A espaços vou acompanhando os noticiários televisivos. Tento evitá-los para fugir à onda de alienação mental que fustiga a espécie humana dependente de noticiários, e são poucos os que resistem com sanidade.
Tive hoje a infelicidade de ver partes de um ataque primário, boçal, ignorante do canal televisivo SIC às forças de segurança, Polícia de Segurança Pública (PSP) e Guarda Nacional Republicana (GNR), e a revista Visão reproduz o mantra para ser mesmo mantra. O pretexto da fancaria disfarçada de «investigação» eram mensagens ditas racistas, xenófobas, homofóbicas e outras rotulagens.
A estupidez e violência contra pessoas e instituições por parte dos jornalistas de causas, de facto, não tem limites.
É preciso deixar preto no branco que está por provar cientificamente a existência de relações diretas entre discursos (ou pensamentos) e práticas, isto é, está por provar que as atitudes sejam preditoras dos comportamentos. É o bê-á-bá da psicologia social. Não há relação direta entre aquilo que se diz e aquilo que se faz. Essa é uma forma de proteção da sanidade mental da nossa espécie. Quem não sabe isso não pode envenenar a opinião pública com a sua ignorância!
Pegar em mensagens ditas ou escritas em contextos privados ou de intimidade e, a partir disso, inferir ameaças ao espaço público através de comportamentos é, para dizer o mínimo, burrice e até talvez devesse ser crime quando envenena a opinião pública como fazem a SIC e a Visão.
Usar mensagens privadas de agentes da PSP e da GNR para impor lavagens cerebrais com a conivência de responsáveis governativos, no caso pertencentes ao Ministério da Administração Interna, coloca o poder do Estado na atualidade ao nível do controlo preventivo da mente e das sociedades equiparáveis ao nazismo ou ao comunismo estalinista ou maoísta. É a sociedade socialista!
Por uma questão de sanidade mental, a agressividade na linguagem privada remetida para objetos situados fora dessa relação de intimidade pode justamente prevenir os maus instintos que poderíamos manifestar, depois, no espaço público e, seguramente, suaviza o sofrimento psicológico para não descambarmos em depressões, como é o caso daqueles que fora da intimidade vivem momentos de stress recorrentes que impõem contenção que, por vezes, é uma forma superior de sofrimento, mesmo que circunstancial.
Os jornalistas ignorantes e irresponsáveis nestas matérias divertem-se a fazer reportagens como a que vi, seletivamente apontadas aos inimigos da esquerda – no caso, quem tem o dever de exercer a autoridade e sofre todo o tipo de pressões que impõem a máxima contenção, como os agentes da PSP e da GNR –, e nem sequer entendem que os grupos profissionais têm todos o mesmo direito a espaços profissionais de privacidade e intimidade para garantirem a sua sanidade mental.
O que vi na reportagem foi uma «investigação» que tratou abaixo de cão os elementos das forças de segurança, vezes sem conta humilhados na sua dignidade, desautorizados, agredidos enquanto cumprem com estoicismo a sua missão de garantirem a segurança física e dos bens de todos nós, ao mesmo tempo mal pagos, mal equipados, sem apoios, destratados todos os dias por quem governa há décadas e décadas, por vezes assassinados.
Alguém investiga o que aqueles mesmos jornalistas da SIC (ou da Visão), com ar sereno de donos do mundo igualzinho ao dos velhos inquisidores, dizem na privacidade das redações «do» Ventura, Bolsonaro, Trump ou das pessoas de Direita? Alguém investiga o que certos políticos de esquerda dizem na privacidade dos gabinetes e refeições dos pobres, pretos ou homossexuais? Alguém investiga a privacidade dos juízes quando preparam decisões sobre traficantes de droga? O que dirão os médicos na privacidade do consultório ou da sala de operações entre si sobre um viciado em tabaco com um cancro no pulmão que dá água pela barba? O que dirão na privacidade os ilustres advogados sobre um distinto cliente como José Sócrates? Ou distintos académicos sobre alunas e alunos na privacidade? Por aí adiante.
Todas as profissões têm direito a um espaço de privacidade e intimidade em nome da sanidade mental dos seus profissionais. O que está profundamente errado, o que é violento não são os exemplos que dei, mas o ataque despudorado de miseráveis jornalistas de causas contra o direito à privacidade e intimidade dos agentes da PSP e da GNR, das profissões mais exigentes da vida social e, não por acaso, profissões crescentemente atingidas pelo desânimo, frustrações, depressões ou suicídios. Isso aumentou ao ritmo do crescimento desta escória do jornalismo. Gabo a paciência dos agentes das forças de segurança!
É preciso que as forças de segurança saibam, também os portugueses e as pessoas em geral, que vivemos na era da Ditadura Mental de Esquerda. Vejam a reportagem da SIC ou da Visão. Está lá a monstruosidade esquerdista inteirinha!
As instituições que regulam o pensamento social foram tomadas de assalto pela esquerda: ensino, do básico ao superior, comunicação social e meios culturais e artísticos. Vivemos a reinvenção de uma das fórmulas mais invasivas e intimidatórias da intimidade dos sujeitos construídas ao longo da história, e cujo impacto sistemático não tem paralelo na face da Terra. Só no reino da fantasia se supõe existir equilíbrio mínimo nas disputas políticas entre a esquerda e a direta, posto que as rédeas do poder estão nas mãos de quem manda na cabeça das pessoas. É assim pelo menos desde os tempos da inquisição. Paradoxalmente, nesses momentos os povos vão despertando para o dever de regatarem, por si mesmos, a sua liberdade e sanidade mental.