Confesso a minha curiosidade em saber de que forma será lembrado o popular António Costa daqui a uns anos. O que dirá Portugal da sua governação? Que marcas deixará neste país? O que virá escrito nos livros?
Prevejo uma história muito pouco fiel à realidade, uma história comida pela memória curta que, infelizmente, caracteriza o povo português, uma história desenhada que favorecerá os seus personagens e que esconderá o Portugal real. Não é já isto que está a acontecer actualmente?
Portugal, este país à beira mar plantado, condenado ao fracasso por aqueles que só se preocupam em encher a barriga e reduzido a pouco mais de nada, continua a escancarar a porta ao Governo socialista, a dar-lhe serventia e a ouvir e calar. Tanta passividade, tanta conivência.
Quando os ouço falar de Portugal, sinto que me estão a falar de outro país que não o meu. Não me revejo nas preocupações, nas prioridades, não me revejo, essencialmente, na falta de verdade. Porque a casa onde vivemos está a cair. Mas dizem que não. Um verdadeiro caos no seu interior. Mas dizem que não. As paredes caem, o tecto mal se sustenta. Mas dizem que não. Porque há sempre uma fachada que tenta serenar os ânimos e que, efectivamente, o consegue. Dizem-nos que a casa está bonita e nós acreditamos, que a pintaram, que aquela cor lhe fica bem e nós consentimos. Mas quem se atreve a lá entrar para realmente reparar e constatar o estado a que isto chegou? Tão pouco conveniente, tão mais confortável.
A total negligência, a irresponsabilidade, a incompetência de quem nos governa está a fazer de nós um país com muito pouca História para contar. Fazem uma política que não passa de discussão e aproveitamento de números, da distribuição de cargos, do favorecimento de compadrios e de manobras que entretenham o eleitorado.
Seremos contados como o eterno povo esquecido que se deixou enganar e vender, que faz por não lembrar aquilo que é verdadeiramente importante. Passivo, permissivo, silenciado, receoso, tantas vezes cúmplice, tantas vezes complacente. Pouco lhe interessa que algum alto dirigente do Estado afirme “Não li”, até permite que se fale mais dos animais que morreram em Santo Tirso do que sobre as pessoas que morreram no Lar de Reguengos, que não se importa de estar cada vez mais dependente do Estado, que ignora o total afundar da economia portuguesa. E continuam tantos, ainda, a achar que podem ficar sentados no sofá?