“O mundo é capaz de estar a passar por uma fase, tal como eu estava a passar por uma fase com a minha mãe”, diz quase no final da peça a jovem Beatriz Frazão, encarnando Anne Frank — uma das mais conhecidas vítimas do holocausto nazi que matou entre cinco a seis milhões de judeus. Essa fase “há-de passar”, acrescenta ainda a protagonista, acrescentando que “apesar de tudo”, ainda continuava a acreditar que “as pessoas têm realmente bom coração”.
Por esta altura, na Sala Carmen Dolores, ouve-se o som de pancadas forte na porta da qual, durante dois anos, os Frank não ousaram sair. O pior desfecho chegava e, dos oito habitantes do esconderijo, só Otto Frank sobreviveria depois à detenção e aos campos de concentração.
O contraponto entre a esperança da protagonista e a dureza da realidade é um dos traços mais pungentes de “O Diário de Anne Frank”, peça que pode ser vista da partir desta quinta-feira, 8 de setembro, até 13 de novembro no Teatro da Trindade, em Lisboa.
Com encenação de Marco Medeiros, a peça parte da adaptação feita para a Broadway por Frances Goodrich e Albert Hackett, ainda nos anos 50, do famoso diário mantido por uma adolescente judia que viveu dois anos com a família num esconderijo de uma Amesterdão tomada por nazis, escondendo-se das SS.
A notoriedade do elenco é condizente com a importância da peça, que abre a nova temporada teatral do espaço que tem direção artística de Diogo Infante. Ao longo de perto de duas horas, é possível ver por exemplo os atores Diogo Mesquita e Anabela Moreira interpretando o casal van Daan e João Reis e Carla Chambel nos papéis de Edith e Otto Frank (pais de Anne), contando ainda o encenador com os desempenhos de Paulo Pinto, Rita Tristão da Silva, Romeu Vala, Catarina Couto Sousa e João Bettencourt, também boa parte dos quais atores reconhecidos do público português de teatro e televisão.
Ao todo, são perto de duas horas de imersão na vida em cativeiro dos Frank, dos van Daan e do “senhor Dussel”, um médico dentista judeu. A história é conhecida: a 6 de julho de 1942, uma segunda-feira, Edith e Otto Frank mudaram-se com as filhas Anne e Margot para um esconderijo secreto, um anexo (que ficaria conhecido como Anexo Secreto) localizado no interior da fábrica dirigida pelo patriarca da família, situada junto ao canal de Prinsengracht, em Amesterdão. Durante mais de dois anos, até 4 de agosto de 1944, ali viveram, grande parte do tempo na companhia dos van Daan (um casal e o seu filho, Peter) e de Albert Dussel (pseudónimo de Fritz Pfeffer), ajudados por alguns funcionários da fábrica, poucos, que conheciam o esconderijo.
Ao longo desse período, os oito habitantes do Anexo viveram em reclusão total, sem nunca poderem sair do esconderijo (que tinha dois quartos e uma sala comum, além de uma casa-de-banho e uma pequena sala adicional) e com regras restritas para não serem descobertos, como não fazerem qualquer barulho e não utilizarem a casa de banho durante o período de dia de trabalho (das 8h às 17h, sensivelmente) na fábrica, para não arriscarem ser descobertos pelos trabalhadores.
Na encenação de Marco Medeiros, a partir da adaptação de Frances Goodrich e Albert Hackett, são precisos poucos minutos para que o espectador seja confrontado com o sentido mais radical do termo confinamento: logo no arranque, Anne (Beatriz Frazão) prepara-se para sair brevemente do Anexo, numa altura em que a fábrica se encontrava vazia, quando Otto (João Reis) reage com veemência: “Tu não podes passar aquela porta!”. Nunca? “Nunca! Não é seguro.”
Foram muitos, os relatos de sobreviventes e os documentos revelados ao longo das últimas décadas sobre os horrores do Holocausto, os campos de concentração e a perseguição religiosa aos judeus pela Alemanha Nazi, nos anos 40. Anne Frank tornar-se-ia, no entanto, uma das mais reconhecidas vítimas do genocídio alemão daquela época e, ao longo de duas horas, quem se deslocar ao Teatro da Trindade é recordado porquê.
Não é apenas impressionante, de tão inverosímil, a resistência de oito pessoas durante um período tão longo em cativeiro — e num esconderijo que ficava no interior de um edifício ocupado diariamente por outras pessoas, ao longo de perto de sete horas diárias. São também os relatos de Anne, e as suas observações quer sobre a vida em reclusão quer sobre a esperança num futuro melhor e num mundo mais digno, que contrastam violentamente com o ódio e a crueldade exterior.
As discussões e a convivência quotidiana dos habitantes do Anexo Secreto, sempre vistas pela perspetiva de uma jovem que entrou no esconderijo com 13 anos e ali viveria até aos 15, ocupam boa parte da peça. Além dos diálogos, é possível ir ouvindo leituras de passagens do diário mantido por Anne Frank (pela voz da protagonista, Beatriz Frazão, claro) e ir acompanhando tudo quer no palco, quer num ecrã superior que vai transmitindo a peça, e que serve quer para assistir a conversas que decorrem em locais inacessíveis à vista (como o quarto de Peter van Daan) quer para contrapor a crueza da vida de privações no Anexo a uma ideia de ficção-romantização imagética que o encenador repudia.
Há momentos particularmente impressionantes, como quando ouvimos Paulo Pinto (o “senhor Dussel”), à chegada ao esconderijo, lamentar-se: “Sempre me considerei alemão. Nasci na Alemanha. O meu pai nasceu na Alemanha, o meu avô nasceu na Alemanha. Agora, depois de tantos anos…”. Ou quando ouvimos Anne Frank dizer que só desejava poder “andar outra vez de bicicleta”, “rir até a barriga me doer”, poder estar longamente numa “banheira de água quente” ou “estar de novo” com os seus amigos. Ou finalmente quando, no final da peça, vemos João Reis (Otto Frank) derrotado, depois de ter a confirmação que também a filha morrera e que era o único sobrevivente da família ao Holocausto, num monólogo final dilacerante e que termina com as palavras: “Tenho tanta vergonha de mim mesmo”.
“Facilmente esquecemos a história. Estamos aqui a relembrá-la”
A ideia de voltar a trazer a cena um espectáculo já muito encenado e apresentado foi da direção artística do Teatro da Trindade, explicava no final do ensaio corrido — a que o Observador assistiu — o encenador, Marco Medeiros. “Foi o Diogo Infante que me lançou o desafio”, revelava, confessando que, numa fase inicial, “não conseguia perceber bem a razão pela qual ia ser programado”.
O antigo ator, formado na Escola Profissional de Teatro de Cascais e fundador da PALCO13, plataforma a partir da qual já encenou autores como Natália Correia, Shakespeare, Luís Lobão e Lewis Carroll (entre outros) — e que também trabalhou no passado em televisão —, explicava então porque decidira aceitar o desafio: “O Holocausto foi um dos genocídios mais registados da história. Morreram seis milhões de pessoas. Não digo seis milhões de judeus porque prefiro nem etiquetar, foram seis milhões de pessoas. Só encontro uma razão para isto ter acontecido, que é a ignorância. E é preciso alertar as pessoas, porque esta ignorância não nos está distante, está muito presente nos nossos dias”.
Existe, assim, um contexto político presente que justifica a recuperação do texto e a encenação da peça em 2022, entende Marco Medeiros. Lembrando que vivemos numa Europa que está, em parte, de novo em guerra — alude à “guerra entre a Rússia e a Ucrânia”, que permite “avizinhar algo de mau a aproximar-se” em ainda maior escala —, o encenador alude ao crescimento dos movimentos extremistas na Europa, particularmente de extrema-direita, para justificar o quão premente é a recuperação da II Guerra Mundial para a discussão pública: “Muitas vezes, votamos pela ignorância. Temos de estar alertas para que isto não volte a acontecer”.
O risco de “repetirmos a história” é real, acredita o encenador: “Já se está a repetir. Uma guerra acontece e estamos aqui. Mais uma vez, não estamos envolvidos — o mundo permite que isto aconteça. E houve pessoas que votaram para que isto acontecesse. Temos a extrema-direita a aproximar-se cada vez mais de vários países, incluindo o nosso, e sabemos que isso vai continuar e que vamos votar novamente para que esse crescimento aconteça. Depois o que virá não sabemos, mas não se avizinha nada de bom”.
Reconhecendo também que o Diário de Anne Frank é uma obra com a qual existe uma grande familiaridade, ainda que não sendo necessariamente tão lida quanto conhecida, Marco Medeiros vinca que as pessoas “já sabem ao que vêm” quando forem ao Teatro da Trindade, “mas ninguém está preparado para o quão mau isto foi”. E se a capacidade de esquecer e avançar “dá-nos defesas para podermos continuar, alimenta-nos a esperança”, terá também o risco de “fazer-nos esquecer facilmente a história, os registos, esquecer quem sofreu — aqui estamos a relembrá-lo”.
O ponto de partida para a peça, conta ainda, foi “um relato” de um sobrevivente (visto pelo encenador) que defendia que “com a perda de relatos reais, vivos, existe o risco de que este tema se torne uma peça de museu, um filme, ou um belo romance, muito bonito, em que as pessoas se emocionam”. Mas tudo isto aconteceu, foi real, “eu estive lá”, diria o sobrevivente.
O contraponto entre a violência da realidade e a ficcionalização e uma certa romantização do Holocausto, já muito debatida, serviu de motor a Marco Medeiros para o confronto entre o palco e um ecrã que expõe a realização da peça pelas câmaras — uma opção que pode gerar alguma estranheza, e que o encenador explica com a confrontação que vê na “facilidade com que olhamos para cima e dizemos ‘que bonito, que coisa bela estamos a presenciar’, por contraponto com o que acontece quando baixamos o olhar para o palco e temos toda aquela crueza sem efeitos, sem artifícios, expondo a crueldade e a dificuldade de viver”.
João Reis: “Este espectáculo tem o mérito de convocar a memória”
“O Diário de Anne Frank”, na encenação de Marco Medeiros, não é apenas uma peça sobre as privações da família Frank e o destino de Anne, Margot e Edith Frank, de Dussel e dos van Daan. É essa, pelo menos, a convicção de João Reis, ator que interpreta o único sobrevivente (Otto) das oito pessoas que viveram no Anexo Secreto, tendo saído com vida de Auschwitz.
Explicando ao Observador que conhece o livro “desde os 15, 16 anos, já lá vão uns 40 anos”, João Reis indicava ter “absorvido muita informação e muito trabalho documental” sobre o nazismo e a perseguição de judeus, para se preparar para a personagem. “São coisas de uma densidade por vezes difícil de suportar. Havia dias em que tinha mesmo de me desligar, porque é tudo muito pesado, muito comovente, muito mais [duro] até do que o próprio diário”.
Com a encenação, corria-se o risco de se apresentar “uma espécie de Disneylândia do momento difícil que foi esta história, à volta do diário”, assume também o ator, mostrando-se convicto que Marco Medeiros “conseguiu, a partir de um texto aparentemente simples e talvez sem grande densidade, fazer um espectáculo que convoca de uma maneira justa e muito intensa aquilo que foi a memória do Holocausto e da perseguição nazi aos judeus”.
Tal como o encenador, também João Reis encontra pontos de contacto e de confrontação deste período histórico com o presente. “Os homens, os políticos, os poderes não aprendem com a história”, defende, convicto de que “este espectáculo tem o mérito de convocar a memória e de nos fazer lembrar que há muitos países que continuam em guerra, que continuam a existir perseguições, guetos e racismo”. A esta convocação de memória está inerente, diz ainda, uma “obrigação de fazermos tudo para que isto não se repita”.
Na peça, o ator interpreta uma figura que, ainda que vista sempre pelo olhar da filha, João Reis acredita ser “uma pessoa muito generosa, muito preocupada com a defesa da sua comunidade, e que está ali na casa numa função muito particular que é tentar apagar sempre todos os conflitos que vão naturalmente surgindo”. Seria impossível que com oito pessoas a viverem “num espaço exíguo”, durante dois anos, as coisas “não descambassem” em alguns momentos, nota também o ator. Nesse enquadramento, vê a função de Otto Frank como alguém que se atribui a si mesmo a responsabilidade de “ir mantendo sempre o controlo, ir mantendo uma perspetiva positiva e esconder o medo e as emoções o mais possível, para não contaminar sobretudo as filhas, a Anne e a Margot”.
É como se Otto Frank fosse “um supervisor de todos os conflitos”, arrisca ainda João Reis, confessando que por vezes foi difícil controlar-se “porque quando as coisas começam a descambar, dá-me vontade também de entrar de uma forma um bocadinho mais violenta e agressiva — mas tenho de manter essa calma, uma certa frieza, um tom conciliador à procura de que sejam cumpridas todas as regras, como o silêncio e as horas de ida à casa de banho”.
No final da peça, o seu monólogo, enquanto único sobrevivente da família, dificilmente não comoverá os espectadores. João Reis reconhece-o mas fala especificamente sobre uma fala que o intrigou, quando Otto Frank diz ter “vergonha” de si mesmo. “Perguntava ao Marco, que não tinha uma resposta muito objetiva, o que poderia significar aquela última frase. Na minha perspetiva, ele não é capaz de perdoar. O Otto não perdoa aquilo que aconteceu, não perdoa aos nazis e aos alemães que estiveram sempre do lado dos nazis. De certa forma, não perdoa a História. Na cabeça dele, o que aconteceu é imperdoável. Aquela frase da Anne em que diz que, apesar de tudo, continua a acreditar que as pessoas têm bom coração, é um murro no estômago. Depois de tudo, recuperar aquela frase é duríssimo para ele”.
Arriscamos perguntar se essa “vergonha” não poderá estar relacionada com uma acusação anterior da filha, Anne Frank, que a dada altura da peça, pela voz de Beatriz Frasão, atribuiu uma espécie de culpa geracional aos adultos — que permitiram que tudo aquilo se passasse. “Pode estar relacionado, sim. Tem muito a ver com isso, também”.
Carla Chambel: “Os Frank estavam à frente do seu tempo”
Quem também tem um papel de grande protagonismo na peça é Carla Chambel, a Edith Frank do espectáculo. Confessando que já existia um “namoro de trabalho há algum tempo com o Marco”, que ainda não tinha resultado ainda num espectáculo concreto, a atriz dizia ao Observador estar “profundamente feliz”, não só por o encontro profissional ter finalmente acontecido como porque “estreei-me no Trindade em 1995, pelo que regressar foi também uma notícia muito boa”.
Lembrando que a sua personagem, Edith, ficou conhecida historicamente a partir da forma como era vista pela filha Anne, com quem tinha “uma relação muito difícil”, Carla Chambel explicava que o encenador desafiara-a a “por um lado, mostrar um lado mais duro na relação com a filha — porque, sendo ela irreverente e irrequieta, obrigava a que a mãe fosse mais dura com ela —, mas por outro mostrar que não deixava de ser também uma mãe terna, com muito amor pelas filhas. Ela própria [Edith] recriminava-se por ter de ser tão dura com a filha. Era preciso mostrar os dois lados”.
Ao “mergulhar intensamente” na vida dos Frank, mas também em “documentários, perspetivas, filmes e leituras, sendo que o próprio museu da fundação Anne Frank tem muita informação fidedigna e reconhecida”, Carla Chambel apercebeu-se, por exemplo, que os pais da jovem protagonista “estavam à frente do seu tempo, em termos de educação das filhas”. Mesmo que “os judeus já sejam em si bastante cultos, começam aliás a aprender logo a partir dos três anos e são incutidos a ler, conhecer e ter cultura geral”, o caso dos Frank é especial “no plano humanístico”, considera.
A atriz dá um exemplo, procurando explicar essa peculiaridade dos Frank para a sua época: “O Otto participa nas tarefas domésticas, por exemplo. Ou seja, até à luz do nosso tempo eles estavam bastante avançados. Julgo que a harmonia entre os dois reflete-se bem na peça. Mas a Edith tem de viver com uma grande angústia ao longo destes dois anos, que passa por, estando a família a viver uma situação limite, não conseguir ter uma boa relação com a filha”.
Lembrando os testemunhos que viu de sobreviventes do Holocausto, a atriz portuguesa explica também que o viu ser mais regularmente mencionado foi “uma responsabilidade que todos temos de passar a mensagem de que isto não é ficção, aconteceu realmente, não foi assim há tanto tempo e que o risco de se repetir existe”.
Beatriz Frazão, a Anne Frank da peça: “É uma miúda muito intuitiva e muito generosa”
Nesta encenação, Carla Chambel, de 45 anos, contracena com Beatriz Frazão, uma jovem de 18 anos que está a começar uma carreira no mundo da representação. Ao Observador, a experiente atriz descreve a colega como “uma miúda muito intuitiva e muito generosa na forma de representar”, que “absorve” muito do que ouve e que tem uma grande diferença para a Anne Frank por “ser muito mais delicada, ser uma miúda impecável e super cuidadosa, ao passo que a Anne tinha uma irreverência a borbulhar na sua personalidade, rasgava muito mais em termos de comportamento e atitude”.
Ao longo dos meses de preparação da peça, Carla Chambel foi vendo, com os restantes atores, “desabrochar cada vez mais” uma Anne Frank interpretada por Beatriz Frazão. “Foi uma espécie de novelo de lã, que começou a desembrulhar-se e a florescer. É muito bonito ver isso acontecer em palco e com uma colega que acho que está a construir um trabalho maravilhoso e há-de fazer um percurso maravilhoso, porque tem características que acho que são importantes como a responsabilidade, a generosidade em palco e a atenção aos outros”.
Beatriz Frazão foi, tal como João Bettencourt (o “Peter” da peça), escolhida em processo de candidatura. Já tendo feito peças como “Alice no País das Maravilhas, no Teatro Nacional D. Maria II, com o Ricardo Neves-Neves e com a Maria João Luís” e “O Sonho de uma Noite de Verão, com o Marco [Medeiros], no Villaret”, a jovem conta que ficou a saber que existia um casting para o papel e, por isso, inscreveu-se. “Só depois é que vim a saber que existiam 600 candidaturas”, diz também.
Temendo “ser impossível” ser escolhida, fez, mesmo assim, a audição, “a tremer por todo o lado, super nervosa”. Acabou, no entanto, por ser escolhida. “Fiquei super feliz. Preparei-me para o papel. Já li o diário três vezes e continuo a querer ler. Acho que representar uma pessoa que existiu mesmo, uma pessoa real, é mais desafiante mas é também mais fácil, porque tenho o diário dela e consigo chegar à maneira como pensava. Mas sem a ajuda do Marco seria impossível, claro”.
No diário mantido pela adolescente vítima do Holocausto, Beatriz Frazão encontrou uma jovem “muito clara a expressar as ideias e o que pensa”, alguém que “tem 13 anos e pode parecer um bocado malandra, até infantil, mas é muito inteligente e esperta, parecia acima da idade”. Quanto ao que será o seu futuro depois deste papel, não faz grandes previsões: “Estar a fazer de Anne Frank já é um sonho, ainda mais aqui no Trindade. Não conseguia imaginar algo melhor. A seguir, ainda não sei. Depois vou estar a fazer um filme, mas agora vou dedicar-me só a esta peça”.