Ao longo dos últimos dois anos, a transformação digital acelerou para níveis que superam as melhores previsões dos analistas. Impulsionada pela crise pandémica, a adoção de tecnologias de informação e comunicação permitiu reinventar a realidade laboral das pessoas, um pouco por todo o mundo. “Mas há empresas mais céleres do que outras”, começou por salientar António Maia, Head of Workplace da Claranet, na abertura da conversa com Paula Fernandes, Modern Work & Security BG Lead da Microsoft, e João Miguel Santos, da Rádio Observador, orientada para o tema da colaboração como protagonista dos novos modelos de trabalho, sejam híbridos ou remotos.
“Há muitos clientes interessados em estruturar o trabalho híbrido”, referiu António Maia, destacando dois pontos essenciais, “garantir a mesma experiência aos colaboradores, as mesmas interações, o acesso aos mesmos dados, quer estejam no escritório ou em qualquer outro lado.”
Produzido pela Microsoft, com dados referentes a mais de 30 mil pessoas em 31 países, o Índice de Tendências no Trabalho demonstra que a flexibilidade nas opções de trabalho é desejada por 73% dos colaboradores, ao passo que 67% desejam mais colaboração entre equipas e líderes. “E 41% afirmaram que, caso não encontrassem essa flexibilidade na empresa, estariam dispostos a sair”, acrescentou Paula Fernandes, sublinhando que “é preciso repensar o papel do escritório, repensar a cultura e o capital social além da dimensão física.”
CC: comunicação e colaboração
A Modern Work & Security BG Lead da Microsoft esclareceu que esta é uma excelente oportunidade para repensar o escritório a partir de dois ângulos: “repensar a tecnologia orientando-a para a colaboração e comunicação e reimaginar o espaço físico para o trabalho em equipa e a ideação.”
Além do investimento em tecnologia, é preciso garantir a plena adoção na organização e capacitar as equipas em termos de competências digitais. “Reimaginaram-se processos, redefiniram-se atividades, a forma como nos relacionamos – equipas, clientes, parceiros, stakeholders, fornecedores – mudou e há uma consolidação que vai continuar”, explicou Paula Fernandes. A experiência física do trabalho junta-se à digital numa mistura que traduz bem a noção de que, neste século, independentemente do setor de atividade todas as empresas são empresas tecnológicas.
Comunicar com eficácia é chave para o sucesso de qualquer projeto. Por isso, ferramentas de comunicação e colaboração como o Teams e o Microsoft 365 são fundamentais, não só pela componente de chat, partilha de vídeos e webinars, mas também pelo facto de permitirem trabalhar com os dados, tendo acesso à mesma informação.
Além disso, “há sistemas de apoio que ajudam a ter melhores experiências de ajustadas à era híbrida do trabalho como o Microsoft Viva”, exemplificou Paula Feranandes, “onde se encontram recursos, planos de formação e insights que ajudam as pessoas a privilegiar o bem-estar para que tenhamos produtividade sustentável a longo prazo.”
A disseminação das Microsoft Power Apps, que permitem criar aplicações de forma fácil e rápida, mesmo para quem não tem conhecimentos de programação, é mais um excelente indicador. Automatizar processos rotineiros e demorados mostra-se como o melhor caminho para ganhar tempo de qualidade que pode ser aproveitado para tarefas de valor acrescentado.
TT: tecnologia e talento
A deslocalização do ambiente de trabalho de acordo com a conveniência dos colaboradores parece ter tido impacto no bem-estar, no desenvolvimento de competências e na cultura das empresas, numa altura em que a competição pelos melhores talentos é crescente.
A cultura centrada na experiência do colaborador é apontada pelo Head of Workplace, da Claranet, como um aspeto fulcral reforçando a necessidade de apostar em “programas complementares na adoção da tecnologia, de comportamentos de segurança, de cuidados a ter na partilha de informações.”
Com o tema do bem-estar no topo da agenda, a tecnologia tem de chegar a todos e deve ser pensada de modo inclusivo com foco nas pessoas, ajudando-as a desenvolver os seus planos de desenvolvimento pessoal.
Uma abordagem criteriosa vai ser fundamental para atrair e reter talentos daqui para a frente. A possibilidade de escolher a opção mais conveniente, repartindo a semana de trabalho entre home office e escritório na empresa, é vista como um benefício pelos colaboradores. O trabalho híbrido é visto por muitos como a melhor solução pelos que preferem um horário flexível e adaptável à dinâmica familiar.
Para outros pode ajudar a mitigar a solidão e desligamento sentidos quando ficam longos períodos, sem contacto com os colegas no ambiente do escritório. A flexibilidade nos modelos de trabalho é atualmente uma condição decisiva para atrair e reter talentos, embora nem todas as funções possam transitar para modelos híbridos ou remotos.
O modelo de trabalho híbrido promove o aumento da produtividade e revitaliza a força de trabalho, ao mesmo tempo que consegue reduzir custos, contribuindo para a melhoria do bem-estar com impacto no recrutamento e na retenção de talentos. Talvez por isso, 90% das organizações em todo o mundo revelam planos para implementar o trabalho híbrido no pós-pandemia, segundo um relatório da McKinsey.
Em jeito de conclusão, Paula Fernandes sublinhou a importância de “ajudar as pessoas a encontrar as competências ideias para serem a sua melhor versão neste novo paradigma.” O conforto proporcionado pela tecnologia e a autonomia na gestão de tempo tem forte impacto na felicidade, melhoram o trabalho em geral, geram maior entusiasmo e mais eficiência. António Maia concluiu, dando ênfase ao desafio de “trabalhar o equilíbrio entre produtividade e o bem-estar, que é fundamental para estarmos felizes e mais ligados a missão das nossas empresas.”
O desenvolvimento de soft skills, mais comunicação, escuta ativa, competências digitais, sensibilidade para as necessidades individuais e lideranças mais empáticas completam os take-aways da terceira conversa da iniciativa Uma (R)evolução Digital – Um guia para PME’s, desenvolvida em parceria com a Microsoft, em trono de quatro temas essenciais: Segurança, Cloud, Colaboração e Power Platform + Dynamics 365. Em cada episódio, o Observador estreia uma talk de um convidado para falar sobre cada tema e um debate com especialistas para analisar as diferentes questões a partir das suas experiências.
O tema em destaque no próximo episódio será Power Platform + Dynamics 365, na conversa marcada para dia 31 de Maio, às 17h00, nas plataformas do Observador.
Esta é uma iniciativa do Observador e da Microsoft.
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