Primeiro de maio, data mundialmente conhecida por ser o dia do trabalhador,  e que é comemorado  no mundo inteiro, é também  um dia de saudades, principalmente no Brasil, já que  fazem 28 anos que Ayrton Senna nos deixou, naquele fatídico 1º de maio de 1994, dia que o Brasil perdeu um herói nacional, que marcou não apenas suas geração, mas, a história do país.

Era mais uma manhã de domingo, naquele tempo, todos esperávamos ansiosamente para assistir a fórmula 1, dia em que o país se acostumou a ouvir as vitórias de Senna, através das sempre emocionantes narrações de Galvão Bueno: “Ayrton, Ayrton, Ayrton, Ayrton Senna do Brasil”.  A Fórmula 1 era muito assistida no Brasil, e desde 1972  a Rede Globo transmitia aos domingos as corridas, e o país se apaixonou por esta modalidade esportiva, onde tivemos grandes campeões como Émerson Fitipaldi e Nelson Piquet, o que popularizou esta competição no Brasil.  Foi na década de 1980, que surgiu Ayrton Senna da Silva, um paulistano, nascido em São Paulo, que aos poucos foi  conquistando o povo brasileiro, sua primeira vitória foi no autódromo do Estoril em Portugal no dia 21 de  Abril de 1985, quando pilotando uma Lotus num dia muito chuvoso, Senna venceu a corrida, e passou a ser conhecido como o “Rei da chuva”,  conquistando a partir daquele momento, também o carinho do povo português, sendo que aqui em Portugal até hoje, as pessoas sentem muitas saudades de Senna.

Com o passar da década de 80, Senna foi conquistando grandes vitórias, num tempo em que rivalizava com  gigantes da Fórmula 1, como Nelson Piquet, Alain Prost e  Nigel Mansell, bons tempos, na minha opinião, os melhores da história da modalidade, e em meio a estas   lendas do automobilismo, com muito talento e profissionalismo, Senna foi conquistando o seu espaço, e em 1988, venceu o seu primeiro campeonato mundial, quando ganhou a histórica corrida em Suzuka  no Japão, sendo que ali, começou uma relação de carinho do publico japonês com o piloto brasileiro. Já em 1990, Senna chegava ao Bicampeonato mundial, e no ano de 1991, o piloto se sagrou tricampeão da Fórmula 1, alcançando em sua carreira vitoriosa, a expressiva marca de participação em 161 grandes prémios, alcançando 41 vitorias, 80 pódios, 65 pole positivos e 19 voltas mais rápidas, o que trazia alegria e orgulho ao povo Brasileiro, pois Senna  representava a imagem do país, já que  além de ser um grande piloto, era um patriota, pois quando vencia uma corrida, sempre agitava com orgulho a bandeira do Brasil.

Entretanto, naquele domingo 1º de maio de 1994, grande parte dos brasileiros estava acompanhando o Grande Prémio direto de Imola na Itália, quando de-repente, ouvimos a frase que ecoa no ouvido de milhões de brasileiros há anos, e que foi narrada por Galvão Bueno: “Senna bateu forte”. Naquele momento, parece que uma sensação de impotência foi tomando conta de todos, lembro como se fosse hoje, que fui para o meu quarto chorar, quando ouvimos aquilo que ninguém queria ouvir, que foi informado pelo jornalista brasileiro Roberto Cabrini: “Morreu Ayrton Senna da Silva… Uma notícia que a gente nunca gostaria de dar.”

Sendo assim,  só posso dizer que tenho muitas saudades, faço parte daquela geração que teve o prazer de assistir Ayrton Senna pilotando,  sua morte trouxe muita tristeza para cada um de nós, como bem traduziu o jornalista  Roberto Cabrini sobre o facto de ter informado na televisão a morte de Senna “Eu sabia que era como anunciar a morte de um parente próximo de cada um dos brasileiros.”  Aquele 1º de maio de 1994, nunca será esquecido, naquele dia, na curva Tanburello, Senna  concluiu sua missão, deixando um legado que permanece  na mente e no coração de milhares de pessoas ao redor do planeta, já que a morte do piloto brasileiro  foi muito sentida no mundo todo, e Senna  recebeu homenagens em muitos países, inclusive aqui em Portugal, onde o piloto estava morando. No Brasil, a sua morte gerou muita comoção, pois foi a perda de um herói nacional, durante o momento do velório e das homenagens, pessoas choravam compulsivamente, era como se tivessem perdido um ente querido ou um grande amigo. Sendo assim, no dia 5 de maio em São Paulo, milhares de pessoas acompanharam o trajeto do corpo de Senna que seguiu desde a Assembleia Legislativa onde foi velado até o cemitério do Morumbi, em uma manifestação nunca vista no país.

Assim, a morte de Senna marcou o fim de uma era vitoriosa do Brasil na Fórmula 1, sua morte até hoje é muito sentida por todos, sendo que em 1999, o piloto foi eleito pela revista “Isto É”, uma das mais importantes do país, como o esportista do século XX no Brasil. Hoje, quando passam 26 anos que o Brasil perdeu Ayrton Senna, na minha opinião, o maior piloto de todos os tempos, e quando paro para pensar na carreira vitoriosa de Senna, lembro das vitórias inesquecíveis, e das manhãs de domingo, onde todos esperávamos ansiosamente por mais uma vitória, daquele que foi o maior Símbolo esportivo das últimas décadas em nosso país, que além de ser um grande piloto, amava muito o Brasil, algo que Senna fazia questão de enfatizar como declarou:  “ O fato de ser brasileiro, me enche de orgulho”.

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