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Mais de 70 mil participantes de 170 países, um impacto que pode superar os 300 milhões de euros em áreas como a hotelaria e os transportes e mais de 61 milhões de euros em gastos dos visitantes. Os números esperados para a edição deste ano da Web Summit, entre 5 e 8 de novembro na Altice Arena e na FIL, em Lisboa, são mais elevados do que nunca. A organização da maior cimeira de empreendedorismo, tecnologia e inovação da Europa acredita, aliás, que esta vai ser “a maior e a melhor Web Summit de todos os tempos”. No momento em que foi anunciado que o evento ficaria mais dez anos pela capital portuguesa, Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, já sonhava: “Imaginem o que é pensar numa relação estruturada com um evento destes, para investir em Lisboa e no nosso país”.
Organização da Web Summit espera que esta edição seja “a maior e a melhor”
Um evento destes, com cada vez mais público e mais anos de vida no país, levanta também questões relativas aos transportes, que por esta altura vão enfrentar uma procura superior ao normal. Possíveis problemas? Carruagens cheias, trânsito caótico e lotação esgotada nos carros das plataformas eletrónicas de transporte.
Tal como nos anos anteriores, a CP – Comboios de Portugal, o Metro de Lisboa e a Carris voltaram a unir-se num passe combinado especificamente para o evento, mas trazem outras novidades. A Taxify vai lançar a categoria XL e vai também ativar temporariamente a Tarifa Dinâmica. Os taxistas admitem não fazer grandes alterações, mas a mytaxi volta a lançar o serviço de partilha de viagens. Já os novos transportes alternativos, como as trotinetes e as bicicletas elétricas reforçam o número de veículos na zona da Web Summit com a chegada do evento. Na segurança, vai haver mais controlo e algumas zonas cortadas ao trânsito no Parque das Nações.
Metro: o passe Web Summit, monitorização e uma plataforma para comprar bilhete mais cedo
O Metropolitano de Lisboa chega à semana da Web Summit com várias novidades. De forma a “procurar ajustar a oferta e a procura a cada momento, no sentido de garantir um serviço de transporte de qualidade”, vai ser feita uma monitorização da circulação nas linhas, em especial da linha Vermelha — a linha que alcança a paragem mais próxima do evento –, explicou o Metro de Lisboa em comunicado.
Outra novidade passa pelo lançamento (e teste) do Voucher Viva, uma plataforma que pode ser acedida em todas as partes do mundo e permite comprar online os títulos de viagem para qualquer estação de metro da capital. Um dos principais objetivos é evitar as filas longas e demoradas que todos os anos se encontram nas máquinas das estações. E como funciona? O cliente acede à plataforma, seleciona o tipo de passe que pretende, efetua o pagamento através de cartão de crédito (redes Visa, Mastercard e Maestro) e de seguida recebe, por email, a confirmação da compra e o respetivo voucher, que terá um código numérico de 14 dígitos associados.
No entanto, para levantarem os vouchers, os clientes terão de se dirigir na mesma a qualquer máquina de venda automática de bilhetes nas estações do metro, devendo selecionar a opção “Tem Voucher“, inserir o código e aguardar pela emissão do cartão carregado. Depois de testada, diz o Metropolitano de Lisboa, a plataforma vai continuar e ser generalizada a todos os clientes.
Está prevista “uma estreita articulação entre o Metro de Lisboa e as forças de intervenção da PSP, de forma a garantir um serviço de transporte com as condições de segurança adequadas”, assegurou o Metro de Lisboa em comunicado.
Só no ano passado, o Metropolitano de Lisboa transportou, nos dias do evento, 1.418.398 clientes na linha Vermelha. Este ano, esperam-se mais pessoas. Face à afluência de passageiros que “poderá implicar alterações ao serviço de transporte programado”, o serviço de apoio ao cliente vai ser reforçado nas estações Aeroporto, Oriente, Alameda, Saldanha, São Sebastião, Baixa-Chiado e Cais do Sodré. Para esclarecer dúvidas, encaminhar os visitantes para os transportes públicos e ainda vender títulos de transporte, o Metropolitano de Lisboa, a Carris e a CP vão estar também no Aeroporto e na estação Oriente.
De regresso está o passe Web Summit, um passe combinado com três modalidades (Metropolitano de Lisboa, CP e Carris), que tem como custo 9,50 euros para um dia, 18,50 euros para três dias e 25 euros para cinco dias, com oferta do cartão. Este passe permite viajar de autocarro, elétrico, metro, ascensores, elevador e comboio urbano (linhas Sintra, Cascais, Azambuja e Sado) e pode ser adquirido no site do Metropolitano de Lisboa (até 5 de novembro) e nos Quiosques do Aeroporto (dias 3, 4, 5 e 6) e da estação do Oriente (dias 5, 6 e 7).
Uber. Desta vez, não há uberPOOL na Web Summit
Ao contrário do que aconteceu ano passado e em 2016, este ano, a Uber não vai ter nem descontos nem a modalidade do uberPOOL — uma funcionalidade que permite a partilha de viaturas entre várias pessoas que estejam a fazer um trajeto semelhante.
No site da Web Summit, a organização informa os participantes de que o ponto de encontro para quem quiser utilizar o serviço da Uber na área do Parque das Nações será perto do recinto, junto ao VIP Executive Art’s Hotel, tendo em conta também as restrições ao trânsito que vão estar em vigor nesses dias.
Taxify. Mais veículos e nova categoria com viagens para seis pessoas
A Taxify chegou a Lisboa em janeiro deste ano com 600 motoristas. Em setembro, a maior plataforma de mobilidade europeia, que compete diretamente com a Uber e Cabify, passou a permitir aos clientes o acesso ao valor final antes de realizaram a viagem no carro da plataforma, ao invés das estimativas. Agora, e a começar na Web Summit, a plataforma vai introduzir a nova categoria XL — para já apenas em Lisboa –, que permite aos utilizadores pedirem carros de seis lugares, facilitando assim “o transporte de grupos maiores, sem comprometer a sua mobilidade”, disse a Taxify em comunicado.
“Sentimos uma crescente necessidade de apresentar uma categoria que se focasse em simplificar as viagens em grupo, sobretudo numa cidade tão turística e universitária como Lisboa. Além disso, com a chegada da Web Summit é uma forma de respondermos ao aumento da procura durante os dias da conferência, permitindo que as empresas e as startups possam viajar em conjunto, diretamente para o recinto”, referiu David Ferreira da Silva, responsável pela Taxify em Portugal. Para os clientes que queiram utilizar a categoria XL, basta escolherem essa opção antes de iniciarem a viagem.
Além da categoria XL, a Taxify vai ativar temporariamente a tarifa dinâmica. Desta forma, os utilizadores terão mais motoristas à sua disposição, apesar do aumento de preços devido à elevada procura. De acordo com a empresa, irá sempre aparecer um aviso azul antes de se realizar o pedido, caso a tarifa esteja ativa. A tarifa dinâmica apenas estará disponível de 5 a 9 de novembro.
Chauffeur Privé. Desconto de 50% nas primeiras três viagens
Outra plataforma que chegou a Lisboa ainda este ano foi a francesa Chauffeur Privé, que em setembro fez de Portugal o seu primeiro mercado a nível da expansão internacional da empresa. A plataforma, diz Sérgio Pereira, diretor-geral da empresa em Portugal, passou de 500 para cerca de 2.000 motoristas num espaço de um mês. Para a semana da Web Summit, as previsões para a utilização do serviço “são naturalmente elevadas”.
Todos nós, com toda a certeza, iremos verificar um maior tráfego de pessoas por todos os cantos da cidade e isso irá resultar numa maior procura pela nossa plataforma”, referiu Sérgio Pereira, diretor-geral da Chauffeur Privé em Portugal.
E os preços, vão mudar? “A partir do dia 4 de novembro e até ao final do mês, vamos continuar o esforço para alargar o nosso serviço a cada vez mais clientes, oferecendo 50% de desconto nas primeiras três viagens“, respondeu Sérgio Pereira. A empresa vai ter ainda “ações táticas em locais estratégicos” nos dias da Web Summit, de forma a divulgar o serviço da Chauffeur Privé. “Queremos, acima de tudo, que possam experimentar o serviço todas as pessoas que ainda não tiveram oportunidade para o fazer”, acrescentou o diretor-geral da empresa em Portugal.
A Uber tem mais um concorrente: Chauffeur Privé já circula em Lisboa
Cabify. Carros com sete lugares e indisponibilidade do serviço de reservas
Quanto à Cabify, que nas últimas edições da Web Summit “tem registado não apenas um crescimento do número de viagens mas também um incremento de utilizadores estrangeiros registados na plataforma”, não vão ser feitas alterações na política de preços para os dias do evento nem introduzidos novos serviços, confirmou a empresa ao Observador. No entanto, a Cabify recomenda a escolha da categoria “Group”, que disponibiliza veículos até sete lugares com um custo mínimo de 15 euros no centro de Lisboa em pedido imediato, “o que permitirá deslocações simples e rápidas para grupos”.
“Os participantes da Web Summit são, naturalmente, um público adepto de novas soluções tecnológicas e isso impacta fortemente a operação da Cabify durante a semana que decorre o evento”, referiu a empresa, acrescentando que o serviço de reservas da Cabify não vai estar disponível devido à necessidade de disponibilidade imediata das viaturas.
Táxis. Um “match” e custos divididos entre dois clientes
Para os táxis, o plano para a semana da Web Summit não difere muito do serviço regular nem do que têm vindo a fazer para as últimas edições da cimeira. “Desde que haja serviço no local, a frota que está disponível normalmente é a frota que vai ser utilizada”, explicou a Teletáxis, que tem 300 veículos a circular em Lisboa.
Por sua vez, a mytaxi, a plataforma utilizada para chamar táxis, vai seguir o exemplo do que fez no Rock in Rio e disponibilizar especificamente para os dias da Web Summit o serviço mytaximatch CARRIS.
Através de uma parceria com a Carris, esta funcionalidade vai permitir a partilha de viagens de táxi de ida e volta entre dois utilizadores distintos de e para o Parque das Nações com o preço máximo até cinco euros, dentro do Município de Lisboa. Para isso, diz a plataforma, os utilizadores só precisam de fazer “match” com outro utilizador que vai para o mesmo destino. Por outras palavras, um cliente seleciona o pedido Match na app da mytaxi e introduz o endereço para onde deseja ir. Depois, o sistema vai procurar outro passageiro que vá para a mesma direção e os dois fazem “match”, partilhando os custos da viagem. Cada utilizador pode levar consigo um acompanhante e a viagem termina quando o segundo cliente sair.
Caso o utilizador não encontre um segundo passageiro até ao seu destino, o preço da viagem nunca passa dos cinco euros, desde que seja feita dentro do Município de Lisboa.
Já a Cooptáxis garante que todos os profissionais, em coordenação com as autoridades, “vão estar mobilizados e focados na melhor prestação para o maior encontro de tecnologia”, acrescentando que dezenas de promotores digitais Cooptáxis vão estar no local, munidos de tablets e intercomunicadores, em constante comunicação com as viaturas. O objetivo é garantir “rapidez tecnológica no encaminhamento das viagens pretendidas e na fluidez do trânsito”.
Emov. Reforço dos carros elétricos partilhados
Além das boleias, para quem prefere conduzir uma viatura e, ao mesmo tempo, não emitir CO2 durante a sua utilização, a emov tem uma solução. Chegada a Lisboa a 18 de abril, a empresa permite alugar carros elétricos partilhados na cidade, numa frota composta atualmente por 150 veículos Citroën CZero. Durante os dias da Web Summit, vai ser reforçado o número de carros em duas zonas: 40 a 50 carros no Parque das Nações e mais 10 viaturas no aeroporto.
As viagens têm um custo de 0,21 cêntimos por minuto de utilização e as viaturas podem ser estacionadas “em áreas de estacionamento reguladas sem ter de pagar por isso”, diz a empresa. A área coberta inclui o eixo entre a zona do Lumiar e os pontos da Baixa de Lisboa (incluindo Alvalade, Avenidas Novas, Estrela, Amoreiras, Graça, entre outros locais) até às zonas à beira Tejo, tendo recentemente alargado o serviço a Campo de Ourique, Campolide e Sete Rios.
Para quem vai utilizar pela primeira vez o serviço, a emov oferece 20 minutos grátis. Só precisa de utilizar o código LISBOA20.
Trotinetes e bicicletas. Mais veículos no Parque das Nações
Nem só de carros, autocarros e comboios vão viver os transportes da Web Summit este ano. À lista juntam-se as trotinetes e bicicletas elétricas partilhadas, que no último ano invadiram Lisboa e trouxeram um meio alternativo e mais amigo do ambiente. Nestas alturas, há quem prefira este meio de transporte também como uma forma de escapar ao trânsito e à confusão.
A norte-americana Lime foi a mais recente a chegar ao mercado português, em setembro, com 200 a 400 trotinetes elétricas disponibilizadas em Lisboa. Para o evento, a startup vai reforçar a frota na zona do Parque das Nações. Além disso, confirmou o Observador, serão distribuídos no evento códigos promocionais que permitem a utilização gratuita das scooters elétricas durante 20 minutos.
As trotinetes elétricas da Lime chegam a Lisboa. Serão partilhadas entre 200 a 400 scooters
Já a Gira, o serviço de bicicletas partilhadas de Lisboa implementado pela EMEL e que já assegurou mais de 440 mil viagens desde junho de 2017, não vai ter alteração de preços, mas confirmou que vai reforçar a presença das bicicletas nas estações do Parque das Nações e o respetivo controlo por parte das equipas de reposição. A Gira avisa, no entanto, que pretende “manter uma oferta equilibrada” nos restantes locais da cidade.
Segurança. Medidas adicionais e trânsito condicionado no Parque das Nações
Este ano, a Polícia de Segurança Pública (PSP) vai aumentar a segurança nos perímetros do recinto, ainda que o grau de ameaça para o evento não se tenha alterado. A principal medida de reforço passa pela utilização de detetores de metais e aparelhos de Raio-X no momento da revisão dos participantes, diz a PSP em comunicado.
O regresso da Web Summit ao Parque das Nações vai também provocar condicionamentos no trânsito no Parques das Nações e também nas zonas do Bairro Alto, Cais do Sodré e zona circundante do Lx Factory, tendo em conta que estes locais também vão receber eventos ligados à Web Summit.
[Clique no mapa para ver as indicações acerca dos condicionamentos de trânsito. Os pontos vermelhos marcam as ruas que estarão encerradas e o ponto verde simboliza a Altice Arena, onde decorrerá a Web Summit entre 5 e 8 de novembro]
Na zona do Parque das Nações, a circulação será interrompida totalmente a partir de domingo, 4 de novembro, na Rua do Bojador, entre a Rotunda da Lágrima e a Alameda dos Oceanos. Entre 5 e 8 de novembro, há a interrupção total da circulação no lado norte da Avenida do Atlântico (a 5 entre as 7h e as 22h, nos restantes dias entre as 7h e as 20h).
Já entre 5 e 9 de novembro a Avenida Boa Esperança fica interrompida no troço entre a Rotunda dos Vice-Reis e a Torre Vasco da Gama. Também a Avenida do Índico está encerrada à circulação entre a Alameda dos Oceanos e a Avenida Dom João II, mantendo-se apenas o acesso a cargas e descargas e ao parque de estacionamento do Centro Comercial Vasco da Gama. A Alameda dos Oceanos, no sentido norte-sul, entre a rotunda dos Vice-Reis e a Avenida do Indico vai, no entanto, continuar circulável.
Nutras partes da cidade, também estão previstos condicionamentos. A 6 de novembro, toda a zona que converge para a Rua Cor de Rosa, no Cais do Sodré, vai estar condicionada ao trânsito entre as 20h e as 2h00 do dia seguinte. Já a 7 de novembro, haverá condicionamento nos acessos à Rua Rodrigues Faria e na Rua 1º de maio e Largo das Fontainhas, entre as 19h e as 3h do dia 8.
(Texto editado por Ana Pimentel)
(Artigo atualizado dia 5 de novembro com retificação do preço da Cabify, com mais informações sobre o regime da Taxify e com informações sobre a greve do Metropolitano de Lisboa, que entretanto, foi desconvocada.)