Circulam no Facebook publicações que dão conta de que a farmacêutica Pfizer teria confirmado que as suas vacinas seriam um projeto de terrorismo do Departamento de Defesa dos EUA. No post, com um link para uma suposta notícia, pode ler-se: “BOMBA! Pfizer afirma que as vacinas eram um projeto militar de bioterrorismo e terrorismo químico do Departamento de Defesa — Jornal Verdade Censurada.” A publicação é falsa.
Basta ler o texto do link indicado para perceber que, apesar de o título levar ao engano, as alegadas acusações nem sequer são atribuídas à farmacêutica, mas sim a Sasha Latypova, que surge identificada como “ex-executiva de pesquisa e desenvolvimento farmacêutico” — apesar de no seu perfil de Linkedin não surgir qualquer referência explícita a uma passagem pela farmacêutica.
Além disso, fazendo uma pesquisa em fontes abertas não se encontra qualquer referência credível que permita atribuir à Pfizer uma declaração relacionando as vacinas com um “projeto militar de bioterrorismo”.
O Observador contactou ainda assim para este fact check a farmacêutica, que fez saber o seguinte: “A Pfizer não reconhece a afirmação em causa.” E foi mais longe, garantindo que “não recebeu qualquer financiamento público para apoiar o desenvolvimento da vacina contra a Covid-19”.
As publicações que têm surgido nas redes sociais também já foram desmentidas por outros fact-checkers internacionais, como a Lupa, do Brasil.
Conclusão
Não é verdade que a farmacêutica Pfizer tenha afirmado que as vacinas foram “um projeto militar de bioterrorismo e terrorismo químico do Departamento de Defesa [dos EUA]” como dão conta diversas publicações que circulam no Facebook. Além de não existirem quaisquer resultados em fontes abertas que apontem para declarações nesse sentido, ao Observador a Pfizer garantiu não reconhecer “a afirmação em causa” e reforçou não ter recebido “qualquer financiamento público para apoiar o desenvolvimento da vacina contra a Covid-19”.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:
FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.