Uma mulher e uma criança estão, de noite, sozinhas na rua. Um carro para, um homem entrega um brinquedo à mulher e, depois de cheirar a boneca várias vezes, começa a perder os sentidos. O homem sai do carro e tenta levar a criança, embora sem grande convicção. Uma mulher mais velha aparece, expulsa o raptor e ajuda a mãe e a criança a regressarem a casa. Em poucas palavras, é isto que mostra um vídeo com pouco mais de três minutos.

As imagens foram partilhado dezenas de vezes nas redes sociais, mas nem todas as pessoas que as difundiram perceberam que o vídeo foi originalmente publicado na página oficial do criador de conteúdos digitais Aquela História Brasil.

Ali, no Facebook, a página mostra diversos vídeos de situações que podem acontecer no dia a dia — desde maus tratos, agressões, roubos, acidentes — de forma a questionar o que cada um faria se vivesse uma situação idêntica.

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Os atores dos diversos vídeos são sempre os mesmos, representando quer o papel de vítima, quer o papel de vilão.

No caso em análise, o vídeo é partilhado na rede social, acompanhado da seguinte frase: “Isso [rapto de crianças] está mais comum do que você imagina aqui em Marituba. Fiquem atentos.” No entanto, as imagens em causa foram produzidas e não mostram a realidade de um sequestro.

Conclusão:

O vídeo corresponde a uma situação ficcionada e é falsa qualquer referência de que se trata de um momento que realmente aconteceu. As imagens são encenadas e foram divulgadas pelo criador de conteúdos digitais Aquela História Brasil na sua página de Facebook, onde são divulgadas muitas histórias semelhantes. Os atores são quase sempre os mesmos.

Segundo a classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:

FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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