Portugal é conhecido pela sua gastronomia e vinhos, mas também pelas suas tradições e história, que começou em Guimarães, em 1143, quando foi declarada independência, por el-rei D. Afonso Henriques. A Região dos Vinhos Verdes situa-se na área geográfica da cidade berço do nosso país, sobretudo a norte do Douro, que tem satisfeito muitas das curiosidades de milhares de enoturistas, e onde pode criar um itinerário cheio de tradição.
O passeio pode começar pelo castelo altaneiro, ou pelo Palácio dos Duques de Bragança, um pouco abaixo do castelo, que tem uma beleza inigualável e que continua a narração da história de Portugal. Mais abaixo, encontra o centro histórico da cidade, que é um pequeno burgo medieval, onde se respira história em cada esquina e onde o granito domina por completo. Um belo ponto de partida!
Barcelos é outra localidade que faz parte da história da fundação do reino, banhada pelo rio Cávado e com um centro histórico sobranceiro ao rio, de grande beleza, tudo em granito puro e duro. Aqui, junta-se a tradição do fabrico de louça de barro e do galo de Barcelos, um dos símbolos do país espalhado por todo o mundo. Se prefere passear por esta zona do nosso país, então marque no mapa a Quinta do Tamariz, um ótimo lugar para aproveitar um pouco do enoturismo da região.
Mais acima, no vale do rio Lima, Ponte de Lima é um marco histórico muito importante do começo de Portugal, sendo uma das vilas mais antigas do país. A sua importância remonta ao tempo dos romanos, que construíram a primeira ponte mais tarde substituída pela ponte medieval, que ainda hoje serve de travessia para peões e é uma das atrações da vila. Localidade de raiz medieval, muito bem preservada e com imensos edifícios seculares, destacam-se a beleza das duas torres que ainda restam. Aqui existe um Centro de Interpretação e Promoção dos Vinhos Verdes, instalado num edifício classificado, que tem trabalhado na divulgação destes vinhos, e ainda a Adega de Ponte de Lima.
Quinta do Ameal: o enoturismo de bosque envolvente
Na área dos vinhos, pelo vale do rio Lima, é a casta Loureiro a mais relevante, dando origem a vinhos frutados e muito elegantes. Um dos produtores com vinhos de grande qualidade é a Quinta do Ameal, situada à saída da vila, em Refoios. Na vasta margem do rio que bordeja a propriedade, passa uma simpática ecopista que vai até Ponte de Lima. O bosque envolvente, que sobe a partir do rio, proporciona passeios de grande beleza e faz a ligação às várias construções, onde funciona uma interessante unidade hoteleira, com uma acolhedora piscina exterior.
O enoturismo é palavra-chave deste produtor. Passeios pelas vinhas, visita à adega e várias provas de vinho na companhia de petiscos variados são algumas das atividades que pode encontrar na Quinta do Ameal. Por encomenda servem ainda ótimas refeições. No entanto, a parte mais forte deste enoturismo é a possibilidade de estadia numa das habitações ali existentes, fruto da recuperação de extremo bom gosto de várias construções antigas. Para além da beleza de todo o conjunto, a única companhia é o sossego de tudo o que nos envolve.
Seguindo para norte, já no rio Minho, as vilas de Monção e Melgaço são bem antigas, e os seus centros históricos espelham essa antiguidade e contam um pouco da nossa história. Esta região é o berço da casta Alvarinho, cujos vinhos fazem as delícias dos apreciadores. Melgaço é a vila mais a norte da região e é também muito antiga, remontando ao tempo dos Romanos. O seu centro histórico é de grande beleza, existindo ainda o antigo castelo, mandado construir por el-rei D. Afonso Henriques.
O Solar do Alvarinho de Melgaço, instalado num velho edifício do centro histórico – conhecido como Edifício dos Três Arcos -, é ponto de divulgação e prova dos produtos locais, como os enchidos, fumeiro e presunto de Castro Laboreiro, passando pelo queijo de cabra, e com destaque natural para o Vinho Verde Alvarinho, que ali também se pode provar e comprar.
Quintas de Melgaço: produtor de referência em qualidade e quantidade
Uma sociedade muito especial, que alberga centenas de produtores de uvas, tem-se afirmado como um dos grandes divulgadores da excelência dos vinhos Alvarinho, quer no mercado nacional quer um pouco por todo o mundo, oferecendo ótimas condições de enoturismo. Nas Quintas de Melgaço recebem pequenos grupos de visitantes que podem apreciar as vinhas e a sua evolução, a moderna adega, todo o processo de produção de vinho e, finalmente, degustar os vários tipos de vinhos e espumantes, e os produtos da gastronomia regional local.
Mais a sul, encontramos outra cidade histórica da Região dos Vinhos Verdes, atravessada pelo rio Tâmega: Amarante. Localidade muito antiga, cuja origem se perde nos tempos, tem um centro histórico rico em arquitetura, com destaque para a ponte sobre o rio, atribuída a S. Gonçalo, e para o Mosteiro de S. Gonçalo.
Outra das tradições de Amarante é a sua doçaria de ovos, disponível em várias pastelarias locais, onde se fazem verdadeiras romarias. Também a gastronomia regional está ali bem presente, em muitas tasquinhas e até restaurantes mais sofisticados. Em todos eles o Vinho Verde é presença assídua e uma tradição.
A quilómetros, um dos mais importantes produtores de vinho da região, a Quinta da Aveleda
Pertença da família Guedes, são mais de 150 anos na produção de Vinho Verde. Para além dos excelentes vinhos, este produtor é bem conhecido pelas aguardentes vínicas que produz, envelhecidas em cascos de carvalho com bastante idade, e que foram buscar o nome à velha adega, onde inicialmente se produziam os vinhos, e onde hoje estagiam as aguardentes por muitos anos. São as conhecidas aguardentes “Adega Velha”.
Também a Quinta da Aveleda enveredou pela oferta do enoturismo, recebendo muitos milhares de visitantes durante o ano. A visita tem um dos pontos mais importantes nos fantásticos jardins, quer em dimensão quer em beleza. São 3 hectares de jardins e um frondoso bosque, proporcionando um verdadeiro mergulho pela natureza. Numa visita imperdível, onde, pelo bom tempo, se preparam piqueniques tradicionais, também é paragem obrigatória a visita à velha adega, onde as aguardentes descansam por muitos e muitos anos.
A casa da família é ainda hoje muito utilizada e na Quinta pode conhecer mais algumas construções que respiram antiguidade e tradição. Numa dessas construções está a sala de provas, muito bem equipada, onde se preparam provas comentadas, com uma panorâmica de todos os vinhos deste produtor, que podem ser acompanhados de petiscos variados, mas também em refeições para grupos maiores. Para além da excelência dos vinhos, também produzem queijos, muitas vezes provados juntamente com os vinhos e outros petiscos. Todos estes e muitos outros produtos regionais estão disponíveis numa loja muito completa.
Muito há para descobrir pelas povoações históricas da Região dos Vinhos Verdes. Prepare um passeio em família ou uma escapadinha em casal para absorver toda a história e tradição que vive pela Região dos Vinhos Verdes.
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