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ANDRÉ DIAS NOBRE / OBSERVADOR

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O campeão do apelo ao voto em 500 metros. E Costa: "Estas eleições são como este campeonato, jogam-se até ao último minuto"

Ao almoço, Pedro Marques voltou a ter António Costa ao seu lado (e volta a ter à noite) a alertar": "Não podemos ficar descansados com as boas sondagens". Em Viana houve campeonato de apelo ao voto.

Baterias a 100% na arruada de Viana do Castelo — talvez recarregadas pelas sondagens — com Pedro Marques a fazer o pleno das esplanadas que encontrou pela Avenida dos Combatentes e por cada uma das cabeças que espreitava pela porta do comércio local nesta manhã de sábado. Não escaparam sequer turistas, fossem espanhóis, gregos ou até britânicos. Ao almoço teve o reforço de António Costa que alertou para o risco de desmobilização com “boas sondagens”.

“We want you to stay”, disse ao senhor sentado numa esplanada que lhe disse ser do Reino Unido. O ministro da Educação, que acompanhava o candidato nesta ação de campanha das Europeias, acrescentava: “Spread the word”. Mas a mensagem que Pedro Marques trazia para espalhar nesta manhã, fosse em que língua fosse, era mesmo a do apelo ao voto: “Por favor, não se esqueçam de votar a 26. É muito importante”. Foi a frase mais repetida da manhã, na arruada de cerca de 500 metros, entre a rua da célebre pastelaria Natário e a Praça da República, em Viana, Pedro Marques repetiu a deixa por 47 vezes, contadas pelo Observador.

E mesmo quando o interlocutor falava noutra língua, se ela fosse europeia — como aconteceu com um grego noutra esplanada — o candidato não desperdiçava a oportunidade: “Please vote”. Ou para os espanhóis: “Hay que votar. PSOE!”. Mas a maioria dos que encontrou era portuguesa e a insistência foi a mesma, ainda que as cabeças nacionais, neste sábado, possam estar concentradas noutro campo.

O candidato fez o plano das esplanadas na Avenida dos Combatentes, em Viana do Castelo

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O benfiquista Pedro Marques não cede e quando é questionado sobre quem prefere que ganhe esta noite o campeonato nacional de futebol, sublinha que “toda a gente sabe” o seu clube, mas que o seu foco é outro: “Hoje estou mesmo a jogar pelo centro esquerda. É aí que espero ser campeão”. Nas ruas de Viana foi, mas dos apelos ao voto que se multiplicam nesta segunda metade da campanha. O candidato nem diz em quem votar — isso fica para os gritos “PS” que os jotinhas atiram lá atrás — e concentra-se em três ideias apenas: votar; 26 de maio; por favor.

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As sondagens podem ser animadoras mas também podem desmobilizar quem iria votar em quem vai à frente. Pedro Marques está alerta para isso e António Costa também. Foi ao almoço-comício, pouco depois, para deixar o mesmo aviso: “Bem sei que as sondagens que têm saído dão um grande resultado ao PS, mas não se ganham eleições nas sondagens, ganham-se nas urnas com os votos que entram nas urnas e voto a voto é que se sabe quem vai ganhar”. Costa disse mesmo aos socialistas: “Não podemos ficar descansados com as boas sondagens” e fez a analogia com o campeonato nacional de futebol, que se decide hoje, ao considerar que as “eleições são mesmo como este campeonato, jogam-se até ao último minuto e é até ao último minuto que temos de chegar sem atirar a toalha ao chão”. Ficou dado o mantra socialista para a segunda semana de campanha.

Pelo caminho, na rua, Pedro Marques ainda encontrou críticas, como a da senhora que lhe pediu que “olhem para os pobres porque não estão a olhar”. Queixava-se de ter apenas 275 euros de pensão e o candidato tentava ganhar ali terreno a seu favor: “Mas foi aumentada um bocadinho, não foi?”. A resposta saiu direta: “Mas acha que alguém vive com 275 euros?”.

A caminho da Praça da República encontrou uma mostra de produtos regionais e um conjunto trajado com as vestes de Viana. Aproximou-se para mais uma ronda de luta contra a abstenção, mas vê uma criança. E quando vê uma criança, o socialista pára sempre. “Que saudades”, diz à mãe. “Vá fazer outro!”, recebe imediatamente em sotaque minhoto.

O ministro da Educação foi à arruada dar um ajuda ao candidato PS

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“Quando oiço Rangel sabem o que oiço? Blabláblá”

Ao almoço, ainda em Viana, estavam António Costa e os que o tinham acompanhado de manhã na arruada: Tiago Brandão Rodrigues, o secretário de Estado das Infraestrututas, o presidente da Câmara de Viana e o presidente da Câmara de Caminha que é também líder do PS do Alto Minho, Miguel Alves. Foi a este último que coube o soundbite da manhã, numa crítica cerrada aos candidato da direita, Paulo Rangel e Nuno Melo.

Miguel Alves é o líder do PS Alto Minho e foi dele o soundbite da manhã

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Quando oiço Nuno Melo falar sobre agricultura e florestas, sabem o que eu oiço? blábláblá bláblábláblábláblábláblá. E quando oiço o candidato Rangel, do PSD que fechou correios, agências da Caixa Geral de Depósitos pelo país, que fechou conservatórias, o tribunal de Paredes de Coura que Costa abriu, quando o oiço falar de desertificação do interior, sabem o que oiço? blábláblá bláblábláblábláblábláblá” O socialista Miguel Alves inspirava-se ca campanha do Banco CTT e cantarolava o blábláblá no tom do “Été indien” do cantor francês Joe Dassin.

Chega de candidatos blábláblá, queremos candidatos que trabalhem”, disse ainda Miguel Alves.

O socialista ainda falou no regresso de Passos Coelho, que vai estar em campanha com Rangel dentro de dias, para dizer que “vai voltar a campanha e o que eles querem é voltar em outubro. Votar em Pedro Marques é votar em António Costa“, afirmou.

Costa foi ao almoço em Viana e fica para o comício da noite

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A deixa seria aproveitada por Pedro Marques, no seu discurso, que também falou do regresso do ex-primeiro-ministro à campanha social-democrata. “A direita não pára de nos lembrar do caminho para onde querem voltar. Agora vão trazer à campanha outra vez Passos Coelho” e atirou ao ex-líder social-democrata que “já veio dizer que as contas de Centeno são um engano — podem lá eles falar de contas. É preciso é mais cortes, voltar a fazer cortes” e sublinhou ainda que “é muito claro: queremos a Europa dos nossos sonhos, da alternativa construída aqui em Portugal, ou a dos descontentamentos, dos cortes e das sanções da direita?”.

No almoço-comício discursou também um ministro do distrito, de Paredes de Coura, Tiago Brandão Rodrigues, que foi muito elogiado por António Costa e que declarou ter “sentido a falta” do candidato do PS no Conselho de Ministros.

Costa em modo homem-a-quem-aconteceu-não-sei-o-quê: “Há os que falam, falam, falam e os que fazem”

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