Faz parte da identidade secular dos povos ocidentais transformarem ciclos de crises profundas em fontes de onde brotam grandes líderes precisamente porque as enfrentam e resolvem. Novidade histórica é a vastíssima convergência territorial do fenómeno de Buenos Aires (Argentina) a Budapeste (Hungria), das Américas à Europa (e vice-versa), correspondente à não menos fortíssima coerência entre lideranças de estilos pessoais distintos, porém filiadas às mesmas raízes identitárias seculares transversais aos diversos povos do Novo e Velho Ocidente: ideais de matriz cristã, tendências conservadores e nacionalistas.

São novos líderes que comungam a inédita e poderosa força transcontinental de não hesitarem no dever de ajudarem os seus povos a libertarem-se de décadas de escravidão mental esquerdista, jugo que tem forçado os povos do mundo ocidental a renegarem e humilharem as suas próprias raízes civilizacionais.

Antevendo a gravidade do perigo da sua sobrevivência se um dia a direita se instituísse como uma só pelo mundo, a esquerda fez os possíveis e impossíveis para isolar, em cada continente e pelo mundo, o líderes e movimentos da nova direita uns dos outros, mentindo aos povos sobre quem eles são e sobre a sua alegada falta de coerência e propósitos concertados, legítimos, justos. É hoje evidente que essa estratégia falhou e os esquerdistas assistem histéricos, carregados de ódio e violência, ao despertar do ainda maior gigante civilizacional da face da terra que andava adormecido, o Grande Mundo Ocidental.

Escudados no eufemístico «internacionalismo proletário», entretanto atualizado em «multiculturalismo» e «globalismo», os esquerdistas já não conseguem esconder os pés de barro do que foi o seu poder hegemónico. Este sempre esteve e estará ao lado dos grandes blocos antiocidentais: URSS/Rússia, China, Terceiro Mundo, Mundo Islâmico e outros se seguirão. Acontece que os americanos e europeus de alma, coração e razão começam a compreender a sério que os seus maiores inimigos estão no interior do Ocidente.

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Três notas complementares.

A primeira, até aos anos recentes como qualquer progresso de uma doença grave, da crise endémica do mundo ocidental as pessoas comuns apenas se apercebiam dos sintomas, uma vez que a causa andava camuflada ou difusa. A grandeza dos novos líderes da direita nasceu de romperam com essa lógica e o colocarem o dedo na ferida: a causa dos males que o Novo e o Velho Ocidente partilham é uma só e chama-se esquerda.

Nada de surpreendente num ciclo que sobrepõe há décadas crises sucessivas (os sintomas da doença) qualquer delas fruto do poder hegemónico da esquerda (a causa da doença): agravamento da criminalidade, corrupção, imigração desregulada e insegurança das populações; gestão desastrosa da economia e finanças públicas; promoção do parasitismo social e subsidiodependência em troca de votos; degradação de instituições e serviços públicos nucleares: família, ensino, saúde, justiça, defesa…; assalto patológico da ideologia de género a crianças e adolescentes à revelia de mães, pais e famílias; uso fraudulento das palavras «racismo» e «xenofobia» para violentar as identidades pessoais ou sociais brancas, cristãs, de ancestralidade europeia; regresso da guerra e do terrorismo na Ucrânia ou em Israel; entre outros males acumulados.

A segunda nota. Quando se cruzam vários sintomas dessa natureza num tempo prolongado é porque a crise é civilizacional, uma patologia da alma, coração e razão dos povos. Daí os povos que partilham uma mesma matriz civilizacional tendam a reagir em conjunto face à rotura da sua ordem moral e da sua ordem intelectual que sempre fizeram e farão a sua grandeza. De matriz judaico-cristã ou greco-romana, o valor universal supremo da autorresponsabilidade – cada sujeito individual ou coletivo ser o primeiro e principal responsável pelo seu destino –, princípio que garante a consciência individual e a consciência social, foi jogado ao lixo por uma esquerda ocidental sempre obcecada em fabricar vítimas dos seus próprios povos a qualquer pretexto.

Desde 2016, ao nunca ter hesitado em mostrar à esquerda norte-americana e «globalista» como se repõe uma ordem moral superior, a válida para todos os seres humanos e povos, e ao ousar fazê-lo de forma concisa, precisa, aberta, eficaz – «America First» e «Make America Great Again» (MAGA) –, Donald Trump viu a contrarresposta de uma esquerda moralmente derrotada chegar a tiro em 2024. De nada valeu a mobilização massificada, planetária, louca, doentia da comunicação social, universidades, meios artísticos contra Trump e demais líderes do seu campo político. Por todo o mundo ocidental, a força milenar da moral e da razão voltam a provar que não são derrotáveis.

O mesmo com o abandono da tradição racional secular do Ocidente que exige evidências, isto é, para um sujeito que pensa a realidade é a que vive e não a que lhe dizem que é. Nas décadas recentes, também esta dimensão da existência humana foi trocada por um estado de alienação pré-racional, um circo mediático permanente de idiotas que substitui a realidade vivida por palavras que o vento leva. Como o coração desse mal reside hoje em universidades tomadas de assalto pela esquerda, proclama o contrário da mais elementar racionalidade aquele que alega vivermos tempos de «negacionismo» da ciência. É tão-só a sábia racionalidade do senso comum a recusar continuar instrumentalizada por universidades transformadas em feudos de doutos ignorantes que custam rios e rios de dinheiro aos contribuintes, a quem trabalha.

Terceira e última nota. A ultrapassagem de grandes crises civilizacionais só é possível com lideranças profundamente renovadas e fortes. Quem as escolhe são os próprios povos. Em desespero, a casta política de esquerda reage rejeitando o básico das democracias, a liberdade de escolha, e insultando a inteligência dos povos de «populista». Qual a contrarresposta em que insistem os povos? Abandono progressivo dos líderes falhados de esquerda e, para compensar, reforço persistente do apoio aos verdadeiros líderes populares do Novo e Velho Ocidente: Trump, Bolsonaro, Milei, Órban, Ventura, Meloni, Le Pen, Abascal…

Autorresponsabilidade e racionalidade é isto. Cada comunidade, povo ou civilização cumprir o seu dever de mudar para se salvar por si e a si mesmo quando se sente mal, e recusar passar o tempo a culpar os outros. Ninguém é escravo de ninguém, a não ser da sua consciência.