Eles vêm de quatro cantos do globo. Peregrinos, voluntários, todos para um lugar e uma só missão: a Jornada Mundial da Juventude.

Um grupo de jovens franceses descansa à sombra. Estiraçados e listados, faziam pandã com camisolas às riscas, encarnadas e brancas. De alguma forma, faziam algum mimetismo a mimos, mas simpaticamente deram-nos dois dedos de conversa.

Vinham de Lille, no norte de França. Levaram mais de um dia a chegar ao seu primeiro pit stop, em Portimão. Não vieram pelo que seria mais típico do Algarve (a praia), mas antes para participar no Festival “Welcome to Paradise”, uma experiência única de Fé que juntou mais de quatro mil jovens em momentos de partilha, reflexão e oração, bem como de atividades desportivas e lazer.

Estavam motivados. Tinham acabado de sair do encontro dedicado à comunidade francesa, em Algés. Diziam, entre risos, não ter noção de que tinham tantos peregrinos do seu país em Portugal (40 mil, aproximadamente).

“Foi um orgulho ver tantas bandeiras francesas juntas!” , contam.

Explicam casualmente que vieram pela ocasião, porque não era muito longe e, como era a primeira vez, quiseram ver o que se passava no país que quase faz fronteira com o deles. Um pequeno, grande quase. Querem ver o Papa, rezar e conhecer pessoas de outras comunidades. Bonne journée, mes amies! E partimos para o próximo destino.

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Estávamos no Parque do Perdão. “Perdóna! Nos sacas una foto?”, perguntaram dois peregrinos, que traziam uma bandeira da Venezuela. Chamavam-se Jimmy e Pablo, de Punto Fijo e Maracay, respetivamente.

Vinham sem expectativas, queriam deixar-se surpreender. Não foi surpresa quando contaram as vezes que já se teriam impressionado ao passar pelo Santuário de Fátima, e ao ver tanta gente de África, das Américas, da Ásia, da Europa com mesmo sentimento sobre a Fé. Notavam um nível de espiritualidade mais profunda, quando comparado com o que viveram na Jornada Mundial da Juventude no Panamá.

“Aqui ninguém é estrangeiro. Todos somos irmãos e cidadãos da Fé.” Citam o Bispo de Leiria, algo que os marcou muito, e que tomam como estandarte para esta Jornada.

Lançam-nos a pergunta sobre qual será o próximo anfitrião da JMJ. Para eles, o palpite estará na Coreia do Sul, mas gostavam que fosse na Argentina. O país vizinho seria uma aposta estrategicamente ideal para uma viagem mais leve. Entre risos, lançámos-nos para uma comuna italiana na região da Lombardia, Sondrio.

Foi num grupo de Salesianos que conhecemos o Pe. Lucca e a Elisa, um veterano e uma iniciante. Ele já seguia na sua sexta Jornada. O que o fazia voltar? A ação do Espírito Santo, e a forma como o Papa reúne tantos peregrinos, o que mostra a força da Sua Palavra.

Elisa descreve uma viagem de mais de trinta horas de autocarro, que parou em Saragoça, Mogofores e Nazaré. Não é fácil. Mas o Pe. Lucca deixa uma mensagem incentivadora: “Vão sentir-se vencidos pelo cansaço, mas é nesta fatiga que podem ver e partilhar a beleza da Igreja e da Fé! Confiem e entreguem-se!”

É apenas o final do segundo dia e já corremos os quatro cantos do globo. Seguimos motivados, nesta que é a nossa Jornada, para partilhar as palavras dos que por aqui passam.