Pedro Nuno Santos já está no terreno a preparar a candidatura à liderança do PS e esta quarta-feira almoçou com Francisco Assis e Ascenso Simões, em Lisboa. O ex-eurodeputado socialista e atual presidente do Conselho Económico e Social não vai disputar a liderança socialista e está disponível para deixar o caminho livre para uma candidatura de Pedro Nuno Santos.

O almoço foi noticiado pela CNN, que apanhou os socialistas à saída do restaurante e ambos disseram tratar-se apenas de um “almoço de amigos”. No entanto, Assis disse ter sido convidado para o encontro e admitiu que a atualidade política foi o prato forte deste almoço, ainda que também tenha dito “não ser conselheiro de ninguém”.

A quem lhe tem perguntado nas últimas horas, Assis não tem escondido que estará fora da corrida à sucessão de António Costa. E terá sido isso mesmo que repetiu a Pedro Nuno Santos, segundo apurou o Observador: “Não serei candidato”. Pedro Nuno Santos pertence à ala mais à esquerda do PS e Assis, um crítico assumido da “geringonça”, foi sempre colocado na ala centrista do partido. Por isso mesmo, a sua candidatura foi sempre vista como uma alternativa ao pedronunismo.

A indisponibilidade de Assis para avançar para esta disputa significa, assim, menos um obstáculo no caminho de Pedro Nuno Santos e ainda uma possibilidade de ter um elemento importante para fazer a ponte com a ala mais moderada do PS.

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Esta terça-feira, Ascenso Simões escreveu um artigo de opinião no Expresso onde defendia uma candidatura de Francisco Assis ao PS. Essa hipótese fica agora colocada de parte.

Apesar de estarem em alas diferentes, existiu sempre uma boa relação política entre os dois e ainda em abril do ano passado, quando Pedro Nuno Santos estava num mau momento político, depois da saída do Governo e da polémica indemnização a Alexandra Reis, Francisco Assis tecia-lhe rasgados elogios.

Em entrevista ao Público, o socialista afirmou que “Pedro Nuno Santos vai ser uma figura do futuro do PS. Tem uma grande força interior, é um homem que tem ideias políticas – que não são as mesmas que eu tenho, como é sabido em muitos campos. Se quisermos falar de estar mais à esquerda ou mais à direita, ele seguramente está um pouco à minha esquerda, se quisermos usar essa terminologia. Tem mérito, tem qualidades.”