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Este artigo vai ser atualizado ao longo do dia com reportagens junto dos candidatos à câmara do Porto.
No dia em que a sondagem da Universidade Católica para a Antena 1/RTP dá um empate entre Moreira e Pizarro (34% dos votos para cada um), os candidatos à câmara do Porto continuam a percorrer a cidade em campanha. Rui Moreira começou com uma visita à Associação Comercial do Porto, visitou uma incubadora de startups, mas o tema do dia foram as acusações de “manipulação” da opinião pública que fez às sondagens da Universidade Católica — que já lhe respondeu — e o apelo a uma maioria absoluta. Manuel Pizarro passou a manhã num périplo pelas lojas históricas do Porto e a tarde num debate sobre turismo, mas respondeu a Moreira. Primeiro disse que o presidente da câmara estava “crispado”. A seguir, comparou-o a Luís Filipe Menezes quando o então candidato do PSD à câmara do Porto, em 2013, pediu maioria absoluta e havia de ficar em terceiro lugar.
Álvaro Almeida, candidato do PSD, a quem a sondagem dá um longínquo terceiro lugar (com 9%), teve apenas um compromisso na agenda de campanha: uma visita, de manhã, ao lar de idosos Irmãzinhas dos Pobres. A candidata da CDU, Ilda Figueiredo, andou durante a manhã em Santo Ildefonso para denunciar casas municipais disponíveis e desocupadas, e João Teixeira Lopes, do Bloco de Esquerda, fez uma viagem de elétrico para apresentar propostas para a mobilidade. Acompanhamos aqui as notícias sobre a campanha eleitoral no Porto, que tem mais um debate esta noite, no Porto Canal.
Sondagem dá empate entre Rui Moreira e Manuel Pizarro
A sondagem da Universidade Católica divulgada esta quarta-feira pela Antena 1 e RTP dá um empate entre Rui Moreira e Manuel Pizarro, cada um recolhendo 34% das intenções de voto, elegendo cinco ou seis mandatos cada um. Este valor significa que nenhum dos dois candidatos consegue a maioria absoluta (são necessários sete eleitos entre os 13 que compõem o executivo).
Sondagem no Porto
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- Rui Moreira (34%) – 5/6 mandatos
- Manuel Pizarro, PS (34%) – 5/6 mandatos
- Álvaro Almeida, PSD (9%) – 1/2 mandatos
- Ilda Figueiredo, CDU (8%) – 1 mandato
- João Teixeira Lopes, BE (7%) – 0/1 mandatos
- Bebiana Cunha, PAN (2%) – 0 mandatos
Sondagem U. Católica para Antena 1 e RTP
Álvaro Almeida, do PSD, aparece em terceiro lugar, muito longe dos dois primeiros. Com 9% das intenções de voto, o candidato social-democrata pode aspirar a eleger no máximo dois vereadores, de acordo com o estudo do centro de sondagens da Católica. Em quarto lugar fica Ilda Figueiredo, candidata da CDU, com 8% e possibilidade de eleição de um elemento para a câmara. A última lista com possibilidades de eleger é a do Bloco de Esquerda, encabeçada por João Teixeira Lopes, que recolhe 7% das intenções de voto.
A sondagem da Católica traz ainda outros dados relevantes que demonstram que a abstenção setorial pode ter um papel determinante na decisão entre o independente e o socialista. Por exemplo, 41% dos eleitores com formação superior dizem querer votar em Rui Moreira enquanto apenas 13% prefere Manuel Pizarro. Já 37% dos eleitores que responderam não ter completado o ensino secundário preferem o candidato do PS, contra apenas 15% que dizem ir votar em Moreira. Também no que toca à idade a diferença é evidente, com as faixas etárias mais jovens a preferirem votar em Rui Moreira e as mais velhas a indicarem que votarão em Manuel Pizarro.
No que respeita a cenários pós-eleitorais, a confirmar-se a vitória de Rui Moreira ou de Manuel Pizarro sem maioria absoluta, grande parte dos eleitores (36%) prefere uma coligação entre os dois, reatando a parceria do último mandato.
Pizarro compara Moreira a Menezes. Independente fala outra vez em telefonemas de Lisboa
A frase provocatória de Pizarro: “Limitei-me a recordar que esse foi um dos temas [a maioria absoluta] da campanha de Luís Filipe Menezes na segunda semana de campanha eleitoral”.
A frase cifrada de Moreira: “Não precisam de me oferecer telemóveis. Não vou receber telefonemas de Lisboa, relativamente a tudo o que se está a passar.”
A luta aqueceu de vez na corrida eleitoral à Câmara Municipal do Porto. Depois de uma manhã particularmente tensa, com acusações de manipulação de sondagens à mistura, a tarde do antepenúltimo dia de campanha não começou propriamente melhor. À margem de uma visita à IPSS Senhor do Bonfim, Rui Moreira voltou a falar (de forma críptica) em “telefonemas de Lisboa”. Praticamente à mesma hora, Manuel Pizarro lembrava que também Luís Filipe Menezes, em 2013, pediu a maioria absoluta para combater o “centralismo de Lisboa”.
Primeiro, Rui Moreira. Depois de ter emitido um comunicado onde denunciava a existência de “erros grosseiros”, de “manipulação da opinião pública” (como pode ler mais abaixo neste especial) e de uma campanha orquestrada contra si, desafiado a concretizar que está na origem dessa suposta campanha, o autarca limitou-se a dizer: “Não vou comentar sondagens. Os senhores [jornalistas] farão a investigação que quiserem“.
O autarca não ficaria por aqui. Sem nomear a quem se dirigia, Rui Moreira sublinhou que a sua candidatura fez “uma campanha limpa“, “não atacou ninguém” e “honrou” os seus adversários. “No domingo o Porto vai votar”, afirmou o candidato independente.
Mais à frente, Moreira teria outra frase indecifrável: “Não precisam de me oferecer telemóveis. Não vou receber telefonemas de Lisboa, relativamente a tudo o que se está a passar”, disse o autarca, sem concretizar.
Não é primeira vez que o presidente da Câmara do Porto se refere a telefonemas de Lisboa. Já na apresentação do seu programa eleitoral, Rui Moreira terminou o seu discurso com uma garantia: “Não recebemos telefonemas de Lisboa a dizer que o que estamos a dizer é inconveniente. Não vou receber ordens de ninguém, porque eu não vou embora daqui”. O que é que isso quer dizer exatamente? Moreira recusa-se a esclarecer.
Minutos antes, no centro histórico do Porto, Manuel Pizarro acabara de comparar a estratégia de Rui Moreira à de Luís Filipe Menezes, em 2013, quando o social-democrata decidiu arrancar para a segunda semana de campanha eleitoral no Porto em guerra aberta com aquilo que dizia ser o “centralismo de Lisboa”. Confrontado com as declarações dos socialistas, Rui Moreira preferiu não responder.
“Não ouvi Manuel Pizarro dizer isso. Não sei se ele quererá maioria absoluta. Eu quero maioria absoluta. Qualquer candidato sério quer a maioria absoluta“, rematou Rui Moreira. Quanto a futuras coligações, nem mais uma palavra. “Veremos. No domingo à noite falamos, se Deus quiser”. O candidato acabaria por deixar o local sem responder a mais questões dos jornalistas, sob o aplauso dos simpatizantes que o acompanhavam.
Bola para Pizarro. Em declarações ao Observador, já depois do debate sobre Turismo na histórica Livraria Lello, o socialista explicou exatamente o que dissera antes. “Limitei-me a recordar que esse foi um dos temas da campanha de Luís Filipe Menezes na segunda semana de campanha eleitoral”, sublinhou o candidato do PS.
Quanto ao tema do dia e as reações que se sucederam — as sondagens e as acusações de manipulação –, Manuel Pizarro acusou Rui Moreira de estar a disparar contra todos que julga adversários porque achava que tinha “o direito natural de se suceder a si próprio”.
“Rui Moreira tem assumido, com alguma surpresa, uma atitude de certa sobranceria como se tivesse o direito natural de se suceder a si próprio. Começou por atacar os partidos, com o PS à cabeça e à exceção naturalmente do CDS. Depois passou a atacar jornalistas e agora ataca as empresas de sondagens quando os resultados não lhe são favoráveis. Aguardo para ver se Rui Moreira vai atacar o povo portuense se, no dia 1, como espero, o PS vencer as eleições”, concluiu o socialista.
Rui Moreira diz que sondagem é “falsa” e pede maioria absoluta
A frase: “Perante tudo o que tem sucedido nesta campanha, espero que os portuenses nos deem a maioria absoluta no domingo.”
A (outra) frase: “Há uma inaceitável tentativa de manipulação da opinião pública”
O que correu mal: Em pouco mais de 48 horas, Rui Moreira foi de “a maioria absoluta não se pede” a “era muito importante para a cidade ter mesmo a maioria absoluta”.
O que (também) correu mal: O autarca justificou esta alteração estratégica com as “coisas que têm sucedido ultimamente”, designadamente uma operação de manipulação da opinião pública. Que coisas, exatamente? Quem são os responsáveis? Com que objetivo? Rui Moreira preferiu não esclarecer.
Rui Moreira pediu esta quarta-feira aos portuenses “uma maioria absoluta no domingo”, por causa do que tem “sucedido nos últimos dias”, designadamente uma operação de manipulação da opinião pública.
“Eu não comento sondagens. A única coisa que digo é que, perante tudo o que tem sucedido nesta campanha, eu espero que os portuenses compreendam muito bem aquilo que está a suceder e que nos deem a maioria absoluta no domingo”, afirmou esta manhã Rui Moreira, à saída de uma reunião que teve na Associação Comercial do Porto.
Questionado pelos jornalistas para comentar uma sondagem que dá um empate entre Rui Moreira e Manuel Pizarro (PS), o candidato independente disse que “perante as coisas que têm sucedido ultimamente” considera que “neste momento era muito importante para a cidade” ter “mesmo maioria absoluta”.
“Os portuenses compreenderam muito bem o que eu estou a dizer”, acrescentou Rui Moreira, negando que este pedido seja uma reação a sondagens, mas antes uma “reação a tudo aquilo que tem sucedido nos últimos dias”. O quê? O autarca não esclareceu.
Esta é uma mudança substancial na estratégia de Rui Moreira. Há dois dias, durante uma ação de campanha na zona mais oriental da cidade, o candidato independente garantiu “não ter medo” de não ter maioria absoluta e recusou-se a fazer esse apelo aos eleitores portuenses. “A maioria absoluta não é uma coisa que se pede. É uma consequência“, rematou o autarca. 48 horas depois, o atual presidente da Câmara dá o passo que nunca até agora se tinha arriscado a dar.
Universidade Católica acusada por Moreira de “erros grosseiros” e “manipulação”
Numa nota publicada no site da sua candidatura, o candidato independente acusa o Centro de Estudos da Universidade Católica de “erros grosseiros nos seus questionários e metodologias” e garante que as sondagens (tanto a desta quarta-feira como a publicada no JN na última sexta-feira) “são falsas”. Face a esta acusação por parte da candidatura de Rui Moreira, os responsáveis do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica estão esta manhã reunidos de urgência, confirmou ao Observador o próprio CESOP.
Rui Moreira sublinha que o seu nome não foi incluído entre as opções apresentadas aos participantes no estudo. “Aos inquiridos era mesmo colocada a questão “Em que partido vota”, embora a Universidade Católica oculte, nos seus relatórios, a forma como formulou a questão aos inquiridos. A sigla foi também omitida e o símbolo foi adulterado”, lê-se na nota.
“Mas não ficamos por aqui, no que restou da designação da candidatura de Rui Moreira na simulação de boletim que era apresentado, a própria descrição do nome da candidatura contém erros”, acusa Rui Moreira. “Note-se que a intenção de voto não foi nem declarada nem depositada em urna pelos inquiridos, mas assinalada através de um ecrã de um telemóvel, que apresentava informação deturpada e omissões graves, também em relação a outras candidaturas”, acrescenta.
Rui Moreira faz acusações ainda mais graves: “A Universidade Católica chegou ao cúmulo de apresentar como opção de voto uma segunda candidatura independente que não existe, também com a palavra “Porto” na designação, apresentando 10 opções aos seus inquiridos, quando apenas nove se apresentam a eleições”, escreve o candidato independente.
O candidato diz que foi alertado para esta “inaceitável tentativa de manipulação da opinião pública” por “vários dos portuenses inquiridos”, e diz ainda ter “provas” do que afirma. A candidatura esclarece ainda que alertou “a direção da RTP para tais factos, aconselhando a não publicação desta fraude”, e termina a nota convidando a RTP, Antena 1 e JN “a publicarem de imediato, na íntegra, os relatórios finais do trabalho que lhes foi vendido pela Universidade Católica”.
Centro de Sondagens da Católica recusa acusações de Moreira
O Centro de Sondagens da Universidade Católica reagiu às acusações de Rui Moreira através de um esclarecimento enviado às redações, em que sublinha o seu caráter de “entidade autónoma, independente e apartidária” e recusa as afirmações do candidato. “A lista de candidatos, assim como a designação das candidaturas, foi construída a partir dos dados disponíveis no site da Comissão Nacional de Eleições , sendo que o inquiridor tinha uma folha com a simulação do boletim para que o inquirido tivesse oportunidade de identificar a posição relativa do partido em que pretendia votar”, esclarece a instituição, enviando uma fotografia:
“A simulação de voto feita através de dispositivo móvel é a última pergunta em que o dispositivo é passado para a mão do inquirido, este escolhe a opção pretendida em total confidencialidade e anonimato e termina o inquérito. Fica ainda a título de exemplo a fotografia de um ecrã do dispositivo quando o logo de Rui Moreira está presente“, informa o Centro de Sondagens. A imagem deixa perceber qual é uma das acusações de Moreira: enquanto o Partido Socialista está representado pelo logótipo e pela designação, a candidatura de Rui Moreira apenas contém o logótipo e não a designação do movimento. Mas se o símbolo do PS é facilmente identificável e a designação “Partido Socialista” acaba por ser redundante, também está bem legível no logótipo do movimento independente o nome de “Rui Moreira”.
Respondendo ainda à acusação de Rui Moreira relativamente à escolha das freguesias sondadas, a instituição esclarece que “as seis freguesias do concelho foram selecionadas para a amostra de modo a que as médias dos resultados eleitorais das eleições autárquicas de 2005, 2009 e 2013 nesse conjunto de freguesias (ponderado o número de inquéritos a realizar em cada uma) estivesse a menos de 1% dos resultados das cinco listas mais votadas o nível do concelho. Dentro deste critério, a lista de freguesias daí resultante é a que melhor representa os resultados globais do concelho nessas eleições, independentemente da natureza dos partidos/listas concorrentes”.
A nota, assinada por André Azevedo Alves, diretor, e por Jorge Cerol, diretor-executivo do Centro de Estudos e Sondagens, termina com a afirmação de que a instituição “não existe para agradar a partidos ou candidatos nem para servir as respetivas agendas de campanha”.
* Com Agência Lusa
A campanha no Porto ontem foi assim:
Pizarro. “Seria falta de educação” convidar Rui Moreira para vereador
A frase: “Rui Moreira está crispado? É o que parece. Eu não me sinto nada responsável por esta crispação.”
A (outra) frase: “Se o PS não vencer, os vereadores socialistas não vão assumir funções executivas.”
O que correu bem: A sondagem divulgada esta quarta-feira. Manuel Pizarro sente que a vitória pode cair para o seu lado e vai procurando capitalizar esse ímpeto na rua.
O candidato socialista, Manuel Pizarro, também já falou sobre a sondagem, preferindo desvalorizar o resultado e dizer que a decisão está neste momento nas mãos dos portuenses.
Veja aqui as declarações de Manuel Pizarro aos jornalistas registadas em direto pelo Observador:
“A seguir às eleições, veremos qual será a composição da câmara e faremos os entendimentos necessários”, disse Pizarro, em declarações aos jornalistas esta manhã, acrescentando que tudo será feito a bem “da governação da cidade do Porto” e que o PS, se vencer as eleições, fará “os entendimentos que forem necessários”.
No entanto, o candidato socialista voltou a garantir que “os vereadores socialistas não vão assumir funções executivas” se o PS perder as eleições. “É preciso que isso seja bastante claro”, reforçou Pizarro.
Relativamente aos cenários pós-eleitorais e a uma possível coligação com Rui Moreira, Pizarro recordou que o atual autarca já recusou ficar como vereador com funções executivas caso não vença a eleição, considerando que “seria falta de educação convidá-lo quando ele já disse não estar disponível“.
O candidato socialista recusou-se a comentar diretamente as palavras de Rui Moreira, que acusou a Universidade Católica, responsável pela sondagem divulgada esta quarta-feira, de “erros grosseiros” e “manipulação”. “Concentro-me naquilo que é decisivo para o Porto e não procuro temas laterais para distrair as atenções. Gostaria que esta campanha decorresse de forma menos crispada”, sublinhou o socialista.
À pergunta sobre se Rui Moreira está ou não crispado, Manuel Pizarro respondeu apenas: “É o que parece. Eu não me sinto nada responsável por esta crispação”. Nas entrelinhas, o socialista sugeriu que as intenções de voto registadas são um reflexo da cisão entre os dois e do que pensam os eleitores portuenses sobre esse processo. “Não nos sentimos nada responsáveis pelo que aconteceu. Estivemos na Câmara com total lealdade e absoluta competência. Os portuenses sabem bem o que aconteceu e que não havia nenhuma boa razão para que ela fosse interrompida”, sublinhou o candidato do PS.
PSD. Álvaro Almeida apela ao voto: “O Porto Autêntico é a única alternativa”
A frase: O “Porto Autêntico” é “a única alternativa” a Rui Moreira e Manuel Pizarro.
A (outra) frase: “Rui Moreira e Manuel Pizarro são a mesma coisa”.
A promessa: “Se não vencermos as eleições, não farei parte do executivo”.
O candidato do PSD à Câmara do Porto, Álvaro Almeida, apelou aos sociais-democratas e apoiantes do partido para votarem na sua candidatura, afirmando que o “Porto Autêntico” é “a única alternativa” a Rui Moreira e Manuel Pizarro.
Dirigindo-se aos “apoiantes do PSD e aos sociais-democratas”, Álvaro Almeida afirmou que “o voto útil” no domingo é na sua coligação PSD/PPM e “não em qualquer elemento da dupla Moreira/Pizarro, porque são a mesma coisa, governaram juntos e fizeram as mesmas políticas”.
Álvaro Almeida, que falava aos jornalistas no âmbito de uma visita ao Lar de Idosos Irmãzinhas dos Pobres, em Ramalde, sublinhou que o independente Rui Moreira e o socialista Manuel Pizarro “certamente vão continuar as mesmas políticas”.
No dia em que é conhecida uma nova sondagem que dá um empate técnico entre Moreira e Pizarro — e que dá apenas 9% ao PSD — Álvaro Almeida reafirmou que se não vencer as eleições no domingo não assumirá funções executivas.
“A solução não passa por eu fazer parte do executivo. O que temos a certeza é que, tratando-se todos de partidos responsáveis, há de haver uma solução para governar a câmara no dia 2. Se não vencermos as eleições, não farei parte do executivo”, disse.
No âmbito da visita ao lar, o candidato independente apoiado por PSD e PPM chamou a atenção para a população idosa do Porto “estar a aumentar rapidamente” e serem necessárias respostas “políticas voltadas” para esta nova realidade.
“As pessoas com mais de 75 anos são mais do que as crianças até aos 15 na cidade. É preciso que haja respostas para novos problemas, novas necessidades associadas ao envelhecimento da população”, destacou.
O programa da candidatura “Porto Autêntico” prevê a implementação de um sistema de “monitorização e acompanhamento dos idosos que vivem sozinhos”, para que, em caso de necessidade “urgente”, tenham “alguém a quem recorrer”.
* Com Agência Lusa
BE. João Teixeira Lopes ataca Manuel Pizarro, o “catavento político”
A frase: “Não vou alimentar o catavento que é doutor Manuel Pizarro.”
A (outra) frase: “Manuel Pizarro não é sério nem credível.”
O que correu mal: É certo que João Teixeira Lopes identificou (e bem) o seu maior desafio: evitar que os votos do Bloco de Esquerda fujam para o PS. Mas os sucessivos ataques a Manuel Pizarro podem ter exatamente o efeito contrário e afastar o eleitorado que está indeciso entre os dois.
O candidato do Bloco de Esquerda à Câmara do Porto recusa-se a “alimentar o catavento político que é Manuel Pizarro”, que “todos os dias arranja um novo partido com quem se quer coligar”.
À margem de uma ação de campanha, desafiado a pronunciar-se sobre uma eventual coligação com Manuel Pizarro, João Teixeira Lopes acusou Manuel Pizarro de “não ser sério nem credível” e de andar entretido com a “telenovela das coligações”.
“Não vou alimentar o catavento que é doutor Manuel Pizarro. Porque se eu disser hoje alguma coisa, ele vai dizer que se quer coligar comigo, e então já temos mais uma historieta para a telenovela das coligações que Manuel Pizarro encontra todos os dias para alimentar a campanha”, apontou.
Ainda sobre o possível papel do partido no executivo municipal, Teixeira Lopes referiu que ou serão “uma oposição fiscalizadora crítica” ou então “vão trazer as mudanças que a cidade precisa”, nomeando a habitação e cuidado aos idosos. Em qualquer dos casos, não se demitiriam das suas responsabilidades, caso a população lhes “dê força”, referiu.
O candidato do Bloco de Esquerda fez uma viagem de elétrico, para mostrar como este meio “tem um grande futuro como transporte “ecológico, barato, rápido e eficaz”, sublinhando que no Porto “não faz sentido que seja só para o cartão postal e para os turistas”.
“O Porto tem um problema de transportes públicos e de trânsito, e uma boa resposta para ambos é apostar em meios-suaves, amigos do ambiente, e que simultaneamente permitam um complemento à própria estrutura do metro do Porto. Agora que os STCP estão municipalizados, é crucial que os elétricos fossem num elemento da gestão de mobilidade do Porto”, explicou.
* Com Agência Lusa
Ilda Figueiredo reitera: CDU disposta a assumir responsabilidades na autarquia
A frase: “A CDU está à espera dos resultados eleitorais.”
O que correu mal: A incapacidade de Ilda Figueiredo em dizer, definitivamente, se está ou não disposta a chegar a um acordo com Rui Moreira, se o atual presidente da Câmara do Porto vencer as eleições. Nesta altura do campeonato, é para todos evidente que a comunista está, pelo menos, disposta a ouvir os termos de negociação. Mas a candidata da CDU continua a manter um tabu artificial sobre o tema.
A candidata da CDU à Câmara do Porto voltou a dizer que, em função dos resultados eleitorais, irá assumir as suas responsabilidades numa gestão da autarquia, manifestando, contudo, indisponibilidade para um acordo como o que existiu entre Moreira e Pizarro.
“A CDU está à espera dos resultados eleitorais e daquilo que a população do Porto decidir para depois, em face da escolha que a população fizer, decidir”, disse Ilda Figueiredo.
A candidata respondia a uma pergunta sobre a disponibilidade da CDU em fazer um eventual acordo com Manuel Pizarro, caso o candidato do PS vença as eleições do próximo domingo, a propósito dos resultados de uma nova sondagem, hoje revelada, que dá um empate técnico entre a candidatura do PS e o Movimento Independente de Rui Moreira.
“Depende daquilo que for a posição da população do Porto no próximo domingo, só depois a CDU vai decidir o que fazer face aos resultados eleitorais”, insistiu.
Entre 1994 e 1999, durante os mandatos do socialista Fernando Gomes, Ilda Figueiredo foi vereadora da CDU na Câmara do Porto e chegou a assumir o pelouro da Saúde. Em 2002, após a primeira vitória do social-democrata Rui Rio, sem maioria absoluta, o então vereador da CDU, Rui Sá, ocupou o cargo de vereador do Ambiente, sem assinar qualquer acordo de governação.
Ilda Figueiredo falava no decorrer de uma ação de campanha na zona da Fontinha, na freguesia de Santo Ildefonso, no centro da cidade do Porto, onde denunciou “a existência de casas municipais que foram mantidas desocupadas vários anos para, algumas delas, serem agora entregues em plena campanha eleitoral”.
“Este é um dos muitos exemplos que existem de casas que podiam estar a ser utilizadas para dar resposta aos graves problemas de habitação social na cidade. Só, agora, em plena campanha eleitoral é que algumas destas casas foram entregues”, acrescentou.
A candidata comunista disse ainda que a CDU não entende “como é que a câmara municipal pode fazer uma coisa destas”, quando se sabe que “há lista de espera de cerca de mil famílias para uma habitação social”.
“Porque é que se faz isto? Só para obter resultados eleitorais à custa do sofrimento da população que podia estar numa casa condigna, como é o caso destas, e não esteve porque o pelouro da Habitação, de que foi responsável Manuel Pizarro, do PS, guardou as casas para a época eleitoral”, frisou.
* Com Agência Lusa