A rede de apoio (ou de suporte), familiar ou social consiste num grupo de pessoas que estão dispostas a ajudar na vida das pessoas, sempre que necessário. Nesta rede desenvolvem-se ações de cooperação ativa entre os seus membros que são fundamentais para garantir a qualidade da sua vida. A rede é composta por pessoas com quem se pode contar quando é necessário, numa relação de reciprocidade, a partir trocas, principalmente afetivas, que visam a construção do apoio e proteção entre os seus membros resultando num reforço da sua coesão relacional.
As pessoas que integram a rede familiar procuram a reciprocidade do apoio com outros membros, em vários momentos importantes da vida da família, partilhando os períodos bons e os difíceis (de crise), por vezes, bastante traumáticos, aprendendo formas de os defrontar, nomeadamente, construindo em conjunto soluções eficazes para as mesmas.
A necessidade do apoio familiar aumenta sobretudo em determinados contextos e fases mais difíceis da vida, como por exemplo, em situações de doenças crónica, de perdas, de traumas psicológicos, ou no envelhecimento.
Nas diferentes fases da vida, como criança, adolescente, adulto ou idoso, é muito importante poder contar com uma rede de apoio, seja familiar ou social. Durante os diversos ciclos da vida, as pessoas passam por transformações, aprendizagens, inquietações, ou sucessos, previsíveis ou inesperados. Uma mãe ou um pai, uma avó ou avô, um tio ou uma tia, uma madrinha ou um padrinho, um vizinho ou uma vizinha, uma amiga ou um amigo, ou outras pessoas significativas podem fazer a diferença na qualidade da vivência em cada um desses ciclos.
A ajuda da rede de apoio tem várias funções e efeitos na qualidade na nossa vida. Pode ocorrer aos níveis moral, cognitivo, emocional, ou físico, sob a forma de orientações ou reconhecimentos, com mais ou menos intensidade afetiva, ou simplesmente ouvindo e/ou dando palavras de apoio quando a pessoa está preocupada e com dificuldade em resolver problemas, nas horas difíceis ou quando vive sucessos importantes. Esta rede permite, entre outros, que cada membro possa partilhar as suas conquistas e alegrias, nomeadamente momentos que impliquem uma comemoração, possa ser uma fonte de inspiração e exemplo para os restantes, ser origem de informação e reflexão conjunta para esclarecimento de assuntos importantes, e que possa ter ou dar apoio e cuidados.
Ter uma rede de apoio torna a vida mais simples e fácil de gerir, pelo facto de as pessoas saberem que tem alguém ali com quem contar, permitindo-lhes sentir-se mais acompanhadas e seguras.
Nas redes de apoio familiar, a relação entre os parentes tem uma história, existindo uma cultura familiar própria, um conjunto de valores e crenças vividos de forma partilhada que potenciam a unidade da família.
Podemos dar como exemplo de uma rede de suporte familiar a da relação entre os primos. Com efeito, os primos podem conhecer os valores e a dinâmica da família e assim partilhar histórias e tradições, usufruindo da cultura do mesmo agregado. Os primos de idades próximas são, habitualmente, pontos de referência e apoio para as crianças e adolescentes, que permitem ampliar a sua experiência social. Por isso, acontece frequentemente que os primos permaneçam, ao longo da vida, os amigos mais consistentes e próximos, com os quais se pode sempre contar. Sendo também cada vez mais frequente a existência de filhos únicos, a falta de um irmão ou de uma irmã pode bem ser minimizada a partir do aprofundamento das relações entre os primos, através das quais muitas crianças e, depois, adultos desenvolvem as fortes relações fraternas que não têm na família nuclear.
Outro exemplo é do envolvimento dos avós. Os avós fazem, naturalmente, parte da rede de apoio familiar. São os anciãos que têm mil e uma histórias para contar, daquelas que ficam no coração e na imaginação, são fonte de carinho e atenção, e habitualmente, educam com tranquilidade e muito mimo.
Os tios também fazem parte da rede de apoio familiar e são, muitas vezes, fonte de inspiração, apoiando os pais quando estes estão demasiado atarefados e educando os sobrinhos como se fossem seus filhos.
A rede de apoio familiar é, em geral, a primeira rede de apoio que se tem na vida. No entanto, é possível que essa rede de apoio se reduza, ao longo do tempo, porque se passa a conhecer novas pessoas que se vão incorporando no dia a dia de cada um. Mas existem vários tipos de rede de apoio para além da famíliar.
A rede de suporte ou rede de apoio alargada e diversificada é formada simultaneamente por avós, tios, amigos, colegas, profissionais, vizinhos ou comunidade próxima e tem um papel importante na vida de toda a família, porque possibilita uma partilha de experiências variadas e de visões distintas dos seus problemas realizadas por pessoas que, por não estarem diretamente envolvidas na família, têm uma postura mais distante e neutra com um grande potencial para encontrar soluções mais racionais e equilibradas.
A rede de apoio amorosa, seja protagonizada pelo(a) o(a) namorado(a) ou esposo(a), no fundo a pessoa que é escolhida como parceiro de uma relação amorosa será uma parte muito importante e presente da rede de apoio de qualquer pessoa.
A rede de apoio de amizade é essencialmente constituída por amigos que são pessoas com quem se desenvolvem empatias e partilham as intimidades. Os amigos são escolhidos porque se deseja que participem em vários momentos importantes da vida das pessoas, assim como se espera que as pessoas sejam envolvidas em momentos importantes para os amigos, partilhando, quer as situações boas quer as mais difíceis que acontecem na vida. Muitas vezes, os amigos da família compensam a família em falta. Pela distância, ou por outras variadas razões, a família nuclear pode não ter o apoio da família alargada e, neste caso, os amigos terão um papel importante na compensação da situação.
A rede de apoio da comunidade é constituída pelas pessoas que fazem parte da comunidade em que se vive e com quem se pode partilhar a promoção da melhoria da qualidade e condições de vida, numa freguesia, bairro ou aldeia. Nesta rede participam os fregueses, os vizinhos do bairro, os comerciantes, os agentes das juntas de freguesias, e em geral as pessoas com quem se partilha os espaços comunitários, jardins, cafés, associações culturais ou desportivas, entre outros.
A rede de apoio do trabalho é composta por colegas de trabalho que são escolhidos por poderem ajudar a realizar as tarefas do trabalho, ou mesmo a substituir as pessoas quando se está doente, ou se tem que tratar de algum assunto pessoal concomitante com o trabalho, situação que é, habitualmente, recíproca quando os colegas também precisam desse apoio.
A rede de apoio profissional é integrada por especialistas de diversas áreas como a saúde, a educação e a justiça que ajudam a resolver, de modo integrado, multi e interdisciplinar, problemas de natureza variada, o que, habitualmente, apenas ocorre de forma setorizada e com grandes custos para a vida de cada cidadão.