Mais do que nunca, a pirataria informática é uma realidade para a qual as pessoas estão alertadas. E as redes sociais, para o bem ou para o mal, são uma ferramenta eficaz para consciencializar as pessoas sobre os perigos das redes sociais. Contudo, nem tudo são perigos reais.

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Circula por estes dias no Facebook um conjunto de publicações que dão conta de uma corrente partilhada via WhatsApp, com fotografias do sismo de Marrocos, que teve lugar no mês de setembro, próximo da cidade de Marraquexe. Essas mesmas publicações dão conta de que, caso o utilizador transfira as fotografias, vai transferir um ficheiro chamado “Ondas Sísmicas CARD”, o que irá fazer com que o telemóvel seja hackeado em 10 segundos, num processo que não pode ser interrompido.

O Observador falou com Bruno Castro, fundador da VisionWare, uma consultora de segurança informática, que resume com relativa facilidade este alerta: “É treta!” O especialista em engenharia informática esclarece que “é meramente uma criação de alarmismo populacional nas redes sociais sem sentido”.

Bruno Castro acrescenta que o sismo em Marrocos não é sequer a primeira catástrofe à qual este falso alerta é associado: “Já aconteceu num terramoto na Colômbia, igualzinho, o mesmo conceito. Serve para criar alarmismo, desinformação e medo social”. E de facto, com uma pesquisa na Internet, é possível encontrar referências a este alerta criado relativamente a um sismo na Colômbia no ano de 2008.

Mesmo do ponto de vista técnico, o especialista em segurança informática levanta problemas relacionados com este alerta: “Não há nenhum arquivo de dados deste tipo disponível. O que estão a alegar é mesmo duvidoso, hackear um telefone em 10 segundos com uma imagem não é tecnicamente credível. Não é assim que funciona.

Conclusão

O alerta é falso. Não há imagens do sismo de Marrocos a circular por WhatsApp que ao serem descarregadas vão hackear os telemóveis em 10 segundos. Bruno Castro, fundador da consultora de segurança informática VisionWare, explica ao Observador que este é um alerta que nem sequer é inédito, e que serve apenas para criar alarmismo, medo e desinformação. “Não tem nenhum suporte técnico nem contextual, não tem nada por onde pegar”, esclarece o especialista.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:

FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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