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Cristiana Milhão / Global Imagens

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Diário do Porto. Pizarro: "Não foi o PS que usou truques para romper acordo". Moreira diz que Católica voltou a mentir

Rui Moreira acusa a Universidade Católica de ter tornado a mentir na resposta às acusações de "manipulação da opinião pública" e apresentou queixa na ERC. Sampaio da Nóvoa esteve ao lado de Pizarro.

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No penúltimo dia de campanha, os candidatos à câmara do Porto têm a agenda preenchida. Rui Moreira começou de manhã com uma visita a casas da câmara reabilitadas no centro histórico. Para a tarde está marcada uma arruada na Baixa da cidade e para a noite uma visita ao comércio local. Manuel Pizarro, do PS, deixou a manhã livre e agendou dois momentos para esta quinta-feira: uma distribuição de rosas na Baixa do Porto à tarde, e um jantar com personalidades portuenses à noite. Sampaio da Nóvoa é um dos presentes.

Álvaro Almeida, do PSD, esteve de manhã no Mercado da Foz, onde garantiu que os portuenses “estarão mais tranquilos se não existir maioria absoluta” no executivo camarário. À tarde visita a Associação Monte Pedral e à noite tem um jantar com apoiantes. Já Ilda Figueiredo, da CDU, faz durante a tarde um percurso num autocarro panorâmico pela cidade do Porto. João Teixeira Lopes, do Bloco de Esquerda, apresentou de manhã o seu programa eleitoral na área da cultura.

A campanha no Porto ontem foi assim:

Diário do Porto. Moreira fala em “manipulação” de sondagem e pede maioria. Pizarro compara Moreira a Menezes

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Sondagem do Expresso põe Rui Moreira à frente, com 40,8% de votos

Na sondagem que a Eurosondagem fez para o Expresso, Rui Moreira capta 40,8% das intenções de voto, elegendo seis ou sete vereadores. O socialista Manuel Pizarro regista 30,8% das intenções de voto, podendo eleger quatro ou cinco vereadores na Câmara Municipal do Porto, enquanto Álvaro Almeida, do PSD, elege um ou dois vereadores, com 11% dos votos.

A candidata do CDU, Ilda Figueiredo, elege um vereador com 6,9% dos votos e João Teixeira Lopes, do Bloco de Esquerda, também pode eleger um vereador, com 5,4% dos votos.

Os apoios da direita também apareceram ao lado de Pizarro. E não foram meigos com Moreira

A frase: “Não nos zangamos com ninguém que nos apoiou em 2013 e tenha deixado de nos apoiar em 2017. Também é verdade que não temos ninguém nessas circunstâncias.”

A promessa: “O PS tem um programa claro, e não uma centena de páginas que tem declarações vácuas. Nós temos 112 medidas, que podem ser avaliadas pelos cidadãos e construídas pelos cidadãos.” Pizarro criticava o programa de Rui Moreira, que considera pouco preciso, e promete que, no futuro, pode ser escrutinado a qualquer momento.

O que correu bem: Ter João Rafael Koehler, assumidamente social-democrata, a discursar pela sua eleição, assim como Carlos Mota Cardoso, ex-apoiante de Rui Rio e de Moreira, é uma prova da pluralidade de apoios que o candidato diz possuir. Pizarro tem apostado em mostrar que Moreira está isolado e que, nos últimos quatro anos de mandato, deixou de ter ao seu lado nomes que o apoiaram em 2013.

Foram mais de 200 as pessoas que esgotaram o Ateneu Comercial do Porto para um jantar de apoio a Manuel Pizarro, que agradeceu aos muitos “independentes” que compareceram e discursaram. “São mesmo independentes. Ou melhor, não dependentes“, frisou. Entre eles estavam o ex-candidato à presidência da República, Sampaio da Nóvoa.

Bem disposto, Manuel Pizarro não deixou de mandar algumas farpas ao adversário Rui Moreira. Disse que tinha dois telemóveis, “para receber chamadas de todo o país”, elogiou o Porto como a cidade da Liberdade, onde não se deve assumir uma “atitude de quem se acha vencedor antecipado”, a cidade leal e invicta, que não olha com bons olhos um processo eleitoral “que começou com circunstâncias que talvez não seja necessário lembrar”.

A forma como Rui Moreira terminou o acordo com o PS foi o momento mais referido por dois apoiantes que, em 2013, nunca estariam neste jantar, mas que esta noite não só estiveram como se fizeram ouvir bem alto. O psiquiatra Carlos Mota Cardoso, apoiante de Rui Rio e, há quatro anos, de Rui Moreira, sublinhou que “a gratidão é um dos fatores mais importantes da cidadania e do convívio social”. A forma como Moreira afastou o PS “foi incompreensível”, uma “quebra de coerência”.

Já João Rafael Koehler, empresário e um dos Tubarões do programa Shark Tank, que surpreendeu esta quinta-feira ao declarar o apoio a Manuel Pizarro num artigo de opinião publicado no Observador, subiu ao palanque para dizer que “esta candidatura resulta de um ato de má educação, de traição” que lhe causa revolta. Social-democrata assumido, o ex-presidente da ANJE foi quem teve as palavras mais duras para com Rui Moreira. “Nunca tinha assistido a um mandato em que houvesse tanta discrepância entre o que se fala e o que se faz.” Um mandato com “trapalhadas“, “incompetências“, e em que Rui Moreira demonstra “uma ânsia de fazer coisas em que só ele está envolvido, em que só ele aparece”.

Um futuro para o Porto

Pizarro, que contou como nasceu “por engano” em Coimbra, “mais cedo do que devia”, está apostado em destacar a “lista plural” e os apoios que tem recebido de ex-apoiantes do independente. “Não nos zangamos com ninguém que nos apoiou em 2013 e tenha deixado de nos apoiar em 2017. Também é verdade que não temos ninguém nessas circunstâncias”, disse, a rir. Também houve tempo para questionar a independência do atual autarca, apoiado pelo CDS. “Nesta candidatura não há nada escondido” e não há “crispação”, disse, considerando de hipócrita uma candidatura que se assume independente mas “que está enxameada por um partido“.

“É uma pessoa que consegue juntar pessoas de diversas sensibilidades, muita gente independente, e isso foi uma matriz muito forte na minha candidatura” elogiou Sampaio da Nóvoa, que não quer, por enquanto, falar sobre o seu futuro político. O ex-candidato independente a Belém salientou a “consciência social” do socialista, a “visão de futuro” e a sua capacidade para “fazer acordos” quando necessário.

Na sexta-feira, Manuel Pizarro terá um jantar comício com a presença de António Costa. É o tudo ou nada de final de campanha e a última oportunidade para virar o que diz esta última Eurosondagem.

Rui Moreira apresenta queixa na ERC e diz que Católica “voltou a mentir”

A frase: “É evidente que qualquer candidato prefere governar com condições de governabilidade que não dependam de truques, de estados de alma e principalmente de quando é que toca um telefone qualquer vindo de Lisboa.”

O que correu bem: Rui Moreira. O autarca fugiu ao guião que tem sido a sua campanha eleitoral, fez um passeio pelas ruas do Porto e mostrou-se disponível para falar com as pessoas que o abordavam.

O que correu mal: Igualmente Rui Moreira. O candidato independente continua a falar em “truques” e “telefonemas de Lisboa” sem concretizar as acusações. Quem fez o quê e com que objetivo? Moreira não esclarece.

O candidato independente à câmara do Porto Rui Moreira tornou esta quinta-feira a acusar o Centro de Sondagens da Universidade Católica de publicar sondagens “falsas” e com “erros grosseiros na sua elaboração” que o “prejudicam objetivamente”, anunciando que apresentou uma queixa junto da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).

Num novo comunicado publicado no seu site, Rui Moreira apresenta imagens obtidas que diz serem resultado de um print-screen dos telemóveis usados pelos inquiridores e afirma que a Universidade Católica “voltou a mentir” na justificação apresentada na quarta-feira.

A polémica começou na manhã de quarta-feira, depois de a RTP e a Antena 1 terem divulgado uma sondagem da Universidade Católica que dava empate técnico entre Rui Moreira e Manuel Pizarro, com 34% dos votos cada um. Moreira considerou que a sondagem era “falsa” e acusou o centro de sondagens da Católica de uma “inaceitável tentativa de manipulação da opinião pública”, referindo que nas simulações de boletim de voto que foram apresentadas aos inquiridos o logótipo da sua candidatura tinha sido adulterado e que o seu nome tinha sido omitido. A Católica rejeitou os ataques e divulgou uma fotografia do boletim de voto eletrónico apresentado aos inquiridos.

A candidatura identificou alguns erros na elaboração das sondagens, todos eles susceptíveis de criar desvios sistemáticos, sempre no sentido de prejudicar a candidatura de Rui Moreira“, lê-se no novo comunicado da campanha de Rui Moreira, que vem acompanhado de duas capturas de ecrã que mostram a aplicação alegadamente utilizada pelos inquiridores para registar as intenções de voto dos participantes.

A primeira queixa da candidatura de Rui Moreira é relativa à designação oficial da candidatura. Na imagem, a acompanhar o logótipo, está a designação “Porto, O nosso Partido 2017”, quando, argumenta-se no comunicado, a designação oficial da candidatura é “Rui Moreira: O Nosso Partido é o Porto” — sem o 2017 e com o nome de Rui Moreira.

Moreira queixa-se ainda da inclusão de uma candidatura que não existe na simulação de boletim de voto. Trata-se da candidatura “Porto de Alma e Coração“, liderada por Jorge Feio, que foi recusada por não ter conseguido obter o número mínimo de assinaturas necessário. O nome desta candidatura “apresentava também a designação “Porto” e um símbolo circular, como a de Rui Moreira”, o que poderá funcionar como fator de confusão, argumenta Moreira.

Contudo, afirma ainda o comunicado da candidatura independente, “os resultados apresentados nos relatórios enviados aos órgãos de comunicação social apenas contemplavam as nove candidaturas que concorrem às eleições, não se sabendo quantos inquiridos votaram na candidatura “fantasma”, apresentada aos mesmos”.

Na nota, a candidatura de Rui Moreira afirma ainda que “a sondagem não foi feita em toda a cidade, nem sequer abrangeu todas as suas freguesias“. Por fim, Rui Moreira argumenta que “os resultados apresentados eram radicalmente diferentes dos apresentados por sondagens contemporâneas, igualmente publicadas e depositadas na ERC”.

Sobre a imagem divulgada na quarta-feira pela Universidade Católica como prova da isenção do estudo, Rui Moreira afirma taxativamente que é “falsa e propositadamente ampliada para dar uma ideia diferente da real“.

Contra os “truques”, a sprintar para a maioria absoluta

— “Vocês já abancaram aí!?”
— “Teve de ser… Tivemos de beber um redbull para aguentar o seu ritmo…”
— “Vá, vamos lá!”.

E ao penúltimo dia de campanha, a primeira grande arruada de Rui Moreira. “Sem bombos, bandeiras, foguetes” ou “entradas obsessivas em lojas“, como explicou o autarca, mas a um ritmo verdadeiramente alucinante. Tão alucinante, que simpatizantes, membros do staff e jornalistas lhe pediram, esbaforidos, que abrandasse o ritmo. “Já não há mais que subir. Agora é sempre a descer”, garantiu à passagem pelos Clérigos. De facto, daí em diante foi sempre a descer — o ritmo é que nem por isso diminuiu.

Visivelmente bem-disposto, depois de um dia particularmente tenso, com acusações de manipulação de sondagens à mistura, Rui Moreira parece encarar esta reta final de campanha em modo sprint até à meta final. Parou quando foi abordado, entrou em lojas, embora por pouco tempo, e foi cumprimentando quem o saudava à passagem. Não se pode dizer que tenha sido um teste exigente à sua popularidade na rua, porque a rua — a da Cedofeita, neste caso — falava quase tudo menos português. Um reflexo do fenómeno do turismo na cidade do Porto.

Nada que afetasse o humor de Rui Moreira. Entre a comitiva do candidato independente, aguarda-se com alguma expectativa a publicação do estudo de opinião Eurosondagem — cujo resultado será divulgado esta noite. Os simpatizantes do autarca acreditam que as próximas sondagens vão repor a verdade e colocar Rui Moreira na rota da maioria absoluta, desmentindo os “truques” que foram feitos nos últimos dias.

Que “truques“, palavra que o autarca repetiu quatro vezes e que tem andado de mãos dadas com a expressão “telefonemas de Lisboa”? Rui Moreira continua sem esclarecer, remetendo apenas para os “erros grosseiros” que o movimento do candidato acredita terem sidos cometidos pela Universidade Católica. Quem os terá orquestrado e com que objetivo, o autarca não diz, recusando-se a fazer “processos de intenções”.

— “Ontem, pediu maioria absoluta. Porque é que sente a necessidade de ter essa maioria absoluta aqui no Porto?”
— “Olhe, por causa dos truques. Só por causa dos truques.”
— “Porque a Câmara podia ficar ingovernável?”
— “Já demonstrei que é possível governar a Câmara em minoria como estou neste momento. Por causa dos truques.”
— “Mas não é o desejável?”
— “É evidente que qualquer candidato prefere governar com condições de governabilidade que não dependam de truques, de estados de alma e principalmente de quando é que toca um telefone qualquer vindo de Lisboa.

A que telefonemas Rui Moreira se refere? O candidato não explica, apesar da insistência. Desafiado a esclarecer se estava ou não sugerir que a sondagem podia ter sido controlada politicamente por alguém ligado ao PS, Rui Moreira preferiu não ir por aí. “Não, não estou a dizer isso. Se houve vontade ou não houve vontade, desculpem, mas não faço processos de intenções, nem tem estados de alma”, rematou o candidato independente.

Rui Moreira não poupou, ainda assim, críticas ao Centro de Estudos da Universidade Católica, insistindo no argumento de que aquela sondagem é “falsa” e “uma fraude“. “E se não fosse uma fraude a Católica ontem teria pedido desculpa, teria retirado a sondagem e assumido que de facto há um erro. Não quero fazê-lo, portanto é uma fraude“, concluiu o autarca.

Moreira na moda, sem bombos, mas com claque

— Rui Moreira (RM): “Este ano está a correr bem…”
— Interlocutor (I): “Tem momentos…”
— RM: “Momentos de intermitência…”
— I: “Acho que se ganharmos no domingo, já não vai correr mal.”
— RM: “Podemos empatar…”
— I: “O empate não é mau, mas se ganharmos no domingo, resolvemos o assunto. Temos uma equipa curta. Temos de ganhar no domingo, caso contrário… Convém ganhar avanço agora que eles estão a deixar…”
— RM: “Antes de vendermos jogadores em janeiro…”
— I: “Acho que em janeiro já podemos comprar!”

O diálogo acima reproduzido poderia ter sido perfeitamente mantido entre Rui Moreira e qualquer um dos seus apoiantes. Sim, de facto o ano está a correr bem para Rui Moreira, à frente dos destinos de uma cidade que está nas bocas do mundo pelos melhores motivos. Sim, houve momentos de intermitência: o divórcio com Manuel Pizarro e a desastrada gestão do caso Selminho trouxeram dificuldades inesperadas ao autarca. Sim, o empate entre o candidato independente e o socialista é uma possibilidade, à luz de algumas sondagens. E sim, a confirmar-se um resultado que não a maioria absoluta, Rui Moreira terá, não de vender jogadores em janeiro, mas sim a fazer cedências já a partir de dia 2 de outubro.

Mas não, este diálogo não era sobre política nem sobre o duelo com Manuel Pizarro, mas sim sobre futebol e sobre o clássico Sporting–Porto, que se joga em Alvalade no mesmo dia. E o interlocutor de Rui Moreira era um nome bem conhecido entre os adeptos portistas: nada mais nada menos do que Manuel Serrão.

Os dois encontraram-se durante a visita de Rui Moreira ao Porto Fashion Week’s Night Out, na zona dos Clérigos, e improvisaram uma pequena tertúlia sobre futebol — até porque a política não era para ali chamada. “Rui Moreira é bem-vindo. Quem vem por bem, como acho que é o caso, é sempre bem-vindo. Mas eu não sou apoiante de ninguém. Não estou aqui para um debate sobre política”, defendeu-se Manuel Serrão. E o assunto morria à nascença, abafado pelo desporto-rei e pela música dançante que enchia os ouvidos. E foi a dançar e a cantar que os apoiantes de Rui Moreira fecharam o penúltimo dia de campanha eleitoral.

“Allez, Moreira, alleeeez! Nós somos a tuaaaaa voz! Quereeeemos estaaaa vitóriaaaa, conquista-aaaa por nós, Alleeeez, Moreira alleeeeez! Nós sooomos a tuaaaaa voooz! Quereeeemos estaa viiitóriaaa, conquista-aaaa”, gritavam os simpatizantes de Rui Moreira. Para quem vai insistindo que não faz campanha com “bombos” nem “gritaria”, a claque do candidato independente parece estar em condições de rivalizar com os Super Dragões.

A boa disposição do autarca e da restante maioria é a prova provada de que a candidatura de Rui Moreira entrou em modo descompressão. Depois de uma semana marcada pela polémica das sondagens e pela tensão crescente com Manuel Pizarro, com acusações de interferência de Lisboa à mistura, entre os apoiantes do autarca cresce a convicção de que a vitória já não foge. Mais: a maioria absoluta pode não estar tão longe como dizem as sondagens. Moreira, que não dançou, brindou com espumante ao apoio dos seus seguidores. Só não brindou à vitória: é que, tal como eternizou João Pinto, eterno capitão do FC Porto, prognósticos só mesmo no fim do jogo.

Pizarro: “Não foi o PS que usou truques para, à 25.ª hora, romper os acordos”

A frase: “Não é o PS que, a três ou quatro dias de eleições, muda de estratégia para arranjar manchetes nos jornais”, disse Pizarro, referindo-se a Rui Moreira.

O que correu mal: “Manuel Pizarro foi uma inspiração para este Governo”, disse Pedro Nuno Santos, num discurso muito curto, de apoio ao socialista. Sem desenvolver a ideia, soa a uma colagem forçada ao bom momento que o Governo vive junto do eleitorado.

Os afetos: É o penúltimo dia de campanha e o partido apostou em força na arruada. Foram muitos os militantes nas ruas e os eleitores (e até os turistas) reagiam bem à oferta das rosas.

É o tudo por tudo. Literalmente, Pizarro não está a dar tudo, mas parece. São centenas as rosas vermelhas que a candidatura do socialista está a distribuir por quem passa entra a Praça da Batalha e a Rua de Santa Catarina, beijinhos sem fim e bacalhaus (neste caso, não literalmente). Com as sondagens a mostrar Pizarro mais próximo de Rui Moreira, a onda socialista que se viu neste fim de tarde foi grande em militantes e alguns rostos conhecidos do partido.

Ao lado do candidato caminha outra Rosa, Rosa Mota, e do outro lado segue Pedro Nuno Santos, Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares. “Estamos a fazer um grande trabalho no país, estamos a provar que é mesmo possível viver no nosso país, e Manuel Pizarro foi uma inspiração para este Governo”, diz Pedro Nuno Santos, tentando, mais uma vez, associar a aprovação da Geringonça ao candidato. E porquê uma inspiração? Por ter mostrado como um socialista governa uma autarquia, justifica.

“O Porto vai votar e o Pizarro vai ganhar” é o grito de ordem, e foram muitos os militantes a comparecer. Fora da bolha socialista, nem tudo são rosas. Pouco antes, o seu principal adversário, Rui Moreira, falou em “truques” e “telefonemas de Lisboa”. “Não foi o PS que usou truques para, à 25.ª hora, romper os acordos que estavam estabelecidos”, começou por dizer Pizarro, que falou pouco com os jornalistas. “E também não é o PS que, a três ou quatro dias de eleições, muda de estratégia para arranjar manchetes nos jornais.” Uma resposta aos comunicados que Rui Moreira tem emitido contra as sondagens.

Moreira começou por atacar as forças partidárias — menos o CDS, que é inatacável –, depois começou a atacar os jornalistas e agora são as empresas de sondagens porque, pelos vistos, os resultados não lhe agradam”, acrescenta.

No final da arruada, que até meteu Pizarro a atirar rosas para um primeiro andar — com sucesso –, um último discurso sem palanque mas com megafone, para agradecer o apoio e transmitir que a vitória é possível. Pizarro diz estar mais concentrado em que os portuenses votem no PS para que o elejam para a Câmara”, mesmo que sem maioria absoluta, do que andar a “fazer ataques abstratos a inimigos imaginários”.

Entusiasmado, o militante sentado no carro de campanha apita insistentemente, não percebendo que o barulho abafa a mensagem do candidato. Outro militante disputa a buzina para não incomodar e os dois ficam a discutir de tal forma que, mesmo sem buzina, a mensagem de Pizarro fica difícil de escutar. São os últimos suspiros de uma campanha intensa, que à meia noite desta quinta-feira mostra os resultados práticos: vem aí mais uma sondagem.

Álvaro Almeida. “Portuenses estarão mais tranquilos se não existir maioria absoluta”

A frase: “Se o PSD for preciso para arranjar uma solução de governabilidade, seja ela qual for, não será pelo PSD que essa solução não será encontrada.”

A promessa: “Se não vencermos ficarei como vereador na Câmara, sem pelouro.”

O que correu bem: Álvaro Almeida. O candidato do PSD percebeu que, nesta altura do campeonato, a única forma de reclamar de alguma forma vitória é impedir a maioria absoluta de Rui Moreira e garantir que, no futuro, o PSD terá algum peso nas decisões da Câmara do Porto. E está a tentar capitalizar isso mesmo.

O cabeça de lista do PSD/PPM à Câmara do Porto, Álvaro Almeida, avisou esta quinta-feira que as maiorias absolutas potenciam “poderes absolutos”, “ausência de diálogo” e “atitudes prepotentes”, e garante que se perder as eleições fica como vereador sem pelouro.

Os portuenses estarão muito mais tranquilos e muito mais seguros se não existir uma maioria absoluta e não existir uma maioria absoluta com um PSD forte”, declarou o cabeça de lista do PSD, Álvaro Almeida, durante uma ação de campanha no Mercado da Foz, depois de instado a comentar pelos jornalistas o pedido de maioria absoluta feito na quarta-feira pelo candidato independente Rui Moreira.

Álvaro Almeida argumentou que as maiorias absolutas potenciam “poderes absolutos”, potenciam “ausência de diálogo” e “atitudes prepotentes”.

O candidato também informou que caso não vença vai ficar como vereador sem pelouro e garantiu que o PSD não será um partido que impeça a governabilidade da Câmara do Porto.

“Se não vencermos ficarei como vereador na Câmara, sem pelouro, e faremos uma ação não executiva, mas uma ação construtiva e certamente não será pelo PSD que a Câmara não será governada”.

Álvaro Almeida acrescentou que o PSD é um partido de governação, quer no Porto, quer no país, que já demonstrou “várias vezes, ao longo da sua história, que é responsável” e que “é capaz de colocar os interesses dos portuenses e dos cidadãos de Portugal antes de qualquer interesse partidário”.

“Se o PSD for preciso para arranjar uma solução de governabilidade, seja ela qual for, não será pelo PSD que essa solução não será encontrada”, reiterou, assumindo que mesmo que seja um vereador sem pelouro “há muitas formas de governação”.

Questionado sobre se há alguma negociação entre o PSD, em caso de empate entre Rui Moreira e o socialista Manuel Pizarro, para a viabilização do executivo, o cabeça de lista social-democrata asseverou que “as únicas negociações” que tem é com os portuenses. Num pré-balanço da campanha eleitoral, Álvaro Almeida afirmou que esta tem corrido bem.

“Os portuenses têm recebido bem as nossas propostas. Andámos por toda a cidade, contrariamente a outros que se focam na Baixa do Porto. Para nós o Porto é toda a cidade, desde o mar até Campanhã. Em toda a cidade onde nós fomos, fomos bem recebidos e, portanto, estamos confiantes que no domingo vamos ter um excelente resultado e que o PSD vai continuar a ser uma força importante na cidade”.

Com Agência Lusa

Ilda Figueiredo: CDU não fará “acordos de negociação como o PS fez com Rui Moreira”

A frase: “Não fazemos acordos de negociação como o PS fez com Rui Moreira, CDS e apoios do PSD.”

O que correu mal: A candidata da CDU entrou em modo repeat. Sempre que questionada pela comunicação social sobre possíveis coligações, responde o mesmo, fazendo depender do resultado das eleições a orientação dos comunistas. Nunca esclarece se se identifica mais com um determinado programa ou outro, neste caso com o programa de Rui Moreira ou Manuel Pizarro. Parece indiferente, desde que a CDU consiga cumprir parte do seu programa.

A candidata da CDU à Câmara reafirmou que não fará “acordos de negociação como o PS fez com Rui Moreira” mas “votará favoravelmente as propostas que sejam úteis para a cidade, venham elas de onde vierem”.

Vamos analisar no final do dia 1 o que é que o povo do Porto afinal quer. Quer que tudo continue na mesma ou quer mudanças. Em função dos resultados no domingo vamos decidir. A CDU assume a luta intransigente das suas propostas. Não fazemos acordos de negociação como o PS fez com Rui Moreira, CDS e apoios do PSD”, disse Ilda Figueiredo.

A candidata – que falava aos jornalistas numa ação de contacto com a população, na qual apelou ao voto na CDU para que esta força “consiga mais através de mais eleitos” – disse que está “pronta para continuar a luta logo no dia 2”, criticando quem esteve no poder nos últimos anos.

“A coligação [referindo-se a Rui Moreira e Manuel Pizarro] não dá as garantias de fazer num segundo mandato o que não fez no primeiro. Sem a força da CDU não será possível. Espero o reconhecimento através do voto”, afirmou.

“A gestão atual onde dominou a coligação Rui Moreira e CDS com Manuel Pizarro do PS e apoio do PSD não deu resposta aos problemas, não construiu os empreendimentos que tinha prometido, não avançou na resposta ao movimento associativo e na limpeza da cidade. Pelo contrário: o que fez foi privatizar serviços”, disse Ilda Figueiredo.

E a cabeça de lista da coligação que junta comunistas e ecologistas repetiu o apelo ao voto, pedindo aos eleitores que “transformem a indignação e a luta por melhores condições de vida em votos na CDU”, somando que tem sentido nas ruas uma “grande simpatia” pela sua candidatura.

A candidata destacou ainda, como medidas da CDU/Porto, o apoio “urgente” ao movimento associativo, mudanças nos transportes, investimento na habitação, um “travão” na saída de pessoas da cidade e a criação de regras para o turismo, bem como “a luta por uma cidade com uma cultura inclusiva e com desporto para todos”.

* Com Agência Lusa

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