/Getty Images

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"Ainda temos empregos, são é empregos diferentes"

Em entrevista ao Observador, os economistas David Autor e Anna Salomons dizem que os robôs não nos roubaram empregos, mas quem tem menos qualificações está cada vez pior e deve ser apoiado.

Desde que o homem inventou a máquina que o medo de que os robôs tomem conta do mercado de trabalho assusta trabalhadores por todo o mundo. Numa era em que cada vez mais funções estão a ser desempenhadas por máquinas, computadores e inteligências artificiais, em que as populações das zonas industriais se queixam de terem sido esquecidas e em que os políticos populistas usam a frustração destas populações, dois economistas decidiram ver se este discurso bate certo com a realidade.

David Autor, economista do MIT e um dos maiores especialistas em emprego, e Anna Salomons, economista da Universidade de Utrecht e que muito se tem dedicado a esta tema, apresentaram na semana passada as suas conclusões no Fórum do Banco Central Europeu em Sintra. O resultado? Há mais emprego que antes de toda esta inovação. Mas o emprego é diferente, o mercado de trabalho está polarizado e quem tem menos qualificações tem cada vez menos oportunidades ou empregos piores.

Os dois economistas falaram com o Observador em Sintra para explicar as conclusões a que chegaram e para oferecer algumas soluções para estes problemas.

Devemos preocupar-nos que as máquinas fiquem com os nossos empregos?
David Autor: O que o nosso artigo explica é que o aumento da produtividade é, normalmente, uma coisa boa e que, como ponto de partida, devemos reconhecer que queremos mais e não menos. É possível que também tenha causado deslocalização [de emprego] e as nossas conclusões apontam para isso. Nas indústrias que se tornam mais produtivas há uma queda no emprego. Olhando individualmente para isto diríamos “uau, estão a trazer robôs para o meu trabalho e os trabalhadores estão a desaparecer”. É disruptivo e percebo porque as pessoas sentem que é uma coisa má. Mas, como muitas coisas em economia, o que é verdade a nível individual, é o contrário ao nível agregado.

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A produtividade reduz emprego no setor onde o aumento da produtividade acontece, mas gera riqueza, que aumenta o rendimento de quem consome, que aumenta a procura de bens de outros setores. E também, claro, as indústrias estão ligadas, o que quer dizer que se a produtividade aumentar no setor automóvel, podem começar a empregar menos pessoas, mas também a comprar mais pneus, ou começam a comprar mais componentes para os sistemas de som dos carros, isso também afeta a procura. A nossa conclusão não é que não há nada com que nos preocuparmos, de todo…

Anna Salomons: É a ideia de desaparecimento de empregos em massa, que tem contribuído para nos distrair daquilo em que nos devíamos focar, que é a relocalização e esse tipo de ajustamentos. Funciona como distração para aquilo que entendemos que tem sido o foco errado desta questão.

"A ideia de desaparecimento de empregos em massa tem contribuído para nos distrair daquilo em que nos devíamos focar que é a relocalização. Está a funcionar como distração para aquilo que entendemos que tem sido o foco errado desta questão" -- Anna Salomons

Mas mesmo os setores de maior aumento de produtividade estão a abrandar…
David Autor: A indústria teve um enorme crescimento da produtividade e tem uma muito menor percentagem de empregos na maioria dos países desenvolvidos do que no final da Segunda Guerra Mundial. Parte deve-se à deslocalização destas indústrias para a Ásia, mas o emprego nestas indústrias também está a diminuir na China, por exemplo. Uma parte importante também é a industrialização: à medida que a tecnologia tem melhorado, a quota parte gasta em salários tem caído.

Anna Salomons: Outra forma de ver a questão é: se não tivesse havido qualquer aumento de produtividade desde 1900 ainda estaríamos todos a trabalhar na agricultura, certo? Nós ainda temos empregos, são é empregos diferentes.

E como nos adaptamos a estas mudanças?
David Autor: Esse é, sem dúvida, o grande desafio. O que a nossa análise sublinha é que os setores que estão a contrair são aqueles que funcionam à base de trabalho não qualificado, o setor primário e a indústria. Os que estão a crescer são os que tipicamente trabalham com pessoas com mais qualificações. Esse processo desequilibrado de crescimento mudou a procura de uma forma que não é favorável aos trabalhadores menos qualificados. Não se trata do número de empregos, mas sim do tipo de empregos disponíveis e das qualificações dos trabalhadores. Esse é um problema muito grande.

Há muitas pessoas com menos qualificações a ficarem para trás. Como se resolve este problema?
Anna Salomons: Antes de mais, o crescimento faz subir todos os rendimentos, por isso, o que queremos ter é crescimento da produtividade e o rendimento disponível a aumentar, que deixa todos melhor. Essa é a principal razão para querermos aumentar a produtividade, certo? Para nos deixar mais ricos. Depois, claro, há um papel importante reservado para as políticas públicas, como o salário mínimo e a redistribuição. Este tipo de medidas é crucial para garantir que existe uma distribuição equitativa dos ganhos. Há também quem defenda formas diferentes de redistribuir, como uma espécie de programa de propriedade, se estivermos a falar de robôs especificamente. Richard Freeman, da Universidade de Harvard, defende que quem trabalha nestas empresas devia ser dona de parte dos meios de produção para que pudessem colher os benefícios destes aumentos de produtividade.

"Há um papel importante reservado para as políticas públicas, como o salário mínimo e a redistribuição. Este tipo de medidas é crucial para garantir que existe uma distribuição equitativa dos ganhos" -- Anna Salomons

David Autor: É um desafio real e que todos os países industrializados estão a enfrentar. As oportunidades nunca foram tão boas para adultos com mais qualificações, pessoas com especialidades, criatividade e talento, mas é um mundo cada vez pior para as pessoas que só têm competências básicas. A situação provavelmente não vai melhorar por si só. Há coisas que podem ajudar. Uma delas é o crescimento acelerar, o que ajuda toda a gente. Se a produtividade crescesse, mais rapidamente criaria mais riqueza, que por sua vez cria mais procura e, independentemente do que as pessoas fazem, os salários tendem a aumentar. Os salários vão aumentar na restauração, apesar de a produção desses trabalhadores não estar a aumentar, porque os clientes estão dispostos a pagar mais.

Uma segunda hipótese, e no longo prazo a mais importante, é a educação. Se tivéssemos a mesma força de trabalho que tínhamos no século XX, muitas pessoas teriam dificuldade em encontrar emprego, porque não teriam as qualificações necessárias. Não só educação superior, mas também ensino vocacional, que tem sido eficaz em países como a Suécia, Alemanha, Áustria e Suíça, países que investem de forma robusta em formação profissional básica, em pessoas que fazem reparações ou que trabalham em logística, por exemplo.

E alguma destas medidas teria impacto no curto prazo?
David Autor: Nada disto tem impacto imediato. O crescimento é a única coisa que tem impacto no imediato, mas, claro, não sabemos como conseguir crescimento. Se conseguíssemos, tudo seria melhor da noite para o dia. Resolveria tantos problemas de uma só vez, até porque também aumenta as receitas fiscais. Todos os problemas que enfrentamos sobre a limitação de recursos tornam-se menos problemáticos quando os recursos estão a crescer.

Anna Salomon: Sabemos que a aposta nas qualificações é um grande investimento, porque sabemos que as pessoas que têm mais deste tipo de qualificações básicas conseguem adaptar-se às mudanças do mercado de trabalho. Podemos treiná-los, mesmo que daqui a dez, quinze anos precisem de fazer outra coisa, porque têm um conjunto de competências a partir do qual podem desenvolver outras, e assim são mais capazes de se adaptar.

Era por isso que dizia que a educação precisa de criar pessoas mais adaptáveis?
David Autor: Essa é a mais fundamental das capacidades do ser humano: a capacidade de nos adaptarmos, de nos depararmos com uma situação para a qual não fomos programados e saber qual é a coisa certa a fazer. Vemos o mercado de trabalho a recompensar cada vez mais as pessoas, não por saberem cálculo, mas por terem capacidades pessoais e interpessoais para trabalhar numa equipa, para liderar pessoas, para pensar de forma criativa e flexível sobre novos problemas. Há quem imagine que no seu mundo focado no ensino de um currículo STEM [à base de ciência, tecnologia, engenharia e matemática] que quem vai mandar no mundo serão os tecnocratas, mas não, o mundo é liderado por atores…e charlatães [risos].

David Autor, apresenta o artigo na conferência do BCE em Sintra.

Sintra 2017

Isso é uma referência a Donald Trump?
David Autor: Essa é uma conclusão a que tu é que tens de chegar… Mas são fakenews. [risos]

Falou também da questão da concentração e do impacto das super empresas. Que impacto estão a ter no emprego?
David Autor: As grandes empresas são sempre mais centradas no fator capital do que no fator trabalho. As pequenas empresas tendem a ter muitos trabalhadores para o nível de investimento que têm e as empresas maiores são o contrário. O que parece é que, em vez de o nível de emprego destas empresas estar a descer, o nível de produção está a aumentar. Como são mais produtivas, estão a ter uma maior parte de todas as vendas, do valor acrescentado. Uma consequência mecânica é que a percentagem de despesa dessas empresas com salários está a cair, mas como esta situação vai evoluir ao longo do tempo, não sabemos. Estando bem, estas empresas ganham vantagem, porque são mais produtivas. À primeira vista é uma coisa boa, mas se ganharem demasiado poder no mercado, podem começar a pensar que não precisam de investir, porque já estão na frente, e guardar o dinheiro em vez de investir, focando-se em impedir a entrada de outras empresas no mercado…

Como a Apple nesta altura?
David Autor: Precisamente.

Anna Salomon: Sabemos que o papel das empresas na desigualdade tem vindo a aumentar ao longo do tempo. Agora, importa mais a empresa em que se trabalha. Mesmo que tenhamos o mesmo emprego, há uma grande diferença [em termos salariais] se trabalhar numa dessas empresas mais produtivas. Esta é parte da razão pela qual a desigualdade está a aumentar e pode ser importante perceber o que se passa.

Como poderíamos gerir o impacto destas super empresas na desigualdade e no emprego? Mais regulação?
David Autor: A política fiscal seria uma melhor forma de o fazer, em vez de regulação propriamente dita. Ainda é cedo para decidir, porque não conhecemos as razões. O que Thomas Philippon defendeu foi que isto se deve às diferenças de regulação entre os EUA e a Europa, mas há estudos que argumentam que isto está a acontecer em muitos países simultaneamente, países com diferentes tipos de regulação. A ser verdade, é improvável que se trate apenas de uma questão de regulação. É muito importante diagnosticar o problema antes de o tratar. Se for mesmo um problema económico profundo, com vida própria, então a resposta é difícil. Se for só uma distorção, então podemos aprovar uma lei. Agora, se for uma dinâmica natural económica então há um trade-off em fazer isto. Se as empresas são economicamente eficientes e se a sua liderança do mercado é merecida não queremos dizer só “ah, vocês são bons demais”. As alternativas são taxar os lucros e redistribuir. Podemos dar mais incentivos às empresas para reinvestir em vez de guardar dinheiro. Mas não é, certamente, um problema simples.

Anna Salomon: Não queremos que as pessoas usem o motor de busca do Yahoo se eles preferem usar o do Google, certo?

Anna Salomons, ao meio, durante a Fórum do Banco Central Europeu em Sintra, que decorreu entre 26 e 28 de junho.

E como se ajudariam os “perdedores” destes avanços tecnológicos?
David Autor: No longo prazo, a educação é o mais importante e não apenas para os adultos que ficaram sem emprego. Temos de nos concentrar na próxima geração. Temos de garantir que estarão preparados, porque são eles que vão estar no centro dessas oportunidades.

Temos de mudar a forma como ensinamos, o que ensinamos?
David Autor: Penso que essas coisas podem ser acrescentadas. Não acho que tenhamos de deitar fora o que temos vindo a fazer. Continuo a acreditar que haverá sempre procura para pessoas que têm capacidades analíticas. O que é importante não é se somos capazes de fazer contas de cabeça, mas se conseguimos pensar, pessoas que têm conhecimento de História, que sabem falar bem, apresentar… As competências fundamentais como ler, escrever, a matemática e o pensamento científico e analítico são mais importantes que nunca. O que se diz agora é que toda a gente devia perder tempo a aprender a programar. Acho que isso não é correto, de todo.

Alguns participantes diziam-me que o vosso trabalho é um pouco otimista. O que responde a essas críticas?
Anna Salomon: Não nos dizem isso na cara, só nas nossas costas (risos).

David Autor: Quem são essas pessoas? Quero nomes (risos).

Não acham que estão a ser um pouco otimistas sobre o impacto da tecnologia no mercado de trabalho?
David Autor: Eu diria que são pessimistas.

Anna Salomon: A nossa mensagem não é que não precisamos de nos preocupar, mas sim que o cenário apocalítico de Robocalypse não é a questão em que nos devíamos estar a concentrar. Na verdade, acaba por desviar a atenção dos verdadeiros problemas. Estão preocupados que os empregos vão desaparecer, mas não é provável que aconteça. Não podemos prever o futuro, mas para já não parece estar a acontecer e há razões económicas claras para isso não acontecer: é devido à resposta do consumo e aos empregos que estão a ser criados noutros sítios da economia. O que nós dizemos é que não é nisso que deviam concentrar o seu pânico, mas sim nestes efeitos redistributivos que estão a acontecer e que devem continuar a acontecer no futuro.

Quão profundo é o impacto nos setores mais afetados por estas mudanças?
David Autor: Os maiores impactos têm sido na redução de oportunidades nos cargos de produção, operacionais e administrativos. O mercado de trabalho está cada vez mais polarizado devido ao aumento das profissões para pessoas com mais qualificações e esse é um problema muito sério, porque muitos dos empregos que têm sido criados são uma porcaria, sem grande segurança económica e grande rotatividade. Frequentemente, há quem ache que se as máquinas fizerem mais trabalho, as pessoas tem menos trabalho. Mas isso não tem sido verdade nos últimos 200 anos. Estamos no ponto da história de maior desenvolvimento tecnológico e aumento da produtividade, e há economias perto do pleno emprego, mas o resultado são vidas muito melhores. Temos padrões de vida mais altos, empregos mais estáveis e interessantes, muitos deles dentro de portas. Tem sido maioritariamente bom.

"O mercado de trabalho está cada vez mais polarizado, devido ao aumento das profissões para pessoas com mais qualificações e esse é um problema muito sério, porque muitos dos empregos que têm sido criados são uma porcaria, sem grande segurança económica, e grande rotatividade. Frequentemente, há quem ache que se as máquinas fizeram mais trabalho, as pessoas tem menos trabalho. Mas isso não tem sido verdade nos últimos 200 anos" -- David Autor

Anna Salomon: É irónico. Por um lado, temos os pessimistas a dizer que não há crescimento suficiente da produtividade e que isso vai criar grandes problemas, vamos entrar em estagnação. Depois, os defensores do Robocalypse, que dizem que temos tanto crescimento de produtividade que vamos ficar todos sem emprego.

Vocês estão no meio?
Anna Salomon: Não podem estar os dois certos, essa é a primeira parte da boa notícia. A segunda é que podem estar os dois errados. A mensagem do nosso artigo não é “não se preocupem, a situação resolve-se sozinha”. Haverá empregos, mas os empregos que existirão podem não ser os que combinam com o tipo de qualificações que as pessoas têm. Não nos devíamos focar na quantidade, devíamos focar-nos na qualidade e de onde surgirão essas oportunidades.

Há algum país que se tenha adaptado bem a este problema?
Anna Salomon: Historicamente temo-nos adaptado a esta questão bastante bem.

David Autor: Em termos contemporâneos, diria que a Alemanha, a Suíça, que tem uma taxa de desemprego de 1% e uma grande participação, a Noruega… uma grande parte da Europa do Norte parece estar em boa posição. Nos Estados Unidos é um pesadelo de falta de regulação e de liberdade… [risos]

Anna Salomon: É, o mau tempo que temos resolve todos os nossos problemas… [risos]

David Autor: Muitos dos Estados sociais e dos Estados germânicos funcionam relativamente bem. Conseguem manter uma grande participação da força de trabalho — nem toda a gente está a trabalhar 4000 horas por ano mas por escolha própria —, têm usado o desenvolvimento tecnológico e conseguem partilhar a prosperidade. Os problemas que enfrentamos nos Estados Unidos, e em grande parte da Europa continental, não é um problema de riqueza em si, mas de distribuição de rendimento. E depois, claro, de baixo crescimento da produtividade, que torna tudo pior.

Como se aumenta a produtividade?
David Autor: Educação, boas instituições, tecnologia. Há muitas coisas que podem ser feitas.

Se mandassem num país como Portugal, o que fariam?
Anna Salomon: Tenho de ser mesmo eu a responder a esta? [risos] Penso que muitos dos problemas da Europa foram agravados pela austeridade. A austeridade tornou a situação muito pior do que teria de ser. Muitas pessoas sofreram desnecessariamente. A maior parte dos países europeus está a fazer algum tipo de reformas laborais para facilitar a contratação pelas empresas, mas isso não devia acontecer à custa da qualidade dos empregos. Têm de pensar em outras formas de manter Estados sociais valiosos.

"Muitos dos problemas da Europa foram agravados pela austeridade. A austeridade tornou a situação muito pior do que teria de ser. Muitas pessoas sofreram desnecessariamente. A maior parte dos países europeus está a fazer algum tipo de reformas laborais para tornar facilitar a contratação pelas empresas, mas isso não devia acontecer à custa da qualidade dos empregos" -- Anna Salomons

David Autor: É difícil encontrar exemplos onde reformas do mercado de trabalho tenham tornado as economias incrivelmente dinâmicas. O exemplo mais próximo que encontramos são as reformas Hartz na Alemanha (implementadas entre 2003 e 2005).

Anna Salomon: E mesmo essas tiveram custos.

David Autor: A vantagem para um país como Portugal é que, não estando na vanguarda, quer dizer que tem mais produtividade para recuperar. Como lá chegar? É um problema complicado. É preciso atrair investimento estrangeiro, garantir que as instituições estão a funcionar de forma correta, e não falo apenas do mercado de trabalho, mas da falta de corrupção, educação superior, infraestruturas, o uso dos tribunais, a lei dos contratos, a política fiscal, e depois, sim, ver o que é que este país faz bem em comparação com os outros. Imagino que uma parte seja turismo, mas não pode ser tudo turismo.

Nesta altura é uma parte importante..
David Autor: Ótimo. Tornem este país ainda mais bonito.

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