Nas redes sociais, circulam várias publicações que tentam relacionar os casos de varíola dos macacos com as vacinas contra a Covid-19. Neste caso em particular, é publicado um vídeo no qual se alega que as manchas que aparecem no corpo são herpes, um efeito secundário das vacinas contra a Covid-19.
A teoria é ainda justificada com o alegado uso de imagens de herpes em várias notícias, algumas delas supostamente com vários anos.
Efetivamente, pessoas com doenças reumáticas inflamatórias que receberam a vacina da Pfizer/Biontech estão mais propensas a desenvolver herpes zóster. Há também um estudo a um paciente que desenvolveu esta doença depois de lhe ter sido administrada a vacina da Moderna.
No entanto, não existe qualquer informação sobre o assunto nem qualquer relação da varíola dos macacos com as vacinas. Os casos de varíola dos macacos na Europa (MonkeyPox, na terminologia em inglês) estão a ser investigados, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) já veio sublinhar que a grande maioria dos casos foi identificada em homens que fazem sexo com homens e que procuraram ajuda nos cuidados de saúde primários ou em clínicas de apoio a doenças sexualmente transmissíveis.
Além disso, a causa da varíola do macaco é bastante conhecida. A doença foi diagnosticada em humanos pela primeira vez em 1970. É causada por um vírus da família ortopoxvírus. É, assim, uma doença bem diferente do herpes zoster, que resulta da reativação do vírus da varicela zóster.
Conclusão
A relação entre a varíola dos macacos e a vacina contra a Covid-19 é falsa. Não existem elementos que permitam sustentar esse argumento. Não existe nenhum indício de que o surto da doença esteja relacionado com qualquer das vacinas contra a Covid-19.
Assim, segundo a classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:
FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de factchecking com o Facebook.