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"Um Rei na Boca do Inferno" é o novo Podcast Plus do Observador. Tem narração de Soraia Chaves e banda sonora original de Cláudia Pascoal
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"Um Rei na Boca do Inferno" é o novo Podcast Plus do Observador. Tem narração de Soraia Chaves e banda sonora original de Cláudia Pascoal

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"Um Rei na Boca do Inferno" é o novo Podcast Plus do Observador. Tem narração de Soraia Chaves e banda sonora original de Cláudia Pascoal

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Como Hitler planeou raptar o antigo Rei britânico na mansão dos Espírito Santo. E foi traído por quem menos esperava

Em 1940, o Duque de Windsor passou um mês em Cascais. Os nazis tinham um plano para o raptar. Mas falhou em Portugal. A história do novo Podcast Plus: “Um Rei na Boca do Inferno”.

O caso era delicado. No dia 3 de julho de 1940, assim que uma caravana de três carros atravessou a fronteira e entrou em Portugal através de Elvas, o presidente do conselho, António de Oliveira Salazar, foi logo avisado.

Na caravana seguia um dos homens mais conhecidos, mas também mais polémicos, do mundo. Salazar sabia que tê-lo em Portugal durante muito tempo seria um incómodo político e diplomático, que iria trazer uma atenção internacional indesejada para o país.

Os relatos da época dão conta que alguns populares terão mesmo reconhecido o homem quando os motoristas, pouco habituados às ruas estreitas de Elvas, ficaram com os carros bloqueados e tiveram de ser ajudados pela população local. Afinal, dentro de um dos carros estava o antigo Rei de Inglaterra e a mulher que o levou a abdicar do trono por amor.

Eduardo, que ficou com o título de Duque de Windsor depois da abdicação, e a mulher, a americana Wallis Simpson, cruzaram  as planícies do Alentejo e chegaram a Lisboa ao final da tarde desse mesmo dia, depois de terem atravessado o Tejo de ferry até ao Cais do Sodré.

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Pode ouvir o primeiro episódio de “Um Rei na Boca do Inferno” aqui

Estreia. “Um Rei na Boca do Inferno”. Episódio 1: “O hóspede da casa cor de rosa”

Foram recebidos por dezenas de jornalistas à chegada, que notaram cansaço mas também alguma ansiedade no Duque. Eduardo confirmou-lhes que ele e a mulher iam ficar alojados na casa de Verão do banqueiro português Ricardo Espírito Santo, na Boca do Inferno, em Cascais. Mas, na altura, tudo indicava que seria por muito pouco tempo.

O governo britânico já tinha dois hidroaviões em prontidão em Lisboa, preparados para levar os Duques de regresso a Londres logo no dia seguinte à chegada. Só que Eduardo e Wallis não haveriam de chegar a embarcar. Não regressariam a Londres nem no dia seguinte, nem nos anos que se seguiriam.

Foi ao longo do mês de julho que, inesperadamente, passaram nesse verão em Cascais que se desenrolou toda a trama do novo Podcast Plus do Observador. “Um Rei na Boca do Inferno” é uma história de espiões e de conspirações. De intrigas que dividem a família real, atravessam o governo britânico, chegam até Berlim e ao coração do regime nazi — e têm como cenário Portugal.

“Se a Princesa Diana era a princesa do povo, Eduardo era o príncipe do povo”

Eduardo era o futuro da monarquia britânica. O jovem príncipe herdeiro, filho primogénito do Rei Jorge V, era visto como o homem que iria modernizar a coroa e trazê-la finalmente para um novo século. Era jovem, bonito, gostava de se vestir bem e, nos vários compromissos públicos enquanto príncipe, demonstrava ter preocupações sociais que o aproximava dos súbditos.

"Não se pode subestimar a sua popularidade na Grã-Bretanha como príncipe de Gales. Se a Princesa Diana era a princesa do povo, Eduardo era o príncipe do povo. Era bem parecido, tinha aquela star quality de Hollywood antes de os atores de Hollywood sequer estarem na moda"
Anna Pasternak, escritora e biógrafa

A escritora Anna Pasternak, que tem livros publicados sobre a realeza britânica, não hesita mesmo em fazer uma comparação: “Não se pode subestimar a sua popularidade na Grã-Bretanha como príncipe de Gales. Se a Princesa Diana era a princesa do povo, Eduardo era o príncipe do povo. Era bem parecido, tinha aquela star quality de Hollywood antes de os atores de Hollywood sequer estarem na moda. Tinha, tal como a Princesa Diana, quase o toque comum, na medida em que o próprio povo o adorava.”

O historiador Alexander Larman explica que o príncipe simbolizava uma esperança de renovação. “Na década de 1930, havia também uma grande sensação de que o país queria glamour. E o que o Príncipe de Gales simbolizava era o glamour. Ele tinha roupas fantásticas, era sempre visto em bares e coisas do género. Muitos outros, como Jorge V e a Rainha Maria, seus pais, eram membros muito mais tradicionais da família real, muito mais austeros. Inicialmente, havia uma enorme esperança de que ele iria criar uma nova monarquia, que iria dar ao Rei um glamour e um entusiasmo que não tinha havido antes.”

Mas o príncipe tinha também um problema. Problema que punha em causa a própria linha de sucessão. Os anos passavam e Eduardo continuava a recusar casar-se, apesar de todas as pressões da família. Em vez disso, acumulava uma longa lista de amantes, habitualmente com duas características comuns: todas elas eram mulheres americanas — e casadas.

Foi justamente numa festa organizada pela amante do momento, Lady Thelma Furness, que, em janeiro de 1931, Eduardo conheceu a mulher que iria não apenas mudar-lhe a vida, mas também o rumo da própria História.

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Wallis e Eduardo conheceram-se em 1931. Nunca mais se separaram

Bettmann Archive

Wallis Simpson era casada com o empresário Ernest Simpson, que tinha dupla nacionalidade americana e britânica. Em segundas núpcias. A primeira vez que a americana se casou, com um oficial da marinha, era ainda muito nova. Foi uma relação abusiva e poucos anos depois estavam separados. Com Ernest Simpson, cujo sobrenome viria a conservar, o casamento também não ia durar para sempre.

A relação entre a socialite americana Wallis Simpson e o Príncipe de Gales não começou logo, mas em 1934 já era evidente. E quando Jorge V, o pai de Eduardo, morreu, no início de 1936, transformou-se de imediato no maior problema do novo rei.

Durante praticamente um ano, Eduardo VIII nunca abandonou a obsessão de casar com Wallis e fazer dela a sua Rainha. A situação era inaceitável, tanto para a família real como para o próprio governo. Mas essa não era o única questão. Há anos que o príncipe de Gales era olhado com desconfiança. Era visto como um príncipe mais preocupado com as festas e a diversão do que propriamente com os deveres oficiais. E as alegadas ligações a elementos da extrema-direita no país eram também consideradas suspeitas.

Perante a intransigência, e mesmo a pressão, do primeiro-ministro e da família, Eduardo VIII acabou por abdicar a 10 de dezembro de 1936, num anúncio pela rádio que surpreendeu o país: “Acreditem em mim quando vos digo que percebi que é impossível carregar o pesado fardo da responsabilidade e desempenhar os meus deveres como Rei sem a ajuda e o apoio da mulher que eu amo”.

Nessa mesma noite, partiu para o exílio. Apesar de, ao longo da vida, ter regressado algumas vezes, sempre de forma pontual, nunca mais voltaria a viver no Reino Unido.

A história do Rei que abdicou por causa de uma mulher ficou no imaginário coletivo como uma das maiores histórias de amor de todos os tempos. Mas não é por isso que esta é uma história consensual.

"Ele abdicou de facto do trono por amor a Wallis, mas penso que isso convinha a toda a gente. Convinha ao governo britânico, que não achava que ele fosse um rei adequado. Não só devido às suas opiniões pró-alemãs, mas também porque era preguiçoso e não era muito bom a lidar com a segurança"
Andrew Lownie, autor de "O Rei Traidor"

Andrew Lownie, autor do livro “O Rei Traidor”, acredita mesmo que “um dos grandes mitos da abdicação” é o facto de se ter convencionado, à partida, que Eduardo VII abandonou o trono “por amor a uma mulher”.

“Ele abdicou de facto do trono por amor a Wallis, mas penso que isso convinha a toda a gente. Convinha ao governo britânico, que não achava que ele fosse um rei adequado. Não só devido às suas opiniões pró-alemãs, mas também porque era preguiçoso e não era muito bom a lidar com a segurança”, defende o biógrafo britânico. “Convinha-lhe também a ele. Isso safou-o. Usou a Wallis — tal como eles fizeram — como um dispositivo para o afastar do trono.”

Eduardo, que passou a ser o Duque de Windsor, e Wallis Simpson, viriam mesmo a a casar menos de um ano depois da abdicação, num casamento que aconteceu no norte de França, contou com a presença de apenas 12 convidados, e em que nenhum membro da família real apareceu.

Até começar a II Guerra Mundial, foi naquele país que o casal morou. Depois, em junho de 1940, os nazis tomaram finalmente Paris e Eduardo foi aconselhado pelo governo britânico a deslocar-se primeiro para Espanha e, dias depois, para Portugal.

Quando chegaram a Lisboa, viram-se no centro de uma intriga internacional que envolveu os serviços secretos britânicos e os alemães — e ainda a polícia política portuguesa.

Cascais, Portugal, um ninho de espiões internacionais

Em julho de 1940, Lisboa era um dos últimos portos seguros de uma Europa em guerra. Salazar não perdeu tempo a declarar a neutralidade logo após o início do conflito. E, apesar da aliança histórica com o Reino Unido, o ditador procurou sempre equilibrar a posição portuguesa de forma a não hostilizar nenhum dos lados em conflito.

A Portugal chegaram, por essa altura, milhares de refugiados. Incluindo membros da realeza europeia. Os Duques de Windsor foram os primeiros, mas, depois deles, muitos outros reis e rainhas, príncipes ou antigos governantes se seguiram. E, como os Duques de Windsor, também se instalaram em hotéis de cinco estrelas ou vivendas luxuosas, invariavelmente na linha entre Cascais, Estoril e Lisboa.

Este contexto foi igualmente propício a outro tipo de atividade que se desenvolveu durante a guerra: a espionagem. “Ao longo das várias fases da história nós sempre tivemos espiões, mas a espionagem na Segunda Guerra Mundial é absolutamente fascinante. Aquela frase de que  ‘a realidade ultrapassa a ficção’, é claramente Portugal em 1939/1940 e até 1946”, diz a investigadora Marisa Filipe, que está a fazer uma tese de doutoramento sobre a espionagem em Portugal durante a  II Guerra Mundial.

Um dos espiões mais famosos que passou por Portugal nesse tempo foi o sérvio Dusko Popov, de quem se diz até hoje ter inspirado Ian Fleming a criar a personagem de James Bond.

Popov era um agente duplo: os nazis achavam que trabalhava para eles mas, na verdade, estava ao serviço dos britânicos e a passar informações falsas aos alemães. Era conhecido por ser um playboy que gostava de festas, de jogar no casino e estar sempre na companhia de mulheres bonitas. Tinha como nome de código “Triciclo” e, durante anos, espalhou-se o mito de que era por andar com um bela mulher de cada lado. Neste caso, a realidade não suplanta a ficção: Popov era conhecido como “Triciclo”, sim, mas porque tinha outros dois espiões duplos na sua dependência, também eles com nomes de código desconcertantes, “Gelatine” e “Baloon”.

“Um negócio destes nunca poderia ser tratado sem a intervenção de Salazar. Nada lhe escaparia, certamente. E o Ricardo terá sido contactado para receber em sua casa o Duque de Windsor, porque seria o local mais privilegiado para manter em recato um ex-rei britânico. Todo este espaço onde é a casa está cercado, tem muros altos ainda hoje. E é absolutamente controlável, quer por uma polícia política, quer pelos serviços secretos ingleses"
Carlos Alberto Damas, investigador e antigo responsável pelo centro de história do Banco Espírito Santo

Foi neste cenário de espionagem internacional que os Duques de Windsor chegaram a Lisboa, em julho de 1940. A casa onde ficaram alojados, no sítio da Boca do Inferno, em Cascais, era uma mansão luxuosa. Pertencia ao banqueiro Ricardo Espírito Santo, o grande impulsionador do que viria a ser o império Espírito Santo e, já naquela altura, um dos homens mais poderosos e influentes do país.

Espírito Santo era amigo íntimo de Salazar, o que, aliado aos seus conhecimentos na alta sociedade, o tornou na pessoa mais indicada para ser anfitrião dos Duques, defende o investigador e antigo responsável pelo centro de história do Banco Espírito Santo, Carlos Alberto Damas. “Um negócio destes nunca poderia ser tratado sem a intervenção de Salazar. Nada lhe escaparia, certamente. E o Ricardo terá sido contactado para receber em sua casa o Duque de Windsor, porque seria o local mais privilegiado para manter em recato um ex-rei britânico. Todo este espaço onde é a casa está cercado, tem muros altos ainda hoje. E é absolutamente controlável, quer por uma polícia política, quer pelos serviços secretos ingleses. Não havia ali possibilidade de alguém se aproximar, muito menos nos anos em julho de 1940, sem ser logo visto.”

Problema: não eram só os ingleses e os portugueses que estavam a vigiar a casa. Os alemães também estavam interessados no Duque. Aliás, há anos que Adolf Hitler tinha um plano que o incluía. Quando a Alemanha ganhasse a guerra, o Führer queria voltar a pôr Eduardo no trono para assim poder firmar um pacto com os britânicos. Por muito inusitado que o plano pudesse parecer, a verdade é que o ditador alemão até tinha motivos para acreditar que podia ser bem sucedido. Os acontecimentos dos últimos anos apontavam para isso.

Os documentos enterrados na floresta e o plano nazi em Portugal

Em outubro de 1937, meses depois de se casarem, os Duques de Windsor visitaram a Alemanha nazi durante doze dias. O governo britânico desaconselhou Eduardo de aceitar o convite. Mas o Duque foi para a frente com a viagem, com uma condição: que a presença do casal no país fosse tratada como uma visita real, e que Wallis Simpson recebesse o tratamento digno de uma “alteza”, algo que a família real britânica sempre lhe negou.

Na verdade, o Duque tinha sido próximo da Alemanha desde sempre, até porque muitos dos seus antepassados eram alemães, fruto do cruzamento das duas casas reais. Na infância e juventude, Eduardo passou largas temporadas de verão no país. Também falava alemão e, mais do que isso, adorava a cultura alemã.

No último dia dessa visita à Alemanha, o Duque teve um encontro polémico, que durante décadas o viria a ensombrar: foi convidado para um chá com Adolf Hitler, na casa de Verão do ditador. Até hoje, continua sem se saber sobre o que conversaram nessa ocasião, mas o simples facto de o encontro ter acontecido, deixou Eduardo automaticamente sob suspeita. Mais tarde, nos últimos dias da guerra, foram encontradas informações que o deixaram ainda mais comprometido.

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Os Duques de Windsor foram recebidos por Adolf Hitler na sua casa de Verão

Ann Ronan Picture Library/Photo

Em abril de 1945 soldados americanos fizeram uma descoberta surpreendente: milhares de documentos que deveriam ter sido destruídos revelavam comunicações secretas entre Berlim e as embaixadas e serviços secretos alemães espalhados pelo mundo. Entre eles estavam os detalhes do plano que os nazis tentaram pôr em marcha em Lisboa em julho de 1940, e que teve como cérebro o ministro dos negócios estrangeiros, Joachim Von Ribbentrop.

O objetivo era, primeiro, tirar o Duque de Portugal e atraí-lo de volta para Espanha, um país mais favorável aos alemães. Uma vez transposta a fronteira, o plano consistia em convencer o antigo rei e propor-lhe que colaborasse com a Alemanha, para que, no fim da guerra, os dois países pudessem fundar uma aliança. Se quisesse, Eduardo poderia mesmo ter o seu trono de volta.

Para cumprir o plano, os alemães contaram com a ajuda de emissários enviados pelos espanhóis e também de agentes duplos na polícia portuguesa. Mas Ribbentrop decidiu que, para garantir que tudo corria como previsto, seria necessário também enviar um agente especial a Lisboa. Quando chegou, esse agente deparou-se com uma realidade inesperada, que fez com que, no limite, Hitler ordenasse o rapto do Duque.

O plano acabou por não se concretizar e passou aos livros de História porque Hitler foi traído. E por quem menos esperava. Precisamente em Portugal.

“Um Rei na Boca do Inferno” é uma série para ouvir em seis episódios, com narração de Soraia Chaves e banda sonora original de Cláudia Pascoal. O guião e as entrevistas são de João Santos Duarte. A sonoplastia é de Beatriz Martel Garcia e Artur Costa.

Há um novo episódios todas as terças-feiras no site do Observador e nas plataformas de podcast, mas os assinantes do Observador já têm acesso exclusivo e antecipado a todos os episódios desta série.

 
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