Nos últimos dias, têm circulado em várias redes sociais, entre elas o Facebook, publicações que dizem revelar o que a comunicação social e as forças policiais terão tentado esconder: que a carrinha que se despistou no IP2, em Beja, a 22 de novembro, provocando um acidente com cinco mortos, estava a ser perseguida pela GNR depois de os seus ocupantes terem participado num assaltado a um hipermercado. “O que ninguém menciona é que se tratava de um veículo com seis indivíduos de etnia cigana, que haviam escapado à Guarda Nacional Republicana”, pode ler-se numa das publicações.
Ao final da tarde do dia 22 de novembro, uma carrinha envolveu-se numa colisão frontal no IP2. Do acidente resultaram cinco vítimas mortais, quatro da carrinha que invadiu a faixa contrária e também o ocupante do carro atingido e que seguia sozinho. Uma jovem e um bebé, que seguia na carrinha que se despistou, foram transportados para o Hospital de Beja em estado grave.
Segundo o Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Baixo Alentejo, o alerta para o acidente foi dado às 18h10 e a estrada esteve cortada durante várias horas, na zona de São Matias, para socorro às vítimas.
Depressa começou a circular a teoria de que a carrinha que se despistou e que acabou por provocar o acidente estava a ser perseguida pela GNR. Os ocupantes estariam a tentar fugir às autoridades, depois de ter assaltado um hipermercado e de terem desrespeitado uma ordem de paragem daquela força policial. “Os envolvidos, que regressavam de um assalto a um estabelecimento Intermarché e eram perseguidos pela GNR, ignoraram a obrigatoriedade de parar num cruzamento, colidindo com outros veículos que circulavam na via”, relata o texto que circula nas redes sociais.
Uma informação que a GNR desmente. “A Guarda Nacional Republicana, através do Comando Territorial de Beja, não realizou nenhuma perseguição ou seguimento a nenhum veículo envolvido no acidente de viação em causa, no dia 22 de novembro”, responde ao Observador o departamento de comunicação daquela força policial.
Ao Correio da Manhã, fonte oficial da GNR esclareceu que a única perseguição a uma viatura na área do Comando Territorial de Beja que ocorreu foi a um carro que acabaria por ser encontrado abandonado com 135 quilos de droga. A perseguição começou na A22 em Castro Marim (no distrito de Faro) e só terminou em Almodôvar, no distrito de Beja.
Conclusão
A GNR não estava a perseguir a carrinha que se despistou a 22 de novembro no IP2, em Beja, provocando um acidente de que resultaram cinco vítimas mortais, confirmou ao Observador o departamento de comunicação daquela força policial.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:
FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.