895kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

i

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

"Isto é um jogo e temos de entrar no comboio. Corre filho". O caos na estação de comboios dos que querem fugir para a Polónia

Crianças e animais passados a polícias e carrinhos de bebé no ar. Na estação de comboios de Lviv, onde milhares de pessoas tentam partir para a Polónia, a situação deteriora-se cada vez mais.

Texto e fotografias do enviado especial do Observador à Ucrânia, João Porfírio

Praticamente já meio milhão de pessoas abandonou a Ucrânia. Umas de carro, algumas a pé e outras tantas de comboio. E é na estação de comboios de Lviv que mais pessoas partem em direção à Polónia, por ser uma das cidades ucranianas mais perto da fronteira.

Com os vidros do comboio completamente embaciados, aquela criança de quatro anos despedia-se do pai — impedido de sair do país devido à Lei Marcial que impede homens entre os 18 e os 60 anos de partir. A mulher falava com o marido ao telemóvel. O homem, parado a olhar para a janela, completamente imóvel, pedia para ninguém chorar.

Os passaportes eram controlados logo à entrada dos comboios para facilitar a entrada de todas aquelas pessoas na Polónia e houve quem não conseguisse entrar por não ter consigo todos os documentos necessários para o embarque.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Antes disso, o início do caos: ao contrário do que o Observador testemunhou nos primeiros dias, em que as pessoas começaram a optar pelo comboio para fugir de Lviv, desta vez, a confusão era muito maior. As pessoas não podiam simplesmente subir as escadas que dão acesso à plataforma. Essa entrada era controlada: só mulheres, crianças e homens com família poderiam passar — mas só até à plataforma; depois, ficavam para trás para, se necessário, lutar contra os invasores. Havia quem estivesse há 12 horas naquelas escadas para conseguir um lugar no comboio.

Ouça aqui o episódio de “A História do Dia” com o relato de João Porfírio sobre a situação na estação de Lviv

O comboio que pára em Lviv, a estação do desespero

Por não ser possível dar nem um passo que fosse, mesmo quem tinha prioridade não conseguia subir e, por isso, muitos bebés foram entregues aos polícias pelas mãos dos pais para evitar estarem ali naquele aperto enlatado. Pelo menos dois carros de bebés foram também colocados na plataforma, passando por cima de todas aquelas cabeças.

A polícia era pouca para a quantidade de refugiados a querer sair da Ucrânia, o exército a mesma coisa. Houve quem tivesse desmaiado e não conseguisse ter qualquer assistência médica — valeu-lhes a ajuda de uma dezena de voluntários, de coletes amarelos refletores, ali presentes.

Veja as fotografias de um dia de caos para quem tenta fugir da guerra na Ucrânia.

Uma criança chora compulsivamente no momento em que o comboio começa a andar: estava a despedir-se do pai
JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR
A prioridade era dada a mulheres com crianças de colo
JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR
Vinda de Odessa, esta criança, acompanhada pelos pais, pintava o chão da estação de comboios de Lviv
JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR
Pelo menos dois carros de bebés foram postos na plataforma passando por cima das cabeças de toda a gente que ali estava
JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR
O desespero das mães com filhos ao colo era indescritível
JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR
Já na plataforma duas crianças tentam distrair-se e brincam
JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR
Depois de passar o filho, esta mulher é ajudada a entrar na plataforma pela polícia
JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR
Os filhos eram passados primeiro para alguém que estivesse já na plataforma, só depois passavam as mães
JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR
A polícia ajudou também a retirar os animais de estimação do enorme aglomerado de pessoas
JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR
Já com os filhos na plataforma, esta mãe entrega a um dos filhos as malas que traziam
JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR
Depois de conseguir também passar para a plataforma, esta mãe abraça os seus filhos
JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR
Houve quem trouxesse animais de estimação e a essas pessoas também era dada uma certa prioridade
JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR
Uma mãe entrega a um homem o seu filho, enquanto espera para passar
JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR
Os passaportes passaram a ser verificados à entrada dos comboios para facilitar a entrada na Polónia
JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR
A fila para entrar no comboio é controlada pelo exército e pela polícia
JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR
O exército e a polícia de Lviv tentam ajudar a agilizar as entradas nos comboios
JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR
O exército e a polícia de Lviv tentam ajudar a agilizar as entradas nos comboios
JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR
Mães completamente sozinhas, apenas com os seus filhos de colo, tentam abandonar a Ucrânia
JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR
Muitas crianças assustadas com todo o aparato
JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR
Este homem vê a sua família partir em direção à Polónia enquanto é obrigado a ficar no país devido à Lei Marcial
JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR
Também pessoas mais velhas tinham prioridade
JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça até artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.