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Manny Pacquiao v Timothy Bradley Jr.
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O pugilista é o único a ter sido campeão mundial em oito categorias diferentes

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O pugilista é o único a ter sido campeão mundial em oito categorias diferentes

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Pugilista, cantor, ator, jogador de basquetebol e com muita vontade de ser Presidente das Filipinas. As sete vidas de Manny Pacquiao

Campeão do mundo em oito categorias, Manny Pacquiao foi de vender donuts nas ruas a ser dos atletas mais bem pagos. Afastou-se de Duterte, vai deixar os ringues e quer ser presidente das Filipinas.

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Foi nos EUA, durante uma viagem para um combate. Estava sozinho, sem nenhuma voz da razão por perto, e começou a fazer uma retrospetiva à própria vida. Mediu a lista dos pecados, em oposição à das virtudes, e encarou a enorme distância que separava as duas. Naquela altura, nem as luvas que o tornaram um herói dentro do ringue poderiam defendê-lo. Só algo que ouviu, na casa escura, salvou Manny Pacquiao.

“Estava sozinho na minha casa dos EUA. Estava a ler a Bíblia e pensei em acabar com a minha própria vida naquele momento porque me arrependi dos meus pecados. Chorava desconsoladamente. Perguntei: ‘Senhor, qual é o meu valor? Se pudesse voltava atrás no tempo e desfazia tudo o que fiz contra ti’. Fui mulherengo, bêbedo, apostador. Tudo junto. Senti-me pequeno. Estava de joelhos, com a cara no chão. Quando ouvi a palavra de Deus, senti-me feliz”, contou o pugilista filipino, o único a ter sido campeão do mundo em oito categorias diferentes, numa entrevista recente num conhecido talk show do país asiático.

Campeão de boxe Manny Pacquiao vai candidatar-se a Presidente das Filipinas

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A fé é o fio condutor da vida de Manny Pacquiao. Uma fé que começou por ser católica, enquanto criança e por tradição familiar, mas que se tornou evangélica com o passar do tempo – para desagrado da mãe, que inicialmente rejeitou a ideia de ter um filho pugilista porque queria que este fosse padre e atribuiu a derrota com Floyd Mayweather no “Combate do Século”, em 2015 e no evento desportivo que envolveu mais dinheiro até à data, ao abandono da Igreja Católica. Mas será novamente a fé a nortear o novo e próximo capítulo da vida de Pacquiao. Que, de forma algo irónica, já deu mesmo um filme.

Senador desde 2016, eleito com 16 milhões de votos e depois de já ter sido congressista pelo distrito de Sarangani, Manny Pacquiao anunciou nos últimos dias a intenção de se candidatar à presidência das Filipinas. A Constituição do país não prevê o cenário de uma reeleição e Rodrigo Duterte, o polémico e atual líder filipino, terá de abrir a porta a um sucessor. O pugilista encabeça uma das fações do PDP-Laban, o partido que está no poder, e já anunciou que vai deixar os ringues e dedicar-se a tempo inteiro à política. O maior combate da vida de Manny Pacquiao está prestes a começar.

Floyd Mayweather Jr. v Manny Pacquiao

Em 2015, o pugilista filipino perdeu para Floyd Mayweather no "Combate do Século"

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Das ruas de Manila ao MGM de Las Vegas pela mão do tio Sardo

O Pac-Man apareceu em 1980, primeiro no Japão, depois nos Estados Unidos e só mais tarde no resto do mundo, e tornou-se um ícone da década mais celebrada e recordada do século XX cuja cultura pop ainda hoje invade muitas discotecas, linhas de moda e coleções de alguns fãs mais acérrimos. O Pac-Man, que em Portugal foi também vocalista de banda e não só um jogo, é um dos elementos fulcrais sempre que a década de 80 é lembrada. Pac-Man, por motivos que pareciam óbvios, é também a alcunha de Manny Pacquiao. Mas Pacquiao é Pac-Man devido à combinação das primeiras sílabas dos dois nomes que tem – Pac de Pacquiao, Man de Manny – e não por culpa do jogo em que o círculo amarelo tenta apanhar os fantasmas de várias cores. Até porque, para um rapaz nascido em 1978 nas Filipinas, o Pac-Man devia ser uma realidade algo distante.

Manny, que na verdade é Emmanuel, é o quarto dos seis filhos de Rosalio e Dionisia, um casal de Tango, uma localidade perto da cidade de General Santos, nas Filipinas. Rosalio e Dionisia separaram-se quando Manny tinha pouco mais de dez anos. A família Pacquiao não escapava à extrema pobreza dos subúrbios filipinos e tudo se tornou mais complicado quando o pai, o único que trabalhava, saiu de casa – o arroz, a principal fonte de alimentação, escasseava e os seis filhos do casal comiam principalmente bananas e raízes. A relação de Manny com o pai sofreu um revés quase irrecuperável quando o pugilista tinha 12 anos: numa história só revelada décadas depois pelo treinador do filipino, o norte-americano Freddie Roach, o pai de Manny terá sucumbido ao desespero causado pela fome e matou o cão do próprio filho, cozinhou-o e comeu-o ao jantar. Manny não voltou a casa do pai.

Senador desde 2016, eleito com 16 milhões de votos e depois de já ter sido congressista pelo distrito de Sarangani, Manny Pacquiao anunciou nos últimos dias a intenção de se candidatar à presidência das Filipinas. A Constituição do país não prevê o cenário de uma reeleição e Rodrigo Duterte, o polémico e atual líder filipino, terá de abrir a porta a um sucessor.

A viver permanentemente com a mãe, o dinheiro era pouco ou nenhum e a primeira solução que Dionisia encontrou para não ver os filhos morrer de fome foi tirá-los da escola. Manny saiu para as ruas, onde comprava donuts de manhã cedo e depois os vendia às pessoas que passavam, com inflação de um peso, para conseguir levar dinheiro para casa no final do dia. Foi nesta altura, quando o dia a dia do pugilista se fazia de pouco mais do que deambular pelas ruas, que apareceu no panorama um homem com uma quota de responsabilidade considerável nos títulos conquistados por Pacquiao. Sardo Mejia, irmão de Dionisia e tio materno de Manny, apoiou a irmã e os sobrinhos e conseguiu, a pouco e pouco, tirar o rapaz das ruas. Levava-o para casa, gastava-lhe a energia com treinos contínuos de boxe, ofereceu-lhe as primeiras luvas e obrigava-o a assistir aos combates de Mike Tyson na TV.

Na autobiografia que publicou em 2010, “Pacman: A Minha História de Esperança, Resiliência e Determinação de Nunca Dizer Nunca”, Pacquiao falou extensamente sobre os dias passados em casa do tio Sardo, o jogo de pés que aprendeu a observar as galinhas que o tio tinha no quintal e um combate que lhe “mudou a vida para sempre”, a derrota inesperada de Mike Tyson frente a James Douglas, em 1990.

“Soube, sem dúvidas, que iria lutar. Percebi nesse dia que os mais fracos podem, e muitas vezes conseguem, ganhar”, escreveu o pugilista. Com o entusiasmo próprio de quem iria viver a paixão pelo desporto através de alguém mais novo e com tempo e qualidade para alcançar os sonhos que tantos deixaram para trás, o tio Sardo empenhou-se em treinar o sobrinho e transformou uma das divisões da pequena casa onde vivia numa espécie de ginásio. “Para o tio Sardo, o facto de ter um sobrinho que partilhasse o seu hobbie favorito era a derradeira bênção. Ainda que ele nunca tivesse tido treino propriamente dito, ambos levávamos as coisas muito a sério e sabíamos que um dia seríamos campeões”, lembrou Pacquiao no livro de memórias.

Yordenis Ugás v Manny Pacquiao

O último combate de Manny Pacquiao foi no final de agosto e terminou com uma derrota frente ao cubano Yordenis Ugás

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O início não foi fácil. Aos 42 anos, Manny Pacquiao tem 1,66 metros e pesa 66 quilos; com 12 ou 13 anos, os números físicos eram ainda mais diminutos. Manny não tinha músculo, era fraco, comia pouco e tinha pouca resistência. Mas compensava em esforço. Levantava-se todos os dias às quatro da manhã para ir correr, treinava sem parar e via de forma obsessiva as cassetes de Mike Tyson, que depois imitava em quase tudo, desde o movimento à técnica e à arrogância. “Depois de treiná-lo durante seis meses, percebi que iria ser campeão do mundo. Aprendia tudo muito rápido. Tinha uma grande auto-disciplina”, recordou o tio Sardo à Post Magazine, em 2015. Manny começou a competir em parques a céu aberto, vencendo todos os oponentes por KO, e depois de se mudar para Davao City com o tio tornou-se o melhor pugilista júnior das Filipinas no espaço de três anos. Quando fez 15 anos, deixou o tio Sardo para trás e mudou-se para a capital, Manila, onde viveu nas ruas e dormiu no interior de um ringue de boxe de um ginásio onde treinava.

Tornou-se profissional em 1995, aos 16 anos, e enviava todo o dinheiro que ganhava para a mãe. Venceu os 11 primeiros combates com algumas manhas à mistura – colocava pesos nos bolsos para ser mais pesado e ser admitido nas categorias que queria –, e perdeu o 12.º. A partir daí, 12 vitórias consecutivas que lhe garantiram o primeiro título da carreira: venceu Chatchai Sasaku em 1998, na Tailândia, e tornou-se campeão do mundo na categoria peso-mosca. Amealhou dinheiro suficiente e mudou-se para os EUA, onde encontrou Freddie Roach, primeiro treinador e principal companheiro de um percurso que não podia ser solitário. “Puxou-me para debaixo da asa dele. Estava sempre a ver se estava bem, mesmo fora das horas de treino. E tudo o que eu tinha para oferecer em troca era a minha amizade e lealdade”, recordou Pacquiao ao Mirror há uns anos. Juntos, dois underdogs – Roach foi diagnosticado com Parkinson antes de completar 30 anos – fizeram o que nunca tinha sido feito: Manny Pacquiao foi o primeiro e único pugilista da história do boxe a tornar-se campeão do mundo em oito categorias diferentes.

Manny não tinha músculo, era fraco, comia pouco e tinha pouca resistência. Mas compensava em esforço. Levantava-se todos os dias às quatro da manhã para ir correr, treinava sem parar e via de forma obsessiva as cassetes de Mike Tyson, que depois imitava em quase tudo, desde o movimento à técnica e à arrogância.

Em 2001, com 23 anos, Pacquiao desafiou Lehlo Ledwaba, então detentor do título mundial de peso-pluma, para um combate pelo cinturão. Foi a primeira vez que o filipino lutou no MGM Grand Garden Arena, em Las Vegas, um dos grandes palcos da alta roda do boxe internacional. Pac-Man derrotou Ledwaba em seis rounds e deixou todos os jornalistas presentes na Arena a perguntar quem era aquele rapaz. 18 anos depois, Manny Pacquiao regressou ao MGM em 2019, após lá ter perdido e vencido ao longo dos anos, para um combate já depois dos 40 e contra um norte-americano de 29 que disse que o ia “destruir”. Contra Adrien Broner e no “Regresso a Vegas”, o filipino ganhou por decisão unânime e cumpriu o 70.º combate oficial. Mas as lutas de Pacquiao, que foi das ruas de Manila a uma fortuna de 220 milhões de dólares, nunca ficaram apenas dentro do ringue.

Manny Pacquiao. Aos 40 anos, o Pacman das Filipinas luta de luvas calçadas para chegar a Presidente

O basquetebol e o salto para Hollywood que não chegou a acontecer

Em 2014 e depois de ter sido um grande fã de basquetebol ao longo de toda a vida, o pugilista anunciou que ia juntar-se à KIA Motors Basketball, da liga de basquetebol das Filipinas, enquanto jogador-treinador. Enquanto treinador, pediu às restantes equipas que não o escolhessem antes da KIA no draft de 2015 e elegeu-se a ele próprio, no 11.º lugar, tornando-se o rookie mais velho da história da competição. Três anos depois, apesar de terem surgido rumores de que iria transferir-se para os Blackwater Elite, Manny Pacquiao confirmou a retirada oficial do basquetebol e acabou a carreira na modalidade com apenas dez jogos em três temporadas e 15 pontos marcados.

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Pacquiao aventurou-se no basquetebol nas Filipinas, enquanto jogador-treinador, e garante que um dia ainda vai ser dono de uma equipa da NBA

NurPhoto via Getty Images

Ainda assim, continua a manter-se próximo do basquetebol e fundou mesmo a Maharlika Pilipinas Basketball League, uma liga regional semi-profissional nas Filipinas, garantindo que pretende ser dono de uma equipa da NBA no futuro. Nos Estados Unidos, onde treinou antes de se estrear pela KIA, tornou-se sócio honorário dos Boston Celtics e até estabeleceu relações de amizade com Kobe Bryant, Kevin Garnett e Ray Allen.

Para além de pugilista e jogador de basquetebol, Pacquiao também é músico e já lançou dois álbuns e um EP. Nos últimos anos, dedicou a vertente do entretenimento à representação, tendo aparecido em vários programas de televisão e filmes nas Filipinas e colaborado com o realizador Rob Schneider com o objetivo de entrar em Hollywood. O projeto, que também contava com Benicio del Toro, nunca chegou a seguir em frente. Ainda assim, as ambições do pugilista pareceram estar sempre totalmente viradas para o panorama político.

Pac-Man derrotou Ledwaba em seis rounds e deixou todos os jornalistas presentes na Arena a perguntar quem era aquele rapaz. 18 anos depois, Manny Pacquiao regressou ao MGM em 2019, após lá ter perdido e vencido ao longo dos anos, para um combate já depois dos 40 e contra um norte-americano de 29 que disse que o ia "destruir".

De sucessor de Duterte a opositor de Duterte, numa corrida que sempre teve a presidência como meta

Em 2007, candidatou-se pela primeira vez à Câmara dos Representantes das Filipinas. Perdeu, numa derrota eleitoral que foi explicada com o facto de a população “não o querer perder enquanto ícone desportivo”, mas não desistiu. Voltou a tentar, desta vez de forma bem sucedida, em 2010. Foi eleito congressista pelo distrito de Sarangani, o local onde nasceu a mulher, Jinkee Jamora, com quem casou em 2000 e de quem tem cinco filhos (Emmanuel Jr., Michael Stephen, Maria Graça Divina, Rainha Isabel e Israel).

Três anos depois, na antecâmara da reeleição, integrou o PDP-Laban e apontou a mulher para o cargo de vice-governadora de Sarangani. Pelo meio, conseguiu completar o equivalente ao ensino secundário, entrou na universidade e concluiu um curso superior em Gestão de Empresas. Em 2016, com mais de 16 milhões de votos, entrou para o Senado das Filipinas e garantiu desde logo que iria continuar a competir para angariar dinheiro para as próximas campanhas eleitorais e para as ambições políticas que ainda tinha por cumprir.

Manny Pacquiao Celebrates 39th Birthday

Até há pouco tempo, o atleta foi muito próximo de Rodrigo Duterte, o ainda presidente das Filipinas. Agora, estão de lados diferentes da barricada

Getty Images

A mãe, Dionisia, foi entretanto viver para os EUA. Com o pai, Rosalio, fez as pazes há alguns anos, depois de o encontrar numa das vezes em que visitou a aldeia onde cresceu. Ali perto, construiu a Pac-Man Village, um aglomerado de casas para 200 famílias que viviam em habitações sem condições e onde recolocou a grande maioria dos vizinhos do tempo em que era criança e comprava donuts para vender a quem passava na rua. Sem nunca deixar de ser profundamente religioso, prescindiu da fé católica e tornou-se então evangélico. A religião, aliás, é um dos prismas que mais polémica tem trazido às declarações públicas do filipino: depois de lhe ser atribuída uma frase que defendia que “todos os homossexuais deveriam ser assassinados”, mais tarde reivindicada pelo jornalista que escreveu a notícia, Pacquiao acabou por explicar que acha que homens e mulheres homossexuais são “piores do que animais” mas ressalvou que “não os condena” pessoalmente, só ao casamento, já que se trata de “um pecado contra Deus”.

Ao longo de todas estas aventuras, Manny Pacquiao teve um apoio de peso. Rodrigo Duterte, o presidente das Filipinas, declarou durante muito tempo que olhava para o pugilista como seu sucessor e que iria apoiá-lo depois de deixar o cargo. Até ao ano passado. Nessa altura, Pacquiao começou a distanciar-se das políticas mais duras de Duterte, que havia apoiado até então, e iniciou uma estratégia de oposição que até envolveu denúncias públicas de alegada corrupção dentro do governo. Atualmente, lidera a fação do PDP-Laban que quer abrir uma nova página nas Filipinas, encerrar a era que se prolonga desde 2016 e evitar que o apelido Duterte procure perpetuar-se no poder – afinal, do outro lado da barricada e também a tentar obter a nomeação presidencial, estará Sara Duterte-Carpio, filha do ainda presidente.

Três anos depois, na antecâmara da reeleição, integrou o PDP-Laban e apontou a mulher para o cargo de vice-governadora de Sarangani. Pelo meio, conseguiu completar o equivalente ao ensino secundário, entrou na universidade e concluiu um curso superior em Gestão de Empresas.

Longe de ser um progressista, Manny Pacquiao apoia a pena de morte e já garantiu que, se ganhar as eleições, vai enviar “centenas de milhares” de políticos acusados de corrupção para uma “megaprisão” construída para esse fim. Embora queira continuar a luta que Rodrigo Duterte declarou ao consumo e ao tráfico de droga nas Filipinas – e que está a ser investigada internacionalmente pela suspeita de assassinato de milhares de pessoas –, o pugilista pretende fazê-lo de forma “limpa” e sem violar “os direitos individuais de cada um”. “Chegou o momento. Estamos prontos para o desafio. Sou um lutador e serei sempre um lutador dentro e fora do ringue. Nunca me escondi de nenhuma luta. Em nome do nossos compatriotas que durante muito tempo desejaram uma mudança correta no governo, espero o vosso apoio de todo o coração, com valentia e humildade”, disse Pacquiao no talk show filipino em que marcou presença, já em tom de campanha e sem esconder que pretende romper com muito do que foi feito por Duterte através do próprio percurso.

“A todos os que me perguntam quais são as minhas competências e aptidões, pergunto-lhes eu: por acaso já passaram fome? Sabem o que é não ter nada para comer e ter de pedir dinheiro emprestado aos vizinhos ou esperar pelos restos de um restaurante? O Manny Pacquiao que está à vossa frente foi moldado pela pobreza”, acrescentou.

Mas, com o anúncio da candidatura, apareceu outro quase inevitável. Aos 42 anos, o pugilista filipino vai mesmo acabar a carreira e deixar os ringues onde tem sido um dos principais nomes do panorama mundial nas últimas duas décadas. O último combate foi no final de agosto, contra o cubano Yordenis Ugás, e acabou com uma derrota e sequelas graves. Depois de mais de 20 anos a fazer cair a taxa de crime nas Filipinas sempre que entrava num ringue, Manny Pacquiao vai agora tentar liderar o país sem as luvas calçadas.

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