Antes do boom digital potenciado pelas restrições originadas pela pandemia de Covid-19, já a Associação Portuguesa do Comércio Automóvel (APDCA) e o Banco Credibom se uniam para antecipar o futuro. O stand dos stands digital PiscaPisca.pt, que, por coincidência, foi lançado no dia em que foi anunciado o primeiro caso de Covid-19 no nosso país, foi um projeto pensado digitalmente e, como tal, preparado para uma realidade sob rodas… online.

A compra e venda de carros usados é o negócio deste projeto nativo digital que, no seu primeiro ano, conseguiu contrariar a tendência negativa instalada no mercado automóvel, e ter uma estreia que “ultrapassou largamente” as suas expectativas, garante Paulo Figueiredo, diretor do Pisca Pisca.

No espaço de 11 meses, o PiscaPisca.pt igualou o “líder de mercado da última década no número de carros disponíveis na plataforma”, com mais de 42 mil veículos, informa Paulo Figueiredo, destacando ainda a parceria “com mais de 2000 profissionais do setor”.

Apesar do timing de lançamento, o stand não saiu prejudicado – pelo contrário – e atingiu “níveis de notoriedade espontânea acima dos 60%, o que é em si um case study”, defende o diretor do projeto digital. “O contexto de pandemia que vivemos veio reforçar a aceleração desta necessidade e a relevância deste projeto”, destaca Paulo Figueiredo, salientando o contributo para “manter o tecido empresarial das médias empresas deste setor nos próximos anos, apoiando e suportando a exposição digital dos parceiros profissionais”.

O crescimento do projeto digital contrasta com a perspetiva pessimista encontrada um pouco por toda a Europa, à qual Portugal também não escapou: em 2020, foram vendidos menos 33,9% de carros em relação ao ano anterior, segundo a Associação Automóvel de Portugal (ACAP). Ainda assim, e apesar da quebra no que diz respeito aos carros novos, o crescimento no mercado de carros usados foi sustentado e deverá continuar em rota positiva nos próximos cinco anos.

Acelerar em tempos de pandemia

O PiscaPisca.pt acabou por ser um alicerce fundamental para a resistência de empresas do universo automóvel, de dimensão média. Muitas ainda não tinham força online e, desta forma, tiveram a capacidade de suportar a transição abrupta do físico para o digital, provocada pelo confinamento. Como sabemos, a situação pandémica vivida em 2020, e cujos efeitos se vão prolongar no tempo, alterou de maneira drástica o dia a dia dos portugueses e, consequentemente, dos espaços de venda. A velocidade de reação e adaptação à nova tendência de negócio, mais focada no digital, foi, sem dúvida, um fator diferenciador.

Mas nem tudo foi fácil. Embora seja digital, o Pisca Pisca foi idealizado para uma realidade “normal”, sem as condicionantes da Covid-19. Tal significou uma necessidade de adaptação, cuja rapidez e versatilidade marcaria o seu sucesso ou insucesso. “O impacto que todas as organizações sentiram nas diferentes vagas de pandemia e confinamento obrigou a respostas distintas e adequadas a cada momento, de rápida implementação e de rápida divulgação”, descreve Paulo Figueiredo.

Em termos de tendências em 2020, o novo paradigma resultante do confinamento pode também ter acelerado a procura de carros usados de valor intermédio, derivado ao medo de circular em transportes públicos em tempos de pandemia. Esta procura foi “registada logo após a primeira vaga de confinamento”, sendo que os condutores optaram principalmente por “veículos citadinos, de baixo consumo, assim como familiares e SUV”, informa o responsável do PiscaPisca.pt. O impacto também foi visível num “incremento exponencial nos veículos híbridos, plug-in e elétricos”.

Cada vez mais “em rede”

Muito se tem escrito sobre o crescimento do digital em 2020, como consequência do confinamento e da necessidade de dar resposta à oferta e à procura. Acredita-se que a tendência veio para ficar e que o digital vai continuar a ser o meio preferencial para pesquisa e contacto entre vendedores e compradores. Até porque, à medida que o tempo vai passando, a consolidação do projeto leva a uma maior confiança e a segurança no universo online. “A venda de veículos usados continuará a crescer, sendo expectável que os veículos híbridos e elétricos continuem a aumentar”, reitera Paulo Figueiredo.

O core digital do stand não desvaloriza o mercado dito tradicional — reforça-o, como “canal privilegiado para alargar o alcance dos profissionais” e chegar a novos públicos. Além de proporcionar mais oportunidades de negócio, o PiscaPisca.pt facilita também o trabalho de pesquisa de quem procura. Paulo Figueiredo acrescenta que “92% dos compradores iniciam a sua jornada de compra online, pelo que a presença nesta ‘montra’ é fundamental agora e ainda mais no futuro, em que o processo de compra será integralmente digital”.

A confiança é também uma das preocupações do projeto: “Todos os carros existentes na plataforma são carregados pela matrícula ou VIN, garantindo a veracidade de todos os elementos técnicos do veículo e fotografias”, destaca o diretor. Por seu lado, há a certificação da rede de parceiros, assegurando as boas práticas por parte dos associados da APDCA.