Um vídeo cuja partilha se multiplicou nas redes sociais mostra militares com várias armas de fogo em cima de um capot de um carro, num bairro no Brasil. A publicação que aqui analisamos alega que se trata de polícias na Bahia aos quais o Governo do PT daquele estado teria dado ordens para que tirassem “fotos das armas dos traficantes para em seguida devolver, porque o crime compensa.”

Nas imagens estão vários polícias a verificarem armas de fogos, dispostas em cima de um carro de patrulha, apresentadas por civis. Nas várias partilhas que existem sobre este mesmo momento, a legenda é a mesma: “O Governo do PT na Bahia dá ordem só para tirar fotos das ramas dos traficantes e em seguida devolver.”

Num comunicado, a Polícia Militar da Bahia esclarece que recebeu “a informação de que um grupo de pessoas estava na posse de simulacro de armas de fogo na Rua Dr. Almeida, em Periperi”, tendo constatado depois de ir ao local que se tratava “da gravação de uma série de vídeos produzida por moradores da região”. Assim, consta na nota divulgada na conta oficial do Instagram da polícia da Bahia, “a fim de garantir a segurança no local e evitar interpretações equivocadas, os PMs realizaram rondas em observação à região e adjacências”.

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A alegação que consta na publicação que se tornou viral é desmentida. “O vídeo que circula em mídias sociais não se refere a outro tipo de postura por parte da guarnição”, garantem na nota.

De acordo com a Reuters, a websérie em questão é produzida pelo criador de conteúdos Luan Batista, com o título “De dentro da favela”. Também através do Instagram, o próprio Luan Batista veio fazer um esclarecimento no mesmo sentido que a nota da polícia, referindo-se às publicações que se espalharam com o vídeo como “fake news”.

Conclusão

As imagens registadas num vídeo nas ruas da Bahia, no Brasil, são de uma fiscalização a armas de fogo falsas, usadas numas filmagens, realizada pela Polícia Militar local. A polícia foi chamada ao local e fez a verificação, como a própria instituição explicou numa nota divulgada na conta oficial do Instagram. O mesmo foi explicado, através da mesma rede social, pelo produtor responsável pela websérie que deu origem às filmagens das ruas da Bahia que suscitaram esta ação policial. Nada tem a ver como que é referido na publicação que se tornou viral.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:

FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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