Glencore, Vitol, Trafigura, Cargill… Provavelmente estes são nomes que lhe dizem muito pouco mas, mesmo que não tenhamos noção disso, “todos nós somos clientes” destas empresas, diz Javier Blas, jornalista da Bloomberg News que escreveu, com o colega Jack Farchy, “O Mundo à Venda“, livro do ano de 2021 para o Financial Times e para a revista The Economist.
Estas são as companhias gigantescas que dominam, na sombra, os mercados mundiais de matérias-primas (físicas), desde o petróleo ao cobre, passando pelo café e o cacau. Por ter revelado a forma como estas empresas operam, a escrita e publicação do livro foram feitas sob pressão intensa do setor, não só sobre a editora mas sobre os próprios autores. Em entrevista ao Observador, Javier Blas diz, eufemisticamente, que muita gente deixou de lhe falar, pessoas com quem lidava há décadas como jornalista especializado nos mercados de matérias-primas e energia.
Trabalhando sem qualquer regulação ou supervisão, muitas vezes sem prestar contas e a operar a partir de paraísos fiscais mais ou menos longínquos, estas “trading houses” reconheceram recentemente que pagaram subornos para garantir a vitória em concursos de exploração de matérias-primas. Mas é injusto censurá-las em demasia, até porque, por exemplo, aquelas que estavam na Suíça puderam, até há poucos anos, não só pagar esses subornos como, até, deduzi-los nos encargos fiscais – “custa a acreditar”, mas a lei permitia-o.
O livro, publicado em Portugal pela Casa das Letras/Leya, explica como estas empresas têm ganho fortunas com a volatilidade que tem marcado este ano a cotação das matérias-primas energéticas, industriais e alimentares, entre outras. E, enquanto as (anunciadas) sanções europeias ao petróleo russo não entram, realmente, em vigor, estas empresas estão a fazer “o trabalho que ninguém quer fazer”, que é assegurar que a energia russa chega às bombas de gasolina na Europa numa altura em que “ninguém quer ser visto a tocar em petróleo russo, mesmo que as sanções (ainda) não o impeçam”.
Por outras palavras, estão a ajudar a fazer a “lavagem de petróleo”, e os líderes europeus “fingem que não veem” – porque essa “lavagem” reputacional também é útil para eles.
O vosso livro é sobre as grandes empresas que vivem dos negócios de matérias-primas físicas. O cidadão comum tem sofrido na pele o aumento dos preços de algumas dessas matérias-primas, mas sabe pouco sobre o papel decisivo que estas empresas têm nos mercados onde elas são transacionadas. O que aprendeu sobre elas, ao escrever o livro?
Sendo nós jornalistas, o que já sabíamos sobre estas empresas é que eram muito importantes para os mercados financeiros e para o mundo dos negócios. Tudo o que consumimos provém de recursos naturais, seja gasolina, seja a bateria dos nossos telemóveis, os cereais que comemos ao pequeno-almoço – na base de tudo isso estão matérias-primas, que têm de ser produzidas, negociadas, compradas, vendidas, transportadas, armazenadas, transformadas… E nesse processo intervêm estas empresas de negociação de matérias-primas [as chamadas trading houses] . O que foi mais curioso para nós, ao escrever o livro, foi perceber como a atividade destas empresas vai tão além dos negócios. Quer queiram, quer não, ajudam a moldar a política mundial.
Quer queiram, quer não?
Sim. Ao escrever o livro, ao recolher a informação que recolhemos, ao encontrarmo-nos com as pessoas com que nos encontrámos, ficámos ainda mais com essa ideia – porque, para muitos países onde estas empresas se movimentam, as matérias-primas equivalem a dinheiro. E dinheiro, como sabemos, equivale a poder. Basta olhar para a colaboração que estas empresas tiveram com Augusto Pinochet, no Chile, com Fidel Castro, em Cuba… Na África do Sul, no Iraque, com Saddam Hussein, entre tantos outros…
Putin, também?
Também, desde sempre e sobretudo nos últimos 8/10 anos [após a anexação da Crimeia, em 2014]. São estas empresas que continuam a assegurar o fluxo das matérias-primas russas para os mercados internacionais. E, atenção, estão a fazê-lo de forma legal – é legal transportar e negociar essas matérias-primas, é legal dar financiamentos a empresas russas. Mas estes são os agentes que estão lá, na sombra, a garantir que as matérias-primas continuam a fluir da Rússia para fora. São como uma correia transportadora numa linha de montagem: graças a eles, as matérias-primas fluem da Rússia para o Ocidente e o dinheiro flui do Ocidente para Moscovo.
Como é que intervêm, em concreto?
Acho que não é possível compreender o que está a passar-se hoje na Rússia sem compreender o que vem acontecendo nos últimos (quase) 10 anos, desde a anexação da Crimeia. É errado dizer que a guerra começou há seis ou sete meses, começou há quase 10 anos. Foi aí que foram aplicadas as primeiras sanções contra Putin e, repare, a dada altura [início de 2015] a russa Rosneft precisou de um grande empréstimo e, devido às sanções, não estava a conseguir obter o financiamento nos bancos internacionais. O que fez? Foi buscar 10 mil milhões de dólares, em dívida, emprestados pela Glencore e a Vitol – duas das maiores empresas de negociação de matérias-primas. Se, na altura, o Kremlin tivesse sido verdadeiramente bloqueado, sem acesso aos bancos internacionais, talvez a História tivesse sido diferente. Mas eles sempre tiveram acesso a estas empresas.
Quem é Javier Blas, co-autor de "O Mundo à Venda"?
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Javier Blas é um dos mais profícuos repórteres na área dos mercados internacionais da energia e matérias-primas. Atualmente, é jornalista da Bloomberg News, tendo passado também pelo Financial Times. A partir dos contactos feitos ao longo de duas décadas de carreira em Londres, o espanhol decidiu – com o colega, Jack Farchy – escrever um livro sobre “as empresas que movimentam matérias-primas quase como na era colonial, desde petróleo e fio de cobre até sacos de café ou de cereais”.
Apesar de admitir que a publicação do livro fez com que muitos dos seus contactos deixassem de lhe falar, Javier Blas diz que continua apaixonado por cobrir esta área. “O mais interessante de ser um jornalista que escreve sobre matérias-primas é que quando vamos fazer uma reportagem sobre uma empresa vamos mesmo tocar nas matérias-primas, vamos aos armazéns, aos barcos… Não é como um jornalista da área financeira, que lida com fundos de investimento ou bancos, que no fundo transacionam algarismos num ecrã”.
Referiu a Glencore e a Vitol. Como dizíamos há pouco, são nomes que dizem pouco ao cidadão comum. Quem são estas empresas e que outras existem com maior influência?
Há quatro que são as maiores. A Glencore [anglo-suíça] é a maior do mundo, negoceia tudo desde petróleo a cobre, passando pelo trigo, cotou ações em bolsa há pouco tempo; a Cargill [norte-americana] é uma das mais lucrativas, negoceia sobretudo produtos agrícolas, tem capital privado [não cotado em bolsa] e, sendo influente nos bastidores, está cada vez menos transparente, tanto que até deixou de publicar resultados financeiros, o que diz tudo o que precisamos de saber sobre o caminho que eles estão a percorrer; a [holandesa] Vitol é a maior do mundo no segmento de petróleo, uma empresa cujo melhor ano de sempre tinha tido lucros de 4 mil milhões de dólares – este ano será muito mais do que isso, porque só na primeira metade do ano já superaram esse valor…; e, ainda, a Trafigura [com sede em Singapura], muito importante no mercado de energia e metais-base, com grande presença em África, em Angola… Estas são, para mim, as quatro maiores – há várias outras, porém quando se analisa o mercado verifica-se que dá para as contar com os dedos das mãos. E quase todas são detidas por uma mão-cheia de indivíduos, que estão a ganhar milhares de milhões…
São rostos conhecidos? Costumam dar entrevistas, aparecer publicamente?
Eles gostam de se manter tão recatados quanto possível, eles próprios e no que diz respeito ao negócio. Historicamente, estas empresas construíram o seu sucesso sempre na sombra e gostam de manter as coisas assim – não gostam que as pessoas saibam quem eles são e o que fazem. Entrevistas, começam a dar algumas, deram-nos algumas para o livro. Por exemplo, entrevistámos Ian Taylor, ex-presidente da Vitol, que morreu em 2020, e ele disse que preferia que não escrevêssemos este livro – a indústria, como um todo, mostrou claramente que não queria que o livro fosse escrito e queria que não fossemos falar com as pessoas. Mesmo hoje, depois de o livro ser publicado, dizem que estamos a retratá-los de forma errada, que não são assim tão importantes, que estamos a exagerar sobre o papel que têm no mundo e sobre as alegações de corrupção que fazemos.
Corrupção?
Sim, é curioso que depois de publicarmos o livro houve dois processos abertos pelo Departamento de Justiça dos EUA contra a Glencore e Vitol – em que as duas empresas admitiram que tinham pago subornos e que tinham corrompido responsáveis políticos e empresariais, para vencerem concursos públicos. E a Glencore ainda admitiu envolvimento em lavagem de dinheiro. E não estamos a falar de subornos pagos algures no passado, há décadas: esses subornos foram pagos até bem recentemente – a Vitol admitiu ter pago subornos em três países da América Latina pelo menos até julho de 2020. Como nos disse uma das pessoas do setor, que ouvimos, é uma indústria “com muitos esqueletos no armário”. E acrescentou que muitos nunca irão ser conhecidos publicamente – mas muitos estão a vir ao de cima.
Esses casos envolvem que países?
São casos que envolvem países como Ecuador, México, Brasil, Nigéria, Guiné Equatorial… Na Glencore foram sete países incluindo a Nigéria, Venezuela, República Democrática do Congo; na Vitol Ecuador, México, Brasil… Noutra empresa, a Gunvor, um funcionário admitiu ter transferido dinheiro para o Presidente da República Democrática do Congo, para a sua mulher e para o seu filho… Isto é o tipo de coisas que o setor garante que só diz respeito ao passado, à forma como se faziam os negócios nos anos 70, que agora não é assim… Mas depois vemos estes casos, tão recentes, e ficamos a pensar que não era assim apenas no passado e continua a ser assim hoje.
E os governos, qual é o papel deles? Ou qual deveria ser?
Essa é a questão. Tudo isto é facilitado pelo poder político. Muitas destas empresas operam a partir da Suíça e, na Suíça, até há poucos anos era perfeitamente legal uma empresa de negociação de matérias-primas pagar um suborno – não a um governante eleito mas, sim, a um executivo de uma empresa petrolífera, mesmo que pública, doutro país, não havia qualquer problema. Aliás, não só era legal como podia-se deduzir essa despesa nos impostos.
Custa a acreditar…
Custa a acreditar, e nós próprios verificámos todas estas informações várias vezes enquanto fechávamos o livro – mas era mesmo assim. Portanto não devemos ficar surpreendidos pelo facto de as empresas trabalharem assim. Portanto, há pouco perguntava sobre se estas empresas preferiam o anonimato… Não só preferem como foi-lhes permitido que assim fosse, que fizessem os seus negócios desta maneira opaca.
É necessária uma regulação mais apertada, então?
Repare que desde 2008 regulámos tudo e mais alguma coisa, na nossa vida económica, desde Wall Street, à banca de investimento, tudo está sob supervisão. Criaram-se novos supervisores como a ESMA, na Europa, demos aos bancos centrais novos poderes, com a lei Dodd-Frank nos EUA e a supervisão do BCE na zona euro, etc… E, no entanto, este setor importante da economia global – as empresas que negoceiam matérias-primas – continua intocável, não é regulado, não é supervisionado, não é visto.
Está a mudar alguma coisa? Há pouco falou dos processos do Departamento de Justiça nos EUA…
Tem sido interessante que, quando começou esta crise, houve alguns episódios de turbulência nos mercados das matérias-primas “físicas” – como o níquel, o próprio gás – e os bancos centrais estão a mostrar-se um pouco mais atentos a estas situações. Houve um relatório da Reserva Federal de Dallas que era muito interessante porque dizia que este setor não só é completamente desregulado como é totalmente opaco. O Banco de Inglaterra também olhou para este setor e admitiu que não sabia exatamente aquilo que lá se passava…
Os reguladores não conhecem a forma como elas trabalham?
Para mim, isto é o mais preocupante, porque estamos em 2022 e apesar de algumas empresas terem admitido fazer coisas que não deviam ter feito, apesar do seu papel gigante na economia global, não lhes prestamos nenhuma atenção. Como é que isto é possível? Após a crise de 2008, falou-se muito sobre se os bancos eram “demasiado grandes para cair” (“too big to fail“), não sei se estas empresas serão demasiado grandes para cair mas são, certamente, “demasiado grandes para se ignorar”. Todos nós somos clientes destas empresas, de uma forma ou de outra, e elas não são necessariamente más – só precisamos é que alguém mantenha um olho sobre elas, para garantir que tudo é feito de forma correta. Sem elas não haveria café de manhã, não havia combustível barato para colocar no carro. São como a canalização da economia global – ninguém pensa neles mas eles estão lá, a trabalhar para que as coisas vão do ponto A ao ponto B.
Mas estão a contribuir, neste momento, para os preços elevados que vemos na economia? Desde os produtos alimentares até aos bens energéticos?
Bem, estas empresas lucram quer os preços estejam altos ou baixos, porque são intermediários… Algumas têm atividade de produção, como a Glencore, mas a maior parte destas empresas tem um papel diferente: são apenas intermediários, negociadores, compram e vendem. Até costumam ganhar ainda mais quando os preços estão muito baixos, porque depois conseguem capturar a valorização.
Como no início da pandemia, quando os preços dos contratos futuros de petróleo caíram para zero – até menos de zero…
Sim, compravam petróleo de graça ou perto disso, colocavam-no num petroleiro e deixavam-no lá a flutuar. Depois foi só esperar que se valorizasse – obtendo um lucro gigante. Mas, sim, beneficiam muito da volatilidade que temos visto este ano, nos mercados… Para mim, a maior questão é quem é que está a fazer dinheiro com eles… Eles tornaram-se grandes financiadores de países inteiros. O maior financiador do Chade é a Glencore, não é um banco internacional ou o mercado de obrigações – é essa empresa de negociação de matérias-primas. Em alguns países ricos em matérias-primas, estas empresas são o agente viabilizador de muitas ditaduras, mantêm aqueles regimes vivos.
Têm um cunho político?
São totalmente avessos a política, tanto apoiam um ditador de esquerda como um ditador de direita. Não lhes importa. Um executivo do setor disse-nos, quando o entrevistámos para escrever o livro, que “fazia negócios com os vermelhos e com os azuis, a única cor que importa é o verde [das notas de dólar]”. Hoje, o petróleo do Norte do Iraque, do Curdistão, não estaria a chegar ao mercado internacional se não fossem estas empresas… O governo do Sudão do Sul não teria durado tanto se não fosse o apoio que estas empresas dão, não só escoando o seu petróleo como concedendo financiamentos… Alguns destes países de África, por vezes, ficam em dificuldades financeiras, chamam o Fundo Monetário Internacional (FMI) e quando eles lá chegam e começam a olhar para as contas reparam que estes países têm enormes empréstimos concedidos por estas empresas, a troco de entregas futuras de petróleo e matérias-primas – empréstimos de que ninguém sabia. O Chade está a ter de reestruturar a dívida pública, neste momento, e o principal obstáculo é a Glencore, porque é o maior credor do país.
Diz que eles não têm lealdades ideológicas nos países onde vão buscar as matérias-primas, mas que lealdades ideológicas têm nos seus países de origem?
São apatriotas. A sua única lealdade deles é para com o dinheiro. Muitos estão sediados na Suíça ou têm presença na Suíça por razões fiscais. Alguns passaram para Singapura, onde o contexto fiscal é ainda melhor… Outros têm estruturas nas Caraíbas, onde não pagam impostos, algumas têm sede operacional nos EUA mas a sede fiscal é nas Bermudas, no Luxemburgo, no Liechtenstein, em Chipre… São países onde ninguém lhes faz perguntas…
Mas, voltando um pouco atrás, às questões relacionadas com a Rússia e a guerra na Ucrânia. Até que ponto é que estas empresas podem estar a ajudar Putin a evadir as sanções?
Quais sanções? Não há sanções em vigor, ainda. Há algumas sanções nos EUA – não pode entrar petróleo russo nos EUA, nem no Canadá. Mas na Europa hoje é completamente legal enviar petróleo russo para os países europeus, para a Alemanha, para Espanha, para Portugal – ao fazer isso não se está a violar quaisquer sanções. A Europa anunciou sanções mas elas só entram em vigor no início de dezembro, no caso do petróleo, e em fevereiro, no caso dos produtos refinados. Portanto estas empresas continuam a movimentar petróleo russo para a Europa, de forma completamente legal.
Legal mas… censurável?
No fundo, estão a praticar aquilo que se chama “lavagem de petróleo” – por questões reputacionais, ninguém quer ser visto a tocar num barril de petróleo russo, mesmo sendo legal, portanto muitas destas empresas estão a levar petróleo russo para países como a Índia, depois exportam para a Europa. A Índia antes importava menos de 100 mil barris por dia de petróleo russo, agora importa cerca de 800 mil barris por dia. Esse número diz tudo. Depois, a matéria-prima é refinada na Índia e deixa de ser considerado um produto de petróleo russo – e é nesse processo que as empresas de negociação estão a intervir, porque embora seja legal ninguém quer ser visto a tocar em petróleo russo…
Estão a fazer o trabalho sujo…
Diria que estão a fazer o trabalho que ninguém quer fazer. Estão a assegurar que o petróleo continua a ser movimentado, de forma legal, repito, mas de uma forma que ofusca a origem daquele petróleo ou daquela gasolina – e todos ficam felizes. E os governos europeus limitam-se a fingir que não veem. Estamos no sétimo mês de guerra e já anunciámos sanções mas elas ainda não entraram em vigor, que é algo de que a maior parte das pessoas não se apercebe. Só vão entrar em vigor, no caso dos produtos refinados, em fevereiro, ou seja, um ano depois da invasão!
Os políticos servem-se destas empresas para disfarçar a ausência de sanções mais duras e imediatas?
Os responsáveis políticos sabem que necessitamos daqueles recursos naturais e estas empresas são um veículo conveniente para assegurar que o negócio continua, de uma forma que permite que todos finjam que nada está a acontecer. E a culpa é das empresas? Podemos culpar as empresas, sim, até certo ponto. Mas não culpamos também os políticos, nós próprios, os consumidores? Culpar só essas empresas seria uma hipocrisia. Todos nós gostamos de consumir os produtos feitos a partir das matérias-primas que estas empresas negoceiam. Todos gostamos de comida barata e energia barata, ninguém quer pagar mais pelas coisas. E essa é a jogada de Putin: está a apostar que as pessoas vão acabar por preferir pagar pouco pelos produtos, que a dor económica da guerra acabará por ser demasiado pesada. Será que vai conseguir vencer? Para já, a Europa está a resistir, mas vem aí o Inverno…