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Western Digital CIO Steven Phillpott (left) speaks with CEO Andy Jassy (middle) and VMware CEO Parick P. Gelsinger (right) during a press conference announcing  Amazon's cloud service, AWS, partnering with VMware Cloud creating a new integrated cloud serv
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Andy Jassy era presidente executivo da Amazon Web Services antes de substituir Jeff Bezos como líder da Amazon

San Francisco Chronicle via Gett

Andy Jassy era presidente executivo da Amazon Web Services antes de substituir Jeff Bezos como líder da Amazon

San Francisco Chronicle via Gett

Andy Jassy. Quem é o homem que substituiu Jeff Bezos na liderança da Amazon?

Apaixonado por música, um dos criadores e líderes do negócio de serviços na Cloud e uma "sombra" de Bezos (que conheceu porque lhe bateu com um remo). Quem é Andy Jassy, o novo líder da Amazon.

Andy Jassy, o homem que substituiu Jeff Bezos como presidente executivo (CEO) da Amazon, tornou-se CEO vindo da Cloud (nuvem, em português). O ex-responsável pelos serviços da Cloud da Amazon Web Services (AWS), um dos departamentos em que a Amazon tem mais apostado nos últimos anos, sobe agora ao quase topo da empresa. Porém, de Bezos, o homem mais rico do mundo, ouve-se muito. Já de Andy Jassy, nem tanto.

De vendedor de livros ao mais rico do mundo: o legado de Jeff Bezos

A ascensão de Jassy começou em 1997, quando bateu em Bezos com um remo durante um desporto inventado que se jogava na empresa, como relembra o The Guardian. Na altura, a Amazon ainda não era o gigante tecnológico de vendas online que hoje conhecemos. Tinha apenas três anos e era vista com uma startup de risco de venda de livros online. Mesmo assim, para Jassy, que tinha 30 anos na altura (agora tem 53), o primeiro embate com Bezos deixou uma marca para os anos que se seguiram.

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Bezos, que é quatro anos mais velho do que Jassy (tem 57 anos), reviu-se rapidamente no nova-iorquino que tinha contratado. Como Bezos, Jassy é também extremamente competitivo. Por ter caído nas boas graças do então CEO da Amazon foi sendo promovido, tendo, inclusive, sido assistente direto de Bezos. Essa proximidade com o líder da Amazon valeu-lhe uma entrada na casa do milionário. Em 2003, numa troca de ideias sobre a empresa (um brainstorming, em inglês) na sala de estar de Bezos, criam a ideia daquilo que viria a ser a AWS, como conta o The Wall Street Journal.

Andy Jassy entrou na Amazon em 1997, quando a empresa ainda só vendia livros pela internet

Entre 2003 e 2006, o trabalho principal de Jassy foi o de criar a AWS. A ideia era simples: Jassy, juntamente com outros funcionários da empresa que estavam nesse brainstorming, quis que a infraestrutura que mantinha a Amazon online fosse também utilizada para que outras empresas construíssem, à distância, as suas plataformas. Em 2006, a AWS foi lançada. Foi um tiro certeiro. Atualmente, é um dos principais fornecedores de serviços na Cloud do mundo, e Jassy tem tido, desde então, posições de topo nesse departamento.

Porém, desde 1997 que Jassy não teve só influência no negócio da Cloud da Amazon. Foi também o responsável pela entrada da empresa no mundo na indústria da música e, antes de 2003, teve a ideia para uma das principais alterações da Amazon, quando sugeriu a Jeff Bezos que a empresa passasse de vender apenas livros a vender também Cd e Dvd. Foi outra ideia que mudou o rumo da Amazon. Afinal, atualmente, a pergunta que se faz é: o que é que a Amazon não vende?

Mesmo com esta ascensão, Jassy vai continuar a olhar para cima, e não é apenas porque Bezos vai ao espaço no final do mês. Apesar de o antigo presidente executivo da Amazon ter deixado oficialmente o cargo na segunda-feira, Jeff Bezos passou a ser o presidente do conselho de administração da empresa. Independentemente disso, Jassy passará a ser um dos homens mais influentes na indústria tecnológica, e com desafios à altura dessa responsabilidade.

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Um líder que vai continuar à sombra de Jeff Bezos?

Com negócios multimilionários totalmente dependentes da Cloud, como a Netflix, que está alojada nos servidores da AWS, ou entidades estatais a precisarem cada vez mais de serviços na Cloud, a Amazon é cada vez mais requisitada. Não obstante, tem também mais concorrentes, principalmente o de outro gigante tecnológico, a Microsoft, com o Azure. Essa rivalidade fez com que, em 2019, Jassy fizesse um ataque direto a este concorrente de peso no negócio de serviços da Cloud: “Não estão priorizar o que é importante para vocês como clientes”.

Além disto, Jassy sobe a presidente executivo numa altura em que há cada vez mais trabalhadores da empresa a afirmarem que não têm os seus direitos protegidos. Ao The Guardian, Michael Pachter, um analista da Wedbush Securities, afirma que é por isso que, apesar de “Jassy ir coordenar as reuniões, qualquer coisa que exija uma decisão estratégica e muito dinheiro, vão levar isso para Bezos”.

Apesar de "Jassy ir coordenar as reuniões, qualquer coisa que exija uma decisão estratégica e muito dinheiro, vão levar isso para Bezos"

Como conta a Reuters, Jassy fez parte do percurso de uma empresa que viu as suas ações subirem do preço unitário de 1,5 dólares para passarem a valer mais de três mil e quinhentos. A AWS, enquanto foi liderada por Jassy, gerou vendas líquidas de 12,7 mil milhões de dólares só entre outubro e dezembro de 2020 e um lucro de 3,6 mil milhões, o equivalente a mais de metade do lucro operacional de todo o grupo Amazon. Atualmente, e muito graças à AWS, a Amazon vai a caminho de uma valorização de dois biliões de dólares, algo que só a Apple e a Microsoft conseguiram até agora.

Porém, com um grande valor, vem também uma grande responsabilidade: a Amazon tem enfrentado críticas de vários governos, incluindo os EUA, de que tem uma posição dominante no mercado e, por isso, pode vir a ser alvo de mais regulação, algo que Jassy vai ter de resolver.

“A falta de formação técnica não é um obstáculo para a liderança da Amazon Web Services”

Mesmo estando à sombra de Bezos, Jassy tem conseguido o seu lugar ao sol. Em 2016, Jassy foi eleito pelo Financial Times (FT) como “Person of the Year” (Pessoa do Ano). Segundo o jornal, o agora presidente executivo da Amazon mostra que “a falta de formação técnica não é um obstáculo para a liderança da Amazon Web Services”.

De acordo com o FT, é a visão de formação em gestão que o ajudou a chegar onde chegou. “Muitas empresas realmente procuram só negócios adjacentes ou que pareçam uma extensão de seus negócios atuais — o que, a propósito, é uma estratégia totalmente racional”, disse a esse jornal em 2016. Já a Amazon, “é diferente”, porque tenta entrar em inúmeros tipos de negócios “perguntando se pode fazer alguma coisa nova”. E adiantou: “Quando gostamos das respostas a todas essas perguntas, procuramos o negócio, mesmo que esse quase não tenha nada a ver com os outros negócios nos quais a Amazon atua”. Quando se juntou à empresa em 1997, disse que o fez porque sabia que esta “queria fazer mais do que vender livros”.

A Amazon, "é diferente", porque tenta entrar em inúmeros tipos de negócios "perguntando se pode fazer alguma coisa nova". E adiantou: "Quando gostamos das respostas a todas essas perguntas, procuramos o negócio"

A frase do Financial Times sobre a formação é uma referência direta aos estudos de Jassy. Apesar de estar à frente de uma gigante tecnológica, não tem nenhuma formação específica nas áreas de informática, como, por exemplo, Mark Zuckerberg, fundador e presidente executivo do Facebook, Satya Nadella, presidente executivo da Microsoft, ou Sundai Pichai, presidente executivo da Google. Tem sim um mestrado em Gestão e Administração (um “MBA”), pela Universidade de Harvard, e uma vontade grande de competir, “mas não de destruir a competição”, como conta a Fortune.

Pai de dois filhos que usa uma letra dos Foo Fighters para analogias de negócios

Andy Jassy nasceu em 1968 numa família judaica em Scarsdale, no estado de Nova Iorque, nos EUA. No mesmo ano em que entrou para a Amazon, casou com Elana Rochelle Caplan, como noticiou o The New York Times. Ao todo, o casal teve dois filhos. Atualmente, vive em Seatle, no estado de Washington, nos EUA, onde a Amazon tem a sua sede. E, à semelhança de Bezos, tem também as suas excentricidades, como uma paixão pela música que aplica aos negócios.

You need blind faith, but not false hope“, (É preciso fé cega, mas não de falsa esperança”, em português), é uma frase da música “Congregation”, da banda Foo Fighters, que, conta Jassy, “é aplicável a empresas”. Como relembra o GeekWire, o atual presidente executivo explicou exatamente isso numa entrevista em dezembro: “Sempre pensei que esta frase era aplicável a empresas e a qualquer novo projeto de empreendedorismo, ou seja, quando se está a tentar fazer algo realmente diferente e novo, que nem toda a gente a está fazer, meio que é preciso ter essa fé cega, e nem todos acreditam”. Contudo, “não se pode ter falsas esperanças – tem que se falar com pessoas para ter certeza de que não se está a ficar louco.”

[A música Congregation, que Jassy utilizou como exemplo de gestão]

Como refere esta publicação, esta frase é um “vislumbre” de quem é o novo líder da Amazon. Matt McIlwain, que conhece Jassy há 20 anos e é diretor administrativo do Madrona Venture Group, um fundo de capital de risco de Seattle, refere que o executivo “é o tipo de pessoa com quem qualquer pessoa adoraria apenas ir tomar uma cerveja e ter uma conversa muito confortável e descontraída”. Porém “também pode ser muito intenso e focado nas coisas pelas quais é apaixonado”, diz.

É este perfil, e percurso na Amazon, que fez de Jassy o “herdeiro aparente” de Bezos, como referiu a Fast Company. Logo em fevereiro, Jeff Bezos disse que seria este discípulo que lhe bateu com um remo na cabeça a ascender a CEO. Apesar de já estar responsável por grande parte do negócio da empresa, fica agora também a cargo da outra metade. Resta ver o que conseguirá fazer.

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