No mundo e também em Portugal, vivemos momentos muito difíceis, que nos obrigam a alterar por completo as nossas rotinas e modos de vida. As mudanças começam também a ter efeitos nos níveis de poluição, que têm descido a pique. E a verdade é que nunca a energia verde fez tanto sentido.

A maioria dos portugueses encontra-se agora em casa, ora em isolamento, ora em teletrabalho. As escolas também estão encerradas e há uma maior utilização de equipamentos eletrónicos. As pessoas querem manter-se informadas e recorrem, por isso, aos meios de comunicação, seja através da televisão ou da internet. É um cenário inesperado, sem precedentes, e para o qual ainda desconhecemos como terminará.

Neste contexto, em que as famílias estão quase permanentemente em casa, a Associação de Defesa do Consumidor (DECO) prevê que as famílias portuguesas tenham um aumento no consumo energético de, pelo menos, 20%, não só associado ao maior uso de equipamentos eletrónicos, como também a uma maior utilização dos equipamentos elétricos usados para cozinhar. O Governo garantiu o fornecimento de energia a nível nacional e, a nível regional, o executivo madeirense anunciou a isenção do pagamento dos valores do consumo da eletricidade e água a todos os contribuintes localizados na região, e ainda não sabemos se esta medida poderá ser alargada a outras regiões.

Muitos portugueses veem agora os seus níveis de consumo de energia subirem em flecha. Bem, nem todos. A verdade é que muitas pessoas no nosso país já aderiram a uma alternativa mais verde e que passa pela adoção de soluções de autoconsumo. Com o recurso a painéis solares fotovoltaicos, é possível produzir e consumir a própria energia, tirando partindo da energia do sol para a produção de energia limpa e sustentável. Nesta fase de contenção, uma boa forma de aumentar o potencial de poupança será, por exemplo, tentar utilizar os eletrodomésticos justamente nas horas de produção do sistema de autoconsumo.

O futuro, não tenhamos dúvidas, é desafiante, mas também renovável e eficiente. É, por isso, necessário que respeitemos o ambiente. A nível mundial, estamos a produzir menos um milhão de toneladas de CO2 por dia devido à quarentena, que já está agora bastante generalizada no mundo. Sabemos que estes são valores passageiros, mas aproveitemos para repensar as nossas opções energéticas. E se pudermos retirar daí alguma poupança, melhor ainda. Afinal, muito continua por ser feito e as nossas preocupações ambientais não devem ficar, também elas, de quarentena.

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