Cerca de um milhão de pessoas manifestaram-se no último domingo nas ruas de Hong Kong — e vários milhares voltaram a protestar esta quarta-feira em frente ao parlamento da região autónoma chinesa, numa série de protestos que já provocaram cerca de duas dezenas de feridos e levaram à detenção de 19 pessoas. Estão contra a aprovação de mudanças legislativas no sistema judicial da região — que deverá passar a permitir a extradição de pessoas para serem julgadas na China — e, por isso, fizeram os possíveis para bloquear os acessos ao parlamento. O protesto foi eficaz: esta quarta-feira, os funcionários do Governo foram aconselhados a não irem trabalhar e a votação da nova lei foi adiada. Mas o Governo regional não quer desistir de a aprovar.
A fazer fé nos números da organização (a polícia apenas admite 240 mil manifestantes), a causa mobilizou perto de 15% da população daquela cidade autónoma, hoje com 7,4 milhões de habitantes — e foi comparada aos protestos de 2014, que ficariam conhecidos como a Revolução dos Guarda-Chuvas, nos quais milhares de manifestantes (munidos de guarda-chuvas para se protegerem dos canhões de água e do gás lacrimogéneo) exigiram um regime democrático para Hong Kong, que, desde 1997, está sob a soberania chinesa através de um regime de “um país, dois sistemas”. Mas, afinal, o que está em causa nestes protestos?
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