Sabia que apenas uma pequena fração dos emigrantes portugueses consegue votar nas eleições europeias devido a desafios logísticos significativos? Durante as eleições legislativas de Março, e agora novamente nas eleições europeias, ficou evidente a urgente necessidade de modernização do sistema de voto dos emigrantes portugueses. Apesar da implementação do voto em mobilidade, uma modalidade que demonstrou enorme sucesso no fortalecimento da democracia, a participação dos emigrantes continua desproporcionalmente baixa.

Na Europa, onde a grande maioria dos emigrantes beneficia diretamente das vantagens da União Europeia, como a livre circulação e o reconhecimento de habilitações, apenas 20.754  dos 910.138 inscritos exerceram o seu direito de voto. Esta fraca participação pode ser atribuída, em grande parte, às barreiras logísticas e à necessidade de deslocações longas e dispendiosas até aos consulados.

A falta de modernização do sistema eleitoral português continua a excluir um segmento significativo da população do processo democrático. A introdução do voto eletrónico apresenta-se como uma solução viável para facilitar a participação eleitoral, oferecendo uma alternativa segura e acessível para aqueles que vivem fora do país. Países como a Estónia já demonstraram como o voto eletrónico pode aumentar significativamente a participação eleitoral e fortalecer a democracia.

Dentro das celebrações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, sublinhamos a importância de incluir todas as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo no processo democrático. A adoção do voto eletrónico seria um passo crucial para garantir que todos os cidadãos, independentemente de onde residam, possam participar plenamente nas eleições e moldar o futuro de Portugal.

Com o avanço tecnológico ao nosso alcance e as práticas bem-sucedidas adotadas por outros países, é imperativo que Portugal avance nesta direção. A implementação do voto eletrónico não é apenas uma questão de conveniência, mas também de justiça e equidade no processo eleitoral, garantindo que todos os cidadãos, onde quer que estejam, tenham uma voz efetiva nas decisões políticas do país.

É tempo de agir. Apelo às autoridades e aos cidadãos para apoiarem esta mudança essencial. Juntos, podemos remover as barreiras que impedem os nossos emigrantes de votar e, por fim, garantir uma democracia verdadeiramente inclusiva e representativa.

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