No início de Setembro fomos novamente confrontados com a festa da hipocrisia. “A festa”, como lhe chamam, tem por detrás um conjunto de valores que é preciso relembrar, pois parece que em Portugal existe uma clara tentativa de reescrever a História.

Comecemos por relembrar o presente que ainda nos assombra. O Partido Comunista Português é actualmente o único partido que defende a Rússia, naquela que é uma invasão absurda sob pretextos que nem o próprio consegue compreender. No entanto, continua a transmitir à população que nada de errado existe do lado dos invasores. Num discreto parêntesis: quando digo ser actualmente o único partido a defender a invasão russa, tal se deve ao facto de o Bloco de Esquerda ter demonstrado bem a sua hipocrisia inata mal percebeu que a opinião pública iria castigar quem defendesse a Rússia, mudando rapidamente de opinião. Ainda assim, foi o tempo suficiente para, mais uma vez, os portugueses perceberem que o BE é norteado apenas por votos.

Mas a hipocrisia não é só deste partido. A hipocrisia é também dos que lá estiveram presentes. Quantos estiveram na marcha de solidariedade pela Ucrânia? Quantos estiveram dias, semanas e meses nas redes sociais, como o antigo Twitter e actual “X”, a criticar a posição da Rússia? E agora, fechando os olhos ao facto de esta festa servir o intuito do comunismo português, referem que, afinal, é só mais uma festa e que não tem mal.

A hipocrisia fica ainda mais evidente nos artistas que pisaram aquele palco. Afinal não esteve Carolina Deslandes no concerto solidário “Pela Ucrânia, com Amor”? Simplesmente para no ano seguinte estar a servir os interesses do partido que defende precisamente o oposto? Ou Agir, outro artista que também participou num concerto solidário “Life Will Win”, em Cascais, onde há um ano afirmou que dificilmente iria à festa da hipocrisia. No entanto, este ano já se esqueceu desta guerra… Lembro que estes dois artistas apoiaram Pedro Abrunhosa quando este foi alvo de um ataque por parte da Embaixada Russa. Ou ainda Jorge Palma que, quando questionado, referiu: “Gosto do ambiente e da maneira como sou tratado. Pagam como todos”.

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Pagam como todos. Pagam como todos… O único valor que afinal orienta estes “artistas” é o que pesa no seu bolso.

A festa da hipocrisia foi criada pelo PCP como um suposto evento político-cultural. Obviamente com o objectivo de transmitir o suposto mundo encantado do comunismo. Note-se que os supostos “debates” apenas contam com a presença de ilustres membros deste partido, os intelectuais, como gostam de se apelidar. No fundo, não se trata de debates, mas sim de uma “catequese” intensiva, numa fraca tentativa de incutir o pensamento comunista defunto nas mentes mais novas que ainda pouco sabem de História.

Para que fique claro aos mais distraídos, em 2019 a União Europeia colocou o comunismo em pé de igualdade com o nazismo, por ambos os regimes totalitários terem sido responsáveis por genocídios a uma escala nunca antes vista na História da Humanidade. Estaline esteve no poder cerca de três décadas e o número de mortes deste período de terror ronda os cem milhões de acordo com diferentes historiadores, nomeadamente Stéphane Courtois que o relata no famoso Livro Negro do Comunismo.

A hipocrisia deve ser sempre combatida. Os nossos valores são o que nos orienta e aquilo que transmitimos às próximas gerações. Que futuro terá um país onde a hipocrisia reina e onde o comunismo ainda se tenta esconder do terrorismo que provoca?