Pelo quarto ano consecutivo, o Observador, em parceria com a Nova School of Business and Economics (Nova SBE), elaborou os rankings das escolas para o 9.º ano e para o ensino secundário, de acordo com os resultados obtidos pelos alunos nos exames de 2019. E, tal como nos últimos dois anos, data em que o Ministério da Educação introduziu a novidade, publicamos também o chamado ranking do sucesso. Todos estas listas são feitas com base nos dados enviados pelo ministério, limitando-se o Observador a ordenar esses valores.

Vamos às diferenças. Nos rankings clássicos, é a média das notas obtidas nos exames que determina o lugar na tabela de cada escola. Assim, não se trata de uma lista dos melhores ou dos piores estabelecimentos de ensino, já que não é esse o indicador em questão. Tratam-se apenas das notas de exames dos alunos, que podem ter sido conseguidas com muita (ou pouca) ajuda da escola.

Para o ranking de sucesso, são analisados vários indicadores e o Ministério da Educação olha para o que chama de percursos diretos de sucesso — alunos que tiveram positiva nos exames finais após um percurso sem chumbos ao longo do ciclo de escolaridade em análise (3.º ciclo do básico ou ensino secundário). Em seguida, compara-se a percentagem de cada escola com a média do resto do país. E analisa-se ainda o que aconteceu nessa escola com as três últimas gerações de alunos.

Este indicador valoriza o sucesso durante todo o percurso, combina avaliação interna e externa e não premeia nem retenção, nem seleção de alunos por parte das escolas.

Por outro lado, compara apenas o que é comparável — o valor atribuído a uma escola (calculado pelo Ministério da Educação) é dado por comparação com outras que tenham o mesmo tipo de alunos. Uma escola que receba, por exemplo, alunos com média de 10 valores no 10.º ano e os deixe com 14 valores no 12.º terá mais pontos do que uma que receba alunos com média de 17 no 10.º ano e que cheguem ao final do ensino obrigatório com esse valor inalterado.

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Nas tabelas dos rankings dos percursos de sucesso vai poder encontrar dois indicadores: progressão dos alunos e promoção do sucesso escolar. A progressão dos alunos representa quão melhor ou pior determinada escola está em relação às escolas com as quais se pode comparar. Por exemplo, ter um valor de 15 significa que aquela tem mais 15 pontos percentuais de alunos com percurso de sucesso do que a média das escolas que lhe são comparáveis.

A promoção do sucesso escolar não faz comparações — indica apenas que percentagem de alunos completou o percurso direto de sucesso (sem chumbar no ciclo e com positiva nos exames).

Que escolas entram nos rankings?

Nas listagens do Observador não entram todas as escolas do país. No 9.º ano foram apenas consideradas as escolas com um número mínimo de 40 provas — uma vez que cada aluno faz dois exames (Português e Matemática) –, ou seja, escolas com menos de 20 alunos não aparecem.

Por outro lado, os alunos considerados são os alunos internos que realizaram os exames apenas na primeira fase.

Já no ensino secundário foi considerado um limite mínimo de 80 exames, o que corresponderá, também em média, a 20 alunos. Foram consideradas as disciplinas com mais provas realizadas na primeira fase e apenas pelos alunos internos: Português, Matemática A, Física e Química A, Biologia e Geologia A, Geografia A, História A, Filosofia, Matemática Aplicada às Ciências Sociais, Economia A e Geometria Descritiva A. A disciplina de Desenho A foi apenas considerada no ranking por disciplina.

Nas escolas em que não aparece a média de algum exame específico é porque para esse exame há menos de 20 provas realizadas.

No ranking do sucesso, os valores apresentados dizem respeito ao resultado da escola face à média nacional (diferença entre a percentagem de percursos diretos de sucesso na escola e a média nacional entre os alunos do país com um perfil socioeconómico semelhante). As escolas para as quais não havia dados disponíveis não puderam ser consideradas.

Que outros dados foram recolhidos?

As listagens apresentam também outros dados de contexto sócio-económico dos alunos que existem apenas para os agrupamentos de escolas públicas do continente.

Entre os dados de contexto mais relevantes para o sucesso dos estudantes estão a percentagem de alunos que tem apoios da ação social escolar e a habilitação académica das mães (média do número de anos de escolaridade completos pelas mães dos alunos — um dado que vários estudos apontam como sendo o de maior influência no desempenho escolar do aluno).

Outros dados disponíveis são as habilitações académicas dos pais, a percentagem de professores no quadro e a promoção do sucesso dos alunos.

O que pode pesquisar?

Poderá fazer uma pesquisa pelo nome da escola, por concelho, por tipologia (pública ou privada) ou ainda por disciplina.

Se não fizer qualquer pesquisa, é-lhe apresentada uma lista completa com todas as escolas onde pode ver em que posição está a escola no ranking, em que concelho se insere, se é pública ou privada, qual a média que obteve nos exames nacionais e qual a média das notas internas — a nota dada pelo professor e que resulta da avaliação contínua.

Pode ainda obter mais informação clicando em cima do nome da escola. Aí encontrará uma ficha com toda a informação disponível, como a média obtida no conjunto dos exames, a média interna ou o número de provas realizadas.

No caso das escolas públicas do continente, poderá ainda ter acesso a dados de contexto do agrupamento a que cada uma pertence, como a percentagem de alunos com ação social escolar, a percentagem de chumbos, a percentagem de professores dos quadros e a média de anos de escolaridade dos pais.

Estes dados são relativos ao ano letivo 2018/19.