Momentos-chave
- Advogado de Diogo Lacerda Machado aponta falta de provas e questiona se MP se vai "manter de pé"
- "É bom que não exista uma interrupção governativa." PS diz que "solução preferencial" é novo governo socialista
- Assis diz que responsáveis do PS devem entender-se e "unir-se" em torno de uma nova liderança "agregadora e combativa"
- PSD. Montenegro quer "cortar o mal pela raiz" e "não criará um obstáculo" à aprovação do OE
- Santos Silva convoca conferência de líderes extraordinária para pós-decisão de Marcelo
- Ventura diz que primeiro-ministro interino é "solução constitucionalmente absurda" e "forma de pressão" do PS
- Enfermeiros mantêm greves por considerarem que problemas se mantêm
- Rui Rocha afasta pré-coligações e recusa "solução criativa" de Santos Silva, que acusa ter alimentado "populismos"
- Sindicatos da função pública preocupados com crise política
- Advogado de Lacerda Machado: declarações do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça "são de tasca ou de café"
- PCP acredita que "única solução" é ir para eleições antecipadas e é contra salvação do OE
- Marcelo vai dissolver Parlamento, salva Orçamento e aponta legislativas para fevereiro
- Ana Abrunhosa emociona-se ao despedir-se do Parlamento, agradecendo "ao meu primeiro-ministro" e a Medina
- Mariana Mortágua: "Qualquer alternativa às eleições significa arrastar situação insustentável"
- Câmara de Boticas ultima ação de impugnação à mina de lítio
- Câmara de Sines diz estar a colaborar com as autoridades judiciais
- PAN. Sousa Real reitera necessidade de salvar OE e lembra que Costa se demitiu "sem que haja conhecimento dos factos"
- CDS pede rapidez a Marcelo a convocar eleições para que novo Governo não fique agarrado a orçamento socialista
- Buscas policiais ainda não terminaram
- Livre está "pronto para ir a eleições", mas quer entender "os contornos" que levaram à crise polítca
- Capoulas: "Este será, porventura, o mais rocambolesco episódio da história da nossa democracia e inédito em todo o mundo"
- Presidente da Comissão Europeia sublinha que cabe às autoridades portuguesas investigar
- Eixo Atlântico preocupado com fragilidade de lobby ibérico em Bruxelas após demissão de Costa
- Rui Tavares já está em Belém. Marcelo ouve hoje todos os partidos
- Fernando Medina não vai ao Eurogrupo nem Ecofin.. Governo representado por secretário de Estado
- "Demissão de Costa complicou significativamente o panorama político em Portugal", diz banco de investimento holandês
- Ministra da Coesão Territorial no Parlamento sobre Orçamento em plena crise política. "Estou aqui como ministra e não representante do PS"
- 4 dos 5 detidos passaram a noite no Comando Metropolitano de Lisboa
Histórico de atualizações
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Bom dia, obrigada por nos ter acompanhado na cobertura noticiosa da crise política. Passámos a fazê-lo neste outro liveblog que pode ler aqui. Continue connosco.
José Luís Carneiro avança para a liderança do PS. Medina e Ana Catarina fora da corrida
Até já!
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Advogado de Diogo Lacerda Machado aponta falta de provas e questiona se MP se vai "manter de pé"
O advogado de Diogo Lacerda Machado, detido no âmbito da investigação aos negócios do lítio e hidrogénio, disse que faltam provas que sustentem o processo e que espera que no final se “possa manter o Ministério Público de pé”.
À saída do Tribunal Central de Instrução Criminal, no Campus de Justiça, em Lisboa, onde esteve desde a tarde de quarta-feira e de onde só saiu já depois da meia-noite, após consultar as dezenas de volumes do processo, Manuel Magalhães e Silva disse que o que encontrou nos autos foi “a criminalização de um processo politico-administrativo”, sem “provas inequívocas de qualquer situação de corrupção”.
“Quando chegarmos ao fim espero que isto possa manter o Ministério Público (MP) de pé. Pode não acontecer. Até este momento a falta de provas que não estão reunidas e os factos tais como estão descritos é efetivamente uma situação grave relativamente à criminalização de processos políticos”, disse o advogado aos jornalistas, que, questionado, acrescentou que perseguição “não é a expressão adequada” para descrever a tese do MP, considerando-a “apenas uma errada qualificação por parte do MP daquilo que é um processo político administrativo”.
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Apreendidos 75 mil e 800 euros em numerário no escritório do chefe de gabinete de António Costa
As autoridades apreenderam 75 mil e 800 euros em numerário no escritório do chefe de gabinete de António Costa na residência oficial do primeiro-ministro. A informação foi avançada pela SIC Notícias e confirmada pelo Observador.
O valor foi encontrado pelo procurador Rosário Teixeira, um dos 17 que participaram nas operações de terça. Neste caso, Teixeira liderou as buscas à residência oficial de Costa.
Esta noite, à saída do Tribunal de Instrução Criminal, o advogado de Vítor Escária, Tiago Rodrigues Bastos, garantiu que o mesmo se encontra tranquilo e que, nos próximos dias, prestará os esclarecimentos que forem necessários.
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Deixo uma boa pasta de transição para quem vier, defende Maria do Céu Antunes
A ministra da Agricultura considerou hoje que deixa uma “boa pasta de transição” para quem vier a ocupar o cargo, na sequência de demissão do primeiro-ministro, António Costa.
“Quem vier a ocupar [este cargo], independentemente da forma que venha a ser definida pelo senhor Presidente da República”, vai receber “uma boa pasta de transição”, disse Maria do Céu Antunes no final de uma audição parlamentar.
A governante, que falava numa audição nas comissões de Orçamento e Finanças e Agricultura e Mar, após a terceira ronda, que contou com cerca de 30 intervenções, afirmou ainda ter um “orgulho imenso” em deixar instrumentos para que o próximo Governo possa continuar a trabalhar para a “promoção de uma agricultura e pescas mais sustentáveis […] dando resposta aos desafios ambientais”.
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Associação Montalegre Com Vida: "Esperamos que seja o início do fim do projeto" de mineração de lítio
Associação Montalegre com Vida defende suspensão do projeto de mineração de lítio no concelho. Armando Pinto sublinha que região tem sido muito penalizada – do turismo à agricultura.
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Saída de Costa não representa riscos para o rating de Portugal
A Standard & Poor’s afirmou hoje que a demissão do primeiro-ministro, António Costa, não representa riscos imediatos para a avaliação da agência à dívida soberana portuguesa, atualmente em ‘BBB+’.
Num relatório, que não constitui uma ação de rating, a agência de notação financeira recorda que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deverá decidir agora se convoca eleições antecipadas ou se deixa a maioria do Partido Socialista de Costa formar um novo gabinete com um novo primeiro-ministro.
A Standard & Poor’s (S&P) salienta que a demissão de António Costa “não representa riscos imediatos para a qualidade de crédito do país” e que “os riscos para as finanças públicas do próximo ano parecem modestos”.
A agência alerta que “eleições antecipadas podem potencialmente perturbar a aprovação final do OE2024, prevista para o final deste mês” e que uma mudança política após as eleições “poderá levar a um desvio do longo historial de prudência orçamental de Portugal após 2024 e desacelerar a redução da dívida pública”.
A agência adverte ainda que “a incerteza política poderia atrasar o desembolso da terceira parcela dos fundos do NextGenerationEU (NGEU), uma vez que tal cenário poderia perturbar a execução de marcos políticos fundamentais ou levar a uma supervisão mais rigorosa da implementação dos projetos por parte da Comissão Europeia”.
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Certidão contra António Costa já chegou ao Supremo Tribunal de Justiça
Prova indiciária reunida contra António Costa no âmbito do processo do lítio já está no serviço do Ministério Público do STJ. Procuradora-geral Lucília Gago validou o envio da certidão.
Certidão contra António Costa já chegou ao Supremo Tribunal de Justiça
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"É bom que não exista uma interrupção governativa." PS diz que "solução preferencial" é novo governo socialista
Carlos César, presidente do PS, diz à saída da audiência com Marcelo Rebelo de Sousa que a situação “preferencial” é prosseguir com a governação do PS por ser “possível no atual quadro parlamentar” em que o partido tem a maioria absoluta.
“É bom que não exista uma interrupção governativa”, realça o presidente socialista, que disse ao Presidente da República que “continua a ser um partido que preza valores associados à democracia, desde logo a estabilidade e mandatos”.
[Ouça aqui as declarações de Carlos César]
“A nossa convicção é que a situação preferencial é a nomeação de um Governo com um novo primeiro-ministro”, realça.
Ainda sobre a possibilidade da existência de eleições antecipadas, tendo em conta que o PS precisa de escolher um novo líder, Carlos César aponta março como a data preferencial.
O presidente do PS revela ainda que foi transmitido ao Presidente da República que, “num quadro de eleições antecipadas”, o partido está crente numa “vitória do PS”. “Estamos muito à-vontade e muito tranquilos.”
Carlos César assegura que “o PS não apresentou nenhum nome” e que esse nome terá de ser previamente aprovado na Comissão Política do partido que está marcada para quinta-feira. Mas deixou no ar a ideia de que há quadros no partido para assumir o desafio, nomeadamente com “reconhecimento ou até experiência internacional”.
Questionado sobre as suspeitas que levaram à demissão de António Costa, Carlos César foi perentório: “Nós não conhecemos o teor em concreto de quais são as suspeitas que possam existir na PGR e no Supremo Tribunal de Justiça. Quando se lançam suspeições daquela natureza… há um primeiro-ministro que tem uma consciência muito apurada do cargo e teve um gesto de nobreza e reagiu da forma como o fez.”
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Ministra da Agricultura tranquila de que fez o que esteve ao seu alcance
A ministra da Agricultura assegurou hoje, no parlamento, que irá manter o mesmo empenho em qualquer função pública, na sequência da demissão do primeiro-ministro, vincando que fez o que esteve ao seu alcance para ajudar o setor.
“Quando deixar de exercer estas funções vou com a consciência tranquila de que fiz o que esteve ao meu alcance para criar as melhores condições para os agricultores e pescadores”, garantiu Maria do Céu Antunes, em resposta aos deputados, numa audição parlamentar nas comissões de Orçamento e Finanças e Agricultura e Pescas.
A governante vincou ainda que irá manter o mesmo empenho enquanto ministra, deputada ou em qualquer outra função pública, que lhe seja confiada.
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Assis diz que responsáveis do PS devem entender-se e "unir-se" em torno de uma nova liderança "agregadora e combativa"
O PS não deve dividir-se nem entrar em disputas de liderança, defende Francisco Assis. Ao invés de se focar guerras internas, o partido deve “unir-se em torno de uma nova liderança agregadora e combativa”, acertada pelas principais figuras do partido.
Numa declaração enviada à Lusa, Assis defende que nestas circunstâncias “pede-se aos mais altos responsáveis do PS que tudo façam para que haja um entendimento em torno de uma candidatura à liderança do partido”.
“O PS não deve ter medo de enfrentar eleições antecipadas e deve unir-se em torno de uma nova liderança agregadora e combativa”, avisa o socialista, que é também presidente do Conselho Económico e Social.
“Vivemos um tempo excepcional que reclama um especial sentido de responsabilidade individual e colectiva. Não podemos passar a ideia de que estamos agarrados ao poder e com receio do voto popular. O PS é um grande partido democrático e tem todas as condições para enfrentar com sucesso os desafios do futuro”, remata.
Assis já tinha, esta quarta-feira, dado um sinal de um provável apoio a Pedro Nuno Santos, com quem foi almoçar acompanhado também pelo ex-dirigente Ascenso Simões. O socialista tem também feito saber que está fora de uma disputa à liderança, deixando o caminho mais livre para Pedro Nuno.
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PSD. Montenegro quer "cortar o mal pela raiz" e "não criará um obstáculo" à aprovação do OE
Luís Montenegro, presidente do PSD, refere, após a reunião com Marcelo Rebelo de Sousa, que é preciso “cortar mal pela raiz, iniciar um novo ciclo” e a “autoridade política que só o voto pode conferir”.
Montenegro reconhece que o calendário eleitoral tem de ter em conta que o PS precisa de escolher um novo líder e aponta para cerca de “dois meses” como o período que o deve permitir.
Questionado sobre a questão orçamental, o líder social-democrara pretende que o país tenha o “menor impacto possível” após o governo ter “ruído por dentro”. “É importante que o Governo possa esclarecer sobre as vantagens e desvantagens de ter um Orçamento em vigor dia 1 [de janeiro]”, esclarece Luís Montenegro, deixando claro que o PSD não será um “obstáculo” a esse plano.
[Ouça aqui as declarações de Luís Montenegro]
O líder do PSD justifica a posição com questões presentes no OE2024 como “a execução de investimentos públicos com financiamento no PRR e prazo para serem concluídos, a atualização salarial na Administração Pública, o pagamento com atualização das pensões e a redução de alguma carga fiscal”. “Se se vier a concluir que é mais útil ter um Orçamento, ainda que não seja o nosso orçamento, do que não ter, o PSD não criará nenhum obstáculo.”
“O nosso propósito não é de confrontação, é preciso unir o país”, esclarece o líder social-democrata, frisando que é importante que “situação de instabilidade se resolva o mais depressa possível”.
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Santos Silva convoca conferência de líderes extraordinária para pós-decisão de Marcelo
Augusto Santos Silva, presidente da Assembleia da República, convocou uma conferência de líderes extraordinária para a próxima sexta-feira, às 11h00 — o dia que se segue à decisão de Marcelo Rebelo de Sousa.
O objetivo da reunião é “considerar eventuais consequências para os trabalhos parlamentares decorrentes da decisão do Presidente da República”, lê-se na convocatória enviada por Augusto Santos Silva, a que o Observador teve acesso.
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Ministra fala em tempos de excecionalidade e em respeito pela democracia
A ministra da Agricultura defendeu hoje, no parlamento, que estes são tempos de “absoluta excecionalidade” em que é preciso debater o Orçamento do Estado, com sentido de Estado e respeito pela democracia.
“Quero começar por partilhar o que estamos a viver, que são tempos de absoluta excecionalidade, sem paralelo, e é com sentido de Estado, o foco na preservação da dignidade e respeito pelas instituições e mecanismos da democracia, que garantem o seu normal funcionamento, que aqui estamos a honrar o legado dos homens e mulheres de abril”, afirmou Maria do Céu Antunes, que falava numa reunião conjunta das comissões parlamentares de Orçamento e Finanças e Agricultura e Pescas.
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Ex-ministro João Pedro Matos Fernandes é suspeito de corrupção passiva e prevaricação
Ex-ministro ainda não foi constituído arguido mas está indiciado desde 2020 nos autos por suspeitas de favorecimento do consórcio do hidrogénio. Colabora com participada do consórcio H2 Sines.
Ex-ministro João Pedro Matos Fernandes é suspeito de corrupção passiva e prevaricação
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Como é que crise política afeta a Justiça?
“Não compromete princípio de separação de poderes”, diz Adão Carvalho, do Sindicato do MP. António Marçal, do Sindicato dos Funcionários Judiciais, alerta que “há melhorias a introduzir”.
Ouça aqui a análise de Adão Carvalho e António Marçal, na íntegra.
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Detidos já estão na sala de audiências para conhecerem os factos que levaram às detenções
No primeiro dia em que são presentes a tribunal, os cincos arguidos já estão na sala de audiências para conhecer os factos pelos quais são imputados.
Fonte do TIC – Tribunal de Instrução Criminal – confirma que depois desta diligência os detidos vão ser identificados no caso que levou à demissão de Costa. Lacerda Machado, Vítor Escária, Afonso Salema, Rui Oliveira Neves e Nuno Mascarenhas.
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"Mesmo em caso de eleições antecipadas, a contestação não vai ficar para segundo plano", diz Frente Comum
Sebastião Santana, coordenador da Frente Comum, reforça que a proposta do Orçamento de Estado não satisfaz a administração pública e em caso de eleições antecipadas a contestação não vai ficar de lado.
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Francisco Assis almoça com Pedro Nuno Santos e não disputa liderança do PS
Pedro Nuno Santos já está a trabalhar na sua candidatura à liderança do PS e almoçou com Francisco Assis, da ala mais moderada do partido. Presidente do CES não entrará na corrida à sucessão de Costa.
Francisco Assis almoça com Pedro Nuno Santos e não disputa liderança do PS
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Como é que crise política afeta a Educação?
Filinto Lima, da ANDAEP, considera que pode haver mudança repentina nas políticas educativas. Mário Nogueira, da Fenprof, explica que se contestam políticas e que, por isso, se mantém greve dia 13.
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Ventura diz que primeiro-ministro interino é "solução constitucionalmente absurda" e "forma de pressão" do PS
André Ventura, presidente do Chega, terminou a “breve reunião” com o Presidente da República certo de que “a única solução que existe é da dissolução da Assembleia da República e a convocatória de novas eleições legislativas”. “Penso que este é o pensamento do Presidente da República”, sublinha, apontando “meados de fevereiro ou início de março” para as legislativas.
O presidente do Chega acredita que há um “cenário de consenso alargado” para as eleições, mas reconhece que “o PS terá de fazer o seu congresso e é compreensível que o processo não se faz em dois, quatro ou cinco dias”, sugerindo que é preciso dar tempo aos socialistas para arrumarem a casa e escolherem um novo líder.
[Ouça aqui as declarações de André Ventura]
André Ventura concorda em “dar tempo ao PS para se reorganizar”
Após a reunião com o chefe de Estado, André Ventura trava a ideia de um “primeiro-ministro interino” por esta ser “contrária à lei e à constituição”. O líder do Chega considera que a “solução é constitucionalmente absurda”, dizendo que é “uma forma de pressão absurda do PS”, sendo que o partido vai apresentar Santos Silva como opção para o caso de Marcelo não convocar eleições antecipadas. Porém, Ventura compara a questão de primeiro-ministro interino com a formação de um novo governo que, na verdade, tem sido a questão em cima da mesa.
O Chega é ainda “sensível ao argumento da discussão orçamental”, aponta para a necessidade de “um juízo de ponderação” e Ventura assegura que o partido aceita “qualquer solução que garanta que há instrumentos orçamentais para começar o ano e com rapidez suficiente para não deixar o país no marasmo político que não interessaria a ninguém”.
André Ventura reitera a ideia de que está disponível para uma “maioria de governo” como alternativa à direita, não um acordo parlamentar, e sobre o “não é não” de Montenegro foi perentório: “Os portugueses têm de escolher se querem o PSD a governar ou o Chega.”