Tem a direcção editorial do Observador o direito inalienável de escolher os seus colunistas. Não pode, porém, surpreender-se depois de perder leitores e apresentar prejuízos acumulados de 11,3 milhões de euros desde 2017, por insistir em considerar publicáveis opiniões de uma pessoa como Pedro Abreu, um professor felizmente já jubilado, por assim já não dar mais maus exemplos aos alunos, e um professor infelizmente já jubilado, assim tendo tempo para se entreter em difamações.

No seu artigo “Desinformação sazonal sobre vacinação Covid-19 em crianças” (29/10/2024), para contestar um artigo de opinião de uma médica, veio o químico Abreu bolsar ódio ao PÁGINA UM, reputando-o de “mural de desinformação negacionista”. Do senhor Abreu, e da sua visão patológica, nada espero: é um caso perdido.

Porém, do Observador esperaria mais, até pela recente abertura que, de quando em vez, venho assistindo, por parte do seu publisher e fundador José Manuel Fernandes, que tem elogiado o meu trabalho e o PÁGINA UM.

Esperaria, assim, que em vez de acoitar a maledicência, e na linha do que deve ser uma imprensa séria, confirmasse o Observador se é falso (como Pedro Abreu insinua) que o Infarmed não faz monitorização adequada das reacções adversas às vacinas contra a Covid-19 não apenas em centenas de adolescentes e jovens adultos, mas à população em geral.

Como director do PÁGINA UM desafio o Observador a analisar toda a informação obtida, por agora, junto do Infarmed, acessível após um acórdão do Tribunal Central Administrativo do Sul. Provavelmente será desafio em vão. O PÁGINA UM já se habitou a ser o único jornal a lutar pela transparência nesta matéria. Mas já me incomoda muito que, a despeito desse comprometido silêncio, o Observador conceda guarida a reformados embusteiros que nem sequer percebem a dinâmica da Ciência nem a dignidade de um debate.

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