Porque é que a comunicação social internacional tem propagandeado a evolução da pandemia de Covid-19 na Índia de modo tão falacioso (incidência de Covid-19 em Portugal, em janeiro de 2021: 3.017 casos/100.000 habitantes; incidência de Covid-19 na Índia, em abril de 2021: 499 casos/100.000 habitantes)?
Porque é que um jornal estrangeiro anunciou a existência de vítimas mortais da Covid-19 espalhadas pelas ruas da Índia, utilizando fotografias antigas de vítimas de acidentes que nada têm a ver com a Covid-19?
Porque é que a voz de algumas das mais prestigiadas autoridades científicas mundiais, cuja opinião diverge do mainstream “político-científico”, tem sido sistematicamente censurada pela comunicação social e pelos que controlam a internet?
Porque é que, em Portugal, quem anunciou que não houve o adequado planeamento da resposta hospitalar à pandemia foi classificado como criminoso, apesar de ter razão, tal como mostram os dados relativos à taxa de ocupação hospitalar entre março e dezembro de 2020?
Porque é que, em Espanha, durante a primeira onda da pandemia, as autoridades detetaram um lar totalmente deserto de profissionais e seus responsáveis, onde se encontraram vários idosos já falecidos e outros abandonados, deixados à sua sorte, privados dos mais básicos meios de sobrevivência?
Porque é que, em Portugal, residentes em lares de idosos, vítimas da Covid-19 em agonia, foram inumanamente transferidos para um hospital onde, como se esperava, vieram a falecer pouca horas depois, isolados, sem a envolvência e apoio de familiares ou conviventes habituais, “deslugarizados”?
Porque é que, em Portugal, numa altura em que as disparatadas normas da DGS exigiam dois testes sequenciais negativos para declarar a cura da Covid-19, residentes idosos de lares, já com o primeiro teste negativo e com a colheita do segundo teste efetuada, foram desumanamente transferidos para um hospital, onde permaneceram algumas horas até que o resultado do segundo teste fosse conhecido, para, de seguida, voltarem ao lar de origem?
Porque é que a DGS, notificada destes casos, nada fez de publicamente notório?
Porque é que, em Portugal, crianças de tenra idade, recém-chegadas aos seus infantários, foram submetidas à tortura psicológica de um isolamento sanitário (pretensa quarentena, sem qualquer justificação científica neste contexto)?
Porque é que, tal como nos revela a História, em tempos de Peste Negra, em alguns locais da Europa, muitos judeus, cujos hábitos higiénicos, estilo e condições de vida lhes conferiam relativa proteção contra a pestilência, foram arrancados de suas casas, espancados e, finalmente, enforcados pela turba histericamente enfurecida?
Porque é que, em pleno século XX, nos Estados Unidos, a SIDA, cuja pandemia então se iniciava, foi apresentada por algumas correntes e pregadores como um “castigo divino” lançado sobre prevaricadores, iníquos, perversos, fornicadores, praticantes de comportamentos desviantes?
Porque é que, no mesmo país e na mesma altura, seres humanos, vítimas ou supostas vítimas da mesma doença receberam tratamentos degradantes de autoridades policiais, guardas prisionais e outros?
Porque é que, em Portugal, políticos com elevadas responsabilidades culparam, declarada ou subrepticiamente, os Portugueses pela desastrosa evolução da pandemia no trimestre de dezembro de 2020 a fevereiro de 2021?
Porque é que, em Portugal, à revelia da estrutura orgânica do Estado, se organizaram e realizaram as famigeradas reuniões ad hoc do Infarmed para ouvir apenas alguns “especialistas”, selecionados “a dedo” pelas autoridades?
Porque é que, em Portugal, algumas previsões, demonstradamente erradas, inicialmente efetuadas por “especialistas” matemáticos sobre a evolução da Covid-19, foram tidas em tão elevada linha de conta, enquanto a evidência científica, entretanto produzida, mostrando a inutilidade do “confinamento”, foi sistematicamente desvalorizada?
Porque é que, em Portugal, uma petição entrada na Assembleia da República em 31 de outubro de 2020, apelando à alteração dos paradigmas de combate à pandemia, tendo baixado à Comissão Parlamentar de Saúde em 4 de novembro e sendo admitida a 2 de dezembro do mesmo ano, continua, passados mais de seis meses, “em apreciação”?
Porque é que, em Portugal, as autoridades impedem ou dificultam tanto o acesso aos dados estatísticos reais (em bruto) de algum modo relacionados com a pandemia de Covid-19?
Porque é que as mais prestigiadas revistas científicas censuram, no contexto da Covid-19, artigos demonstrando a eficácia de medicamentos baratos e acessíveis a todos, enquanto publicaram miseráveis artigos fraudulentos (que se viram obrigadas a retirar) e publicaram outro de péssima qualidade científica, baseado em dados mal interpretados e, este último, realizado por “investigadores” com declarados conflitos de interesses com uma empresa farmacêutica?
Porque é que as autoridades do medicamento (incluindo as portuguesas) aprovaram fármacos com base em apenas um ensaio clínico (cujos resultados, num caso, foram entretanto refutados por grandes ensaios clínicos, mantendo, apesar disto, a aprovação do mesmo fármaco) e se recusam a aprovar os medicamentos referidos no parágrafo anterior (para os quais existe evidência de múltiplos ensaios clínicos, estudos observacionais e de base populacional)?
Porque é que a OMS recomendou a utilização de ivermectina para o tratamento de algumas formas de sarna (tendo como evidência meia dúzia de ensaios clínicos, totalizando escassas centenas de participantes) e se recusa a recomendar a utilização de ivermectina para o tratamento da Covid-19 (com dezenas de ensaios clínicos, totalizando milhares de participantes), mas recomenda o seu uso massivo para o tratamento da estrongiloidíase e da oncocercose em populações inteiras, sem qualquer receio de efeitos adversos (receio utilizado pelos “opositores de ivermectina” como fundamento para que esta não seja utilizada no contexto da Covid-19)?
Porque é que o Infarmed, assistindo a um aumento nunca antes observado na dispensa de ivermectina para uso humano nas farmácias da comunidade, se recusou a criar uma plataforma informática centralizada, visando registar e monitorizar os efeitos deste fármaco nos cidadãos a quem foi prescrita, assegurando, assim, uma adequada farmacovigilância, tal como lhe foi proposto por um conjunto de profissionais de saúde?
Porque é que uma grande empresa farmacêutica, que comercializa a ivermectina, recusou o pedido da OMS para lançar um grande ensaio com este fármaco no contexto da Covid-19, mas está a desenvolver um novo medicamento que lançará (se vier a demonstrar-se eficaz) a preços muito mais altos?
Porque é que, no Estados Unidos, no início da epidemia de SIDA, as autoridades do medicamento resolveram promover o tratamento com medicamentos que ainda estavam a ser estudados em ensaios clínicos e, portanto, para os quais ainda não havia evidência científica, à revelia das normas e regulamentos vigentes, e agora se recusam a aprovar a utilização de ivermectina, sob a hipócrita justificação de que não há “evidência científica”?
Porque é que os governos europeus tomaram várias decisões políticas em relação à vacina de Oxford sem fundamentação científica?
Porque é que o governo dinamarquês decidiu que a mesma vacina originava riscos insuportáveis para os dinamarqueses e não poderia ser utilizada na Dinamarca, mas poderia ser usada nas populações dos países pobres, aos quais anunciou que doava os stocks, deste modo, excedentários?
Porque é que as previsões da Pfizer apontam para uma faturação de 26 mil milhões de dólares com a vacina da Covid-19?
Porque é que a União Europeia, numa reminiscência de tempos históricos de má memória, se prepara para lançar um “passaporte sanitário” discricionário, cientificamente infundado, discriminatório para quem se quer vacinar mas está impedido de o fazer devido à falta de vacinas em quantidade suficiente (e para quem, legitima, mas erradamente, não se quer vacinar)?
Não é porque, no contexto da preservação do poder, seja possível terem existido governos e autoridades políticas que, com recurso a spin doctors e “chapas brancas”, tenham tentado influenciar a criação de um pensamento único, uma visão monolítica que formasse, sem debate nem contraditório, a opinião pública (e a publicada) – pois vivemos num Estado de Direito Democrático, em sociedades livres e evoluídas, onde impera o pluralismo e a liberdade de pensamento e de expressão.
Não é porque, no mesmo contexto e adotando o ardil do “bode expiatório”, “sacudindo a água do capote”, se tenha tentado encontrar, na “irresponsabilidade do povo”, justificação para erros próprios – porque governos e autoridades políticas, no âmbito do mesmo Estado de Direito democrático, pautam a sua ação pelo primado da responsabilidade e da prestação de contas.
Não é porque seja possível existirem autoridades de saúde e políticos, eventualmente desejosos de não verem a divulgação de dados objetivos que logrem sugerir que as medidas instituídas em Portugal para o combate à pandemia possam ter tido relação com parte da mortalidade (Covid-19 e não Covid-19) verificada em período pandémico e com o previsível incremento da morbilidade e mortalidade futuras, depois de as mesmas medidas terem causado desnecessária disrupção social, crise económica e a miséria e a fome de muitos – porque todos defendem a primazia da transparência, profundamente implexa com um Estado de Direito democrático.
Não é porque, ao contrário do que nos ensina a História, as sociedades humanas – confrontadas com ameaças letais, mas invisíveis, disruptivas do normal tecido social – consumidas por um medo patológico e irracional, possuídas por fenómenos de histeria coletiva, adotem comportamentos determinados por emoções básicas, também eles profundamente irracionais – pois tais comportamentos são inviáveis nos nossos dias e passíveis de modelação por um debate livre, sereno e mediatizado, típico de um Estado de Direito democrático.
Não é porque, desde a Pré-História, em épocas de calamidade, as populações tenham encontrado alguém a quem culpar, atirando-o, qual zoonte sacrificial, para os gadanhos de Azazel – porque, felizmente, nos tempos hodiernos, o primado da Lei, típico de um Estado de Direito democrático, se sobrepõe a qualquer represália da turba.
Não é porque autoridades de saúde de segunda linha possam ter preferido obter resultados que lhes incrementassem o prestígio – do tipo “nos lares sob minha jurisdição não morreu nenhum idoso com Covid-19” – em vez de abordarem os pacientes residentes nesses lares com o adequado bom senso clínico, com respeito pelos valores supremos da dignidade humana e da vida humana, da qual a morte é parte integrante e inalienável – o que seria impossível no âmbito de uma prática médica, da qual as autoridades de saúde não estão isentas, regida pelos valores do humanismo e da beneficência, a qual prevalece entre nós.
Não é porque seja possível existirem acionistas e investidores, ávidos de lucro, “CEO’s” que busquem rápida progressão para a suas carreiras através da obtenção de resultados financeiros extraordinários, apoiados por lobistas intimamente relacionados com os mais poderosos dos poderes políticos, de empresas que possam ser dirigidas por figuras que passaram, previamente, muitos anos no desempenho de funções políticas de topo na hierarquia dos governos mais poderosos e influentes do mundo, que possam pretender lançar no mercado medicamentos “inovadores”, altamente lucrativos, eventualmente opondo-se, por isso, à concorrência de medicamentos baratos, já sem proteção de patente, facilmente acessíveis e disponíveis – algo muito pouco provável, porque as mesmas empresas assumem, de modo muito claro e declarado, um indiscutível empenho com o conceito da “responsabilidade social”.
Não é porque o poder do dinheiro possa, alguma vez, eventualmente, ter influência decisiva sobre as políticas editoriais de algumas revistas científicas – o que seria totalmente impossível pela própria natureza das mesmas.
Não é porque, como decorre, com cristalina clareza, da resposta do governo escocês a uma questão colocada sob o âmbito do Freedom of Information Act acerca da aprovação da ivermectina para o tratamento da Covid-19, as leis e regulamentos europeus, no domínio da aprovação de medicamentos, tal como estão elaborados, atribuem às empresas proprietárias dos medicamentos a faculdade para serem elas a solicitar a licença (marketing authorisation) necessária para que determinado medicamento seja utilizado numa doença – uma vez que, jamais as autoridades europeias, neste e noutros domínios, produziriam diretivas ou legislação visando proteger os grandes interesses económicos.
Não é porque o marketing científico, por vezes trasvestido em “evidência científica”, possa influenciar decisivamente a opinião vigente sobre o potencial terapêutico de alguns fármacos – o que é impossível, porque a União Europeia, atenta a este fenómeno, há vários anos que mostrou a intenção de obrigar as empresas farmacêuticas a disponibilizar todos os dados dos ensaios clínicos, publicados ou não, para que investigadores independentes os possam estudar e analisar.
Não é porque seja possível existirem povos altivos e seus governantes, falaciosamente convictos de uma superioridade inata, imbuídos do espírito de “caridadezinha” (aquela que nos permite, de sã e tranquila consciência, doar aos pobres tudo o que já não queremos para nós, desde os restos de comida à roupa usada e já rota), que, mimetizando os nobres da Idade Média, os quais, durante os seus lautos banquetes, lançavam ao chão os restos dos alimentos que não apreciavam para que a plebe, rastejante e faminta, mitigasse a fome, possam recalcitrar na desconsideração de outros povos apenas porque são mais pobres – já que existem entidades supranacionais, financiadas, apoiadas, suportadas e aceites pela maioria dos Estados mundiais, atentas, poderosas e ativas na defesa dos direitos humanos e no respeito pela igualdade e direitos dos povos.
Não é porque, no espaço de uma Europa unida e sem fronteiras, que se arvora em campeã da liberdade (de pensamento, de expressão e de circulação) e dos direitos humanos, seja possível a discriminação de cidadãos ou grupos de cidadãos, apenas porque são diferentes ou não têm acesso a determinado bem, estigmatizando-os com uma marca indelével aposta na pele, ou com outras marcas, ainda que transitórias e extinguíveis, apostas no vestuário ou em qualquer documento – porque, no mesmo contexto europeu, existem tribunais superiores que imediatamente interviriam se tal acontecesse.
Não é, enfim, porque seja possível que, perante uma ameaça concreta e muito séria, o medo irracional, uma espécie de temor extremo e emocional, inculcado nas populações e, quem sabe, assimilado por muitos governos, tenha substituído o raciocínio lógico e sereno e o tenha toldado com intensos fatores emocionais, impedindo, assim, uma análise fria e objetiva da realidade e dos potenciais impactos das medidas a adotar – porque, nos Estados de Direito democrático, a governação se rege pelos princípios do Conhecimento, da Razão e da Virtude.
Não é, enfim, porque seja possível ter existido algum “cientista” obscuro, cujo impacto científico internacional sempre se poderia avaliar nas plataformas técnicas existentes para o efeito, que pudesse estar totalmente desligado das reais problemáticas do sector da saúde e da gestão de sistemas de saúde, que, por qualquer razão, tivesse sido trazido para a ribalta e transformado em figura pública nacional, eventualmente tão convencido do valor dos modelos de previsão, que se pudesse impor às autoridades de saúde (cuja preparação técnico-científica seria, obviamente, de nível muito superior ao comum dos mortais) e a políticos naturalmente ignorantes nestas temáticas – o que seria impossível no mundo real em que vivemos e muito pouco provável no “maravilhoso país de Alice”.
Se não é por tudo isto ou por parte disto e, seguramente, como se mostrou, não pode ser, até porque, se fosse, o mundo estaria virado do avesso, então, porque é que é…?