Já se começa a tornar comum ver ativistas climáticos a usarem tinta durante as ações de protesto contra o uso de combustíveis fósseis ou contra o que dizem ser a inação dos governos no combate às alterações climáticas. No final de junho, começaram a circular no Facebook vídeos que mostram mais um desses protestos. Segundo as publicações, os ativistas do grupo Just Stop Oil (Simplesmente Parem o Petróleo) pulverizaram com tinta vários aviões privados, entre eles o da cantora Taylor Swift. “Ativistas pelo clima da Just Stop Oil pintam e atingem o avião de Taylor Swift no Aeroporto de Stansted”, pode ler-se numa das legendas.

O Just Stop Oil é um grupo britânico, criado em fevereiro de 2022, e que tem como objetivo convencer o governo do Reino Unido a travar a extração de novos combustíveis fósseis e apostar em energias renováveis. Para isso, os membros não se coíbem de recorrer à resistência civil e mesmo ao vandalismo. No currículo, este grupo já tem bloqueios de estradas e de terminais de petróleo.

Foram precisamente dois jovens ativistas deste grupo que, no dia 20 de junho, pulverizaram com tinta laranja vários aviões privados no aeroporto de Stansted, cerca de 60 quilómetros a norte de Londres. Jennifer Kowalski, 28 anos, e Cole Macdonald, de 22, cortaram uma parte da cerca que delimita o perímetro do aeroporto e levaram a cabo o protesto. Foram detidos pela polícia e acusados de dano agravado e interferência na operação de uma infraestrutura nacional.

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Na rede social X, a Just Stop Oil anunciou que dois ativistas “cortaram a cerca no aeródromo privado em Stansted, onde o jato da taylorswift13 está estacionado, exigindo um pacto de emergência para acabar com os combustíveis fósseis até 2030”. A própria organização não refere ter atingido com tinta o avião da cantora, mas apenas ter atuado no aeródromo onde o aparelho estaria estacionado naquelas dias.

Lutam contra futuro de “verão cruel”. Ativistas climáticos pintam jatos no aeródromo em que Taylor Swift aterrou

Horas antes da ação, na véspera do primeiro de três concertos que a conhecida cantora pop ia dar no Estádio de Wembley, em Londres, o avião de Swift tinha aterrado no local. Recorde-se que Taylor Swift tem sido alvo de muitas críticas por parte de organizações de defesa do clima, devido ao facto de a cantora se deslocar de avião privado tanto em viagens intercontinentais como em viagens curtas, nomeadamente entre cidades norte-americanas relativamente próximas, no âmbito da digressão Eras Tour.

Mas terá sido o avião da cantora pintado durante o protesto em Stansted? Ao Observador, a Assessoria de Imprensa da Polícia de Essex, a região a nordeste de Londres onde localiza aquele aeroporto, garante que não. “Nenhum dos aviões danificados neste incidente pertencia a Taylor Swift”, garantem as autoridades.

Conclusão

Apesar de se encontrar no aeródromo dentro do aeroporto de Stansted, nos arredores de Londres, o avião privado de Taylor Swift não foi pulverizado com tinta pelos ativistas do grupo Just Stop Oil, confirmou ao Observador a polícia de Essex.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:

FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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