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As 19 descobertas científicas de 2019 que podem mudar o mundo

O ano 2019 foi marcado pela descoberta de novos planetas, cura para doenças, inteligência artificial em amadurecimento e edição genética. O mundo tal como o conhecíamos em 2018 mudou. Recorde porquê.

Do mundo atómico, biliões de biliões de vezes mais pequeno que um grão de areia, ao mundo astronómico, onde os grãos de areia somos nós. Entre as descobertas científicas conquistadas em 2019, encontrámos super-Terras que podem ter vida, cometas de outro mundo, doenças prestes a ter cura e a inteligência artificial a tornar-se cada vez mais sofisticada. Tudo isto pode mudar o mundo como o conhecemos já na próxima década.

A chegada ao mundo mais distante

A 1 de janeiro, a sonda espacial New Horizons da NASA sobrevoou o 486958 Arrokoth, um objeto da Cintura de Kuiper mais conhecido por Ultima Thule. Este foi o encontro mais distante da Terra entre uma sonda concebida pelo Homem e um corpo do Sistema Solar. E pode dar respostas sobre a origem e evolução do nosso sistema, uma vez que o Ultima Thule está praticamente imaculado desde a formação.

Ultima Thule.

NASA/Johns Hopkins Applied Physics Laboratory/Southwest Research Institute, National Optical Astronomy Observatory

Primeira sonda a aterrar no lado oculto da Lua

A 3 de janeiro, a China tornou-se no primeiro país a aterrar com sucesso um rover no lado oculto da Lua. Chang’e 4 é a segunda sonda do programa lunar chinês, que já tinha aterrado a Chang’e 3 na face visível no satélite natural da Terra. Vai estudar a composição química do lado oculto lunar, analisar os raios cósmicos, medir a temperatura da superfície da Lua e observar a coroa solar.

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Chang'e 4.

Administração Espacial Nacional da China

A segunda vez em que se conseguiu a remissão do VIH

A 5 de março, investigadores da Universidade de Cambridge e da Universidade de Oxford anunciaram ter provocado a remissão do vírus da imunodeficiência adquirida (VIH) tipo 1 — o mais comum e perigoso — num doente em Londres. É o segundo caso da História e surge 10 anos depois do primeiro, conhecido como Paciente de Berlim. Os dois foram tratados com transplantes de células estaminais portadoras de uma mutação que previne a expressão de um recetor do vírus.

Um VIH infeta um linfócito, células do sistema imunitário.

Smith Collection/Gado/Getty Images

A origem do Homo sapiens moderno

A 18 de março, uma equipa de investigadores liderada pela Universidade do Minho descobriu que o Homo sapiens moderno — a espécie a que a humanidade atual pertence — se desenvolveu na África do Sul há mais de 300 mil anos, viajou para a região oriental do continente africano há 60 mil anos e se espalhou pelo resto do mundo a partir daí. É o mapa do percurso humano mais completo e sustentado alguma vez concebido.

A evolução dos hominídeos.

DEA PICTURE LIBRARY/De Agostini via Getty Images

A primeira fotografia de um buraco negro

A 10 de abril, um grupo de astrónomos publicou a primeira imagem de um buraco negro, através das observações do Event Horizon Telescope — uma colaboração entre vários observatórios do mundo — ao centro da galáxia M87. A imagem mostra um anel brilhante formado quando o intenso campo gravítico curva a luz antes de ela ser engolida pelo buraco negro, 6,5 mil milhões de vezes mais maciço do que o Sol.

O buraco negro na galáxia M87.

EVENT HORIZON TELESCOPE/LUSA

Surto de doenças pulmonares associadas a e-cigarros

A 21 de abril, registou-se nos Estados Unidos o primeiro caso de uma doença pulmonar diretamente provocada pela utilização de cigarros eletrónicos. Desde então e até 17 de dezembro — data da última atualização do Centro de Controlo de Doenças — 2.506 pessoas foram hospitalizadas; destas, 54 morreram. Ainda não se sabe o que está a provocar estes problemas e, como tal, vários países estão a aconselhar que não se fumem cigarros eletrónicos ou tabaco aquecido até serem conhecidos os resultados de novos testes.

Cigarros eletrónicos.

John Keeble/Getty Images

Detetados os primeiros “martemotos”

A 23 de abril, a NASA anunciou que a sonda espacial InSight da NASA havia detetado atividade sísmica em Marte, sugerindo que o Planeta Vermelho é geologicamente mais ativo do que se julgava. O sismo detetado pela sonda corresponde a um abalo de magnitude 2,5 na escala de Richter. Mas em vez de ter sido provocado por placas tectónicas, como acontece na Terra, o “martemoto” — assim chamado pelos cientistas por oposição a “terramoto” — é causado pelo arrefecimento do planeta Marte.

A sonda InSight.

NASA/JPL-Caltech

Inteligência artificial vence humanos no poker

A 11 de julho, pela primeira vez na história da humanidade, um programa de inteligência artificial (IA) venceu um jogo de poker com seis jogadores — até ali só tinha vencido o Homem em jogos como o xadrez. Foi uma lição para os especialistas que diziam que a IA ainda não era capaz de ultrapassar obstáculos tão complexos como este. Meses depois, a 30 de outubro, o programa repetiu a proeza num jogo de StarCraft II.

Poker.

Frazer Harrison/Getty Images

O primeiro cometa interestelar no Sistema Solar

A 30 de agosto, o astrónomo amador russo Gennady Borisov observou o primeiro cometa interestelar a entrar no Sistema Solar. GB00234, rebatizado mais tarde para 2I/Borisov, é o segundo corpo celeste de fora do Sistema Solar a aproximar-se da Terra, a seguir a 1I/Oumuamua. É semelhante aos outros cometas do Sistema Solar, mas a velocidade demasiado grande e a  órbita excêntrica provam que 2I/Borisov vem de um mundo distante.

O cometa 2I/Borisov.

NASA, ESA, and D. Jewitt (UCLA)

Encontrado continente enterrado debaixo da Europa

A 6 de setembro, os geólogos franceses encontraram um continente com o tamanho da Gronelândia perdido debaixo do sul da Europa. O Grande Adria está enterrado há 140 milhões de anos. Os únicos sinais de que alguma vez existiu são umas rochas calcárias nas cadeias montanhosas europeias. Por ser feito de material muito mais denso que o continente euroasiático, o Grande Adria sucumbiu por baixo da Europa e começou a afundar-se pela astenosfera.

O mapa de Grande Adria.

VAN HINSBERGEN ET AL., GONDWANA RESEARCH (2019)

Um “embrião artificial” com células estaminais

A 11 de setembro, uma equipa de investigadores norte-americanos anunciou ter criado em laboratório uma estrutura semelhante a um embrião a partir de células estaminais humanas. São as primeiras a produzir células reprodutivas rudimentares e a passar por estágios que se assemelham a vários outros momentos do início do desenvolvimento humano. Pode ser uma alternativa menos controversa do que usar embriões que restaram de processos de fertilização in vitro para estudar problemas de fertilidade. Mas suscita um debate ético: parte da comunidade científica alega que, se esses estágios eram observáveis, então os embriões já eram considerados seres humanos.

Um embrião nos primeiros tempos de vida.

Dr Yorgos Nikas/SPL

A extinção dos dinossauros, hora a hora

A 24 de setembro, um estudo publicado na revista científica “Proceedings of the National Academy of Science” descreveu da forma mais detalhada de sempre o dia em que um meteorito desencadeou uma série de alterações na Terra que culminaram na extinção dos dinossauros não-avianos e na evolução dos mamíferos. O estudo permite completar a História da Terra, mas também aprender como enfrentar as alterações climáticas.

Porção sudoeste na cratera de impacto de Chicxulub, na Península de Yucatán.

NASA/JPL-Caltech

Mais um alerta para as alterações climáticas

A 25 de setembro, o Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC), criado pelas Nações Unidas, avisou que a velocidade da subida do nível da água do mar está neste momento no dobro da que foi registada no século XX, o que pode ter impacto na vida de pelo menos dois milhões de pessoas. E fenómenos naturais catastróficos que normalmente aconteciam uma vez por século vão passar a acontecer de dois em dois anos. A mudança é urgente.

Ilulisat, Gronelândia.

Getty Images

Mais planeta parecido com a Terra

A 01 de agosto, a agência espacial norte-americana NASA desvendou a descoberta de mais um planeta fora do Sistema Solar dentro da zona de habitabilidade da sua estrela. GJ 357 d está a 31 anos-luz da Terra na direção da constelação de Hydra e tem a massa de seis planetas como o nosso. É mais um na lista de corpos celestes que podem ter vida no universo. Este ano também se descobriu o Teegarden c, a 12 anos-luz.

Um exoplaneta.

NASA/ JPL-Caltech

Novo medicamento para a fibrose cística

A 21 de outubro, a Food and Drug Administration (FDA), que regula os medicamentos e produtos alimentares à venda nos Estados Unidos, aprovou em tempo recorde um medicamento revolucionário para a fibrose cística. Trikafta pode ser usado por qualquer paciente com pelo menos 12 anos e uma mutação do gene F508del — que é o caso de 90% da população de pacientes com esta doença pulmonar altamente dolorosa.

Ressonância magnética aos pulmões.

BSIP/Universal Images Group via Getty Images

Uma nova ferramenta de edição genética

A 21 de outubro, uma equipa de investigadores do Massachussets Institute of Technology (MIT) e da Universidade de Harvard disseram ter criado uma ferramenta de edição genética mais precisa e controlável do que o CRISPR-Cas9 — utilizado pelo cientista He Jiankui para editar embriões humanos, que depois foram implantados no útero de uma mulher. Segundo os cientistas, o “prime editing” pode ser usado em 90% das 75 mil mutações genéticas associadas a doenças que estão listadas na ClinVar, uma base de dados de variantes de ADN desenvolvida pelo sistema de saúde norte-americano.

Um procedimento com o CRISPR-Cas9

Gregor Fischer/picture alliance via Getty Images

A supremacia quântica da Google

A 23 de outubro, a Google publicou na revista científica Nature que tinha conquistado a supremacia quântica. Através de um processador chamado Sycamore, a empresa diz ter resolvido em três minutos um problema matemático que um super-computador demoraria 10 mil anos a concretizar. Nos computadores clássicos, a unidade de informação é o bit e pode ter um valor de 1 ou 0. Nos computadores quânticos, é o qubit e pode assumir os dois valores ao mesmo tempo, o que permite fazer vários cálculos ao mesmo tempo.

Processador Sycamore

Erik Lucero, Research Scientist and Lead Production Quantum Hardware

Um novo viajante interestelar

A 4 de novembro, os cientistas da Universidade de Iowa declararam que, um ano antes, a sonda espacial Voyager 2 ultrapassou os limites do Sistema Solar e está oficialmente em espaço interestelar. Voyager 2 junta-se assim à sonda-irmã, Voyager 1, que já vagueia no espaço entre sistemas estelares desde 2012. Foi graças a ele que se obtiveram as melhores fotografias e dados científicos valiosos sobre os quatro planetas gigantes gasosos — Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno.

Posição das sondas Voyager 1 e Voyager 2 da NASA fora da heliosfera.

NASA/JPL-CALTECH

Uma vacina para o ébola

A 11 de novembro, os reguladores europeus aprovaram a primeira vacina para o ébola — uma doença que matou quase duas mil pessoas em 2018 na República Democrática do Congo. Ainda em agosto, os estudos científicos concluíram que havia dois medicamentos capazes de curar 90% dos doentes, desde que fossem administrados poucos dias depois de o paciente ser infetado.

Administração da vacina na primeira fase de testes ao medicamento.

ohn Moore/Getty Images



 
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