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Oscar Piastri dentro do MCL60, o carro com que a McLaren vai competir no Campeonato do Mundo de Fórmula 1 em 2023

NurPhoto via Getty Images

Oscar Piastri dentro do MCL60, o carro com que a McLaren vai competir no Campeonato do Mundo de Fórmula 1 em 2023

NurPhoto via Getty Images

Oscar Piastri, o rookie mais esperado da Fórmula 1: quem é o vencedor insaciável da McLaren que veio dos carros telecomandados

Três campeonatos em três anos valeram-lhe um lugar na grelha da Fórmula 1 em 2023. Depois de uma temporada como reserva da Alpine assinou com a McLaren onde vai ser companheiro de Lando Norris.

A Fórmula 1 deu uma ardósia a cada piloto da grelha para que a preenchessem com algumas curiosidades sobre si. Oscar Piastri completou a frase “Este ano vou…” com uma resposta eficaz: “Alcançar o meu sonho”. Neste caso, o sonho traduz-se em pilotar um McLaren, em corrida, à velocidade em que a adrenalina esquece o risco. No entanto, e nas ardósias dos adeptos, todos esperam bem mais do que isso.

Conduzir um carro de Fórmula 1 é o objetivo de muitos daqueles que desde pequenos crescem ligados ao automobilismo. Ainda assim, nem todas as crianças que brincam com carros telecomandados desenvolvem o apetite pelas corridas, pois perdem o encanto quando o guiador é um volante e não um aparelho com uma antena. Com Piastri isso não aconteceu. O australiano de 21 anos, nascido em Melbourne, levou os carros telecomandados mais a sério do que é comum nos jovens que esmurram os móveis por nem sobre um brinquedo conseguirem ter um total controlo. Esse era apenas um passo inicial para chegar ao destino final de trocar as curvas entre as divisões de casa por aquelas que são desenhadas em pleno asfalto.

“Definitivamente, competi com os carros telecomandados, não foi apenas no meu quintal”, referiu em declarações à FIA, organismo que tutela o desporto automóvel internacional. “Existe basicamente a primeira classe e depois a segunda classe. Ganhei a segunda classe quando tinha nove anos, o que foi muito bom. Esse foi mesmo o ponto alto da minha carreira nos carros telecomandados”, refere em relação ao momento em que se sagrou campeão australiano de carros telecomandados, numa competição em que o adversário mais novo a seguir a Piastri tinha 17 anos. O sucesso embrionário na modalidade levou-o a ponderar quase de imediato uma carreira internacional na categoria. No entanto, a necessidade de estar constantemente em viagens, mesmo que acompanhado pelo pai, levaria a “riscos e incertezas” na vida do jovem.

Apesar de tudo, não se tratou de tempo perdido. “Tendo corrido com carros telecomandados, tinha uma ideia aproximada das linhas de corrida e da maneira como os princípios básicos de direção funcionavam. Se não fossem os carros de corrida, os carros telecomandados podiam ter sido uma carreira”, confessou nessa entrevista onde desvendou alguns dos segredos sobre alguém que todos querem seguir de perto.

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O laranja da McLaren não passa despercebido no paddock. A história da marca que comemora 60 anos desde a sua criação, efeméride que inspira o nome do carro para esta temporada (MCL60), e o fenómeno Lando Norris fazem das papaias uma da equipa com mais protagonismo na grelha. Quando as luzes se apagarem no domingo (15h), Oscar Piastri vai arrancar para dar início à corrida no Grande Prémio do Bahrain, estreando-se como rookie na Fórmula 1, enquanto piloto número dois da McLaren em vez do compatriota Daniel Ricciardo, criando novo ponto de interesse junto da equipa com sede no Reino Unido.

“Passaram 12 anos desde que comecei a correr. Tudo levou a este momento. Chamar-me a mim próprio ‘piloto de Fórmula 1’ e preparar-me para a minha primeira corrida é um sentimento especial, definitivamente”, disse em conferência de imprensa de antevisão ao primeiro Grande Prémio da temporada de 2023. Oscar Piastri admitiu que não teme o período que vai necessitar para se habituar a pilotar um Fórmula 1, uma vez que nunca na sua carreira esteve ao volante do mesmo carro durante mais do que um ano, pelo que a capacidade de adaptação está na sua natureza. Mas será isso suficiente?

McLaren não tem sido das equipas mais rápidas na antecâmara do arranque da Fórmula 1. Poderá Piastri mudar esse arranque?

CLIVE MASON

Em nome da verdade, Oscar Piastri não participou em qualquer corrida em 2022 e, por isso, comentou junto da F1 TV que está “super entusiasmado” para o Campeonato do Mundo que agora tem início. “O último ano não foi o ideal para um piloto, mas vou correr de novo e tenho sentido uma grande motivação”. Apesar da abstinência, definitivamente, sabe como vencer. E isso já o currículo e não o potencial que mostra

A construção de um campeão que passou por um internato inglês a partir dos 14 anos

Mesmo com 21 anos, idade que faz dele o piloto mais novo da grelha em 2023, o australiano já colheu muitos dos frutos que plantou quando se mudou sozinho para Hertford, em Inglaterra, e ingressou num internato com 14 anos. Piastri é o único piloto que conseguiu vencer consecutivamente a Fórmula Renault (2019) – uma competição destinada a jovens talentos aspirantes a representarem a marca em níveis mais elevados –, a Fórmula 3 (2020) e a Fórmula 2 (2021). Apenas George Russell, piloto da Mercedes, e Charles Leclerc, grande estrela da Ferrari, conseguiram também eles vencer cumulativamente a Fórmula 2 e a Fórmula 3.

Australiano é um dos três rookies na Fórmula 1 em 2023 mas aquele que mais focos tem pelo currículo de vitórias até chegar ao principal patamar do automobilismo

Representando a Prema Racing, em 2021, destacou-se pelo conforto com que venceu a Fórmula 2. O australiano ganhou esse campeonato com 60,5 pontos de vantagem sobre o segundo classificado, o israelita Robert Shwartzman. Depois de ter vencido a Fórmula Renault, a ligação à marca francesa não desapareceu. O piloto ficou sob alçada da Renault Academy. Assim, em 2022, Piastri foi escolhido pela Alpine, herdeira da Renault, como piloto de reserva no campeonato de Fórmula 1 em 2022, sendo os pilotos principais da equipa Fernando Alonso (que saiu para a Aston Martin) e Esteban Ocon. Por isso, na temporada passada, não realizou qualquer corrida. A história terminou em controvérsia mas abriu um novo foco de interesse.

A reforma de Sebastian Vettel deixou um lugar livre na Aston Martin. Fernando Alonso, que em 2022 correu pela Alpine entre muitas críticas às falhas do carro em momentos chave comprometeu-se com a Aston Martin para 2023. Desta forma, a Alpine tencionava promover Piastri a piloto principal e fez um anúncio público.

Não tardou até que o próprio australiano viesse a público desmentir a notícia divulgada pela própria Alpine isto, porque o acordo entre as partes, que mantinha Piastri na equipa em 2023 e 2024, não chegou ao papel. “Entendo que, sem o meu acordo, a Alpine divulgou um comunicado de imprensa no final da tarde a dizer que vou pilotar para eles no próximo ano. Isso está errado e não assinei nenhum contrato com a Alpine para 2023. Não vou pilotar pela Alpine no próximo ano”, escreveu nas redes sociais o corredor que tem a carreira gerida por Mark Webber, cara conhecida das pistas de Fórmula 1 após mais de uma década em que fez mais de 200 corridas com 42 vitórias e nove pódios entre quatro equipas por onde passou (Minardi, Jaguar, Williams e Red Bull), sendo acusado pela equipa de falta de integridade.

Uma peça de futuro na McLaren e a memória dos inícios de Hamilton na Fórmula 1

Quem saiu por cima na situação foi a McLaren. Oscar Piastri chegou para substituir Daniel Ricciardo, cujos resultados deixaram a equipa desagradada. Curiosamente, o também australiano foi piloto da Renault (que na altura ainda não se designava Alpine) quando Piastri estava na Renault Academy. Aquele que hoje é piloto suplente da Red Bull revelou ao Wide World of Sports que interagiu com o compatriota. “Conversámos um pouco no final do ano passado e não quero dizer ‘Acho que ele fará isto ou aquilo’, porque não sei como se vai sair e também não lhe quero adicionar mais pressão, pois depende da forma como se integrar no desporto, do seu desenvolvimento, de como aprender e progredir, e também de como se divertir. É uma grande, grande oportunidade. Não houve muitos australianos que chegassem tão longe”, elogiou.

Com o contrato de Lando Norris a acabar em 2025 e sem sinais de que a McLaren possa ser muito mais competitiva em breve prazo, a equipa compra desde já a paciência que pode deixar de ter por parte do britânico. Piastri parece satisfeito por ter saído para a equipa onde também o sete vezes campeão do mundo de Fórmula 1, Lewis Hamilton, esteve no início da carreira. “O Lewis e o Lando são dois exemplos principais disso. A McLaren tem um bom histórico em trazer rookies e transformá-los em pilotos de Fórmula 1 de classe mundial, então isso deu-me confiança. Isso e a sensação de ser desejado pela equipa. A paixão, a energia e a vontade de me terem foi uma sensação muito boa”, afirmou Piastri citado pelo site da McLaren, o mesmo local onde descreveu o seu estilo de condução como “calmo”: “É parecido com minha personalidade. As minhas voltas são geralmente limpas, bastante consistentes e metódicas”.

A satisfação da equipa em contar com o corredor é também visível nas palavras do CEO Zak Brown, que assume como “prioridade fundamental” da McLaren melhorar o desempenho da época passada. “Estou impressionado com a forma como ele se comportou sob pressão e no meio de acusações injustas e imprecisas”, atirou, fazendo uma clara alusão ao episódio com a Alpine que ainda promete dar que falar.

Oscar Piastri vem ganhando consecutivamente as competições por onde passa. Na McLaren, as expectativas do papa-títulos, para já, não são elevadas. “Vai ser preciso fazer alguns ajustes. Realisticamente, este ano, provavelmente não vamos lutar por vitórias. Se conseguíssemos vitórias, seria fantástico, mas estou a ser realista. É algo a que nos temos que habituar. Todos os pilotos chegam à Fórmula 1, normalmente, estão lá, porque ganharam muito quando eram mais jovens”, reconheceu à Sky Sports.

Visível é já a relação que Lando Norris estabeleceu com o companheiro. Ambos já correram de forma amigável um contra o outro em karts. A amizade de Norris com os anteriores colegas, Daniel Ricciardo e Carlos Sainz, fez do britânico uma figura da internet. Pelo menos, parece que a diversão vai continuar na garagem da McLaren. E o caminho traçado quase por destino para Piastri está apenas a começar.

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