894kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Mayors office on fire in Almaty, Kazakhstan
i

Valery Sharifulin/TASS

Valery Sharifulin/TASS

"Velho, vai-te embora!" Como o Cazaquistão derrubou Nazarbayev em três dias e entra agora numa "nova era de instabilidade"

Protestos contra subida do preço da energia redundaram nas maiores manifestações políticas de sempre — com violência. Líder de há 30 anos foi afastado, tropas russas entram no país. E agora?

    Índice

    Índice

Tudo começou na cidade de Zhanaozen, a mais de 2.500 quilómetros da capital. Foi ali, naquela cidade cuja paisagem de deserto é dominada pelos campos petrolíferos e onde quase não há árvores, que os primeiros manifestantes saíram à rua no passado dia 2 de janeiro, enfrentando as temperaturas de 5 graus. Estavam revoltados com a subida dos preços dos combustíveis — logo ali, numa das cidades mais caras do Cazaquistão.

Três dias depois, esse gesto tinha redundado nas maiores manifestações de sempre desde que o país é independente (1991) e no afastamento do seu líder de há 31 anos, Nursultan Nazarbayev (que deixara a presidência do país há dois anos, mantendo-se presidente do Conselho de Segurança). Três dias depois, os motins e a violência já tinham varrido a cidade de Almaty e o país já tinha pedido o apoio das tropas dos países vizinhos da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), cujo maior contingente é da Rússia. Três dias depois, o Cazaquistão está virado do avesso. Como é que tudo aconteceu? E o que significa esta revolução?

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O que aconteceu nos últimos três dias no Cazaquistão?

Tudo começou, portanto, em Zhanaozen. Mas rapidamente várias outras cidades da zona ocidental do país registaram manifestações em solidariedade com a causa ali defendida, como Aktau e Aktobe. No dia 3, já havia manifestações no norte do país, em Uralsk, e no sul, em Shymkent. No dia 4, as manifestações irromperam em Almaty, a maior cidade do país, e noutros centros urbanos como a capital Nur-Sultan, Karaganda e Taraz.

“Estas são as maiores manifestações de sempre dos últimos 35 anos no país”, resume ao Observador, sem margem para dúvidas, Luca Anceschi, professor de Estudos Euroasiáticos na Universidade de Glasgow e autor de Analysing Kazakhstan’s Foreign Policy: Regime Neo-Eurasianism in the Nazarbayev Era (sem edição em português).

Mayors office on fire in Almaty, Kazakhstan

Os manifestantes pegaram fogo a vários edifícios públicos

Valery Sharifulin/TASS

Não tardou a que nas ruas se deixasse de ouvir queixas sobre os preços dos combustíveis para se passar a ouvir slogans políticos.Shal Ket!” (“Vai-te embora, velho!”) tornou-se frase de ordem. Usada inicialmente por manifestantes feministas em fevereiro de 2014, foi agora recuperada pelos manifestantes das cidades com desejos de transformação política.

Em três dias, os cazaques já não exigiam apenas a baixa dos combustíveis para encher o depósito — queriam afastar o seu líder histórico, Nazarbayev. Presidente de 1990 a 2019 e ainda presidente do Conselho de Segurança do país (cargo que ocupava desde 1991 e lhe pertencia de forma vitalícia), mantinha o controlo efetivo sobre o Cazaquistão desde o fim da União Soviética.

Quão violentos foram os protestos?

Das exigências nas ruas à violência foi apenas um passo. Neste momento, já há a registar a morte de dezenas de civis e pelo menos doze agentes da polícia. Há mais de mil feridos a registar, incluindo mais de 300 do lado da forças de segurança.

Em Almaty, os manifestantes invadiram muitos edifícios públicos, incluindo a Câmara Municipal, e pegaram-lhes fogo. De acordo com o site Meduza, incendiaram mais de 100 carros e destruíram mais de 100 lojas, quase 200 restaurantes e outra centena de pequenos comércios.

Damage from unrest in Almaty, Kazakhstan

Os protestos em Almaty resultaram em motins que provocaram destruição a muitos negócios

Valery Sharifulin/TASS

“Assistimos a muitas forças destrutivas a exercer violência nestes protestos. Até agora, as manifestações no país tinham sido sempre pacíficas, nunca se assistiu a este nível de violência”, garante ao Observador Diana Kudaibergenova, socióloga da Universidade de Cambridge especializada no nacionalismo cazaque. Hugh Williamson, responsável da Human Rights Watch na Ásia Central, confirma o mesmo retrato ao Observador: “A escala da violência é sem precedentes. Dezenas de civis e oito polícias mortos, bem como mais de mil feridos, é algo que nunca se registou no país.”

O Presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokaeyv, reagiu aos protestos com o afastamento de Nazarbaeyv e outras figuras do regime. Num anúncio ao país nesta quarta-feira, prometeu “mão-dura” contra os motins e denunciou “multidões de elementos de bandidagem”. Definiu-os mesmo como “gangues terroristas treinados no estrangeiro” e usou esse elemento como justificação para pedir ajuda à Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC). Com uma organização semelhante à da NATO, a OTSC só intervém em caso de agressão estrangeira a um dos seus membros — algo que nunca tinha feito até agora.

Questionada pelo Observador sobre se a violência estaria de facto a ser levada a cabo por elementos de “gangues estrangeiros”, Diana Kudaibergenova optou por ser cautelosa: “Neste momento ninguém sabe, porque estamos sem a internet e a única informação a que temos acesso é a oficial. Não temos o sistema judicial mais transparente do mundo, mas não quero especular neste momento”, afirma.

“Aquilo que posso dizer é que as manifestações são heterogéneas. Muitos dos manifestantes têm sido pacíficos, portanto tratá-los como um único grupo é perigoso. Mas temos de reconhecer que um dos grupos que compõem os protestos é um grupo que provoca destruição.”

“A escala da violência é sem precedentes. Dezenas de civis e oito polícias mortos, bem como mais de mil feridos, é algo que nunca se registou no país.”
Hugh Williamson, diretor da Human Rights Watch para a Ásia Central

As forças de segurança também têm quota-parte na violência. Centenas de pessoas foram detidas e há relatos de agressões a muitas delas. “O governo tomou medidas para cortar a internet e as comunicações de telemóvel”, acrescenta Hugh Williamson. “Pelo menos dois jornalistas foram detidos, mas provavelmente haverá outros casos que não conhecemos.”

A repressão de manifestações com violência por parte das autoridades não é um cenário novo. Há dez anos, um protesto precisamente na cidade de Zhanaozen terminou em tragédia, com pelo menos 16 manifestantes mortos a tiro pelas forças de segurança. “Foi um incidente muito traumático para muitas pessoas no Cazaquistão”, resume Kudaibergenova. “O drama tem vindo a intensificar-se nos últimos anos. Não houve mortes desde então, mas houve detenções e raptos de manifestantes, em particular nos últimos dois anos.”

Aquilo que foi diferente desta vez foi a reação da população, mobilizando-se em massa e, em alguns casos, respondendo também com violência. É por essa mesma razão que Williamson considera que os cazaques têm sido “corajosos”. “É praticamente impossível organizar uma manifestação no Cazaquistão, é-se sempre detido. Não há oposição política real, porque se é sempre banido e preso.”

O que querem os manifestantes?

O pontapé de saída para os protestos em Zhanaozen foi, recordamos, a subida do preço dos combustíveis. Tal aconteceu porque o Cazaquistão impôs uma transição faseada desde 2019 para o Gás de Petróleo Liquefeito (GPL) e, a partir do dia 1 de janeiro, entrou em vigor um mercado liberalizado, que se traduziu num aumento imediato dos preços. Na prática, o GPL deixou de custar 0,12€ por litro e passou a custar 0,25€ de um dia para o outro, como explica o Eurasianet. Na região ocidental, 70 a 90% dos carros são obrigados a usar GPL.

“A economia da região ocidental é uma economia baseada na energia. Quando os preços ali duplicam, isso é um assunto muito relevante”, explica Luca Anceschi. “Mas à medida que os protestos alastraram às grandes cidades, e particularmente a Almaty, as reivindicações passaram a ser muito mais políticas e relacionadas com uma mudança de regime.” Quando o Presidente Tokayev reagiu anunciando que ia reintroduzir os subsídios estatais aos combustíveis, a medida já não travou as manifestações.

Porquê? “Entre os manifestantes temos pessoas descontentes com a situação económica e outras com a situação política”, aponta Anceschi. “Estamos a falar de um país que, durante 30 anos, teve um modelo em que prometia às pessoas que lhes garantiria alguma segurança económica e acenava com a possibilidade de democratização no futuro — ou seja, nunca. Agora já nem a primeira questão está a ser cumprida.” A crise de Covid-19 e o aumento da inflação traduziram-se num custo de vida cada vez mais elevado para os cazaques.

“As raízes já lá estavam há algum tempo. Muitos académicos e especialistas como eu achavam que isto podia vir a acontecer, só não sabíamos quando. O último ano foi muito difícil, devido à pandemia, e isso criou pressão. Agora, esta subida de preços de combustíveis de repente foi a faísca que incendiou tudo.”
Diana Kudaibergenova, socióloga da Universidade de Cambridge

A pobreza e a enorme desigualdade são as principais razões. Há pessoas que não conseguem pagar as contas mais básicas e depois veem a corrupção nas elites. Portanto o descontentamento sócio-económico já lá estava”, acrescenta Diana Kudaibergenova. “As raízes já lá estavam há algum tempo. Muitos académicos e especialistas como eu achavam que isto podia vir a acontecer, só não sabíamos quando. O último ano foi muito difícil, devido à pandemia, e isso criou pressão. Agora, esta subida de preços de combustíveis de repente foi a faísca que incendiou tudo.”

O Cazaquistão tem a maior economia da Ásia Central e é um dos maiores produtores de energia do mundo. É o nono maior produtor de carvão, está no top 20 de produtores de petróleo e é o maior exportador mundial de urânio. Essa riqueza, porém, não se tem traduzido numa melhoria das condições de vida, com o salário médio a manter-se nos 500€ por mês. Ao mesmo tempo, a corrupção ao mais alto nível é habitual. Uma investigação da Radio Free Europe, de 2020, apontava que a família de Nazarbayev tem propriedades no valor de 700 milhões de euros por toda a Europa e EUA. Os Panama Papers revelaram outro caso: o de uma amante de Nazarbayev que terá recebido um presente de 30 milhões de euros através de uma offshore.

“A corrupção sempre estava lá, mas quando os preços do petróleo estavam em alta, as pessoas viviam melhor e ignoravam a corrupção”, resume Anceschi. “Nos últimos cinco anos, isto mudou. Quando as pessoas começaram a ter dificuldades económicas, começaram a pensar na política.

O que significa o afastamento de Nazarbayev?

“Outra camada complexa daquilo que está a acontecer nas ruas é que reflete uma luta interna que o regime já vivia”, explica a investigadora da Universidade de Cambridge, Kudaibergenova. Nazarbayev tem 81 anos e, portanto, já há muito que figuras dentro do regime se tentavam posicionar para a sucessão. Os protestos deste janeiro vieram acelerar um processo que já estava em curso. “Ainda estamos no domínio da especulação, mas o facto de ele ter sido afastado de um cargo que lhe pertencia até à morte é significativo.”

Chinese President Xi Jinping Meets Kazakhstan President Nursultan Nazarbayev

Nazarbayev estava à frente do Cazaquistão desde 1990

Getty Images

No seu anúncio televisivo, o Presidente Tokayev não referiu o nome de Nazarbayev e anunciou que iria ocupar o cargo que até agora lhe pertencia, em acumulação com a presidência. Demitiu outras figuras do regime, como o chefe dos serviços de segurança, e nomeou para primeiro-ministro Alikhan Smailov, que ocupava o cargo de vice primeiro-ministro até ao momento.

“O Presidente está a tentar afastar-se do passado cazaque, quer dissociar-se de Nazarbayev”, analisa Luca Anceschi. “É muito cedo para perceber o que significa isso para o futuro do país. Mas o facto de os manifestantes terem derrubado uma estátua de Nazarbayev, num país onde ele se assumia como uma espécie de figura paternal, é simbólico.”

A Rússia vai ter mais influência no Cazaquistão agora?

O pedido de ajuda do Cazaquistão à OTSC significa que uma série de tropas de vários países do espaço pós-soviético estão a caminho do país, incluindo paraquedistas russos, como já confirmou a organização. Num contexto em que a Rússia tem escalado a sua retórica contra o que vê como uma invasão da sua esfera de influência pela NATO — e colocado milhares de tropas na fronteira da Ucrânia — pode esta situação levar a um reforço do poder de Moscovo sobre o Cazaquistão?

Russia sends peacekeeping forces to Kazakhstan

Imagem das tropas russas a embarcarem para o Cazaquistão, acionadas pelo OTSC

Anadolu Agency via Getty Images

Luca Anceschi não tem dúvidas que sim. “O Cazaquistão vai entrar definitivamente na órbita russa, ponto final”, diz. “Isso não significa que tenha havido aqui um grande esquema de Vladimir Putin — isto é um tratado, eles aplicam-no, fim da História. Mas Putin já achava que tinha o Cazaquistão no papo há 30 anos. E agora tem um Presidente cazaque que lhe deve a sua sobrevivência política”, acrescenta o investigador da Universidade de Glasgow.

Em Moscovo, o presidente do comité parlamentar de relações com os Estados pós-soviéticos, Leonid Kalashnikov, já afirmou acreditar que os cazaques não irão permitir que “forças anti-russas” tomem o poder. E o país está a reprimir todas as manifestações de solidariedade com os protestos no Cazaquistão, de acordo com o Meduza.

É claro que a situação não é assim tão linear. Alguns sentimentos nacionalistas cazaques têm dado sinais ao longo dos últimos anos: em 2020, muitos no Cazaquistão exigiram um pedido de desculpas à Rússia quando um deputado russo afirmou que o país tinha direito à zona norte do Cazaquistão, onde vive uma maioria etnicamente russa. Também as gerações mais novas são menos russófilas do que os pais, como apontava o relatório do Carnegie Endowment de 2019, onde se afirmava que os jovens “estão menos satisfeitos com o statu quo, são menos favoráveis à Rússia e confiam menos nas elites da era soviética do que os seus pais”.

Apesar de tudo isto, Anceschi considera que a influência russa continua a ser fortíssima no país e que a situação atual só ajudará a reforçá-la. “Não acho que a Rússia vá invadir o Cazaquistão — não precisa”, declara. “Toda a gente fala russo no país, há uma influência cultural enorme. Se formos ao norte do Cazaquistão, parece que estamos na Rússia. É o país de referência dos cazaques.” E lembra um fator que contribui em muito para isso: a geografia. “A Rússia e o Cazaquistão têm a maior fronteira terrestre do mundo — só é ultrapassada pela dos EUA com o Canadá, mas essa não é contínua, por causa do Alasca”.

CIS informal summit in St Petersburg

O Presidente Tokayev com o homólogo russo, Vladimir Putin

Mikhail Klimentyev/TASS

A tudo isto soma-se a economia. Apesar de o Cazaquistão ser um dos grandes produtores de energia do mundo, importa combustíveis da Rússia. Só ano passado, recebeu quase um milhão de toneladas de gasolina e gasóleo da Rússia, sem ter de pagar impostos de importação.

Como está a reagir o Ocidente?

Perante protestos violentos, mas que afastaram um ditador, e um possível cenário em que o Kremlin reforça a sua posição na Ásia Central, como reagiu o Ocidente? Com cautela. Muita cautela.

A União Europeia pediu aos manifestantes e às forças de segurança que “atuem com responsabilidade e contenção e que se abstenham de ações que possam levar a um escalar da violência”. Pediu ainda uma “resolução pacífica da situação”. Já os EUA, que neste momento nem sequer têm um embaixador no Cazaquistão, aconselhou os norte-americanos no país a não se envolverem nos protestos. De resto, nem mais uma palavra.

“Os protestos tornaram-se bastante violentos. Quando é assim, o Ocidente não pode vir dizer que se tratavam de manifestações pacíficas ou criticar as forças de segurança com muita veemência”, aponta Luca Anceschi. “O que podem a UE e os EUA fazer? Nada. Há uma parte da Eurásia que é dominada por uns quantos senhores autoritários que se protegem uns aos outros. Não se pode fazer nada quanto a isso — e nem sequer sei se os EUA, depois de Trump, têm legitimidade para dizer o que quer que seja.”

Kazakhstan Oil Industry Is Booming

Os EUA têm várias empresas energéticas a operar no Cazaquistão

Getty Images

Independentemente das considerações morais, a verdade é que em termos práticos é altamente improvável que os Estados Unidos se envolvam na crise no Cazaquistão. Uma solução semelhante à da Ucrânia, em que são aplicadas sanções económicas, é muito mais difícil de aplicar num país onde há grandes empresas multinacionais norte-americanas a operar. As petrolíferas ExxonMobil e Chevron, por exemplo, investiram milhões no Cazaquistão e estão presentes nas explorações petrolíferas do ocidente do país. Qualquer sanção económica poderia prejudicá-las.

As manifestações vão continuar ou o governo vai retomar o controlo?

Dentro do Cazaquistão, a situação parece ter acalmado após a notícia de que as forças de paz russas estavam a caminho. Apesar disso, ninguém sabe como serão recebidas. Haverá um levantamento nos centros urbanos, liderado pelos jovens mais pró-ocidentais, à semelhança do que aconteceu na Ucrânia ou, mais recentemente, na Bielorrússia? Ou é errado comparar o Cazaquistão a estes países? Que rumo tomará o país daqui para a frente? Irá o Presidente Tokayev aguentar-se à frente dos destinos do país?

“Não acho que a Rússia vá invadir o Cazaquistão — não precisa. Toda a gente fala russo no país, há uma influência cultural enorme. Se formos ao norte do Cazaquistão, parece que estamos na Rússia. É o país de referência dos cazaques.”
Luca Anceschi, professor da Universidade de Glasgow

Estas são as verdadeiras questões com que se debatem os especialistas ouvidos no Observador e para as quais ainda não têm resposta. “Discutir o que provocou isto já não é relevante. O que importa agora é a repercussão. Como é que vamos sair desta crise?”, interroga-se Diana Kudaibergenova.

Luca Anceschi concorda. “Não consigo ver para lá de amanhã. Ainda ontem estava convencido de que a Rússia não ia ajudar tão rapidamente o governo cazaque e ela aí está”, diz. “Certo é que vai haver uma grande mudança, porque o país está a entrar numa nova era de instabilidade. Isto acelerou uma tendência que já estava em movimento: o afastamento de Nazarbayev e a erosão do multilateralismo. Agora, para além disso, o que vai acontecer a seguir? Isso ninguém sabe.”

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça até artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.