O workplace do séc. XXI humanizou-se e há mesmo quem não aceite o cargo dos seus sonhos se o espaço dessa empresa for conservador. É justo. Para cativar pessoas a serem boas profissionais, é preciso seduzi-las. Se levarmos a sério a influência do bem-estar físico e emocional de cada um na sua performance profissional, compreendemos porque é que as soft e as hard skills já não são suficientes para manter um colaborador numa empresa muito tempo. Pelo menos, nos dias que correm. E nem é preciso ser uma empresa unicórnio para fazer a transição para um ambiente acolhedor e cujo propósito é, acima de tudo, receber bem.
Dar e receber: um ciclo virtuoso
As empresas conscientes já compreenderam e muitas já conseguem assumir o compromisso: se derem um bom ambiente de trabalho aos seus colaboradores, eles responderão com mais produtividade e maior eficiência. Por bom ambiente entenda-se tudo aquilo que facilita a comunicação, a interação e a felicidade da equipa. E tudo começa num lugar.
Foi neste sentido que a Galp procurou a JLL para construir aquela que já se tornou um lugar de eleição para toda a equipa da empresa: a sua nova sede. O envolvimento da consultora começou com a definição da estratégia para os espaços de trabalho – Workplace Strategy -, que resultou num trabalho de equipa notável com a JLL, a OpenBook e a Tétris, responsáveis pela arquitetura e a construção de todos os interiores e mobiliário, respetivamente. Mas qual a relação do novo espaço com o bem-estar dos colaboradores?
Carlos Cardoso, CEO da JLL Portugal e Managing Diretor da Tétris Portugal, faz a sua análise: “O novo espaço ficou bastante leve e apetecível. Além do conforto, da funcionalidade e da sobriedade, a horizontalidade do edifício facilita a comunicação e o espírito de equipa. A Galp passou de duas torres com 16 pisos cada, onde as pessoas não se cruzavam, para um edifício com 7 pisos, muito mais amplo, onde os colegas se podem juntar em qualquer espaço para colaborarem uns com os outros. O espaço ficou mais humanizado, o que faz com que as pessoas se sintam mais comprometidas com a empresa”, acredita.
O facto de já não existirem lugares ou tecnologia fixos é uma das vantagens, mas quem entra na nova sede da GALP não consegue ficar indiferente à sua magia. São 16.000 m2 de espaços harmoniosos, nos quais dão prazer trabalhar ou conviver. Atrevemo-nos a dizer que é uma bonita obra de arte contemporânea, onde a sustentabilidade, a tecnologia e a funcionalidade convivem plenamente. É sobretudo na sua sobriedade que mora o deslumbre: a sua arquitetura curvilínea convida-nos a deambular pelo interior luminoso que exibe cores discretas, como o verde-petróleo, o bege ou o terracota, mas que nos transporta, também, para um universo sustentável: os materiais das paredes, do mobiliário, ou de elementos decorativos são orgânicos e naturais, muitas vezes provenientes de reciclagem de resíduos (nomeadamente de lixo oceânico), com zero emissões de carbono. Por outro lado, têm maior durabilidade e menos necessidade de manutenção.
Sustentabilidade certificada
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A nova sede possui as certificações Leed e Well na categoria Platinum, que traduzem a aposta na criação de um ambiente de trabalho seguro e saudável, e, ao mesmo tempo, reduzem a pegada carbónica e ambiental. Todos os materiais melhoraram o desempenho do edifício, nomeadamente a nível acústico e de iluminação. À JLL, através do seu departamento de Sustentabilidade, coube a implementação e obtenção destas certificações, a nível de interiores.
Além dos 16.000 m2 de escritórios distribuídos por 7 pisos acima do solo, a obra implicou a construção de 10.000 m2 de áreas técnicas e estacionamento em 4 pisos subterrâneos. Envolveu, em média, 200 trabalhadores em palco de obra diariamente, além da coordenação de mais de 120 parceiros e fornecedores no decurso dos trabalhos.
“Na nova casa que criámos para a Galp, cumprimos em pleno o objetivo da empresa: embora institucional e com um forte carácter contemporâneo, este espaço conta uma narrativa desprovida de luxo e associada à transparência que a administração quer transmitir enquanto instituição. Colaboração é a palavra-chave, visível em qualquer canto do edifício extremamente aberto à criatividade”, revela Paulo Jervell, Partner na OpenBook, a empresa responsável pela arquitetura.
Tecnologia é bandeira da nova sede
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Salas de reuniões equipadas com videoconferência, painéis nos corredores e até uma aplicação móvel para reservar a secretária, o lugar de estacionamento ou o cacifo, são algumas das novidades que facilitam e tornam a Galp mais interativa.
Quando questionados sobre o maior desafio deste projeto, Carlos Cardoso e Paulo Jervell concordam em afirmar que foi “terminar uma obra sublime como esta em apenas um ano!” O que torna tudo ainda mais espetacular, porque não imaginamos um espaço mais competente do que este. Pode-se dizer que foi um belo trabalho de equipa. E em equipa que ganha, não se mexe.
Um edifício único
Afinal, o que muda na nova casa da Galp? Rigorosamente… tudo! Mais amplitude dos espaços, mais flexibilidade de trabalho, mais classe – aquela vista sobre o Tejo e a Ponte 25 de Abril é memorável! -, mais sustentabilidade, mais tecnologia, mais portugalidade. Mas acompanhe-nos numa viagem pelo edifício.
Piso 0. Tornou-se num espaço aberto à comunidade parceira da empresa. Além da receção, do auditório, das salas de formação e do laboratório, este é um lugar pronto para receber eventos da multinacional de uma forma que antes não poderia acontecer.
Piso 1. Ligada ao piso 0 por uma escada incrível, para promover a mobilidade, este piso conta com o business center (salas de reuniões para visitantes) que divide e convive com uma sala de gaming equipada com tudo aquilo que um millennial sempre sonhou: máquinas de jogos do Pacman, Starwars e Dragon Ball fazem as delícias de quem entra aqui para descontrair. Já para não falar do piano e da guitarra acústica, que põem a descoberto talentos nunca antes partilhados. Também o refeitório (com ementa de Justa Nobre) ganhou outra roupagem, com espaços mais intimistas de fine dining.
Piso 2. Este é o Wellness Center que qualquer empresa sonha ter nas suas instalações. Composto por uma clínica dentária e um ginásio completamente equipado, existe ainda uma sala de pilates/yoga.
Pisos 3/4/5. Nos novos pisos de trabalho não há obrigatoriedade de ficar na mesma secretária todos os dias. Aliás, no novo edifício não há obrigatoriedade, sequer, de ficar a trabalhar numa secretária. Porque não utilizar as cabines de reuniões, as ágoras, o refeitório ou o rooftop? Aqui não há limites para a criatividade e colaboração.
Piso 6. Um piso que alia os escritórios da administração com espaços de trabalho para os colaboradores. A prova de que a gestão ficou mais próxima da equipa.
Piso 7. Rooftop. Uma vista única para o rio Tejo e para a Ponte 25 de Abril. Uma zona de lazer preparada para se transformar num espaço de reuniões e de colaboração entre equipas.
A introdução de plantas naturais foi comum a todos os pisos (sim, há quem cuide delas todos os dias), bem como a preocupação em decorar os corredores com azulejos de artistas portugueses. Portugueses são também todos os fornecedores parceiros desta obra.
Este artigo foi publicado no âmbito do projeto Rota Imobiliária, em parceria com a JLL: https://observador.pt/seccao/rota-imobiliaria/