Com o objetivo de completar e esclarecer o texto sobre as relações familiares e o poder político, no que me toca, tenho a informar o seguinte:

1. O único membro do Governo na minha família foi meu Pai, há 64 e 49 anos, num regime político diverso daquele em que vim a exercer funções.

2. Quando fui eleito deputado à Assembleia Constituinte e, depois, nomeado membro do Governo, meu Pai estava no exílio no Brasil.

3. O meu irmão António pertence, há muito, a partido diverso daquele de que fui líder e exerceu funções em gabinetes de governos a que fui oposição e mesmo líder da oposição. Foi nomeado presidente da SOFID pelo governo presidido pelo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, apesar de pertencer a partido da oposição.

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4. O meu irmão Pedro foi nomeado administrador não executivo da Caixa Geral de Depósitos pelo mesmo Governo e, apesar de ter sido vice-presidente de um banco estrangeiro e presidente de um banco público português, em comentário televisivo, discordei da sua opção de aceitar o lugar.

5. O meu sobrinho Luís, também de partido diverso do meu, integrou gabinete de membro de um governo que, pública e notoriamente, critiquei em comentários televisivos.

6. O meu sobrinho Miguel, do mesmo partido, foi nomeado para gabinete de membro do Governo em funções, mais de um mês antes de eu ser eleito e quase três meses antes de eu tomar posse do cargo que exerço.

7. Como deputado, governante, autarca, líder partidário e Presidente da República, nunca nomeei familiar para função ou cargo algum.

8. Como cidadão, nunca influenciei nenhuma escolha de familiar para qualquer lugar político.

9. Finalmente, não fui nomeado por ninguém Presidente da República, fui eleito pelo povo português.