1

O que é o Laboratório de Biologia Molecular do Pingo Doce?

Aqui são realizadas análises de ADN que permitem identificar as espécies – animais e vegetais – que se encontram presentes nos produtos da marca própria do Pingo Doce. Esta é uma forma de confirmar a sua composição real, bem como a autenticidade dos produtos, assegurando que os ingredientes indicados em cada rótulo são, de facto, os ingredientes utilizados na receita. O Laboratório está apto a identificar mais de 100 mil espécies que possam estar presentes nos produtos e está acreditado pelo Instituto Português de Acreditação (IPAC), garantindo assim a independência e a imparcialidade dos resultados obtidos.​

2

ADN, identificação de espécies e pesquisa de Organismos Geneticamente Modificados

O que são e porque são importantes?

“O ADN é uma molécula que contém toda a nossa informação genética. Todos nós somos diferentes porque o nosso ADN é único”, começa por explicar Sofia Nogueira, Gestora do Laboratório de Biologia Molecular do Pingo Doce, acrescentando: “através do ADN vamos conseguir identificar todas as espécies e distingui-las entre si. Utilizamos este ADN em duas vertentes: na identificação de espécies através da sequenciação, que nos permite identificar as espécies que estão presentes num alimento, e comparar esta informação com o descrito no rótulo, conseguindo assim verificar a autenticidade dos produtos. Também utilizamos o ADN para a pesquisa de OGMs, Organismos Geneticamente Modificados. O Pingo Doce tem uma política de 0% de utilização destes organismos. No Laboratório pesquisamos alterações especificas no ADN que nos permitem perceber se um produto tem organismos geneticamente modificados ou não. Garantimos assim que os produtos Pingo Doce não têm OGMs na sua composição”.

3

Processo de análise de um produto: como funciona?

A primeira etapa é a codificação do produto, com o código interno do laboratório, onde “são retirados todos os elementos identificativos: validade, código de barras, etc”, elabora Sofia Nogueira. Em seguida, o produto entra para o laboratório e é feita a preparação e a homogenização do produto. “Por exemplo, se tivermos hambúrgueres, vamos retirar pedaços dos vários hambúrgueres, vamos misturar e homogeneizar esses vários pedaços e daí tirar uma porção para análise. Segue-se a extração do ADN com uma série de passos de lavagem que nos permite obter o ADN puro”, reforça.

O passo seguinte é o PCR: “vamos copiar esse ADN muitas vezes para podermos analisá-lo posteriormente e, finalmente, vamos sequenciá-lo. A sequenciação, no fundo, é uma leitura do ADN. No final a sequência de ADN obtida é comparada com bases de dados e finalmente obtemos uma lista com todas as espécies que estão dentro do produto em análise”, finaliza a gestora.

4

O que acontece quando um produto não cumpre os requisitos?

Existem, de forma geral, duas formas de um produto não cumprir os requisitos. Sofia Nogueira esclarece: “Existe o que chamamos de contaminação cruzada, ou seja, são espécies que são identificadas, que não estão rotuladas, mas que são identificadas em quantidades vestigiais. A outra possibilidade é ser identificada uma espécie não rotulada, onde ocorreu uma substituição total ou parcial da espécie rotulada e, nesse caso, terá de ser tomada uma medida. No laboratório, somos isentos nesta tomada de decisão. Enviamos os resultados à Direção da Qualidade das Companhias e são os técnicos de qualidade que tomam essas decisões”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

5

Um laboratório como este pode ajudar a reduzir a contaminação dos alimentos?

Segundo a ONU, todos anos, uma em cada 10 pessoas sofre com programas de saúde relacionados com o consumo de alimentos contaminados ou que não estão nas melhores condições. Ainda que a contaminação de alimentos seja mais de origem química e microbiológica, a verdade é que este laboratório pode ajudar na sua deteção.

De acordo com Carlos Santos, Diretor Global da Qualidade e Desenvolvimento de Marca Própria, apesar de ainda nenhum caso ter sido detetado, a importância mantém-se atual: “Podemos eventualmente encontrar, sobretudo em plantas, alguma espécie que tenha toxicidade. Este rastreamento, para além de nos permitir a identificação dos ingredientes dos nossos produtos, também tem outra vertente, que é a de pressionar a cadeia de valor, desde a produção primária até aos nossos fornecedores, para que exista um maior rigor e melhores práticas nos processos. Assim contribuímos para uma redução significativa de contaminações cruzadas ou fraudes e promovemos, também, a qualidade dos ingredientes e do produto que nos é fornecida”.

6

O que são padrões de qualidade quando falamos de alimentação?

“Os padrões de qualidade não são mais do que os padrões que cada companhia adota para o nível de qualidade que pretende”, explica-nos Carlos Santos. “No Grupo Jerónimo Martins, temos um conjunto de regras, requisitos, restrições e políticas para que tenhamos a qualidade, o rigor, a autenticidade e a transparência que achamos que devemos ter. Portanto, Jerónimo Martins, e em particular o Pingo Doce, tem como regra ter uma qualidade elevada. Todos estes requisitos, bem como a forma de desenvolver um produto, estão compilados num documento de diretrizes.

Neste documento estão definidos os ingredientes que, apesar de legalmente autorizados, o Pingo Doce tem como política não os utilizar. São cerca de 70 ingredientes proibidos, pois podem ter impacto na saúde dos nossos consumidores. As regras que constam deste documento, são aplicadas de forma transversal ao Grupo, seja em Portugal, na Polónia ou na Colômbia. “Para além disso, temos determinados compromissos definidos anualmente, como exemplo recente, termos retirado, em todas as nossas marcas próprias, intensificadores de sabor e corantes artificiais”, acrescenta o Diretor.

7

Corantes e intensificadores de sabor, devemos evitá-los?

É caso para dizer que a cor nem sempre é bom sinal. Alguns aditivos alimentares servem para melhorar a cor de determinado alimento (corantes) e outros servem, ainda, para reforçar o seu sabor (intensificadores). E ainda que sejam legais, o Pingo Doce foi o primeiro retalhista no país a completar o processo de eliminação de todos os intensificadores de sabor e corantes artificiais da totalidade dos seus produtos alimentares de Marca Própria.

Carlos Santos explica: “Os intensificadores de sabor, que nós retirámos em toda a gama, e os corantes artificiais são legais. Nós podemos continuar a utilizar intensificadores de sabor, nomeadamente o glutamato monossódico, que é utilizado em determinados produtos. Mas como têm um efeito nocivo para a saúde, considerámos que deveriam ser retirados. O mesmo se aplica a determinados corantes artificiais.”.

8

Como promover a Segurança Alimentar em casa?

A Organização Mundial da Saúde definiu cinco princípios no que à segurança alimentar diz respeito: limpeza; separação de alimentos crus e cozinhados; cozinhar bem os alimentos; manter os alimentos a temperaturas seguras; utilizar água e matérias-primas seguras. Para além disto, é importante ter a certeza de que, quando se dirige a um supermercado e escolhe os produtos que farão parte da sua alimentação, aquilo que lê é fidedigno e testado em prol da sua saúde e bem-estar.

Em conclusão, confiar no que lemos num rótulo pode não ser assim tão difícil. Com o trabalho desenvolvido no Laboratório de Biologia Molecular, o Pingo Doce propõe-se a fomentar esta segurança e literacia alimentar, comprovando a autenticidade e transparência dos produtos que coloca à disposição dos seus clientes. Desmitificar o tema da fraude alimentar torna-se cada vez mais importante.