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Este artigo vai estar em atualização ao longo do dia, com notícias da campanha eleitoral em todo o país.
No penúltimo dia de campanha eleitoral, as caravanas dos líderes partidários continuam a percorrer o país. Desta vez, o secretário-geral do PS, António Costa, está fora da campanha — ausente do país num jantar de chefes de Governo da UE, na Estónia. No seu lugar segue a secretária-geral adjunta, Ana Catarina Mendes, que passa por Arganil e Góis, em Coimbra, antes de descer a Lisboa para um comício com Fernando Medina. Passos Coelho anda por Cascais a apoiar Carlos Carreiras e também regressa, à noite, a Lisboa, para um jantar com Teresa Leal Coelho.
Catarina Martins também fica na área da Grande Lisboa, fazendo uma viagem de comboio de Cascais a Lisboa acompanhada pelos candidatos do Bloco a Cascais, Oeiras e Lisboa. Depois, segue para Sintra. A CDU começa na margem sul do Tejo, com Jerónimo de Sousa numa arruada na Baixa da Banheira, Moita. A caravana segue até ao Couço, em Coruche, aldeia conhecida pela resistência ao Estado Novo, seguindo depois para Benavente.
Em Gondomar, Marco Martins, o candidato do PS, esteve na noite de quarta-feira numa festa-comício em que questionou se os gondomarenses ainda se “deixam vender por eletrodomésticos”, num ataque a Valentim Loureiro. Seguimos aqui as notícias da campanha eleitoral em todo o país.
Na Maia, os “Rebelo de Sousa” entraram na campanha. Mas candidato do PS recusa aproveitamento.
O dia de ontem foi assim pelo país:
Diário do País. Jerónimo no Alentejo a pedir um “resultadão” para a CDU
Presidente da República faz comunicado a dizer que aproveitamento do seu nome na Maia é “ofensivo”
Marcelo Rebelo de Sousa fez um comunicado esta quinta-feira à noite, a reagir à notícia do Observador — que pode ler no título em baixo –, que dava conta de um candidato à câmara da Maia ter utilizado a “família Rebelo de Sousa” como forma de apelo ao voto, depois de ter obtido o apoio de António Rebelo de Sousa, irmão do Presidente da República. O comunicado foi enviado por Belém aos sete mandatários das candidaturas autárquicas que estão em disputa no concelho da Maia.
Na sua reação, o Presidente refere que não se confunde com as opções políticas dos seus familiares e que estas não podem ser usadas como se fossem as do próprio Marcelo Rebelo de Sousa. Se isso acontecer — Marcelo coloca a questão no condicional — ” tal seria ofensivo para o Presidente da República e para o familiar”. Francisco Vieira de Carvalho, o candidato que usou o nome presidencial de forma abusiva, não explicou aos seus eleitores que a família Rebelo de Sousa é politicamente muito plural: Marcelo, o irmão mais velho, foi sempre do PSD; António, o irmão do meio foi do PSD e depois filiou-se no PS; e Pedro, o mais novo, era militante do CDS. Nem sequer por aqui seria possível misturar as opções políticas dos irmãos Rebelo de Sousa, como fez a candidatura junto da qual António Costa esteve na noite desta quarta-feira.
O breve texto, na íntegra, é o seguinte:
“Como sempre deixou claro desde antes da sua eleição, o Presidente da República não se confunde com os seus familiares. Qualquer posição tomada por um familiar não pode ser confundida, nem usada, com sendo a posição do Presidente da República: tal seria ofensivo para o Presidente da República e para o familiar”.
Candidato à Maia cola-se à “família Rebelo de Sousa”
Rebelo de Sousa apoia o candidato da coligação “Um novo começo” (PS/Juntos Pelo Povo) à câmara da Maia. Não se trata, obviamente, de Marcelo Rebelo de Sousa, mas a mensagem está lá. Numa nota divulgada esta quinta-feira por email e através das redes sociais os responsáveis pela comunicação da campanha de Francisco Vieira de Carvalho referem que o candidato ficou “sensibilizado com o apoio da família Rebelo de Sousa”. Ao Observador, o diretor de campanha nega que se trate de um aproveitamento da figura do chefe de Estado. “As interpretações são sempre subjetivas”, diz Paiva Ribeiro.
A mensagem preenche o topo da nota informativa, em letras gordas. Em cima, à esquerda, o nome de Vieira de Carvalho surge destacado sobre o fundo azul. Concorre pelo PS, com o apoio do Juntos Pelo Povo, à câmara da Maia, a mesma que o pai, José Vieira de Carvalho, um “dinossauro” do poder local português, dirigiu durante quase 30 anos.
A mensagem difundida pela equipa de comunicação do candidato explica, mais abaixo, que o apoio foi manifestado por António Rebelo de Sousa, irmão do Presidente da República e ex-deputado à Assembleia da República, eleito pelo PSD e, depois, pelo PS. Questionado pelo Observador sobre a forma como a divulgação do apoio é feita, numa referência à “família Rebelo de Sousa”, Paiva Ribeiro argumenta que António Rebelo de Sousa é “amigo próximo” de Vieira de Carvalho e que a sua mensagem tem uma abrangência coletiva. “Há mais gente na família, ficámos extremamente sensibilizados com a mensagem dele, não só em termos pessoais mas também por aquilo que ele representa na família”.
No entanto, em nenhuma das três frases da mensagem que António Rebelo de Sousa dedica a Vieira de Carvalho é feita qualquer menção a um apoio mais alargado que o do próprio autor do texto. “Venho, por este meio, como adepto da social-democracia e do socialismo democrático, manifestar o meu apoio à sua candidatura à presidência da Câmara da Maia”, escreve António Rebelo de Sousa. “Faço-o não apenas dada a minha amizade e consideração que tenho pela sua família, mas sobretudo pelas suas convicções, pelo seu amor à terra e pela sua visão estratégica. Acresce ao que disse que reconheço na sua pessoa a capacidade de liderança necessária ao exercício das funções a que se candidata”, conclui
No final da nota informativa, outro detalhe, com uma referência explícita a Marcelo em jeito de contexto: “Refira-se que o Dr. Francisco Vieira de Carvalho foi, em 2016, apoiante do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa e participante ativo na sua campanha eleitoral para a Presidência da República.
Ainda assim, Paiva Ribeiro desvaloriza a ideia de que a figura do chefe de Estado possa estar a ser aproveitada para fins políticos, na disputa pela câmara da Maia. “Não me parece, o que acontece é que, pela notoriedade que Marcelo Rebelo de Sousa tem, por ser Presidente da República, isso possa gerar a sua [do jornalista] interpretação, e as interpretações são sempre subjetivas”, argumenta.
O diretor de campanha de Vieira de Carvalho considera que “não foi intenção” dos assessores de Vieira de Carvalho fazer essa associação. Ele próprio não terá pensado nessa hipótese? “Não me passa pela cabeça nem deixa de passar”, limita-se a dizer.
Mãe apoia Vieira da Carvalho, que concorre contra a irmã, que é vereadora na câmara que o pai governou e que o filho quer conquistar
A mensagem de apoio dos “Rebelo de Sousa” seguiu pela via digital. A outra mensagem, um texto mais longo e pessoal que a mãe de Vieira de Carvalho escreveu para impulsionar a candidatura do filho, já tinha chegado às caixas de correio dos moradores do município e foi distribuída entre os apoiantes que se juntaram esta quarta-feira no pavilhão municipal da Maia – onde António Costa esteve para apoiar o candidato do PS.
“Passo a passo” Portugal tem vindo a recuperar esperança e confiança
Na carta, Albina Vieira de Carvalho lembra a obra do marido, “que morreu a trabalhar pelo nosso futuro“. Albina, que é também candidata à câmara, como suplente, na lista de Francisco Vieira de Carvalho, lança um apelo às “mulheres, mães e avós” da Maia para que votem no filho, apresentado como o sucessor do trabalho do histórico autarca do concelho (o pai morreu em 2002, devido a problemas cardíacos). “Com a minha palavra empenhada e sob compromisso de honra, quero assegurar-vos de que o Francisco está bem preparado e será um grande autarca”, diz, garantido que “a família está com ele”.
Estará ao lado de Francisco, mas não toda. Também na Maia, a filha de José e Albina Vieira da Silva é candidata. Só que, ao contrário do irmão e da mãe, concorre pela coligação de partidos da direita. Aliás, Ana Miguel Vieira de Carvalho exerce atualmente funções de vereadora, no executivo liderado por António Bragança Fernandes. Em 2013, a coligação PSD/CDS venceu as eleições com 50,15% dos votos. A coligação repete-se este ano e a Ana Vieira de Carvalho é a número três da lista.
Matosinhos. Narciso diz que sondagens “foram feitas para beneficiar” o Partido Socialista
“Dizemos NÃO aos truques”. É assim que Narciso Miranda, candidato independente à Câmara Municipal de Matosinhos termina a publicação que fez no Facebook onde diz que as sondagens realizadas pela Universidade Católica Portuguesa para a RTP e Antena 1 “têm erros grosseiros, são falsas e foram feitas, objetivamente para beneficiar a candidatura do partido do governo”, o Partido Socialista — partido que as sondagens previram como vencedor.
Narciso Miranda alargou a sua crítica à sondagem realizada para o Porto pela Universidade Católica para o Jornal de Notícias — que prevê um empate técnico entre Rui Moreira, atual presidente da Câmara e candidato independente, e Manuel Pizarro, ex-vereador executivo de Moreira e candidato do PS, com uma ligeira vantagem para o primeiro. “Foi assim em Matosinhos. Foi assim no Porto. Dizemos NĀO aos truques”, pode ler-se ainda.
Se ao final do dia, as sondagens foram o alvo da crítica de Narciso Miranda, de manhã, durante uma arruada pela Senhora da Hora, foram os restantes candidatos à Câmara de Matosinhos. Narciso Miranda disse que todos os candidatos acabaram por defender as mesmas medidas que ele. “Só falta todos concordarem em acabar com a caça à multa, mas até ao último minuto da campanha eleitoral vou conseguir que todos concordem”, frisou.
Narciso Miranda diz que é “o único com uma visão estratégica, que não atacou ninguém, que valorizou o debate eleitoral e o único a apresentar propostas para o futuro do concelho, tendo deixado os outros candidatos sem capacidade de resposta, levando-os a andar a reboque das minhas medidas”.
As previsões de Jerónimo de Sousa: “O BE corre na sua bicicleta” e o PS não consegue “um voo tão célere”
Não faz “juízos de valor” mas não está preocupado com o Bloco de Esquerda — que “corre na sua bicicleta”. Duvida que o PS consiga “um voo tão célere, em termos de resultados eleitorais”, apesar de reconhecer o partido como “adversário”. A par destas previsões, Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, em entrevista à agência Lusa, mostrou-se “confiante de que é possível alcançar aquele objetivo de manter e reforçar posições da CDU”.
Jerónimo de Sousa está consciente de que “por meia dúzia de votos se ganha, por meia dúzia se perde uma câmara”. E apesar de ser “evidente” que ter 35 autarquias é melhor do que as atuais 34 reconhece: “Não houve nunca eleições autárquicas em que não se ganhasse e perdesse câmaras”.
“O nosso objetivo é crescer e avançar, é evidente”, diz Jerónimo de Sousa. Mas fá-lo “sempre com uma cautela muito grande” já que, defende o secretário-geral do PCP,uma “onda de simpatia” ou “bom ambiente” não são sinónimo de “resultado eleitoral”.
Cascais. Catarina Martins pergunta a Passos “se acha que foi boa ideia ter desinvestido na linha de Cascais”
Ao lado da candidata do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Cascais, Cecília Honório, Catarina Martins apanhou o comboio em direção ao Cais do Sodré. Noutra carruagem entre Carcavelos e Cascais, ia Pedro Passos Coelho — uma viagem que Catarina Martins confessa não ter tido conhecimento. Mas a coordenadora do BE aproveitou a coincidência para fazer uma sugestão: “Talvez seja uma boa altura para perguntar a Pedro Passos Coelho se acha que foi mesmo uma boa ideia ter desinvestido na linha de Cascais ou ter feito os tarifários dos transportes públicos aumentarem como fez aumentar”.
Catarina Martins explicou que escolheu “fazer a linha de Cascais” por achar que “Cascais precisa de mudar”. A coordenadora do Bloco de Esquerda fez um “apelo a toda a gente em Cascais que sabe que a maioria absoluta em Cascais não tem sido a solução, que desta vez vá votar”.
Catarina Martins falava de uma maioria absoluta que considera “incapaz” ja que “foi eleita por muito poucas pessoas”. A coordenadora bloquista alertou para o facto de Cascais ser “um dos concelhos do país com uma maior abstenção”. “Dois terços dos eleitores de Cascais abstiveram-se nas últimas autárquicas”, disse, acrescentando que está convencida de que o seu partido pode eleger Cecília Honório para vereadora — o que “pode fazer toda a diferença”.
Gondomar. “Será que os gondomarenses ainda se deixam comprar por eletrodomésticos?”, pergunta candidato do PS
Marco Martins, presidente da câmara municipal de Gondomar e recandidato pelo PS, esteve na noite de quarta-feira numa festa-comício em Rio Tinto e, além de fazer um balanço positivo do seu mandato, deixou duras críticas a Valentim Loureiro, ex-autarca que se torna a candidatar depois do julgamento por burla qualificada em 2011, em que foi absolvido.
“Está toda a gente de olhos postos em Gondomar. O país inteiro está a pensar o que é que os gondomarenses vão fazer. E perguntam: será que os gondomarenses ainda são aquelas pessoas que se deixam comprar por porcos a assar, por barris de cerveja, por eletrodomésticos ou por notas de cinco euros? Não. Nós queremos o futuro de Gondomar”, afirmou Marco Martins durante o discurso, numa referência à célebre campanha de 1993, quando Valentim foi eleito pela primeira vez.
Martins, que foi eleito pela primeira vez em 2013, sublinhou que o seu caminho “começou há quatro anos”. “Sabemos para onde vamos, sabemos o que queremos e sabemos que vamos ganhar com uma grande maioria socialista. Pelo futuro de Gondomar, conto convosco”, afirmou, mostrando-se convicto numa vitória com uma “grande maioria”. “Os gondomarenses dirão basta aos paraquedistas e a quem se quer aproveitar“, destacou.
“Nós prometemos e cumprimos. E fizemo-lo em condições muito difíceis. Mas hoje que Gondomar tem as contas limpas, que Gondomar tem a casa arrumada e que Gondomar está no mapa pela positiva, não falta quem queira voltar. O PS prometeu, cumpriu, pagou aquilo que fez e não deixou para outros pagarem”, disse ainda.
Setúbal. Jerónimo diz que CDU é “a grande força da esquerda do poder local”
A cidade de Setúbal foi uma das grandes apostas da caravana da CDU, que espera reeleger Maria das Dores Meira como autarca. Na noite de quarta-feira, Jerónimo de Sousa deslocou-se à cidade para um comício noturno em que destacou que, “a cada dia que passa, a CDU confirma-se como a grande força de esquerda do poder local, o espaço para todos os que querem nas suas terras uma gestão determinada pela vontade de dar resposta aos seus problemas e ir ao encontro dos seus interesses e aspirações”.
Num evento em que participou também o cantor Toy, um dos grandes apoiantes da candidata comunista, Jerónimo afirmou que prova dessa “grande força” é o facto de a CDU “ser a força política com mais candidaturas aos órgãos municipais do país”, dado o seu “enraizamento popular, maior influência e mais largo apoio”.
“Enquanto outros choram lágrimas de crocodilo pelos problemas do envelhecimento da população, as autarquias CDU têm uma política de apoio à juventude e às jovens gerações que lhes permite viver, constituir família e ser felizes nas suas terras“, sublinhou o secretário-geral do PCP.
Segundo dados referidos pela agência Lusa, a CDU tem candidaturas próprias aos órgãos municipais em todos os concelhos do continente e da região autónoma da Madeira e a 15 dos 19 concelhos da região autónoma dos Açores, ou seja em 304 dos 308 municípios do país, além do seu maior número de sempre de listas candidatas a juntas de freguesia – 1.807 (mais 72 que nas eleições de 2013) para um universo de 3.092, ultrapassando pela primeira vez o número de 2.500 correspondente às existentes antes do processo de reforma administrativa de freguesias do Governo PSD/CDS-PP.
Oeiras. “Os movimentos esgotam-se nos dias das eleições” mas os “objetivos” não
Ter conseguido captar “atenção e simpatia” das pessoas já basta para Sónia Gonçalves, candidata do movimento independente Renascer Oeiras 2017, fazer um balanço “muito positivo” da campanha: “Conseguimos mostrar que há alternativa em Oeiras, é esse o nosso grande objetivo”.
Sónia Gonçalves esteve esta quinta-feira, o penúltimo dia de campanha, na sua terra, em Linda-a-Velha. “Conheço toda a gente e toda a gente me conhece, portanto hoje decidimos estar aqui a mostrar o nosso compromisso para o concelho”, explicou à Agência Lusa.
“Os movimentos esgotam-se nos dias das eleições” constatou a candidata, alertando que isso não significa que os objetivos que o movimento Renascer Oeiras 2017 tem pela autarquia por Oeiras acabem no dia 1 de outubro. “Muito pelo contrário. Eu nunca digo nunca, por isso vamos ver o que acontece e depois logo se vê”, disse ainda Sónia Gonçalves à agência Lusa.
Com Agência Lusa