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O que é o Observador?

O Observador é um jornal online. Não é apenas um jornal em formato digital, nem a versão digital de um órgão de informação tradicional: é um jornal do tempo da Internet que compreende as novas formas de acesso à informação e procura responder-lhes. É um jornal que está permanentemente a ser atualizado, onde o único limite é a nossa capacidade de selecionar, verificar e investigar as notícias, não a próxima hora de fecho. É um jornal que pode ser lido por quem quer que se ligue à Internet, seja através de um computador de secretária ou de um telemóvel, adaptando-se automaticamente ao aparelho que os nossos leitores estiverem a utilizar. É ainda um jornal onde os jornalistas interagem com os seus leitores, onde se está atento ao que estes procuram, ao que estes sugerem e ao que estes pensam, integrando de forma amigável as suas contribuições e vendo-os como membros de uma grande comunidade, a comunidade do Observador.

O Observador nasce fora dos grupos de comunicação existentes em Portugal e, por isso, não está preso aos seus compromissos, ao seu passado e às suas prioridades, podendo focar-se no que mais lhe interessa: informar de forma independente, informar de forma diferente, informar de forma mais exigente e mais respeitadora da inteligência dos nossos leitores.

O Observador é um projeto de um grupo de jornalistas e de um grupo de investidores que se juntaram porque estavam insatisfeitos com a informação que se produz em Portugal. Insatisfeitos com um jornalismo que, apesar de multiplicidade dos órgãos de informação, é demasiado igual e não reflete de forma realmente equilibrada os diferentes pontos de vista existentes na sociedade e nem sempre retrata de forma justa o que se passa no nosso país. Um jornalismo muitas vezes demasiado preso às convenções dos jornalistas e que se interroga pouco e desafia ainda menos. Um jornalismo que recorre demasiado às mesmas fontes e às mesmas autoridades e está pouco aberto a outros pontos de vista, a outros talentos e, até, “à geração mais bem formada de sempre”. Um jornalismo que profere muitas sentenças mas acaba por explicar pouco, por dedicar pouca a atenção à sua missão de ajudar as pessoas a pensar, de lhes dar elementos para julgarem pelas suas próprias cabeças.

Estávamos também insatisfeitos com a pouca atenção dada à informação online, com a contradição entre um discurso digital e uma informação online que continua a ser vista como subalterna. Nos últimos anos a Internet tornou-se a fonte primária de informação para um número crescente de pessoas, que já não dependem de escutarem um noticiário ou comprarem um jornal em papel para estarem bem informadas – por regra até mais bem informadas do que no tempo em que não podiam informar-se online. No entanto a generalidade das redacções em Portugal continua a estar organizada para produzir informação para os suportes tradicionais em vez de perceber que o mundo mudou, que os leitores de hoje já não vão às bancas como iam no passado, nem aguardam pacientemente pelo próximo serviço noticioso.

O Observador quer, no fundo, reviver os grandes princípios do jornalismo, estar onde estão as pessoas – e elas estão online –, responder ao que preocupa as pessoas, dar resposta às suas interrogações no exacto momento em que são formuladas – e isso exige que sejamos sempre ontime.

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Como é que nasceu o Observador?

O Observador começou por ser uma conversa entre um jornalista, José Manuel Fernandes, um historiador e colaborador de jornais, Rui Ramos, e um empresário e gestor, António Carrapatoso. Uma conversa que se iniciou em janeiro de 2012 e durou quase dois anos. O ponto de partida foi a insatisfação com a informação que se produzia e produz em Portugal. A motivação foi a perceção de que existia uma oportunidade para lançar um projeto novo. Nos meses seguintes fomos testando primeiro a ideia, depois um conceito de informação online, a seguir diferentes modelos capazes de garantirem a viabilidade e sustentabilidade do projeto. O círculo dos fundadores foi-se alargando sempre com consciência de que era necessário fazer algo de diferente e conseguir, ao mesmo tempo, criar uma empresa economicamente saudável. A construção do modelo de negócio foi a par com o desenvolvimento do modelo editorial: o Observador não nasceu para ser um projecto de mecenato, apesar de nestes anos de crise das empresas de comunicação social se falar cada vez mais em mecenato para o jornalismo.

O Observador sempre quis ser um projeto independente e sempre soube que, para se produzir jornalismo independente, este não deve ser subsidiado, deve antes basear-se em empresas auto-sustentáveis. Num tempo de crise económica e de crise dos media, para fazer algo de novo é preciso ter os pés na terra. Num país de poucos, mas poderosos, grandes interesses, fazer algo de novo também exigia reunir um conjunto de acionistas independentes e que acreditassem num jornalismo independente.

O Observador nasceu assim fora dos grupos de comunicação existentes, libertos dos seus compromissos e do peso das suas estruturas. Isso também nos torna mais independentes. Assim como podermos arrancar sem necessidade de recurso a crédito bancário, apenas com base nos capitais próprios reunido pelos nossos acionistas.

Depois de quase dois anos a desenvolver um projecto baseado num plano de negócios sólido e realista e a reunir o capital necessário para a fase de lançamento, o Observador pode ser anunciado publicamente no final de 2013. De então para cá, nos primeiros meses de 2014, constituímos e treinámos a nossa equipa e criámos as infraestruturas necessárias para produzir informação ontime em todos os formatos e linguagens. Vamos fazê-lo a partir de um edifício histórico – aquele onde funcionou o antigo Diário Popular – e de um bairro histórico – o Bairro Alto, em Lisboa, o antigo bairro dos jornais e dos jornalistas. É como que um regresso às origens que é mais um regresso ao futuro.

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Quem é que são os acionistas do Observador? Não têm eles uma qualquer “agenda oculta”?

O Observador nunca escondeu a identidade dos seus acionistas, sempre a divulgou publicamente, ao contrário do que sucede com outros órgãos de informação.

Os nossos investidores são (a 19 de Maio de 2014) os seguintes:
Amaral y Hijas Holdings S.L. (acionista de referência Luís Amaral)
António Pinto Leite
António Viana Baptista
Ardma SGPS, S.A. (acionista de referência Pedro de Almeida)
Atrium Investimentos, SGPS, S.A. (acionista de referência João Fonseca)
Bar Bar Idade I, SGPS, S.A. (acionista de referência Carlos Moreira da Silva)
Duarte Schmidt Lino
Duarte Vasconcelos
Holdaco, SGPS, S,A, (acionista de referência António Champalimaud)
João de Castello Branco
Jorge Bleck
José Manuel Fernandes
Lusofinança (Filipe de Botton e Alexandre Relvas)
Orientempo (acionista de referência António Carrapatoso)
Pedro Martinho
Ribacapital, SGPS, Lda. (acionista de referência João Talone)
Tempo Calmo SGPS, S.A. (acionista de referência Filipe Simões de Almeida)
Rui Ramos

O maior acionista é Luís Amaral, com mais de 40% do capital, um empresário que tem o seu maior investimento na Polónia. De resto trata-se de um grupo diversificado e plural de investidores que aderiram ao projeto editorial, que confiam nos seus protagonistas e que acreditam no modelo de negócio. São cidadãos e empresários cuja vida e cujos negócios não dependem de favores aos poderes do momento, sejam eles poderes políticos ou poderes financeiros. São pessoas que acreditam na sociedade aberta e numa economia competitiva, sem poderes dominantes.

Este conjunto de acionistas e os capitais próprios com que contribuíram (o Observador não recorreu a qualquer financiamento bancário) são a base para a diferenciação do Observador como um órgão de comunicação social genuinamente independente, apostado em fazer um jornalismo da maior qualidade, sem outra agenda que não seja a do interesse público.

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Quem é quem no Observador?

Os dois jornalistas mais conhecidos da equipa do Observador são o José Manuel Fernandes, que será administrador e publisher, sendo também colunista, e o David Dinis, o diretor editorial, com funções mais executivas.

O conselho de administração é presidido por António Carrapatoso e integra ainda o historiador Rui Ramos, que será também colunista, e o advogado Duarte Lino. O presidente do Conselho Geral e de Supervisão é Jaime Gama. Alexandre Relvas preside à mesa da Assembleia Geral.

Na área editorial, David Dinis é apoiado pelo diretor criativo, Diogo Queiroz de Andrade, e por três editores: João Cândido da Silva (ex-Jornal de Negócios), Helena Pereira (ex-Sol) e Ricardo Oliveira Duarte (ex-TSF). António Rocha Lopes (ex-Económico TV e ex-SIC) dirige a área de vídeo. O nerd que está à frente da área tecnológica é o Leonardo Xavier.

Rudolf Gruner é o nosso diretor-geral (antes era diretor-geral da Media Capital Digital) e Isabel Marques comanda a área comercial (função que antes desempenhou no Público).

Mas a equipa tem muito mais gente. No total somos 40, numa mistura de experiência e de juventude. A idade média é 28 anos, a mais nova tem 21, o mais velho 57. Todos se foram apresentando, um a um, de forma personalizada, ao longo das últimas semanas, na página do Observador no Tumblr. Vale a pena dar uma vista de olhos: https://observadorontime.tumblr.com/

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Em que é que o Observador é diferente?

O Observador começa por ser diferente por ser um projecto “nascido digital”. Não nascemos apenas na idade da Internet, nascemos para a Internet e a pensar numa realidade nova: hoje são cada vez mais as pessoas que têm a Internet como a sua fonte primária de informação; hoje há cada vez mais informação partilhada online; hoje são cada vez mais fortes os laços que se criam no espaço virtual, nas redes sociais mas não só; hoje os jornalistas já não são os intermediários quase exclusivos da informação.

Não somos o primeiro projeto de informação a nascer exclusivamente na Internet em Portugal, mas somos o primeiro a fazê-lo neste novo tempo.

O Observador começa também por ser diferente por não estar integrado em nenhum grupo de comunicação, o que nos torna mais livres e nos permite estar totalmente focados no online. Não temos de fazer compromissos para saber o que vai ser divulgado primeiro na Internet ou primeiro no próximo jornal.

O Observador é diferente porque foi pensado, de raiz, para esta nova ecologia das notícias. Ver uma notícia do Observador é tão fácil num clássico computador de secretária como num telemóvel. As redes sociais serão como uma nossa segunda pele, e uma porta de entrada familiar. O contacto com os leitores será directo e aberto, como é regra na rede, e os nossos jornalistas não fugirão ao diálogo. Hoje o jornalismo não é apenas dar a conhecer ao público as últimas notícias, é cada vez mais ajudar o público a mover-se no imenso mar de informação que o rodeia, ajudá-lo a interpretar e a compreender.

O Observador também é diferente porque quer ser útil de uma forma descomplexada. Não vamos conseguir dar a melhor informação sobre todos os temas, mas vamos querer indicar o caminho para quem der essa informação, partilhando as ligações que considerarmos relevantes, sem complexos e sem medo que os nossos leitores se vão embora.

O Observador é finalmente diferente porque vamos tirar o maior partido daquilo que o jornalismo tradicional separava mas que a Internet une: o texto, o som, o vídeo, o gráfico interactivo, a galeria de imagens, o documento original.

Ser diferente não é apenas afirmar-se diferente ou parecer diferente. Ser diferente implica ir além do que é apenas diferente na forma, e aí o jornalismo que o Observador quer fazer pretende diferenciar-se por colocar as interrogações, os “porquês”, a que muitas vezes se julga impossível responder na urgência das notícias de última hora. Temos pressa porque queremos ter tempo para pensar e para nos interrogarmos, indo além da superfície das notícias.

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Quem é que paga o Observador?

É simples: a publicidade. É uma resposta que, muitas vezes, deixa as pessoas desconfiadas. O que é compreensível. Muitos dos sites de informação em Portugal começaram a cobrar pelos seus conteúdos com o argumento de que é preciso pagar o jornalismo. Ora se o Observador quer fazer jornalismo, e bom jornalismo, como é possível que não cobre também pelos acessos?

A nossa resposta continua a ser simples: queremos, pelos menos no arranque, ser pagos pelos mesmos que pagam a informação nas televisões e nas rádios, isto é, os anunciantes. Não há aqui especial novidade. Há mais de dois séculos que, primeiro nos jornais em papel, depois nos meios audiovisuais, os anunciantes compram espaço para chegar aos consumidores. A venda desses espaços sempre foi uma das principais fontes de receitas das empresas jornalísticas. As receitas de publicidade são uma forma indireta de o público pagar pelas notícias: ao comprarem os produtos dos anunciantes, ouvintes e telespectadores justificam o investimento que estes fazem nas campanhas que vemos e ouvimos.

Mas será que as receitas de publicidade são suficientes? A verdade é que, nos últimos anos, as empresas tradicionais de media têm perdido grande parte das receitas de publicidade e só têm conseguido recuperar uma pequena parte por via das suas plataformas digitais. O grosso da publicidade online vai para operadores como o Google ou o Facebook, que não são propriamente empresas jornalísticas.

Mesmo assim a publicidade online tem crescido tão depressa que começam a ser significativas as verbas que os anunciantes já canalizam para os órgãos de informação digitais. Nos últimos anos, em Portugal, a publicidade online cresceu sempre de ano para ano numa conjuntura em que o mercado total da publicidade caiu para metade. Em 2013 o online já representou um décimo de todo o mercado publicitário, e a tendência é para que continue a crescer muito depressa: em países com mercados mais maduros a publicidade online já representa mais um quarto do total das receitas.

O Observador, que é uma empresa relativamente pequena quando comparamos com as outras empresas de media, e que tem custos muito controlados, precisa apenas de uma pequena parte do nosso mercado de publicidade digital para alcançar o equilíbrio económico. Achamos que é possível chegar lá, mesmo que, no futuro, talvez possamos vir a cobrar por alguns dos nossos conteúdos. Pode ser que sim, pode ser que não, ninguém sabe como será o futuro da Internet.

O que sabemos de ciência certa é quem não nos paga e quem não queremos que nos pague: os que olham para o jornalismo não como uma atividade independente de serviço público, antes como uma atividade interessada noutros jogos de poder e dinheiro.

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O Observador diz que tem um ponto de vista. Qual é ele?

O nosso estatuto editorial estabelece que o “Observador não perfilha qualquer programa político mas tem um olhar sobre o país e sobre o mundo”. O que é que isto quer dizer?

A tradição da melhor imprensa livre não é nem a do jornalismo empenhado, militante, “de causas”, nem a do jornalismo incolor, insípido e inodoro que pretende ser imaculadamente objetivo. A tradição do melhor jornalismo europeu e norte-americano é que estabelece elevados padrões de exigência e de sentido crítico, a que se baseia na tomada de decisões editoriais de forma independente e livre, mas que não deixa por isso de ter valores de referência. A que reflete olhares diferentes sobre o mundo e a sociedade, assumindo-o com clareza. A que não se esconde por detrás de uma impossível equidistância para, depois, acabar por refletir os pontos de vista de quem escreve as notícias.

O Observador quer ser claro e transparente com os seus leitores. Somos livres nas nossas escolhas, agimos com independência, respondemos perante a nossa consciência e os nossos leitores, não deixamos notícias na gaveta por serem incómodas, não deixamos de investigar casos porque afetam “amigos”, não deturpamos a realidade em nome de agendas pessoais ou de grupo, mas olhamos para o mundo e para Portugal com preocupações que assumimos no nosso estatuto editorial.

Como aí se escreve, o “Observador coloca a liberdade no centro das suas preocupações e defende uma sociedade aberta, com instituições respeitadoras da lei e dos direitos individuais. Acreditamos que o desenvolvimento harmonioso tem de ser inclusivo e não deixar ninguém para trás.” Assumimos também “os princípios fundadores da Civilização Ocidental, derivados da antiguidade greco-romana do Cristianismo e do Iluminismo”.

Tomaremos posição quando sentirmos que isso é necessário, mas separamos com clareza a opinião da informação. Também sabemos que, como escreveu o jornalista Ken Silverstein, “uma informação equitativamente distribuída e balanceada não é uma informação justa, é apenas uma forma fácil de evitar o verdadeiro jornalismo, e de fugir à responsabilidade de informar os leitores”.

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O que é a Comunidade Observador?

A comunidade é o espaço público a que o leitor acede quando se regista no Observador. Esse registo, que é completamente facultativo, serve para abrir acesso a funcionalidades específicas: a principal é a possibilidade de comentar as notícias, participando na conversa que toma forma entre os leitores.

Esta é a principal razão para que o registo na comunidade seja obrigatoriamente feito através do perfil existente numa rede social (Facebook ou Google+). Queremos que os nossos leitores sejam pessoas reais, com autonomia de ação e pensamento, sem que se escondam atrás de um anonimato que levanta mais problemas que soluções. Mas a comunidade é mais do que uma série de serviços. A comunidade é a oportunidade de ser uma voz mais respeitada e mais escutada por parte da equipa que faz o Observador, equipa essa que acredita no serviço a quem nos lê. Entendemos que os leitores sabem mais do que nós, que podemos e devemos aprender com o que nos dizem, que temos a obrigação de servir a comunidade onde nos inserimos.

No limite, a comunidade Observador será aquilo que os leitores quiserem. Serão eles, e as suas opções, a definir o caminho que vamos tomar.

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A que pergunta é que não respondemos?

Se quer saber mais alguma coisa sobre nós a que não tem ainda resposta, esteja à vontade para a colocar. Nós respondemos!