910kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Nos primeiros sete dias da ofensiva russa terão morrido pelo menos dois mil civis na Ucrânia
i

Nos primeiros sete dias da ofensiva russa terão morrido pelo menos dois mil civis na Ucrânia

Nos primeiros sete dias da ofensiva russa terão morrido pelo menos dois mil civis na Ucrânia

As vítimas civis da guerra: Amir tinha 40 dias e não resistiu a uma pneumonia, Anastasiia foi morta a tiro após salvar os cães de um abrigo

Nos primeiros 11 dias de conflito morreram 364 civis, incluindo 42 mulheres e 25 crianças. Os seus nomes começam a ser conhecidos: Amir, Anastassia, Polina, Sofia, Irina, Ivan, Naveen, Roman, Marina.

    Índice

    Índice

Em atualização

Os detalhes das circunstâncias da morte das primeiras vítimas da guerra na Ucrânia começam a ser revelados. Morreram, até agora, atualizou este domingo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, 364 civis e outros 759 ficaram feridos. Entre o número de vítimas fatais contam-se 42 mulheres e 25 crianças. Segundo a ONU, “os números reais são consideravelmente mais elevados”. Já na passada quinta-feira, de acordo com as autoridades ucranianas, seriam acima de duas mil as mortes confirmadas entre civis.

Amir tinha apenas 40 dias de vida e pode até nem fazer parte dos números oficiais, já que a sua morte, justamente na passada quinta-feira, oitavo dia do conflito, não foi consequência direta de balas ou bombas russas. O que não significa que o recém-nascido não seja uma das (senão a) vítimas mais novas desta guerra.

Amir tinha apenas 40 dias de vida. Apanhou pneumonia enquanto se escondia com os pais numa cave em Kharkiv durante os bombardeamentos do exército russo. Morreu ontem”, denunciou no Twitter Inna Sovsun, deputada do Parlamento ucraniano. Na mesma mensagem, deixa condolências à família enlutada e à comunidade muçulmana da cidade e responsabiliza diretamente o presidente russo pela morte do bebé: “Putin é um criminoso”.

As fotografias do bebé, embrulhado em panos brancos e depositado sobre um cobertor, a fazer as vezes de caixão, junto a uma cova aberta no cemitério, são arrepiantes.

Como é arrepiante a descrição do momento em que Anastasiia Yalanskaya, uma jovem de 26 anos que recusou abandonar Kiev — quis ficar para trás, para ajudar, contou o marido, Yevhen Yalanskyi —, foi morta a tiro por soldados russos minutos depois de entregar comida num abrigo para cães, a 30 Km da capital ucraniana.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Há três dias que os animais não tinham comida. Juntamente com outros dois voluntários, Anastasiia disponibilizou-se para fazer a viagem. “Pedi-lhe que tivesse cuidado. Hoje em dia, um erro pode sair muito caro”, lamentou o marido, depois de o seu carro ter sido encontrado, crivado de balas, junto à casa de um dos voluntários, já sem os sacos de ração com que tinha saído de Kiev.

Polina, uma menina de apenas 9 anos que andava no 4º ano, numa escola de Kiev, foi o primeiro rosto associado à tragédia — foi morta, juntamente com os pais, por um grupo russo de sabotagem e reconhecimento. A família seguia de carro, numa rua no noroeste da capital, quando foi surpreendida e atingida a tiro, revelaram as autoridades de Kiev na segunda-feira de manhã.

A fotografia de Polina foi partilhada nas redes sociais por Volodymyr Bondarenko, secretário da Câmara Municipal de Kiev. No carro seguiam também os pais da menina e os dois irmãos, que foram hos

Para além de Polina e dos pais, no carro iam também a irmã e o irmão da menina. Ambos foram hospitalizados, o rapaz no hospital pediátrico de Okhmatdy, aparentemente em estado menos grave, a rapariga numa unidade de cuidados intensivos.

Denis ouviu pelo telefone os tiros que mataram os pais e a família do irmão

Enquanto as tropas russas avançavam em direção à cidade Kherson, a família do polícia ucraniano, Oleg Fedko, tentava escapar, dividida em dois carros. Foram atacados perto de Nova Kakhovka, nos arredores de Kherson, de acordo com o jornal ucraniano Zaxid, citado pela Sky News. Quem o confirmou foi o irmão, Denis Fedko, que estava a conversar com a mãe ao telemóvel quando ela começou a gritar que havia crianças dentro do carro. A seguir, ouviu os tiros.

Entre as vítimas, está a mulher de Oleg, Irina, a filha Sofia de seis anos, o bebé Ivan, e também o pai e a mãe. Os pais e a mulher do polícia morreram no local, enquanto os filhos ainda foram transportadas até ao hospital, mas não sobreviveram.

Os quatro familiares que estavam no segundo carro conseguiram escapar ao ataque.

Naveen tinha 21 anos, estudava medicina e estava na fila da mercearia. Morreu no ataque a Kharkiv

Esta terça-feira, Naveen Shekharappa Gyandagoudar estava numa fila, para comprar alimentos, quando foi surpreendido pelo ataque russo a Kharkiv.

Com apenas 21 anos, era finalista na Universidade Nacional de Medicina daquela que é a segunda maior cidade da Ucrânia — e a que mais instituições de ensino superior concentra, serão cerca de 20 ao todo.

A morte do estudante, natural do distrito de Haveri, no estado indiano de Karnataka, foi confirmada esta terça-feira pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros indiano. Entretanto, Basavaraj Bommai, o Ministro-Chefe de Karnataka também lamentou a sua morte, em declarações à agência Asian News International: “Conheço a família dele. São muito próximos de mim. O Primeiro Ministro tinha falado com a família. Vamos dar o nosso melhor para tentar recuperar o corpo e trazê-lo de volta para a Índia. Pedi ao gabinete do PM e ao Ministério dos Negócios Estrangeiros que nos ajudem a recuperar os seus restos mortais”.

A morte de Naveen aconteceu depois de vários estudantes indianos na Ucrânia terem partilhado vídeos a pedir ajuda ao governo indiano para abandonarem o país e deixou Narendra Modi debaixo de fogo. “Este jovem estudante perdeu a vida por causa do falhanço do governo, que não conseguiu evacuar os estudantes a tempo. O governo de Modi está mais preocupado com as eleições”, criticou no Twitter Aslam Shaikh, membro da Assembleia Legislativa de Maharashtra, em Mumbai.

Roman Brodsky, DJ israelita há 27 anos na Ucrânia, foi morto por engano pelas tropas ucranianas

A vítimas civis não morrem todas às mãos dos russos. Uma confusão de identidade terá levado os soldados ucranianos a matar o DJ israelita Roman Brodsky: “Eles pensaram que era checheno ou algo assim e mataram-no”, disse o pai ao The Times of Israel.

Roman Brodsky, de 40 anos, foi morto à passagem por um posto de controlo, enquanto conduzia em direção à Moldávia, na tentativa de regressar a Israel.

Apesar de não ter sido o exército ocupante a puxar o gatilho, a família do israelita, citada pelo Channel 12, culpa o russo Vladimir Putin pela sua morte. Roman tinha dois filhos e vivia na Ucrânia há 27 anos com a família —mudou-se para o país com 13 anos apenas.

Marina era médica e estava a tentar levar o sobrinho, ferido, ao hospital. Morreram os dois no caminho

Marina Kalabioni, médica, estava a tentar sair da aldeia de Kukhari, a meio caminho entre Chernobyl e Kiev, para levar o sobrinho, ferido, ao hospital. Foram surpreendidos por soldados russos e assassinados, denunciou através do Facebook o ministro ucraniano da Saúde.

“São terroristas desumanos e isto não pode definitivamente ficar impune! Esta manhã fiz um apelo aos médicos russos para condenarem os atos deste tirano, para irem à praça pública exigir que se acabe com a guerra e defender a proteção dos colegas, médicos ucranianos”, escreveu naquela rede social Viktor Liashko.

Mohamed Abdel-Moneim estava a tentar chegar a um abrigo. Foi atingido na cabeça por um sniper

Mohamed Abdel-Moneim, estudante de engenharia aeronáutica, estava em Kharkiv quando os bombardeamentos começaram na cidade, no passado sábado. Tentou procurar refúgio, estava a correr em direção a um abrigo, com outros colegas, quando foi atingido na cabeça por um sniper.

“Mohamed adorava a ciência e a vida”, disse o irmão, Sayed Ahmed, ao The New Arab. “Não o víamos há dois anos e meio por causa da pandemia e das restrições aos voos, mas estávamos sempre em contacto.”

Recentemente licenciado, o argelino, de 25 anos, tinha planos para regressar a casa mas papelada por resolver manteve-o em Kharkiv.

Em comunicado, o governo argelino declarou estar a tratar de tudo para devolver à família os restos mortais do estudante e anunciou que estão a ser planeados voos de repatriamento, através da Roménia e da Polónia, dos estudantes que ainda estão no país.

Num vídeo para a Al Araby TV, o pai de Mohamed Abdel-Moneim lamentou a morte do filho e pediu paz: “Esta é a minha carta para este mundo louco: queremos viver em paz em todo o mundo. Já chega de matar apenas por matar”.

Morreu depois de um ataque aéreo russo, com um pijama de unicórnio vestido. Tinha 6 anos

“Mostre isto a Putin: os olhos desta criança e os médicos a chorar”. Estas são as palavras que terá dito o médico ao fotógrafo da Associated Press que registou o momento, no passado dia 27 de fevereiro, em que a equipa de socorro tentava salvar uma menina mortalmente ferida, deitada numa maca já dentro da ambulância, em Mariupol, após um ataque aéreo russo. Vestida com um pijama de unicórnio, a menina, de apenas 6 anos, acabou por não resistir — as imagens são impressionantes.

Também na fotografia surge uma mulher, que se presume ser a mãe da criança, com o gorro e as mãos manchadas de sangue e a maior parte da cara coberta pela gola da camisola, que ainda assim não consegue conter o misto de desespero, tristeza e dor que se lhe espelha no olhar. Nenhuma delas, nem mãe nem filha, foi ainda nomeada. Permanecem anónimas, como a maior parte das vítimas civis (e militares) que esta invasão russa da Ucrânia continua a provocar.

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça até artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.