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Carlos Pereira. "Às vezes tenho este desabafo: se for o Chapelle a fazer, tem graça, se for eu, já é tudo sobre racismo"

O humorista Carlos Pereira é autor da série "Barman", para ver na RTP PLay. Um comediante que vai trabalhar num bar para pagar contas. "É a história de muita gente", diz, mas é mais do que isso.

Quem conhece o humorista Carlos Pereira, quer dos palcos, quer das redes sociais, sabe que estamos perante duas pessoas diferentes. Quando toca a hora de fazer stand-up, é o humor que molda a conversa, muitas vezes apontada ao racismo, porque essa é a história que quer contar. Já de telemóvel em riste, o tom é diferente, a piada é outra, talvez já nem exista. Vê-se alguém mais crítico, mais ácido, mais “a sério”, podemos dizê-lo. Ora, eis que chegados a uma pandemia o humorista resolve distanciar-se dessas personas para tocar noutro assunto. Desta vez, ficção. Sobre ele próprio? Já lá vamos.

Por agora, falemos da noite. Lugar dos perdidos onde o comediante foi parar com 23 anos, depois de uma brincadeira entre amigos que queriam enviar currículos para a discoteca Lux. Sim, Carlos Pereira trabalhou ano e meio atrás de um balcão, naquele sprint de cocktails, copos de cerveja a espumar e clientes “insatisfeitos” (o eufemismo usado tem outro significado, pois claro). Juntou uns trocos e algum material de trabalho — mais uma equipa que não consegue parar de elogiar — que reservou para a série “Barman”, que em parte é inspirada na sua história e que se estreou esta semana no RTP Play, sendo um dos projetos aprovados pela iniciativa RTP Lab.

“Esta é parte da minha história, sim, mas foi escrito a quatro mãos e analisado por mais mãos ainda. É um projeto de toda a gente para toda a gente” conta o também autor do podcast Link na Bio em entrevista ao Observador. Olhando para a trama, existe um Carlos, sem Pereira, que é a personagem principal, que vive com o Vasco (Miguel Neves, também comediante na vida real). Carlos não tem dinheiro, anda meio sem rumo, só quer fazer stand-up, mas falta tudo o resto. E por tudo o resto, entenda-se, mesmo tudo. Vai parar a um bar, onde se junta com uma trupe, num ambiente que lhe é estranho, enquanto vai tentando manter-se à tona na comédia. Ou seja, uma série sobre gente que “faz uma coisa, mas gostava de estar a fazer outra”, conta.

E ainda que a sinopse da série diga que a produção tem drama — e o próprio autor também o diz — esta é mesmo uma comédia. Foi escrita por Carlos Pereira, por Daniel Cruz, Tomás Rodrigues e Guilherme Ludovice. Todos comediantes. A série foi produzida pela Many Takes, com fotografia da dupla Plata o Plomo Duo e realização de Luís Almeida. E com um olhar mais cuidado, confirmamos: lá encontramos o drama. Missão cumprida.

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Por muito que o criador deste novo projeto português se queira distanciar do lado autobiográfico, fica uma pergunta por fazer: o que é que se aprende na noite? Além da disciplina e de umas quantas ofensas gratuitas, há uma leitura sociológica. “Quem está na noite só quer dançar e ser servido, não está ali para mais nada. Não se pensa em quem está atrás do balcão, como vemos na série. Percebi que há uma ausência de responsabilidade do cliente. Uns nascem para servir, outros para ser servidos, é muito isso”, conclui.

[o trailer de “Barman”:]

Dizem que esta série não é sobre quem a escreveu. Ou, pelo menos, a 100%. Qual é a parte que o é? Escrever sobre o que conhecemos não é melhor?
A história tem verdades. É inspirada em factos reais, coisas que me aconteceram. E que me deixaram com vontade de as contar. Entre as razões que me fizeram querer escrever com mais pessoas: primeiro, porque me pareceu que ficaria melhor com mais visões: depois, para não ser algo muito auto-centrado. Podia cair nessa tentação. Inicialmente, não queria que fosse eu, mas a equipa disse que fazia sentido. Esta é parte da minha história, sim, mas foi escrito por quatro mãos e analisado por mais mãos ainda. Este é o Carlos de muita gente. São muitos Carlos. Não me pareceu justo dizer que era a minha história.

Esse seu receio, conhecendo o seu trajeto, não pode estar ligado ao facto de não querer ligar o “Barman” às questões que leva para palco, como o racismo? Quis distanciar-se?
Houve esse cuidado, sim. Já seria difícil desligar os pontos comuns porque a personagem também é humorista, também trabalhou num bar. E há mais. Por exemplo, as minhas falas foram escritas por mim, mas houve o cuidado de as reescrever com outra pessoa. “Tirar os Pereirismos”, como disse um dos guionistas. Queríamos que as pessoas vissem outro Carlos.

Vamos ao período em que trabalhou na noite, nomeadamente no Lux. Foi só porque precisava de dinheiro, como acontece com a personagem da série?
Não. O meu período laboral na noite foi a piada mais longa da minha vida. Um dia estava em casa com umas amigas e decidimos todos enviar currículo para o Lux. Uma coisa de miúdos. Isto foi em 2016. Fui o único que ficou.

Isso gerou algum mal estar no grupo?
Não, não, acho que não. Depois ligaram-me, fui à entrevista, perceberam que não correspondia, mas que tinha outros critérios físicos. Nunca tinha ido a uma entrevista de emprego. Fizeram tudo na pista de dança. E houve quem me tenha reconhecido, que é o que também acontece na série, porque me tinham visto a atuar em stand-up.

Mas qual era então o seu objetivo na altura?
Estava a acabar a faculdade, tinha três cadeiras em atraso, tinha tempo livre. Não estava a escrever. Na altura debatíamos as questões de adolescentes que têm medo de crescer. E como eram só três dias a trabalhar, fui ganhar uns trocos. O objetivo era comprar todos os meios para fazer os vídeos. Fui fazer um curso de edição e tudo. Queria dar um boost na minha vida.

"Percebi como é que as pessoas olham para quem está atrás do balcão. A ausência de responsabilidade, foi isso que mais notei. Uns nascem para servir, outros para ser servidos, é muito isso".

E fez tudo?
Comprei todo o material, sim. Mas o resto… Fiz um curso de publicidade. Depois mandaram-me para o Rive Rouge, fiz parte da equipa inicial. Éramos todos amigos, todos novos. Não houve grandes stresses, de vez em quando alguém me reconhecia, como o Salvador Martinha. Portanto, queria fazer humor, fazer vídeos de qualidade, mas não tinha dinheiro para pagar aos câmaras. Estava no Youtube a fazer uns trabalhos, mas depois as pessoas com quem os fazia também seguiram a sua vida, a ganhar melhor. Essa era a minha bitola. Queria fazer vídeos bons, mas não tinha dinheiro. Só que depois, deixei de ter tempo, porque trabalhava na noite. Aquilo cansava. Chegava a casa, escrevia sketches, mas depois não havia tempo. Um dia tinha combinado uma gravação e deixei-me adormecer.

Saiu quando?
Um ano e meio, por aí.

Saiu com pena?
Acho que não. A série é mais inspirada na temporada em que estive no Rouge. Aí foi a creche, o Lux foi a tropa. Nunca fui barman e era o melhor do Rouge naquela altura. Era rápido, tinha uma grande destreza, mas quando me mudei para o Lux, com outro andamento, fiquei como um bebé ali.

Tropa porquê? Há muita rigidez, como vemos na série?
Sim. A essência dos bares era diferente. Num havia tempo até para dar a provar as bebidas, no outro não, servir sem parar.

Como uma fábrica.
Sim.

O que é que aprendeu de mais importante?
Há uma coisa que muita gente diz da vida no geral: que é tudo uma questão de timing. É preciso estar atento. Na noite é assim, mas o timing está virado para o cliente. Não se pode demorar muito porque estamos ali para servir. Durante muito tempo fui cliente, e nem saía muito, e isso é algo que está na personagem porque está no ambiente da noite que lhe é estranho. Quando se passa para o lado de lá, percebem-se algumas coisas. Enquanto clientes, achamos sempre que as pessoas estão ali para nos servir.

Uma espécie de vassalagem moderna?
Algo como “tenho pressa em ficar bêbado, despacha-te”. Não estão ali para mais nada. Não vislumbramos que aquela pessoa, atrás do balcão, pode ser um ilustrador muito bom. E está ali por uma circunstância qualquer. E até pode ter uma peça que as pessoas partilharam nas redes sociais. Nunca vemos mais nada além disso. Percebi como é que as pessoas olham para quem está atrás do balcão. Essa ausência de responsabilidade, foi o que mais notei. Uns nascem para servir outros para ser servidos, é muito isso. Porque quando vais a um espaço desses só queres dançar e que te sirvam.

É um bom retrato da sociedade.
Exato. Percebi isso. Uma vez uma rapariga pediu gelo, o barman não lhe deu, e a rapariga atirou-lhe o copo à cara. Ou aquela lenga lenga do “Tu sabes quem eu sou?”…

A resposta é não.
Sim. Quando tem de se dizer quem se é, perde-se tudo. Esse período deu-me a conhecer como as pessoas se comportam do lado de lá. Até podes ser alguém que trabalha com atendimento ao público e sais frustrado porque as pessoas não te respeitam, mas quando sais replicas esse comportamento.

"Uma vez um diretor muito conhecido da nossa praça perguntou-me se eu falava sobre o racismo porque vendia ou porque sinto. Respondi: se vendesse, já tinha esgotado o Altice Arena. Não vende"

Esse material que recolheu dessa época usou nos seus espectáculos? Ou quis reservar para uma ideia maior como esta série?
Quando decidi que queria escrever, comecei a reservar, sim.  Às vezes não consigo fazer essa distribuição. Não sou genial ao ponto de esbanjar cimento de criatividade. Tenho que saber dosear, esse exercício é complicado, por vezes.  Quando saí desse trabalho tinha umas três ou quatro piadas prontas. Por exemplo, só quando fui para o Lux é que percebi que MD não é diminutivo de Massimo Dutti. Fiz essa piada umas ou duas vezes em palco. Mas quando surgiu a ideia da série fui guardando.

Mas porque é que teve vontade de apresentar este projeto à RTP Lab? Porquê agora?
Tenho um objetivo: gostava de fazer três séries e um filme e depois morrer. Vai andar tudo à volta da minha pessoa. Alguém vai contar a minha história por mim e não a vai fazer bem. Acho que vou cá ficar pouco tempo.

Porquê?
Não é um assunto que interesse muito agora, mas já falei com o meu terapeuta. Acho que vou morrer cedo. E, se posso confessar, também acho que o mundo é um lugar chato para se ficar cá muito tempo. Vai se perdendo o controlo das coisas, isso é chato. Durante imenso tempo achei que as pessoas não morriam. iam descansar para o armazém e voltavam com outro papel.

Em criança?
Sim. Voltavam como avó ou bisavó. Uma reciclagem. Quando me apercebi, achei que não tinha graça. Por isso é que tenho esse plano. Escrevo sobre mim, as pessoas podem dizer que é narcisista, percebo. A minha mãe queria que me chamasse Narciso. Tudo na minha vida, não fazendo sentido, faz.

Mas como é que se defende dessa crítica de ser narcisista?
É um bocadinho a condição de artista. Há momentos em que me bate falar do que sinto. Gostava de poder escrever sobre outras pessoas, irei fazê-lo. Mas gosto de falar sobre o que conheço. Vivemos numa sociedade em que se julga muito, se se mete o pé fora, ou  alguém acha que está de fora, daqui a uns anos está-se num processo de redenção. Sinto-me mais confortável a falar de mim porque não há ninguém para dizer dizer que não é assim. Quanto muito podem criticar a abordagem, claro.

Quem acompanha o seu trabalho percebe que há duas personalidades: o Carlos humorista, o Carlos ativista. Um que está dentro da sociedade, outro que olha de fora e avalia. Ao falar sobre si, como é que se vai balizar para que as pessoas não digam: lá está este a falar sobre ele?
Não falo de assuntos sociais sem querer. Uma vez um diretor muito conhecido da nossa praça perguntou-me se eu falava sobre o racismo porque vendia ou porque sinto. Respondi: se vendesse, já tinha esgotado o Altice Arena. Não vende. Às vezes tenho este desabafo com os meus amigos: se for o Chapelle a fazer, tem graça, se for eu, já é tudo sobre racismo. Claro que ele deve sentir, mas eu também sinto, falar disto é difícil, mas há sempre um pingo de realismo. E como não estamos preparados ainda para ter um olhar de que isto está acontecer, sou só o gajo chato da festa porque trouxe a guitarra. Lá está ele a falar de racismo. Quem se interessa são os progressistas, que querem que diga alguma coisa. Também não me interessa fazer obras vãs. Isto é o que sou. São os meus olhos, mas também recebo inputs da sociedade.

E que também tem defeitos, como toda a gente.
Sim. Está tudo lá. É a minha visão da história. Não fujo disso. Escrever sobre mim, estou a contar a minha história, é dizer que este é o Carlos que escreve uma série, que é frágil, que já passou por isto, mas que também faz parte desta sociedade e que olha para ela.

"Não estamos preparados ainda para ter um olhar sobre isto [racismo] e assumir que está a acontecer, sou só o gajo chato da festa porque trouxe a guitarra. 'Lá está ele a falar de racismo'".

Há humoristas que preferem não meter-se em política. Acha que o Carlos, por fazê-lo, perde público e depois não “enche o Altice Arena”, como diz?
A questão é: enquanto o país não estiver pronto para refletir sobre a sua condição, haverá sempre pessoas que não são bem aceites. Será um discurso inconveniente, chato, tudo mais. Poderei fazer parte desse grupo, o tipo de guitarra na festa. mas, tenho noção, ainda me deixam ir às festas. Levo a minha guitarra, mas deixam-me ir. Poderia ir a mais festas, se trocasse de música de vez em quando. Se tocasse bossa nova. Seja porque tenho sorriso bonito, seja porque não sou acicatado. Para uns, o discurso é desconfortável, por outros nem é tanto assim. Sei disso. Se a sociedade estivesse pronta para falar sobre racismo, não seria vetado. as pessoas não olhavam para mim como o tipo chato. Não há ninguém que fale como eu falo porque falo na primeira pessoa. Há situações que se passaram comigo que não sabia que era racismo, que tinha um nome. Que ser o único preto na secundária com mesada  era sinónimo de desigualdade social. Ninguém me disse. Mas quando cresces, vem tudo isso, é difícil não falar sobre. Acho que nem todos temos de o fazer. Mas quando se toma consciência e se sabe onde queremos estar, acho que faz  sentido.

Sente um grau de responsabilidade em tudo o que faz? Não que os outros tenham que ter.
Sim. É o meu contributo. Não é algo estratégico, é natural. Pensando muito penso pouco. E penso muito. Não planeio. Mesmo o racismo não vendendo, há quem queira comprar, se for vendido da forma certa. Voltando à série, o Carlos é o único empregado negro no bar, tem duas razões de ser. Estivemos a pensar se a personagem que tem uma crush por ele, a Madalena, deveria ser negra. Optámos por não fazê-lo. Mas, primeiro, isto é um espelho da sociedade.  Em muitos sítios em que tu vais, só há um negro. Já está bom. Temos um. As pessoas não vão olhar com esses olhos, mas isso está lá. O outro ângulo é que queríamos acentuar o desconforto em que o Carlos não conhece bem.

Se não fosse a RTP, seria difícil fazer uma série destas com meios próprios? A “Casa do Cais” foi um generoso sucesso, por exemplo, mas fazer mais comédia é sempre complicado, há pouca na televisão portuguesa.
A RTP Lab é uma boa oportunidade porque a dá aos jovens criadores. É um meio para concretizar uma ideia. Ainda assim, não houve grande controlo, de todo. Foi uma parceria. Claro que o canal tinha de se salvaguardar, mas nós é que escrevemos. Eles até diziam que podiam não gostar, mas nós tínhamos a palavra final.

Tinha mesmo que ser uma comédia? Dizem que também tem drama, mas não há muito.
O drama está relacionado com aquela personagem a quem acontece tudo. Pode-se olhar como sendo algo cómico, porque a tragédia tem graça. Há quem se ria disso.

Sim, serei um desses. Terei de resolver esse problema.
Sim, sim, tem de tratar disso. Mas o drama também está ligado às escolhas que o Carlos faz. De que queria muito atuar mas tem de trabalhar no bar, por exemplo.

Podia ter uma segunda temporada? 
Dificilmente terá, mas diria que sim. Só a “Casa do Cais” é que teve, foi algo muito fora e com muito impacto. Tenho pena de não ter tido tempo para explorar mais as personagens que lá estão. Foi preciso cortar cenas, episódios, contenção de custos. Houve muita coisa que caiu. Tenho pena disso. Mas há espaço, claro.

Acha que a série vai chegar a mais gente do que o circuito de humor em Portugal?
Espero que sim. A série não é a história do Carlos. Facilmente alguém se vai identificar com algo. Não é sobre racismo, não é nada disso. São os dilemas de um jovem que está a fazer algo, querendo fazer outra. Quantas pessoas não estão no café e querem ser pianistas? Que à noite servem copos mas gostavam de estar a cantar? E isso vai dar à conversa inicial: quando sais à noite, olha para aquelas pessoas como sendo  são mais do que aquilo. Não estão ali só para te servir. Pode ser o tal pianista, o tal ilustrador. Olha-se só para aquele tipo como o tipo da copa. É duro. Pode estar a juntar dinheiro para ir estudar para fora. O “Barman” é sobre estas pessoas todas.

"A minha mãe é sempre cética com o que faço. Mas riu-se muito com uma cena em que sou convidado a andar de trotinete. Nunca a tinha visto a rir-se assim"

Tem uma mensagem mais transversal do que outros trabalhos seus.
Sim. Ainda estou a decidir se naquele plano que tenho se o “Barman” já conta. Este é o maior projeto que já fiz. É o mais consistente, também ajudou a fazê-lo com pessoas talentosas e competentes. É um projeto de toda a gente e para toda a gente. É uma série muito ambiciosa, são cerca de 40 atores, muitos decórs. Foram doze dias a filmar seguidos, porque os bares estavam todos fechados e nós filmámos no Clube Ferroviário. O azar de uns foi a sorte de outros.

E agora, o que é que se segue?
Só dizer outra coisa. Sou o tipo mais conhecido do projeto, mas, a verdade é que, a série não seria assim se não fosse feita por esta equipa. Os guionistas, a produção, quem fez a fotografia, os Plata o Plomo, foram incríveis. Agora quero que vejam a série.

Isso já sabemos. E a seguir?
Estou sempre. Tenho um defeito: estou sempre a inventar personagens. Dá jeito fazer isso com piadas, mas agora já estou a mudar para ideias. Faço o processo ao contrário, penso nas personagens e depois vou ver onde podem entrar numa narrativa. Mas sim, já estou a pensar na próxima série.

Este verão fez uma grande viagem a São Tomé, porque não fazer lá um projeto? No fundo, estão lá as suas raízes.
Não está posto de parte. Dentro daquele tal plano de futuro, não está. É o sítio onde nasci e cresci. Esta foi a viagem mais longa que fiz desde que estou em Portugal. Foi um mês inteiro. Encontrei-me com amigos de infância. O meu avô formou um grupo de teatro e é uma pessoa ligada a cultura, muito querida no país. Ele tinha planos para mim, era uma coisa de família. Só que depois acabei por vir para Portugal, portanto, nada está posto de parte.

Já mostrou a série a alguém da família?
A minha mãe viu.

Gostou?
Ela é sempre cética com o que faço. Mas riu-se muito com uma cena em que sou convidado a andar de trotinete. Nunca a tinha visto a rir-se assim.

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