Entre o momento da fuga dos cinco reclusos e o alerta, terão passado cerca de 40 minutos, disse este domingo Rui Abrunhosa, diretor-geral da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, durante a conferência de imprensa no Sistema de Segurança Interna. Foi a primeira reação oficial à fuga dos cinco homens, quatro deles considerados “muito perigosos”. Nesse período, os portugueses Fernando Ferreira e Fábio Loureiro, o argentino Rodolf Lohrmann, o inglês Mark Roscaleer e o georgiano Shergili Farjiani conseguiram colocar em marcha um plano de fuga que já estaria previamente estudado e combinado com alguém que os esperava no exterior da prisão de Vale de Judeus, este sábado de manhã.
Ainda não é claro, neste momento, quanto tempo os cinco demoraram a saltar os dois muros que rodeiam a prisão, mas as informações que o Observador recolheu juntos de fontes ligadas aos serviços prisionais permitem perceber onde estariam os homens no momento em que deram início à fuga.
O georgiano Shergili Farjiani — dos cinco, o único a quem não é atribuído um especial “grau de perigosidade” — era o único que estava na ala B. Os restantes quatro estavam colocados na ala C — o local onde terá começado o plano de fuga — e todos estavam, este sábado de manhã, na zona dos respetivos recreios, enquanto decorriam as habituais visitas num pavilhão situado a cerca de 200 metros das alas onde dormem os reclusos.
Fuga de Vale de Judeus demorou 40 minutos a ser detetada. PJ alerta que evadidos são “perigosos”
Uma das certezas que existe, para já, é a de que os cinco contaram com ajuda do exterior, pelo menos para conseguirem ter acesso a uma escada que terá sido atirada do lado de fora do muro para o interior da prisão. O mesmo cúmplice que terá assegurado o transporte que os afastou daquela zona.
Com os reclusos ainda em parte incerta, as forças de segurança montaram um dispositivo que vai além fronteiras. Segundo adiantou também este domingo em conferência de imprensa o secretário-geral adjunto do Sistema de Segurança Interna, Manuel Vieira, a Europol e a Interpol receberam “todos os dados relativos à identidade dos indivíduos em causa” e já foram feitos contactos com as autoridades espanholas — existe a hipótese de fuga para Espanha através das fronteiras terrestres. Além disso, a segurança e vigilância nos aeroportos também foi reforçada.